sexta-feira, 22 de março de 2019

O SUPREMO PODER DE CURA ATRAVÉS DO KRIYASHAKTI


                    



       Conforme o texto anteriormente postado, o Kriyashakti é o poder divino inerente ao homem, um atributo do Eu superior resguardado no espírito de cada ser.
       Kryia é a palavra sânscrita cujo significado é esforço; Shakti, também designação sânscrita, que significa "poder divino".
       O poder de cura do Kriyashakti reside puramente na evanescência astral daquilo que se deseja e tem por objetivo fundamental.  Contudo, qualquer estudioso das leis ocultas do esoterismo sabe que todo revés tem origem no Karma, a verdadeira e indelével lei da ação e reação.
       Para que qualquer revés seja sanado é, portanto, necessário que sejam "queimadas" as "sementes kármicas" que deram origem e plasmaram as circunstâncias na qual o sofrimento é manifesto. Do contrário a "cura" será um paliativo, temporária, uma anestesia cujos efeitos cedo ou tarde serão extintos, e toda a dor e o revés retornarão, da mesma forma ou sob uma diferente manifestação com  igual intensidade de sofrimento.


       Em Goa, território indiano  pertence a Portugal até o século vinte, conta-se que um oficial da marinha portuguesa adoeceu fortemente de uma desconhecida doença tropical. Levado a um mestre Jnani Yogue, este o "curou”, através de seus poderes, porém o advertiu que era apenas um alívio temporário, pois a raiz kármica do egoísmo e da arrogância ainda estava fortemente aderida à sua alma, e essas eram as suas verdadeiras e mais graves doenças.
       O Kriyashakti, utilizado na forma de cura, possui duas etapas para que esta possa ser efetiva: a primeira etapa que é a eliminação das sementes kármicas e a segunda etapa, que pode ser concomitante à primeira, que é a extinção da doença.
       É como se um dente com uma extensa lesão cariosa estivesse gerando um abcesso dento-alveolar, o antibiótico regrediria o abcesso, mas se o dente lesado permanecer sem tratamento algum, novos abcessos surgirão, e talvez de forma crônica. Após a antibioticoterapia, o elemento deverá passar por um tratamento endodôntico ou removido. Tudo é análogo no universo. Não existem efeitos sem causas, e muitas causas estão escondidas na mais recôndita intimidade da alma.
       Como citado por vários autores, o Karma não é um efeito do passado como muitos creem. Não é o efeito de um mal executado há longínquas vidas passadas, mas o mal que a pessoa ainda carrega, que é o potencial para que, dadas as circunstâncias propícias, esse mal interior ocasione ações maléficas da mesma intensidade que a ocorrida há séculos. O karma não é a reação de um mal que foi executado, mas de um mal que ainda se carrega, que ainda está presente, em um espírito ainda preso a mais nefasta idolatria do próprio ego.
       É esse ego que necessita de cura primeiramente, mas como eliminar algo aderido ao espírito há milênios?
       Nem todos são passíveis de cura. O próprio profeta Jesus disse muitas vezes àqueles que eram sanados: "A tua fé te salvou, vá e não peques mais".
       Apolônio de Tiana, o grande terapêutica, dizia àqueles que buscavam nele a cura de suas enfermidades: "Você deve estar pronto para curar a si mesmo, pois do contrário tornará a se tornar enfermo".
       A pessoa enferma deve buscar o renascimento interior, mortificando o ego para eliminar as sementes kármicas, por esta razão o terapeuta necessita ser iniciado na mais elevada espiritualidade, para que possa alavancar a espiritualidade latente no irmão .
       É necessária a criação de uma imagem que configure o amor, a virtude e a espiritualidade, forjada nos padrões subjetivos do enfermo, associada à sua capacidade sensorial, para que seja mentalizada, com a canalização e ajuda energética do terapeuta, imprimindo esta imagem no plano astral, para que sejam manifestados os efeitos no plano físico. Tudo aquilo que se deseja no plano físico deve ser, primeiramente, criado no astral. Nada existe no físico que não seja plasmado no astral. E essa imagem se tornará uma ideia, fixamente concentrada, para que adquira vida e essência no plano físico.


       Da mesma forma deve ser criada outra imagem, não como eliminação da doença, mas como criação da saúde, uma imagem que represente a saúde, a vitalidade e a força magnetizada para esse fim, subjetivamente associada à percepção sensorial do indivíduo, e mentalizada com o auxílio do terapeuta.
       À medida que a espiritualidade se desperta, a auto cura pode ser facilmente alcançada, sem que seja preciso a canalização das energias através de um mestre. A canalização pode ser efetuada através da própria pessoa, através de seu latente poder divino.
       O maior Yogue de todos os tempos conta que, antes de se tornar um grande Yogue, estava tentando buscar uma imagem de cura para um parente, vítima da cólera asiática, assim ele relata: "Necessitava de uma imagem para forjar a cura de uma pessoa querida que jazia gravemente enfermo, foi então que, ao passar por um canal de turvas águas estagnadas, observei uma flor de lótus, cuja beleza contrastava fortemente com o sombrio aspecto das águas. Foi essa imagem que eu trouxe para essa pessoa. Desenhamos e mentalizando a flor como o despertar da saúde plena , e esta veio como as primeiras gotas das monções".
       Cria-se no astral e plasma-se no físico. Este é o poder divino da co-criação. Temos a divindade latente. Somos o grande aspecto primordial da essência divina pronta para emergir, assim como a mais bela flor que nasce no lodo, e espalha sua beleza celestial, expandindo luz, reprimindo as trevas, proporcionando vida.

Om tat sat



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