O que é a Cabala? Poderia dizer: é a
tradição esotérica do ocidente; a alma da lei hebraica; a essência dos Sepher
Yesirah ou Sepher ha Zohar (respectivamente “O Livro da Formação” e “O Livro do
Esplendor”), ou até mesmo o prisma hebraico que Moisés colheu nos grandes
mistérios da sabedoria do antigo Egito.
Mas qualquer designação seria
insuficiente para definir justamente aquilo que tenta dar definição ao
indefinível.
Tanto que além de Kether, Chokmah e
Binah, que são as Sephiroth superiores, o Aziluth onde Yahveh atua diretamente,
está o Ain Soph, que é o incognoscível. Compreender a partir deste "degrau
da grande escada arquetípica”, está muito além daquilo que a concepção humana
pode vislumbrar.
A Cabala é a melhor tradução daquilo que
é intraduzível. É a tradução da "respiração divina”, a manifestação do
indefinível.
Seria temerária qualquer assertiva onde
se estabelecesse a Cabala como a única tradução do real sentido e da real
essência de tudo aquilo que é manifestado no universo. Os hindus possuem também
sua metafísica transmitindo a equação universal , assim como os Chineses , os
Tibetanos e outras culturas. Porém a Cabala possui a codificação que dá magia
as letras, que enumera cada palavra a partir da unidade manifestada no lógico
dimensionamento da "cadeia existencial".
A Cabala traduz e enumera o grande
equacionamento que sintetiza o "ser" e o "estar", assim
como também a ilusória percepção da descontinuidade.
Ela mostra que tudo permanece Um, mesmo
diante dos infinitos aspectos das diferenciações, e que mesmo aquilo que
definimos por "tempo" está estabelecido em um "momento" no
qual se plasma a eternidade. E demonstra também que o "infinito" se
consubstancia na própria relatividade que este "momento" determina.
Podemos "sentir" aquilo que a
Cabala descortina diante da sapiente expectação humana. Mas "sentir"
sempre será um verbo substitutivo à ideia de "compreender”.
A "Respiração Divina" gera as
vibrações das quais derivam tudo aquilo que definimos "Vida". A
Cabala traduz a "voz da divindade" para que tenhamos a percepção da
incomensurável dimensionalidade de sua "Obra". Ela é um presente de
Deus para todos aqueles que desejam ser participantes na sua busca. "Ela é
a janela para o infinito e o portal para a eternidade”.
Namastê
Om tat sat
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