terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

A SIMBOLOGIA ESOTÉRICA

                                                  

 

                          


A Simbologia Esotérica.

 

        Símbolo é uma palavra de origem grega, "Symbolon", cujo significado é sinal ou signo, que vem ser a representação de uma realidade abstrata, tornando-se uma iconografia fundamental no processo de identificação, de caráter indicativo, onde se estabelece referência sugestiva de algo maior e mais profundo.

        As próprias letras são símbolos, grafias de sons e linguagem fonética, com referência precisa no vocabulário de determinada cultura.

        Os primeiros desenhos dos seres humanos nas paredes das cavernas representam a grafia de eventos, situações ou seres que estes desejavam tipificar sob sua tosca e incipiente arte de configuração. Determinados riscos desenhavam os próprios seres humanos, ponta representavam armas, outros riscos os animais, formando caçadas, eventos sob pequeno círculo em meio a pequenos traços contíguos, que representavam o Sol, talvez o primeiro símbolo de uma nascente forma de divindade.

        A complexidade da escrita nasceu através do gradativo aprimoramento de pequenos sinais, como poderemos ver nos escritos cuneiformes das primeiras civilizações mesopotâmicas, e nos intrincados hieróglifos das avançadas civilizações do Nilo. Contudo, houve a necessidade de se estabelecer a representação de ideias, cada vez maior em nível de complexidade, em uma única representação conotativa. Nascia, assim, a simbologia esotérica, onde pequenos sinais e figuras justapostas desafiavam indicavam padrões do avanço da compreensão humana dentro das perspectivas da semiótica.

 

       Para maior organização dos símbolos mais comuns na literatura esotérica, resolvemos seguir à ordem alfabética, facilitando qualquer futura consulta individual.

 

 


 

                                     A Ankh ou Cruz Ansata.

 

        É um antiquíssimo símbolo egípcio que faz conotação com à imortalidade. O aro superior representa a eternidade cíclica, que os antigos personificavam através do Sol em seu "eterno" sequenciamento, sobre uma trave horizontal, representativa do horizonte e, abaixo desta, uma trave vertical, que alinhava o caminho do sol em relação ao mundo visível. É o sol espiritual cíclico, regente da vida, muito além da materialidade. A vida eterna que se estabelecia entre as sucessivas existências, o elo indelével entre o homem, inferior e à divindade superior, com a qual está eternamente conectado. E tal conexão se estabelece inteiramente neste símbolo, onde, a vida física na terra, estaria sob a divina regência de uma vida eterna acima das perspectivas humanas. Por isso a Ankh era também conhecida como a "chave da vida", conferindo proteção, sabedoria e fertilidade a todos aqueles que portassem o sagrado objeto de conexão divina.

 

 

 


 

                                  BAPHOMET.

 

        Aparentemente este símbolo sugere um demônio, algo assustador à primeira vista. E talvez seja esta sua intenção para com os leigos, porém, não com os iniciados nos mistérios do ocultismo, simplesmente porque Baphomet é uma imagem cuja simbologia remete à cabala, a alquimia, a astrologia e o hermetismo. É uma das mais ricas simbologias em todo contexto esotérico, riqueza esta que repele todos aqueles que desconhecem seu verdadeiro significado, que se assombram diante da figura, sem dúvida, execrável, para todos aqueles que ainda vivem sob a sombria atmosfera da idade média. Atmosfera esta, muito mais horripilante que esta magnífica representação da sabedoria essencial à elevação das consciências.

        A própria palavra "Baphomet" provém de uma sequência hebraica, a "Atbash", uma codificação cabalística da qual extraímos a palavra grega "Sophia", cujo significado é a sabedoria.

 

        Em sua cabeça poderemos notar as características de três animais: o bode, o touro e o chacal, e cada um deles faz referência a determinado princípio alquímico. O chacal, figura de Anúbis, representa o esperma dos metais, precisamente mercúrio. O touro, elemento terra, representa o sal; e, finalmente o bode, enceta a figuração ignea, o enxofre. Aqui temos o enxofre, o sal e o mercúrio, os três princípios alquímicos sob a tocha, que representa a luz e a sabedoria divina essencial à Grande Circulação.

        Aquilo que, aparentemente, nos assalta à primeira vista como dois chifres, são, na verdade, os pilares da severidade, à esquerda, e o da misericórdia à direita, e, a própria tocha como o pilar do equilíbrio, do centro da Árvore da Vida; o influxo do tempo e da matéria da Sephirah de Binah; a energia e o espaço da Sephirah de Chokmah, e a suprema consciência da Sephirah de Kether, respectivamente.

        À sua direita vemos a lua branca, a Sephirah de Chesed, em sua visão magnânima de amor, a primeira manifestação da Árvore como Microprosopos, o universo em sua manifestação. Abaixo, à esquerda vemos a lua negra, representando a Sephirah de Geburah, em sua força e severidade, Júpiter e Marte, respectivamente, sob suas atribuições benéfica e maléfica.

        Observamos o pentagrama em sua testa, e notamos que não está invertido, representando o domínio do espírito sobre os quatro elementos da materialidade, neste contexto se estabelece como a estrela da manhã, aquela que desponta ante nossos olhos no céu das primeiras luzes, o planeta Vênus, representação dos sentimentos, da arte e da atração.

        As pernas cruzadas representam o entrelaçamento do espírito à matéria, que se processa na dimensão evolutiva da Sephirah de Malkuth.

        Observamos seus braços, um indicando o céu, outro indicando a terra, o princípio hermético da correspondência: "Aquilo que está em baixo é igual àquilo que está em cima"; o microcosmo em sua sagrada correspondência ao macrocosmo. Nestes mesmos braços vemos transcritas as palavras "solve" e "coagula" — A dissolução da luz astral, no braço apontando para cima, e a coagulação no plano físico, todo o processo da co-criação, o poder da concretização física através da plasmação astral, a manifestação física que se consegue através da mentalização — o grande poder do Kryiashakty.

        Observemos as escamas em seu ventre, o domínio sobre o princípio aquoso, o emocional, as asas, o domínio do espaço aéreo, a racionalidade; os pés de bode, o domínio da terra, a percepção; e o fogo sobre a tocha, o domínio ígneo, a intuição.

        Vejamos agora os seios. Nesta configuração se estabelece o princípio da androgenia, o sequenciamento espiritual que denota aquele que se situa acima do gênero, este mesmo gênero peculiar apenas ao plano físico e às entidades que ainda permanecem a ele ligado.

        Baphomet está em parte vestido e em parte nu. Sua vestimenta representa a perspectiva física, transitória quanto uma roupagem, da qual se veste o espírito em cada veículo de manifestação na diversidade dos mundos.

        O falo de Baphomet é o caduceu, o qual veremos especificamente mais adiante, embora neste contexto possa sugerir o Nadi Sushuma, que desperta no Chakra raiz Muladhara e ascende na ativação dos Chakras em sua sequência superior.

        Ele se assenta sobre um cubo, e este cubo jaz sobre uma esfera. O cubo, como podemos concluir, representa o quaternário, o mundo material da Sephirah de Malkuth, a esfera o universo, a totalidade, a suprema divindade imanente no todo, no qual todos os mundos se interpenetram.

        Toda esta simbologia faz de Baphomet a mais bela representação dos grandes mistérios do universo. Definitivamente não é um ser, nem qualquer outro tipo de entidade, mas uma simbologia, que rejubila os sábios, desafia os negócios e afugenta os covardes ainda presos às mais limitantes das crenças.

 

 

 


 

            O Caduceu.

 

        Também conhecido como o Emblema de Hermes, ou Caduceu de Mercúrio, vem ser um bastão alado, com um globo dourado em sua extremidade superior, entrelaçado por duas serpentes que se encaram frontalmente logo abaixo de suas asas.

        A serpente à esquerda do bastão representa a vida sob o direcionamento do livre arbítrio, cujo nome é Odi. A serpente da esquerda do bastão representa a vida sob seus aspectos kármicos, resultante do livre arbítrio pretérito os quais fazem seu direcionamento através do destino previamente estabelecido, e seu nome é Obi. O globo dourado, cujo nome é Aur, representa a luz do equilíbrio, o domínio da suprema consciência.

        O sentido esotérico deste símbolo está no perfeito equilíbrio advindo da sabedoria e da elevação dos níveis de consciência, onde se ascende a energia telúrica do Kundalini, seguindo seu caminho através do pilar ascensional. As serpentes, em disposição oposta, configuram a analogia dos contrários, que se assomam para estabelecer o equilíbrio do dinamismo essencial à "vida".

        O Caduceu é sempre muito confundido com o Bastão de Asclépio que é simplesmente uma cobra entrelaçada a um bastão, a qual é o símbolo da cura alicerçada na simbologia da renovação, pois a cobra se renova constantemente em sua troca de pele; e o bastão representa o tronco central da árvore da vida, o pilar do equilíbrio que dá sustentação a todos os propósitos estabelecidos em conformidade com a sabedoria. O Bastão de Asclépio tornou-se o símbolo da medicina, pois Asclépio era o grande terapeuta, aluno de Quiron. O Caduceu se associa ao próprio Hermes, o mensageiro dos céus, contando a integração, o intercâmbio, e por isso o comércio e todas as atividades a ele relacionadas, como as ciências contábeis.

        O Caduceu também foi conhecido, na remota antiguidade, como o Bastão dos Arautos, ou seja, a representação da própria eternidade, pois as serpentes se entrelaçam formando o número oito, as forças antagônicas que estabelecem o eterno movimento da dinâmica cósmica, na verticalidade que se ascende ao "retorno", o caminho místico da unidade suprema.

 

 


 

                             Círculo.

 

        O círculo é um dos primeiros símbolos utilizados pelos seres humanos para estabelecer conexão entre a concretude e o abstrato. Expressava todas as direções a partir do ponto central, no caso o ser humano e todo o seu derredor, até onde alcançava a sua visão, estabelecendo a ligação entre o homem e a divindade, e com ela, todos os ciclos que regem a vida: o dia, a noite, as estações, o Sol, a lua, o movimento dos astros, e o próprio ciclo da morte e do nascimento.

        É fácil notar, nos antigos monumentos do período paleolítico, as formações circulares, sempre ligadas aos fenômenos astronômicos; nos tempos em que a astrologia e a astronomia em nada se diferenciavam. Tanto que toda a eclíptica das "estrelas fixas" foi disposta em um círculo, que denominamos Zodíaco.

        O ciclo não simboliza apenas a eternidade cíclica do universo, simboliza o movimento, o tempo, a expansão. O ponto dentro do círculo representa a origem do universo, o "Ovo Primordial".

        A célebre frase: "_Deus est sphaera infinita cuius centrum est ubique, circumferentia nusquam_”, ou seja:  “Deus é uma esfera infinita, cujo centro está em toda parte e cuja circunferência não está em lugar nenhum”.— Disse Santo Agostinho repetindo Empédocles. O círculo, pois, sugere a divindade, seja em sua eterna trajetória cíclica, seja na sua infinita expansão a partir de cada ponto.

 

 



 

 

                                  A Cruz

 

         A simbologia da cruz reside conjugar os opostos, externando a adesão dos contrários, na grande poder  subjacente às forças antagônicas. A trave vertical pode ser tomada como uma polaridade masculina, a trave horizontal como uma polaridade feminina. Utilizei o verbo "poder" justamente porque cada trave representa polaridades opostas, como o positivo e o negativo, o superior e o inferior, o sol e a lua, o ativo e o passivo, a vida e a morte, o espírito e a matéria. Representa a chave da polaridade, e, por esta razão, em inúmeras ritualísticas é utilizada como ancoragem de bloqueio.

        Como uma intersecção entre dois segmentos, estabelece simboliza o sequenciamento restante, por esta razão que se diz "cruzamento", quando duas características distintas se unem para estabelecer a resultante desta união. Mesmo em determinados rituais, a encruzilhada de caminhos representa um forte ancoramento de manifestações extra físicas, estimuladas pela força arquetípica alicerçada na dualidade espírito e matéria.

        A Cruz, em seu sentido mais profundo, representa a androgenia dual consistente às ocorrências de toda a fenomenologia natural, e sob este prisma, representa o homem ascenso em sua auto realização, o qual, crucificado em seu ego, renasce como Ser na unidade sagrada da plenitude existencial.

        A cruz também representa o quaternário misterioso, os quatro reinos: em sua totalidade representa o substrato mineral, em sua haste vertical inferior o reino vegetal, a haste horizontal o reino animal, e, em sua haste vertical superior o homem em seu caminho evolutivo dirigido para o alto.

        Aqueles que pensam ser a cruz, exclusivamente, um símbolo cristão desconhecem a sua origem. Pois sua simbologia se perde nas brumas do tempo. Já era um símbolo muito comum nas primeiras dinastias do povo do antigo Egito; sendo utilizada também pelos fenícios, persas, medos, celtas, entre outros. E, por esta grande diversidade de culturas e povos, surgiram inúmeros outros símbolos derivados da simples intersecção de segmentos de reta. Dos quais dissertaremos a seguir.

 

 

 


 

                         A Cruz do Zodíaco.

 

        Vem ser uma cruz dentro do círculo, um antiquíssimo símbolo demonstrativo do caminho através do qual "o sol faz a sua viagem" através da eclíptica, passando pelas doze estações, ou signos. Ela divide o zodíaco em quadrantes, os quais representam os solstícios de verão e inverno, e os equinócios de outono e primavera. A Cruz Celta aparenta ser a mais próxima derivação desta, se apresentando como uma cruz com um círculo imediatamente atrás que lhe faz intersecção. Muito anterior ao cristianismo, a Cruz Celta remonta ao equilíbrio da existência em sua eternidade cíclica, assim como os quatro elementos em sua junção, essencial à vida física.

 

 

 

 


                         A Cruz Gamada ou Suástica.

 

        A Cruz Gamada apresenta sua conformação em uma cruz cujas extremidades são dobradas em sentido horário ou anti-horário, em suas variações, formando um ângulo de 90° com seus eixos principais que surgem do centro, estabelecendo perfeita simetria. Ela representa, em sentido geral, o movimento cíclico das existências, e a plenitude de vida no sentido de sua regeneração.

        É um símbolo extremamente antigo, e seu nome deriva da palavra sânscrita "svtika", cuja significação é "bem estar". Foi inspirada nos movimentos cíclicos do sol pelos povos indo arianos, há mais de sete mil anos, por isso é um símbolo amplamente utilizado no hinduísmo, no jainismo e no budismo

        A Suástica com os braços voltados à direita, no sentido horário, representa a polaridade masculina; em sentido anti-horário, com os braços voltados à esquerda, representa a polaridade feminina.

        É a representação dos eflúvios cíclicos dos renascimentos, indicando a constante  renovação através das sucessões das existências, indicando o sentido evolutivo do universo, seguindo a sequência do tempo nos caminhos da eternidade.

        Este símbolo de grande profundidade filosófica e religiosa, no entanto, é até hoje estigmatizado por inúmeras pessoas em todo mundo devido à sua utilização pelos nazistas, a pior e mais nefasta das ideologias já surgidas na história da humanidade. Os nazistas se apropriaram deste símbolo justamente por sua origem indo ária, utilizando-o como referência da identidade ariana e orgulho nacional da Alemanha Nazista. O essencial, no entanto, é ter em consciência que tal símbolo já existia há sete mil anos antes da formação do primeiro reino importante da Europa Central, e, em seu aspecto original e essencial, denota todo o equilíbrio da regeneração cíclica, consubstanciado no dinamismo cósmico, na universal consciência que plasma as existências.

 

 

 


 

                           Cruz de Malta

 

        Também conhecida como Cruz de São João, é uma cruz na qual cada um de seus quatro segmentos divide em duas partes, formando um símbolo de oito pontas, ou quatro letras V, dispostas em cruz. Está associada com a Ordem dos Cavaleiros de São João da Ilha de Malta, os Cavaleiros Hospitaleiros. Simboliza as forças centrípetas do espírito. Suas oito pontas simbolizam as obrigações dos cavaleiros, a saber: ter a vida na verdade, ter a vida na fé, disposição ao arrependimento das faltas, perseverar na humildade, perseguir o senso de justiça, exercitar a misericórdia, exercer a sinceridade e suportar as provações.

 

 

 


 

                    Cruz Templária.

 

        Também chamada de Cruz Pátea, possui seus segmentos mais largos à medida que se distanciam do centro, tendo suas pontas bastante ampliadas, assemelhando-se a "patas", por esta razão o nome de Cruz Pátea.

        Seu formato mais comum é aquele que apresenta as pontas ligeiramente côncavas, especificamente utilizada pelos Cavaleiros Templários. Há também versões cujo formato das pontas é convexos, assim como inúmeras outras variações de pontas planas, triangulares (como a Cruz de São Jorge), algumas das quais o triângulo chega quase a fechar todo o espaço.

        A Cruz Templária tem sempre a cor vermelha representando a fé e a proteção. O centro representa a origem, o ponto inicial de toda a criação, onde reside toda força criadora, a síntese de todas as possibilidades o princípio da Emanação Divina, a partir da qual toda pluralidade será possível; a manifestação divina será a expansão deste ponto, traçada na cruz seguindo as direções do espaço.

 

 

 


 

                               A Cruz de Caravaca.

 

        Vem ser um crucifixo disposto com  duas barras horizontais, onde a barra horizontal superior, sendo a trave de cima menor que a trave de baixo. Assemelha-se e, até mesmo se confunde com a Cruz de Lorena, devido à enorme similaridade. A diferença, contudo, está na presença de dois anjos na porção inferior, um de cada lado, na Cruz de Caravaca. Simboliza a providência divina e seu conseguinte poder e proteção. Sua história envolve lendas e crenças asseveradas ao longo de sua longa história, que remonta desde o século XIII da era cristã, a qual tem seu nome derivado da cidade da Espanha na qual ocorreram os supostos milagres.

 

 

 

 

 


 

                            A Cruz e a Rosa.

 

        Símbolo da Ordem Rosacruz, onde a cruz representa a matéria, mais especificamente o homem, com os braços abertos em saudação ao sol, a luz maior em sua plenitude; e a rosa representa a espiritualidade, ou a unidade do homem em sua missão cósmica, a intercessão da materialidade e da espiritualidade, o mundo material e o espiritual. A linha vertical conduz ao plano superior, e a linha horizontal da cruz rrpresenta o reino animal, o plano dos instintos que o homem sobrepõe em seu caminho ascensional. A cruz representa o corpo físico, e a rosa, em seu desabrochar, o quanto o homem vai evoluindo nos caminhos da espiritualidade. A rosa é a purificação que desvanece os desejos carnais. A cruz traz em si o conhecimento, a rosa a sabedoria, polaridade masculina e feminina, na síntese dos elevados sequenciamentos.

 

 

 


                            Dharmachakra ou A Roda do Dharma.

 

        Evoluído à partir do hinduísmo, a Roda do Dharma foi se aprimorando até se tornar um símbolo quase que exclusivamente budista. Vem ser uma figura semelhante, ao mesmo tempo, a uma roda de carruagem e o timão das antigas embarcações, cujos raios variam de número. A representação no centro é muito variável. Possui, portanto, quatro porções distintas em sua configuração: o círculo que representa o Dharma, o "correto caminho"; a borda da roda que representa a atenção plena; o eixo que representa a disciplina consubstanciada na moralidade e os raios cujos significados variam segundo seu número. Quatro raios: as quatro nobres verdades. Oito raios, que é a representação mais usual: o caminho óctuplo do budismo. Dez raios: representa a abrangência de todas as direções. Doze raios: os doze elos da originação do budismo. Vinte e quatro raios é a figura chamada Roda de Assoka, por ser um dos monumentos edificados pelo grande rei, patrono do budismo no século II, e representa a libertação do Samsara, o ciclo das encarnações. Muitas vezes no eixo estão representadas três figuras preenchendo o círculo, que representam as três joias do budismo: Buda, Dharma e Sangha (assembleia ou ordem religiosa estabelecida no budismo).

        A Roda do Dharma é um símbolo muito utilizado para a concentração que precede os estados meditativos, comuns à religião budista.

 

 

 


 

                         O Dragão.

 

        A simbologia do Dragão envolve duas diferentes perspectivas, a ocidental e a oriental.

        No ocidente está relacionada ao maléfico, ao monstro aterrorizante, guardião dos tesouros e passagens para novas paragens. Seguindo a Bíblia observamos a figura do leviatã, a besta que batalha contra o bem na figura demoníaca daquele que se faz destruidor. Perfigura-se como um mal a ser enfrentado, a iniciação onde a derrota da negatividade se faz essencial para que sejam descortinados novos horizontes e novas sendas. Associado diretamente à serpente simboliza o mal vencido por Cristo, assim como o mal enfrentado por São Jorge, cavaleiro, destruindo sua própria negatividade encarnada sob tal estigmatizada figura traspassada pela lança. Ainda no ocidente pagão podemos vê-lo no mito germânico de Siegfried, na qual Sigurdo mata o dragão, no qual Fafnir havia se transformado para proteger seu tesouro.

        Na perspectiva oriental, o dragão é visto por uma ótica completamente diversa, simbolizando o poder divino, a harmonia dos contrários, a imortalidade e a própria sabedoria, como demostra Helena Petrovna Blavatsky na sua obra A Doutrina Secreta.

        Podemos ver nas lendas do oriente, o dragão, habitantes das grutas e profundezas da terra, ser também um animal alado, que voa pelos ares, simbolizando a harmonia dos contrários, a conexão dos opostos, que vive na umidade e exala fogo através de sua boca; podemos ver nestes aspectos a ação figurativa dos quatro elementos, tendo íntima relação entre o Yin e Yang na China, onde o diagrama é muitas vezes representado por dois dragões, um claro e outro escuro. Está presente nos brasões e bandeiras de alguns países, como o País de Gales na Europa e o Butão, na Ásia.

 

 

 


 

                           Eneagrama.

 

        Simbologia reverenciada por grandes nomes da antiguidade como Zoroastro e Pitágoras, e modernamente George Ivanovich Gurdjieff, mestre do denominado "Quarto Caminho" o qual considerava o eneagrama um mapa norteador.

        O eneagrama vem ser uma figura geométrica que, em seu aspecto geral, representa os nove padrões fundamentais da personalidade humana e suas interpenetrações.

        Tal símbolo, desenho gráfico de nove pontos, estampa três figuras que nos descortinam à visão: o círculo, o triângulo e a héxade (figura que surge através da ligação dos seis pontos do eneagrama 1,4,2,8,5,7). Cada uma dessas figuras revela uma lei universal.

        O círculo traz em si a lei da unidade, na qual encontramos a revelação cósmica de que “todos somos um”, dentro da realidade única na qual dispõe o universo.

         O triângulo nos revela a sagrada lei do três, onde a unidade em essência se faz em tripla manifestação; no macrocosmo: Pai, Filho e Espírito; no microcosmo: a ação, a razão e a emoção.

        A héxade traz em si a lei dos sete, que alguns mestres também chamam "lei das oitavas", e esta nos expõe todo o dinamismo essencial do universo, que, sob regências cíclicas, abomina o vazio, o estático e o retrocesso. Nela vemos os sete planos de existência, os sete veículos do espírito humano em seus corpos para cada plano e todo o processo evolutivo dos estados emocionais.

        O eneagrama é a junção destes três elementos e suas leis correspondentes, plasmando a integridade e a identidade sequencial resultante desta sagrada interação.

 

 

 


                                Escaravelho.

 

        É um antigo símbolo egípcio retratado nos templos, nos monumentos e tumbas, em muito dos quais aparece empurrando uma imagem do sol, assim como faz com o estrume. Era um talismã de sorte naqueles povos, pois ele renascia nas sombras, advindo dos dejetos, passando assim a simbolizar o retorno a vida.

        Sua imagem faz referência à ressurreição, e, de certa forma, à eternidade, pois suplanta a brevidade da vida. Mas imagens que aparece empurrando o sol, mostra sua correspondência com esse astro, o qual, assim como o inseto, nasce por si mesmo, surgindo das sombras externando vida e força. Indicando as forças criativas, nos sarcófagos, plasmava a configuração da vida, a saudação à existência, que a morte era incapaz de conter, ressurgindo à luz na eterna novidade de cada existência.

 

 

 

 


 

                 A Esfinge.

 

        Um dos mais antigos monumentos da humanidade relativamente bem preservado, a esfinge da Gizé, construída no antigo Egito sempre intrigou o homem. É este monumento a representação característica da esfinge sob os moldes egípcios. Embora muitos autores citem a existência de quatro animais diferentes, touro, leão, águia e homem, representando o quaternário, e Esfinge, como a conhecemos, nas proximidades das pirâmides possui o corpo de um leão com a cabeça humana, simbolizando o poder e a realeza. Adentrando em maior profundidade na mística do país de Mizrain, sua simbologia reflete o mistério, o sagrado e a própria sabedoria.

        Alguns autores acreditam que a esfinge egípcia seja uma variação importada da esfinge grega, suposição que humildemente discordo, pois a civilização egípcia é comprovadamente muito mais antiga que a grega, e acredito ser muito mais provável a situação inversa.

Na versão grega a esfinge possui uma conotação destrutiva, apresentando corpo de leão, asas de pássaro e rosto feminino, e simbolizava a tirania e a destruição, como podemos ver nas lendas onde Édipo, filho de Laio, decifrou o enigma, libertando a cidade de Tebas de sua maldição.

        Como podemos concluir a simbologia de intrincada conotação esotérica que muitos atribuem à esfinge, aparentemente, está amparada muito mais no caráter imaginário que em algum aspecto místico.

 

 

 


                             Espiral Tripla. (Triskle).

 

        Também chamado de Triskle Celta, evoca o princípio animista da religiosidade celta, o qual condiciona toda existência aos princípios energéticos que geram os mundos através das sequências espiraladas de propagação. Sua simbologia está relacionada às fases da vida: a criança, o adulto e ao velho, e, especialmente no sexo feminino: a virgem, a mãe e a velha. Faz dessa forma a conotação com os ciclos da existência, a vida, a morte e o renascimento, assim como também a mente, o corpo e o espírito.

 

 

 

 


                     Estrela de David.

 

        Conhecida em hebraico pelo nome "Magen David", em hebraico "escudo de David", remonta o período da formação do Reino de Israel, permanecendo como símbolo nos escudos mesmo após o cisma das doze tribos, presente na tribo de Judá, fiel à dinastia do Rei David. Está presente, até os dias de hoje, na bandeira do Estado de Israel, fundado nos finais da década de quarenta.

        É constituída por dois triângulos sobrepostos, e sua conformação por base triangular segui a sequência das letras hebraicas que formam o nome de David, o "Dalet", o "Vau" e o "Dalet", os três pontos dos quais surge o triângulo.

        O triângulo superior significa a divindade, uno em essência e trino em manifestação, o triângulo inferior representa o homem, em corpo, alma e espírito; e a sobreposição na qual ambos formam a estrela, o homem aderido à divindade, na sua plenitude do ser, a união entre o céu e a terra.

        Os doze lados da estrela representa as 12 tribos de Israel, o número doze, do equilíbrio, da justiça e da elevação, cuja soma cabalística é 3, novamente os pontos que formam o triângulo. Nela podemos ver os quatro triângulos representação dos quatro elementos: a água, a terra, o fogo e o ar, assim como toda a sequência da árvore da vida (Cabala), onde o topo pergunta a Sephirah de Kether.

        Cada um dos seus seis pontos possuem uma referência simbólica, iniciando pelo vértice superior, em sentido horário: misericórdia, justiça, bem, verdade, amor e perdão.

        Ocorre muita confusão entre a Estrela de David e outro símbolo hebraico, o Selo de Salomão, os quais, apesar das explícitas similitudes, possuem algumas diferenças, que veremos logo mais adiante.

 

 

 


                              A Estrela dos Magos.

 

        A Estrela dos Magos é também chamada Heptagrama. No entanto, existe a representação, conforme a figura acima, muito utilizada na literatura e ordens esotéricas, que difere da figura geometrizada específica do Heptagrama, à qual por motivos didáticos, resolvi expor separadamente. Certamente Heptagrama e Estrela dos Magos são nomes diferentes para o mesmo símbolo, mas devido às representações distintas resolvi dissertar separadamente cada uma delas. Esta primeira exponho com o nome de Estrela dos Magos, a segunda Heptagrama, como será fácil de notar, são as mesmas figuras, porém dispostas sob simbologias distintas.

        Representa o homem em seu estado de perfeição, o ser resultante da redenção plena dos caminhos ascensionais.

        Em seu ápice está a representação da cabeça, as pontas superiores laterais, esquerda e direita, seus membros superiores, os braços; as pontas laterais inferiores, as pernas em sua simetria.

        No círculo localizado exatamente ao centro é representado o coração, o propulsor da vida, a qual irradia para todo o perímetro adjacente. A vida, que deste ponto é emanada, revela em si a própria existência, o fundamento do ser, cuja expressão "Eu Sou" referenda a realidade de ser, estar e vivenciar.

        A ponta apical, de matiz amarelo dourado, direciona-se ao Sol e representa a vontade, essência do livre arbítrio, que consagra o aspecto do aprimoramento.

        A ponta superior à direita de cor avermelhada, faz equivalência ao braço e à mão direita, à destra dirigida a Marte, o planeta que irradia a força e a vitalidade energética.

        A ponta superior esquerda apresenta a tonalidade esverdeada, correspondendo aí braço esquerdo e à mão esquerda dirigida a Vênus, o planeta que inspira beleza, amor e sua consequente atração.

        A ponta inferior à direita possui matiz amarelada, e faz correspondência à perna direita; dirige-se à Saturno, o planeta que tipifica a experiência, conforme demonstra a figura.

        A ponta inferior à esquerda de cor violeta corresponde à perna esquerda, e se direciona a Júpiter, o grande benéfico da elevação e consequentemente ação.

        Do centro saem pequenas pontas com as palavras Harmonia, Amor, Verdade e Justiça, atributos da divindade imanente.

 

 

 

 


 

                           A Estupa.

 

        Símbolo budista que remonta o período anterior ao próprio budismo. Sua estrutura completa representa o próprio universo. Vamos tratar exclusivamente da Estupa geométrica, da qual derivam todas as expressões arquitetônicas e esculturais da cultura budista. A base da figura é um cubo, representado na maioria das vezes de cor amarelo ouro, o qual representa o elemento terra. Sobre este cubo há uma circunferência, geralmente de cor branca, simbolizando o elemento água; esta é encimada por um triângulo, comumente vermelho, expressão do elemento fogo, que, por sua vez tem acima um meio círculo, ou a "crescente",  assemelhando-se a uma tigela, cujas representações variam desde o preto até o cinza claro, que simboliza o elemento ar. Sobre esta aparente tigela, vemos a imagem de uma "gota", de cor normalmente azulada, que representa o éter.

        A sua base (material) está conectada ao pináculo (essência espiritual), por uma linha imaginária em seu interior, o "eixo cósmico", a interpenetração ou conexão entre todas as realidades, que traz subjacente a essência primordial da própria existência.

 

 

 

 


                       Flor de Lótus.

 

        É seguramente um dos mais belos símbolos, tanto no hinduísmo quanto no budismo. Sua representação, paradoxalmente, evoca a simplicidade explícita na beleza de uma flor que surge dos lodaçais, quanto na metafísica espiritual dos ciclos ascendentes da transformação. Toda beleza e perfeição que surge a partir do caos, contrastante com sua aparente origem nas águas pútridas. É a centelha divina imanente em todas as coisas, na sua manifestação espiritual de beleza, grandeza e luminosidade.

        O símbolo tradicional da Flor de Lótus tem sua representação estampada em oito pétalas, que se relacionam com as oito direções do espaço. Seu substrato são as águas turvas, que representam os graus primitivos, instintivos do individualismo, que, seguindo os caminhos da luz, do amor e entendimento, renascem através da transformação rumo à divindade, cuja flor autentica a pureza deste elevadíssimo nível de elevação. É o símbolo da harmonia cósmica deflagrado a partir no nascimento do novo ser, a partir da "morte do ego", nas turvas águas da ignorância e da ilusão.

 

 

 

 


                            Heptagrama.

 

        Fiz, para estabelecer melhor didática a distinção do heptagrama com a Estrela dos Magos, devido à diferença que existe no delineamento das duas variações que surgem sob duas formas distintas na literatura esotérica, conforme expliquei anteriormente.

        Heptagrama é uma estrela de sete pontas, também chamada por alguns de Estrela dos Elfos. Sua conformação e até mesmo seu próprio prefixo "hepta", demonstram que esta figura está diretamente relacionada com o número sete, o setenário e suas correspondências esotéricas.

Suas pontas possuem correspondência direta com os sete "planetas" visíveis a olho nu do zodíaco. Sua cúspide superior se relaciona ao Sol, o astro rei que comanda todo o sistema, seguindo em sentido horário teremos vênus na segunda ponta, mercúrio na terceira e Lua na quarta; vindo Saturno logo na quinta, Júpiter na sexta e finalmente Marte na sétima ponta.

É utilizado na astrologia para esquematizar os planetas regentes de cada ciclo e de cada ano.

        Suas correspondências relacionam-se com os sete planos de existência, os sete corpos, veículos do Jivatman para cada plano, sete dias da semana, sete direções sagradas, sete cores do arco-íris, sete notas musicais e todo setenário em suas mais diversas expressões surgidas a partir do ternário.

 

 

 


                            Hexagrama Unicursal.

 

        Trata-se de uma estrela de sete pontas, a qual pode ser grafada de forma contínua, com linhas contínuas entrelaçadas umas sobre as outras, diferente do hexagrama que se configura como a conhecida Estrela de David, formada pela sobreposição de dois triângulos em disposições contrárias e por isso o nome unicursal.

        Na magia possui a nítida função de barreira energética, por ser estabelecida através de uma única linha, que confere unidade e força inexpugnável, dentro dos princípios da ancoragem nos rituais de magia. Representa as forças do microcosmo em perfeito entrelaçamento com as forças macrocósmicas na inabalável estruturação da unidade. É utilizado na magia thelêmica, porém, com o acréscimo de um pequeno pentagrama, ou um trevo de cinco folhas no seu centro.

 

 

 

 

 

 


                       Lingam.

 

        Símbolo da sexualidade e da potência masculina, é, no hinduísmo a representação de Shiva, por isso chamado Shiva Lingam, cuja significação, em sânscrito, vem ser "marco", ou "signo". Seu uso religioso remonta os tempos da cultura védica, há mais de três milênios anteriores à era cristã.

        Trata-se de um pilar com a ponta arredondada, representando um fluxo de energia advindo do órgão genital, em ereção, de Shiva, muitas vezes sobre o Yoni, representação do órgão genital feminino da deusa Parvati, consorte de Shiva.

        Por se tratar de um símbolo fálico, causou repulsa aos primeiros ocidentais em contato com a civilização hindu, no entanto, o falo sempre simbolizou a fecundidade e a potência presente na natureza, longe de qualquer conotação pornográfica ou mesmo estimulante à sexualidade. É visto muito mais através do estímulo procriativo que ligado à lubricidade.

 

 

 

 


                            A Lua Tripla ou Triluna.

 

        Advinda da cultura celta, embora sua utilização seja recente, surgida principalmente com o advento da Wicca e outros movimentos neopagãos, representa a unidade existente nas fases da Lua, porém não as quatro fases, e sim três: a crescente, a cheia e a minguante; fases estas que fazem correspondência aos ciclos da vida, personificada no que se denominou "deusa tripla" cuja divisão vem ser a donzela, a mãe e a anciã.

        O símbolo consiste em uma lua cheia, em formato de círculo, ao centro, tendo à sua direita a lua crescente e à sua esquerda a lua minguante, intimamente ligadas.

        Sua simbologia está relacionada com a polaridade feminina e seus aspectos de transformação correspondentes às transformações da lua, que toma diversas formas através dos seus ciclos de lunações.

        A crescente, donzela, representa a promessa de novos caminhos e perspectivas, em toda expansão presente no entusiasmo das primeiras experiências.

        O plenilúnio, a mãe, representa a maturação e toda fertilidade procriativa, externando o respeito, o poder e a determinação.

        A minguante, anciã, representa a sabedoria, o dever cumprido, a realização e o preparo para a finalização de um ciclo.

 

 

 


                                 Mão de Fátima.

 

        Também Hansá, no hebraico, e Chansá do árabe, são um símbolo comum tanto no judaísmo e no islamismo. É um símbolo simétrico, com o anular ao centro sobressaindo aos demais, tendo o indicador e o anular com as mesmas dimensões e o polegar e o mínimo também do mesmo tamanho.

        Comumente possui um olho no centro, mas também existem inúmeras versões com inscrições, em caracteres árabes ou hebraicos, com a Estrela de David, e outros desenhos que enfatizam seu simbolismo. O qual é utilizado contra a inveja, ciúme e mau-olhado.

        É muito popular no oriente médio e norte da África, onde, mesmo diante da proibição de amuletos, seu uso se propaga nos diversos países dessas regiões. O nome Fátima provém da filha de Mohamed (Maomé), esposa de Ali. Os judeus chamam-na de Mão de Miriam, em referência à irmã de Aarão e Moisés. 

 

 

 

 


                           Menorah.

 

        É uma designação hebraica cuja tradução é "lâmpada", "candelabro". Se configurando como um candelabro de sete hastes, respeitando uma simetria de três em cada lado de uma haste situada exatamente no meio, continuação do eixo central sustentáculo de toda a peça. Era colocado junto aí altar do incenso logo à entrada do sagrado recinto "santíssimo", conforme as orientações de Moisés.

       Juntamente com a Estrela de David, é um importante símbolo da nação judaica.

        A Menorah simboliza o homem que atingiu o estado da mortificação do ego, tornando-se um veículo da luz divina, é a imagem inversa de Adão em sua queda, pois reflete a luz do próprio estado de regeneração, e como tal assume o pleno desejo de doar, atestado pelo número sete, correspondente as sete Sephirot emocionais (Midot), que fazem correspondência ao Zeir Anpin, "a pequena face", o "rosto divino" revelado através de sua imanência. A Menorah vem ser, portanto, a doação da luz que se projeta do alto, até a humanidade, a vela central, em conexão com o criador.

 

 

 


                        O Octograma.

 

        É uma figura composta por dois quadrados, um deles em diagonal sobre o outro, formando uma estrela de oito pontas, também conhecida como a Estrela de Lakshmi, deusa do hinduísmo, a qual é representada em suas oito formas. Lakshmi provém da palavra sânscrita "Laksya", cujo significado vem ser "meta", "objetivo". É a deusa que representa a beleza, a pureza e a fertilidade. Cada uma de suas pontas simboliza as riquezas concedidas pela deusa, a riqueza monetária, a prosperidade, a vitória, a paciência, a saúde, a nutrição, o conhecimento e a família.

        Na análise simbólica de sua geometria, o Octograma, por se tratar de dois quadrados cem sobreposição, esquadrinha a dualidade, a polaridade masculina e feminina, o material e o espiritual, a luz e as trevas, entre os inúmeros princípios que regem as disposições contrárias. Os quadrados trazem intrínsecos todos os mistérios do quaternário, no qual podermos pronunciar os quatro elementos essenciais, os quatro pontos cardinais e todas as demais correspondências da dupla dualidade.

 

 

 

 


                                O Olho de Hórus.

 

        Também conhecido por Udyat, é um dos mais importantes símbolos do Antigo Egito, sendo um amuleto que resistiu aos milhares de anos que se passaram desde que se tem registro da primeira peça elaborada, seja em forma de pequenas esculturas, seja nos desenhos nas paredes. Segundo a lenda, Hórus ao retornar à vida em um novo corpo desejou fazer-se reconhecido, e trouxe em seu corpo sinais em forma de olho, como cicatrizes das lutas com Set.

        Simboliza a onipresença e a onisciência da divindade, um sinal de sabedoria concedido aos iniciados em várias ordens místicas iniciáticos, referendando um novo nascimento em correspondência aos sinais de Hórus. Em inúmeras ordens esotéricas de hoje, semelhantes àquelas do passado, é visto como um poderoso amuleto de proteção.

        Há uma profunda similaridade da disposição deste símbolo com o corte transversal anatômico da glândula pineal e suas adjacências, onde o canto esquerdo do olho seria a própria glândula, a pupila em grande similitude com o tálamo, o corpo caloso aparenta com a sobrancelha, a curva na extremidade com o bulbo e, na lágrima a hipófise. Em sua configuração alguns autores apontam os cinco sentidos dos seres humanos, porém, todas estas correspondências se encontram no âmbito das conjecturas.

        Ainda no campo das suposições, alguns autores seguem a proporcionalidade de suas seis partes, lado direito 1/2; pupila 1/4; sobrancelha 1/8; lado esquerdo 1/16; curva 1/32; e lágrima 1/64.

        Todo o Egito Antigo ainda está sob a atmosfera do mistério, na dificuldade das verdadeiras decifrações. Por esta razão, a certeza se perde diante das inúmeras conjecturas, cabe aqui registrar apenas seu aspecto relacionado ao renascimento e a proteção, baseado nas lendas e nos costumes que ainda perduram, respectivamente.

 

 

 


                                    O Olho que Tudo Vê.

 

        Também chamado Olho da Providência, é um olho inserido no interior de um triângulo equilátero ou em uma estrutura piramidal, do qual fluem inúmeros feixes de luz. Em conformidade com seu nome, este símbolo remete à divina providência, assim como o "olho de Deus" visualizando a humanidade. Teve, possivelmente, origem no Renascentismo no século XVI, como uma tentativa de expressar a divina providência.

        Na maçonaria prefigura-se como um lembrete, do Grande Arquiteto do Universo, explicitando sua vigilância.

        O triângulo traz em si o ternário, mais especificamente no âmbito cristão, a trindade na figura do Pai, do Filho e do Espírito Santo; o olho representa a onipresença divina, em sua imanente manifestação em todos os recantos do universo. Os raios são os influxos da providência divina presentes na grande aventura humana através de sua própria história.

        Este símbolo, no entanto, parece ter um forte atrativo para todos os tipos de teorias da conspiração, talvez por sua ligação com a maçonaria e outras possíveis sociedades secretas (como os Illuminati), assim como também sua presença na nota de um dólar, alimenta inúmeras histórias, lendas e suposições.

        Parece possuir alguma correlação com o Olho de Hórus, dentro da ótica cristã. A primeira aparição deste símbolo parece ser a obra do pintor renascentista italiano Pontormo, na obra intitulada "Ceia de Emaús", datada no ano de 1525.

        "Os olhos do Senhor estão em todos os lugares, contemplando os maus e bons", diz o livro dos Provérbios, capítulo 15, versículo 3, explicitando a universal presença divina junto à humanidade. Este símbolo, apesar da correspondência com outros similares mais antigos, possui nitidamente conotação judaico cristã, e, neste aspecto, a imagem parece expressar o mesmo versículo do livro dos Provérbios sem a necessidade de uma única palavra.  

 

 

 


 

 

                    Om.

        O mais importante de todos os mantras. É o som da própria criação, o sopro divino que se faz semente do universo que fecunda a existência. Presente nos outros mantras sagrados, imprime-lhes a dinâmica da vida, o hálito da existência e o espírito essencial a todos os sequenciamentos.
Sua sonoridade advém do ditongo "au" acrescido do sonido nasal do "m", por esta razão muitas vezes é descrito como "Aum" ao invés de Om propriamente, representando o absoluto, aquilo que não está submetido tanto ao tempo quanto ao espaço.
Consiste sei símbolo de três curvas, uma superior, duas à sua direita, uma sobre a outra formando um sinal semelhante ao número três, um círculo à esquerda que não chega a se fechar, e um ponto em seu ápice. A curva maior, a inferior à direita simboliza o estado normal de consciência, a curva a seguir sobre ela representa o estado de sonho, onde afloram os contatos astrais, a pequena curva de cima é o estado da inconsciência. O ponto significa o estado de consciência pleno, a supraconsciência. O semicírculo significa a ilusão, o "Maya" que nubla os caminhos do despertar para a realização.
É um mantra que produz elevadíssimas vibrações cósmicas, repelindo a negatividade, estabelecendo o equilíbrio da harmonia universal, por esta razão, é entoado antes e depois das práticas espirituais, assim como antes de meditações e relaxamentos.
O importante é frisar que seu próprio símbolo fala, pois é a representação da abstrata essência que engendra os mundos, o que confere energizações altamente positivas nos ambientes onde se faz presente.


 

 


                              Ouroboros.

 

        A raiz etimológica desta palavra é de origem grega, onde "oura" significa rabo ou cauda, e “boros" é um verbo com a significação de morder, engolir devorar, sendo, portanto, o "devorador da cauda".

        A imagem configura uma serpente, formando uma perfeita imagem circular, na qual sua boca engole a própria cauda.

        A primeira retratação que se tem desta figura remonta o segundo milênio antes de Cristo, no Antigo Egito, no segundo milênio anterior à era cristã. Contudo tal simbologia estive sempre presente em diversos povos e inúmeras culturas da antiguidade.

        Traz em si o ciclo de vida em suas transformações, os caminhos evolutivos tangenciando o infinito e a eternidade, as aparentes destruições e criações, toda a renovação nos ciclos eternos que regem o universo.

        Parece ter correlação com Quetzalcoatl, a serpente  emplumada dos antigos povos astecas da América Pré-Colombiana.

        Podemos afirmar, contudo, que Ouroboros simboliza a contínua trajetória da existência através da eternidade, os infinitos ciclos dos “manvântaras” e “pralayas”: os "grandes dias" e as "grandes noites" do universo que se perpetua através dos renascimentos.

 

 

 

 


                               O Pentagrama.

 

        O Pentagrama é uma estrela de cinco pontas. É o símbolo, sem sombra de dúvida, mais utilizado nos inúmeros sistemas mágicos existentes. Sua origem, contudo, permanece incerta. Segundo alguns autores os primeiros registros deste símbolo remontam mais de cinco mil anos na antiga Mesopotâmia. Sempre relacionado à magia, à mística e ao mistério, mantém sua correspondência tanto no âmbito mágico quanto no religioso.

        Simboliza a harmonia e o equilíbrio no aspecto geral, relacionando sua identificação com o divino, o celeste, o cósmico, tendo íntima correlação com o sagrado e o divino.

        Considerado pelos pitagóricos como um emblema da perfeição, como comprova o Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci, disposto em alinhamento com o pentagrama dentro de um círculo, em suas proporcionalidades, representa os cinco elementos que compõe o homem, o espírito em seu vértice superior, e em sentido horário, a água, o fogo, a terra e o ar.  O Espírito dominando a materialidade, em seu aspecto divino e ascensional, configurando como o próprio estado de iluminação, na mística simbologia universal.

        O Pentagrama Invertido, já possui toda disposição simbólica e energética contrária ao pentagrama em seu correto posicionamento. Significa o homem submisso às forças negativas, prisioneiro do próprio ego e escravo dos elementos, dos quais deveria assenhorar-se. Assume, através das pernas” voltadas para cima e da "cabeça" voltada para baixo a figura de um bode, do qual as igrejas fizeram a personificação do demônio e das hostes infernais. O verdadeiro demônio, admitido em filosofia, vem ser o próprio homem no seu apego ao poder, às posses e à materialidade, fazendo do ego seu deus, ao qual serve através da ânsia do desejo de ter, de possuir, em detrimento do espírito de fraternidade essencial à redenção humana. Conforme alguns autores eivados de sabedoria, o Pentagrama Esotérico foi criado

 

 

 

 

 


                        O Pentagrama Esotérico.

 

        Também chamado de Estrela Flamígera, tem sua formatação básica na própria figura do pentagrama descrito logo anteriormente. É uma chave para o trabalho interior, no qual reúne a cabala, o hermetismo, a astrologia e a alquimia. Traz em sua configuração a fusão da alma com o espírito.

        Conforme alguns autores eivados de sabedoria, o Pentagrama Esotérico foi criado pelo Abade Trithemius no século XV, mestre do grande Paracelso, e Cornélio Agripa, sendo que tornou-se amplamente conhecido através da obra do grande mestre Eliphas Levi, em sua obra clássica do esoterismo, Dogma e Ritual de Alta Magia, sendo posteriormente sofrido pequenas correções do mestre gnóstico Samael Aun Weor, que agregou ao símbolo o hexagrama, Estrela de David, substituiu a palavra "Eva" por "Jeová" e recolocou o cálice, ligeiramente inclinado para uma posição correta.

        Possui os sete planetas e suas correspondências nos sete metais, a saber: o ouro, o Sol; a prata, a Lua; o mercúrio, o próprio Mercúrio; cobre, Vênus; ferro, Marte; estanho, Júpiter e chumbo, o planeta Saturno.

 

        Podemos observar as palavras em letras hebraicas, como Tetragrama sagrado iod, he, vau, he, que formam a palavra Jeová; o Adam Kadmon, homem cósmico. Também a palavra Adam, a humanidade no microcosmo. A palavra Pachad, o domínio físico, emocional e mental.

        Podemos observar a letra alfa, simbolizando o princípio de toda a criação. O ômega, que representa a realização da grande obra completada. Os números em sequências 1,2 e 1,2,3; números que fundamentam a grande obra cuja soma cabalística é igual ao nove, o número que contém todos os números, que representa o homem.

        Abaixo do Pentagrama vemos a espada, elemento fogo, que representa a defesa psíquica.

        Sobre o braço esquerdo vemos o cálice, elemento água, que simboliza o Graal Crístico, sacrário sagrado do sangue da eterna aliança.

        Sob o braço direito vemos o hexagrama, elemento ar, do qual já dissertamos.

        Podemos ver lateralmente o cajado, elemento terra. Todas estas figuras têm representação nos elementos, servindo de proteção ao magista.

        O olho representa a onipresença divina. O Caduceu de Mercúrio representa síntese da grande obra assim como o despertar do Kundalini.

        Circunscrevendo o pentagrama vemos o tetragramaton o nome sagrado impronunciável além do âmbito ritualístico, mantra de grande poder no sacerdócio mágico.

        Através deste símbolo pode ser efetivado o domínio sobre os elementais dos sub planos astrais, e que também faz repelência a toda energia maléfica de negatividade. 

 

 

 

 

 

 

 


                        Pentáculo.

 

        Pentáculo possui similitude em sua forma escrita com os Pantáculos, e em sua forma geométrica com o pentagrama. Enquanto os Pantáculos vem ser os infindáveis símbolos de natureza mágica da mais ampla diversidade, o Pentáculo assemelha-se a um pentagrama inserido em um círculo, muitas vezes na firma de um amuleto pendente, do grego "pentaculum". Pentagrama já provém de outra palavra grega, o "pentagramon".

        É, portanto, uma estrela de cinco pontas no interior de um círculo.

        Assim como o Pentagrama, possui correspondência com os cinco elementos, e, por estar inserido dentro de um círculo, possui conotação com os ciclos que transpõem a eternidade, os ciclos da natureza que dinamizam o aspecto sequencial dos elementos nele inseridos. É, dessa forma, um gerador e captador de energias mágicas, e, por esta razão, utilizado para energizar e consagrar seres e objetos. Embora possua ligação com todos os elementos, nele se evidencia o elemento terra, devido à sua circunscrição, neste sentido é também utilizado para o descarrego das energias densas, formalizando processos de purificação.

 

 

 


                            Selo de Salomão.

 

        Representa-se por dois triângulos entrelaçados. Diferentemente da Estrela de David, a qual é formada por dois triângulos sobrepostos, significa Deus em seu aspecto criador e sua perfeição, diferente da Estrela de David que significa a união dos opostos, homem/Deus.

        É utilizada para afastar entidades e energias negativas, assim como também para exercer domínio sobre entidades não humanas do plano astral. Segundo a lenda, Salomão possuía em seu anel este selo, com o qual exerceu domínio sobre os 72 espíritos da Goétia.

        Este Selo também simboliza as transformações na "grande circulação" dos processos alquímicos.

        O Selo de Salomão é, na verdade, muito anterior ao próprio rei, filho de David. Uma herança dos patriarcas, desde Abraão, chegou ao período da realeza de Israel advindo da Suméria (Lembremos que Abraão, filho de Terá nasceu na cidade de Ur, na Mesopotâmia). Os segredos contidos no selo foram revelados a Salomão através da iniciação nos mistérios cabalísticos. A meditação neste selo, onde as linhas se entrelaçam sem perder a unidade, comunga aspectos transcendentes que elevam o ser à supraconsciência, daí o domínio sobre a luz astral e as energias primordiais. Sua linha que ininterruptamente serpenteia formando a estrela, é a ancoragem psíquica e espiritual que, após o afloramento do Eu superior, comunga sua essência com o Criador, em sua unidade essencial. Neste aspecto todo o poder sobre as emanações se faz presente, na indissociável unidade que íntegra toda a natureza universal.

 

 

 


                        Selo - Sociedade Teosófica.

 

        Acima do emblema vemos o símbolo, OM, cujo significado já foi explanado anteriormente. Sua posição, encimada no selo, simbolizando o absoluto, inaugurando uma nova perspectiva de devoção, pois simboliza a origem de todas as coisas, o som divino da criação.

        Logo abaixo vemos a Suástica, à qual também já adentramos em sua simbologia, revela o dinamismo dos caminhos cíclicos em um sinal de boa aventura nos caminhos que o ciclo descortina. O anel que circunda a Suástica representa o universo onde o sequenciamento promove a existência, a vida que viceja no eterno movimento. A Suástica inserida no círculo simboliza, portanto, o aspecto dinâmico do universo, sob o símbolo do Om que representa o imutável, a transcendência. O mundo das transformações está na dependência deste aspecto absoluto e imutável. O restante do selo traz em si os aspectos do mundo em evolução, seguindo os caminhos das transformações.

       Conectada à Suástica vemos o Ouroboros, também já visto no decorrer do texto, e representa a eternidade, sob os sucessivos ciclos das transformações.

        No interior do círculo da serpente está representado o universo em duas tonalidades de azul, onde estão representadas as densidades e as sutilezas. Sobre este fundo vemos o hexagrama, o Selo de Salomão, no qual o triângulo com o vértice para cima de cor clara simboliza o espírito, e o triângulo escuro representa a matéria, e o entrelaçamento representa a interdependência entre o espírito e a matéria.

        No centro da estrela vemos a Ankh, os seus pontos dos triângulos assomados à Ankh, que no contexto se faz também uma representação do espírito e da matéria em uma interação, da qual promove a geração de vida.

        Externamente ao círculo da serpente vemos o lema: "Satyan nasti paro dharma". Não há religião superior à verdade. Assim como todo o restante do símbolo vemos aqui a expressão da unidade, pois a verdade congrega, e ela está amém de "Maya", as ilusões que destoam da realidade suprema. A verdade é a suprema realidade, o Todo infinito e eterno.

 

 

 

 


                                Tetragramaton.

 

        Tetragramaton é uma palavra grega cujo significado é "conjunto de quatro letras", YHWH, o iod, he, vau, he. Letras hebraicas que formam o nome divino. Todas essas letras são consoantes, porém a pronúncia mais provável é Yahweh.

        Essas quatro letras formam um símbolo que preside um poderoso ancoramento espiritual que repele energias negativas, assim como também consagra, purifica e promove transformações.

        Sua tradução vem ser "Eu Sou", "Sou aquilo que sou" ( Ehyeh Asher Ehyeh) na resposta dada a Moisés no Monte Horeb, no livro do Êxodo 3, 14.

        A pronúncia deste nome sagrado é evitada pelos judeus, substituindo por Adonai, Senhor, inclusive nas leituras. Dessa maneira, o tetragrama sagrado se tornou um símbolo, as letras do nome de Deus, com todo o poder que emana de sua energia na força plasmada na própria fé.

 

 

 


                                    Triângulo.

 

        Ele é o símbolo da trindade divina em diferentes culturas ao redor do globo. Tem como base o número três, que simboliza a unidade e a perfeição. E, em decorrência deste número, faz correspondência a todo sequenciamento trino, como o corpo, a alma e o espírito, as esferas do reino de Aziluth: Kether, Chokmah e Binah, passado, presente e futuro, etc...

        O triângulo equilátero com o vértice voltado para cima representa a polaridade masculina, assim como o elemento fogo. Voltado para baixo, representa a polaridade feminina, e o elemento água. O triângulo equilátero com o vértice para cima e cortado por uma reta horizontal, representa o elemento ar; voltado para baixo, também cortado pela linha horizontal, representa o elemento terra.

        Faz também correspondência com as três virtudes teologais: a fé, a esperança e a caridade.

 

 

 

 


                         A Triquetra.

 

        É um símbolo utilizado no paganismo, e também no cristianismo.

Vem ser um tipo de estrela de três pontas, inseridas parcialmente dentro de um círculo, interligadas de maneira triangular sugerindo uma perspectiva de movimento.

        Sua origem remonta cerca de três milênios anteriores à era cristã, usada pelos povos indo-europeus, dos quais os celtas se originaram. Simbolizava, em sua origem, o céu, a terra e o mar. É uma representação cíclica do eterno em uma tríplice dimensionalidade.

         Possui também relação com a Triluna, e seus três aspectos da Grande Mãe, a energia criadora do universo, trazendo também o aspecto da interpenetração do trino na configuração da unidade, uma representação cristã da trindade divina, muitas vezes na configuração de três peixes unidos.

 

 

 


                        Yin Yang.

 

        Símbolo Tei-gi.

        Expressão do Taoísmo, o Yin e o Yang expressam a dualidade de tudo aquilo que existe no universo. Em sua conformação, mostra as duas forças essenciais opostas e complementares presentes em tudo que existe. O Yin vem ser o princípio passivo, feminino, frio e escuro; presente do lado esquerdo do diagrama, de cor preta. Yang é o complementar masculino, ativo, claro e quente; presente no lado direito do diagrama, e sua cor é branca.

        O círculo em seu interior denota a unidade, que na sequência cíclica, estabelece a conexão dos diferentes aspectos de uma única realidade, em seu dinamismo e perfeição. Um pequeno círculo negro está inserido no lado branco, assim como um pequeno círculo branco está inserido no lado negro, significando que o Yin possui o Yang, da mesma maneira que o Yang possui o Yin.

        Para os chineses o universo é composto por forças antagônicas, e a meta essencial é a busca do equilíbrio, tanto individualmente quanto em todas as relações com o meio. O conceito do Yin e Yang é revelado no I- Ching, onde se afirma que quanto mais saudável for o    indivíduo, mais equilíbrio energético este possui.

        Nada pode ser exclusivamente Yang nem totalmente Yin, pois cada qual possui uma parte de seu oposto.

        Uma das leis do Yin e Yang assim diz:

         Nada é estático no universo, tudo segue um dinamismo transformador. Isso é bom sempre ter em mente.

 

 

 


                               Yoni

 

        Yoni é uma palavra sânscrita cujo significado sugere "templo sagrado", "fonte de vida", "passagem divina"; diretamente relacionada com o órgão genital feminino.

        É a designação de vulva que recebe o Lingam amplamente descrito nos versos do Kama-Sutra.   É, portanto, o símbolo de Shakty, a polaridade feminina do Lingam de Shiva.

        É um símbolo essencial do sagrado feminino, representando o ventre da deusa onde a vida tem início, estabelecendo toda uma conexão com o sagrado e com a própria espiritualidade. Muitas de suas representações, especialmente na Índia, estão juntas ao Lingam.

        Sua origem, contudo, é bem anterior à florescente civilização indo-gangética, pois existem provas de que, desde o período paleolítico, é representada em inúmeras imagens simbolizando a fertilidade com seu potencial gerador e também a proteção advinda do aspecto progenitor que confere a própria doação de vida.

        Sua representação mais comum consiste em um triângulo invertido em cujo vértice inferior desenha-se uma vulva (as vezes como uma invaginação), ou uma flor, ou até mesmo uma espiral, podendo também ocorrer combinação destes vários elementos. Na antiguidade era comum a existência de um artefato, feito de pedra, no qual o Yoni recebia o Lingam onde eram friccionados, um contra o outro, cujo atrito produzia faíscas, as quais, junto à fragmentos de palha, produziam o fogo. 

 

 

 


 

                                Os Símbolos Menores.

 

        Estes símbolos, embora muito simples, são de fundamental importância em diversas áreas do ocultismo, seja na astrologia, na alquimia e outras áreas onde são necessários o conhecimento da representação simbólica de planetas, signos ou elementos. Mais do que sugestivos são estes indicativos, presentes em inúmeros tratados e obras, cujo desconhecimento prejudica grandemente a compreensão de seus textos repletos destes sinais.

        Na sequência acima poderemos ver: Áries,  Touro, Gêmeos, Câncer, Leão,   Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Aquário e Peixes.

        E também os planetas: Sol, Lua, mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno, Plutão, e outros elementos como Cabeça do Dragão, Cauda do Dragão, Parte da Fortuna, Parte do Espírito, Quiron e Lilith.

        Os elementos: Água, Terra, Fogo e Ar.

 

 

 

 

        São estes os símbolos mais comumente utilizados na literatura esotérica. Certamente existe uma infinidade de outros símbolos, os quais seriam impossíveis de que fossem expostos em um texto e mesmo em tratados específicos. Familiarizando com os símbolos principais, e de maior utilização, nossa percepção irá adentrar na essência e na significação presente nessas representações, e , com alguma análise e percepção poderemos decifrar muitos símbolos que possuem suas correspondências com as perspectivas esotéricas que compõem a ideia da grande diversidade existente na simbologia.

        Os sinais nos falam, assim como muitas outras disposições na natureza e nas circunstâncias nos falam, o que precisamos é ouvir as suas vozes e compreender suas mensagens. Lembremos que um símbolo é sempre uma faceta de ideias em maior complexidade, a matéria é o símbolo visível de outra realidade invisível. Compreendendo a visibilidade teremos acesso às ideias ocultas sob o véu misterioso das percepções. Deus se expressa através das coisas mais simples. A complexidade se revela através das compreensíveis analogias que descortinam segredos, arcanos e mistérios. Um dia compreenderemos que tudo é divino, na infinita unidade, tão simples quanto os ruídos do amanhecer que pronunciam a cíclica eternidade da "vida".

        Paz e luz.