terça-feira, 30 de janeiro de 2018

O CÍRCULO MÁGICO



    Muitos autores definem o que é um Círculo Mágico, explanam sobre seu significado místico e simbólico, demonstrando magnificamente a sua funcionalidade dentro da ritualística de inúmeros Sistemas Mágicos. Porém poucos são aqueles que investigam seu prospecto histórico. Tal contexto decorre, justamente, pelo fato de que a Magia faz parte da Religiosidade do gênero humano, e esta é inerente à sua própria natureza. Nos primórdios da racionalidade humana o recém-chegado da forma hominídea, o primordial Homo Sapiens, já possuía a cognição da existência de um ser superior, que comandava as forças da natureza, na qual ele próprio estava inserido. Até onde seu campo de visão alcançava definia seus espaços, sob os quatro pontos cardeais. Esse era o seu universo. Um universo que o circundava por onde quer que fosse, e isso fez com que concebesse a noção do “Circulo”. O mesmo círculo que os predispunham em torno das fogueiras, de onde provinha luz, calor e proteção. Dessa maneira  os primeiros seres humanos conceberam o Círculo como noção de divindade, e iniciaram sua primitiva religiosidade derivada desta noção. O Círculo simbolizava a compactação, a força, a união. E, unido a algo superior, o homem iniciou suas práticas religiosas, místicas e mágicas na vicinalidade desta figura geométrica, a qual começou a elaborar nas mais diferentes configurações.
    Quase todas as pessoas conhecem a megalítica estrutura pré-histórica chamada Stonehenge, no Condado de Whiltshire, mas nem todos sabem que tal monumento é, na verdade, um Círculo Mágico, símbolo da essência mística e religiosa da cultura céltica, por isso se presta às mais variadas interpretações e perspectivas. Assim como Stonehenge, há também pelo mundo, como Callanish Stones, Avebury, etc. Todos eles intimamente ligados aos fenômenos astronômicos, onde o microcosmo se integra ao macrocosmo, em uma disposição realística na qual a religiosidade se faz intimamente ligada à magia. 

    Os círculos Mágicos, portanto, são muito mais antigos do que se registram em muitas obras que os vinculam à idades mais recentes. Possivelmente é o símbolo mais antigo que o ser humano tenha forjado para lhe auferir uma ligação com o eterno, o infinito e o celestial. No nível físico o círculo delimita os lindes do trabalho humano, no nível espiritual ele complementa o espaço com o poder divino emprestado ao Homem.
    Antes de adentrarmos diretamente no significado e papel do círculo mágico se faz necessário saber primeiro quando este é utilizado, e em qual tipo de situação.  O círculo mágico é utilizado em diversas práticas onde estão envolvidas diversas modalidades de magia, as quais serão expostas nos parágrafos subsequentes, e, entre todas estas diversificações destaca-se a Magia Cerimonial, a qual, devido à sua complexidade, é de fundamental relevância detalhá-la preliminarmente.
     A Magia Cerimonial é a prática, através da qual se buscam os impulsos das potências invisíveis através das forças da própria natureza. Tais forças espirituais agirão conforme o desejo e o domínio que o operador apresenta sobre elas. Esta categoria abrange inúmeros sistemas mágicos, como o sistema Enoquiano, o Greco-Egípcio, o Salomônico, entre outros. A Magia Cerimonial se constitui através do rito e o ritual. Ambas as designações podem parecer sinônimas uma da outra, contudo, rito significa os elementos necessários para o cerimonial, isto é, cada objeto, assim como o posicionamento e a movimentação dos participantes, assim como suas gesticulações. Ritual é a parte onde ocorre toda a sonoridade, como os cânticos, as preces, as evocações, as invocações, assim como toda a palavra proferida durante a cerimônia.

    Algo importante para dirimir alguns equívocos entre os aprendizes de alta magia é a diferença entre invocações e evocações, como foram citadas parágrafo acima. Evocar consiste no chamado, na presença de determinada força apenas para dar suporte a determinado trabalho mágico, se prestando como coadjuvante no processo em questão. Invocar significa recorrer ao auxílio, cabendo às forças invocadas o papel principal ou fundamental no cerimonial de magia.
    Na Magia Cerimonial são utilizados os Pantáculos, e estes são os símbolos que possuem conexão com o mundo espiritual, os quais encerram dentro de si poderes fabulosos que sintetizam forças advindas da natureza, constituindo-se nas “armas” que são utilizadas no domínio e equilíbrio das forças que constituem nosso universo invisível.
    Os Pantáculos podem ser evidenciados como o Pentagrama, o Tetragrammaton, e, fundamentalmente, o Círculo Mágico. O qual possui papel fundamental nas operações de magia cerimonial. Há inúmeras maneiras de configurá-lo, e pode ser idealizado entre diversas ordens de magia, assim como também para os mais diversos objetivos. Mesmo nos mais antigos Grimórios, há uma diversidade enorme na sua elaboração, desde os mais simples traçados às mais complexas disposições. 

    Fundamentalmente o Círculo Mágico representa um arranjo simbólico do infinito e da eternidade. Pois como disse Santo Agostinho: “Deus é o círculo cujo centro está em toda parte e cuja circunferência não está em lugar algum”. Conforme tal citação filosófica, poderemos concluir que o Círculo Mágico é o esquema simbólico representativo da divindade em sua perfeição. E, por conseguinte, obter contato com Ela. O magista inserido no círculo representa, pois, o microcosmo em unidade ou comunhão com o macrocosmo. Portanto, muito mais que uma proteção contra forças indesejáveis, é o Círculo Mágico a representação da unidade do Homem com Deus, dentro da mais plena perspectiva de elevação do estado de consciência.

    Inserido no Círculo Mágico o magista, dentro desta perspectiva de união com o Todo, assume, simbolicamente, o poder e o controle sobre todas as demais forças da natureza, pois estas estão submissas à grande Consciência Universal, através da qual todas as coisas recebem existência e coesão. O magista está simbolizando Deus, e, tendo “Consciência” desta situação em que a plenitude lhe é dispensada, ele terá influencia sobre seres, forças ou entidades de qualquer espécie, porém não estará restrito a uma mera influencia sobre essas forças, ele possuirá também autoridade sobre as tais. Ele terá poder sobre quaisquer formas espirituais que tenha conjurado.
    Desprovido desta Consciência que lhe outorga tal supremo poder, o magista perderá o controle sobre tais forças, e isto poderá desencadear uma série de eventos nefastos, não só para o mago operador, mas para todos os demais praticantes da ritualística. Pois o Poder da Vontade, efetivamente, determinará o sucesso de um ritual onde entram em contato com forças, as quais, nem sempre podem ser benéficas. Tal poder se consiste na consciência que o magista se apoia, conforme foi dita acima, assim como também em sua elevação espiritual. Pois muitos magistas, cuja essência da moralidade não se dignifica para assumir uma posição de harmonia com o divino, muitas vezes, ao invés de se tornarem “Senhores” dessas forças invocadas, acabam se tornando seus “Servos”. Situação na qual estão presos grande número de magistas, os quais muitas vezes nem se dão conta dessa infeliz perspectiva.
    Dentro do Círculo Mágico, no entanto, apesar de simbolizar o nosso mundo, estaremos fora do mundo profano e dentro do mundo dos iniciados, na qualidade de magista. Tudo o que é colocado no Círculo Mágico é potencializado, pois recebe uma força muito além daquela efetuada fora do círculo. Podendo ser tal força de peculiaridade cósmica, telúrica, etc... Rituais para oferendas, para pedidos e tantos outros são colocados dentro do círculo mágico porque em seu interior a própria ritualística estará potencializada, onde se estabelece uma forte canalização de energia, concebendo uma amplificação de forças necessárias ao pleno êxito do trabalho. Entidades perigosas não terão alcance àqueles que se encontram no interior deste círculo, não podendo desviar a ritualística de seu proposito.  O Círculo Mágico não estabelece proteção apenas ao seu derredor, ele estabelece um escudo de proteção como se formasse uma esfera, sob e sobre os participantes. Dentro do circulo o magista pode transformar as coisas fora deste círculo, assim como se determinou em seu interior.

    O desenho ou diagrama que o magista confere na elaboração de seu Círculo Mágico, sempre é determinado pelos conceitos filosóficos ou pela religiosidade do magista. Expressar a divindade através do circulo possui a subjetividade da consciência daquele que a elabora, a perspectiva de um mago indiano ou chinês é diferente daquela de um mago ocidental. Cada qual insere desenhos, símbolos e objetos aos quais possui, não somente a familiaridade, mas a fé que determina o Estado de Consciência essencial para assumir a condição de um representante da divindade.  Na construção do Círculo Mágico estão envolvidas as crenças, assim como também as ideias e concepções particulares do indivíduo que ele possui da divindade a ser simbolizada nesta figura geométrica. Da mesma maneira todo o próprio  ritual, deverá ser estabelecido dentro das  concepções do magista que o preside, adequado completamente a um sistema onde estão envolvidas as bases filosóficas e religiosas que sustentam a sua fé. Cada qual elabora seus procedimentos de acordo com a concepção da harmonia, do amor e da verdade que dispõe, e isto avultará a disposição inexorável para seu efetivo desempenho.

    Portanto, cada magista possui a liberdade para acrescentar dentro do Círculo Mágico diagramas das mais diversas formas, representativos das forças nas quais reside a sua crença, assim como nomes divinos ou de hierarquias das mais diversas categorias. Ele elabora seus prospectos para consolidar a fé em seu ser, para que não ocorra falha alguma no esquema estabelecido que substancia a plenitude da Força Viva em sua consciência. Dessa maneira o círculo, desde o mais simples até o mais detalhado, será efetivo de acordo com a consciência do magista. Consciência esta que deverá estar em inteira concordância com a concepção de Consciência que ele considera Cósmica, Divina e Suprema. Todo trabalho mágico deverá ter o seu suporte psicológico, além do filosófico, pois nele reside a fé, a essência primordial para qualquer tipo de crença, propósito ou religiosidade.  


    Existem magistas envolvidos com os mais diversificados sistemas. Alguns, quanto mais letrados, acrescentarão em seus prospectos um maior incremento de sinais e sigilos, assim como também maior aparato em sua ritualística, sempre direcionado ao suporte espiritual que determina sua consciência. Existem aqueles magistas que possuem um conhecimento e prática ancestral, e dentro de sua simplicidade elaboram simbologias e rituais de menor complexidade. Há, contudo, alguns que, embora profundamente intelectualizados, possuem elevada espiritualidade, a qual é suficiente para dar concretude à sua fé, e comungar sua própria consciência com a consciência universal. Este estabelecerá tanto seu diagrama quanto sua ritualística dentro da mais plena simplicidade, muitos dos quais traçam seu Círculo Mágico mentalmente, prescindindo de grafias ou esquemas. 

    Apenas como ilustração, na Magia Salomônica, por exemplo, o Círculo Mágico consiste em um círculo traçado feito juntamente com um triângulo de invocação, o qual deve ser sempre apontado para o Leste, onde o Sol nasce. Como se o Círculo mágico estivesse inserido dentro de um quadrado, sobre cada um dos quatro ângulos do quadrado (quadrado o qual não se desenha) se faz um pentagrama de Salomão, invertido. E é neste o local onde são colocadas as velas acesas. No interior do Círculo Mágico se coloca desenhado o Hexagrama. Neste Sistema Mágico é dada importância fundamental aos quatro pontos cardeais, cada um dos quais faz correspondência a dezoito “anjos” ou Daemons, os quais totalizam o número cabalístico setenta e dois. O Triângulo de Invocação é feito para estabelecer uma fronteira entre as forças. O círculo representa o mundo no qual pertencemos, o triângulo o mundo onde as forças invocadas são provenientes, e este limite é feito para que essas fronteiras sejam respeitadas, para que não ultrapassemos os limites de nosso mundo entrando no mundo das forças, e para que as forças não internem em nosso mundo. Fundamentalmente o Círculo Mágico representa um arranjo simbólico do infinito e da eternidade. Pois como disse Santo Agostinho: “Deus é o círculo cujo centro está em toda parte e cuja circunferência não está em lugar algum”. Conforme tal citação filosófica, poderemos concluir que o Círculo Mágico é o esquema simbólico representativo da divindade em sua perfeição. E, por conseguinte, obter contato com Ela. O magista inserido no círculo representa, pois, o microcosmo em unidade ou comunhão com o macrocosmo. Portanto, muito mais que uma proteção contra forças indesejáveis, é o Círculo Mágico a representação da unidade do Homem com Deus, dentro da mais plena perspectiva de elevação do estado de consciência.


    Como já havia citado anteriormente, o Círculo Mágico depende da concepção que cada indivíduo possui da divindade, inerente àquilo que procura, ou seja, em concordância com o tipo de magia com a qual está familiarizado. Por esta razão citarei a prática na qual pessoalmente sinto maior familiaridade. Inicialmente há um estado mental que deve ser estabelecido, e este deve ser alcançado através da submissão a Deus, dentro de uma pureza espiritual onde toda a materialidade deve ser subjugada pelo Espírito, através da supressão de todo e qualquer desejo mundano. Isto requer um preparo prévio, como a abstinência por alguns dias de todo tipo de alimentos de origem animal, bebidas alcoólicas, etc. Enfim, uma preparação espiritual. Isto facilitará a concentração essencial para que o círculo seja realmente Mágico, pois como representa a Divindade, deverá estar despojado de toda a materialidade, incompatível com a Essência Divina que se propõe que tal círculo se constitua.
    O circulo poderá ser feito ao ar livre ou no interior de um espaço coberto. No ar livre poderá ser feito com uma vara, uma espada ou um athame. No interior de um recinto poderá ser traçado com giz, alguns tipos de grãos, pó de calcário etc... Caso seja possível poderão ser acrescentados cristais espaçados por todo o contorno, isso potencializa ainda mais o fluxo de energia. Na Wicca costumam-se traçar o Círculo Mágico com pétalas de flores, “pedras mágicas” ou pedras comuns, pois apreciam muito o contato e a harmonização com a natureza.  Inicia-se pelo sentido anti-horário, deve ser contínuo e feito pelo magista em seu centro. O tamanho deve ser amplo o suficiente para dar ao magista plena mobilidade em seu interior. Quando o magista estiver traçando o contorno do círculo deverá mentalizar o Espírito Divino como o verdadeiro artífice na sua construção, devendo estar sempre em perfeita consonância com este Espírito. Existem círculos que são de tecidos bordados, assaz utilizados por muitos magistas. Porém, creio que perderá muito em relação àqueles que são confeccionados de momento, pois estes são feitos dentro de clima de respeito e concentração.  Pode-se desenhar um pentagrama no interior, com o vértice sempre voltado para o norte, este é o sinal contrário à goécia.  Pode-se também desenhar vários círculos concêntricos no interior do Círculo Mágico, caso esta prática possa derivar maior segurança ao magista, segundo a sua consciência. Outro ponto essencial a ser frisado é que, assim como se inicia o círculo no traçado sentido anti-horário, deve ser desfeito no sentido horário. Tal procedimento possui como base o princípio da similaridade, ou da analogia, onde realizações efetuadas no mundo físico possuem correspondência com o mundo espiritual. “Um portal que se abre, impreterivelmente deverá ser fechado”, ou vice-versa. Nenhum trabalho deverá permanecer inacabado. Esta prática é respeitada em todo o mundo espiritual, e através dela que se promove o banimento.   

    O Círculo Mágico pode ser utilizado para inúmeras finalidades. Pode ser usado em invocações, evocações, como já foi mencionado, mas também pode ser utilizado para visualizações, concentrações, meditações , orações, consagrações  e feitiços das mais variadas formas, inclusive em trabalhos onde se envolve incorporações mediúnicas comumente usadas no espiritismo e na umbanda.  Outra utilização do Círculo Mágico está na potencialização dos exercícios de Yoga. Em seu interior o Yoguim poderá praticar, desde exercícios respiratórios em seus asanas (posturas de assentos)  desejáveis, até outros exercícios próprios do Hata Yoga.
     É essencial dizer que o magista, durante as invocações, jamais deverá deixar o interior do círculo, nem mesmo pisar fora dele. Deverá permanecer em seu interior até que tenham sido dispensadas as forças invocadas. Para a invocação ou evocação de seres sempre é necessário fazer o pentagrama em seu interior, pois representa o Homem no interior do círculo, que representa Deus. Com o vértice sempre para cima (norte), e cada membro representando os quatro elementos submissos a Deus. Quando se necessita trabalhos menores, como consagração, orações, entre outros, pode-se utilizar o circulo com o pentagrama em seu interior desenhado em um painel ou mesmo uma folha grande de cartolina. O próprio pentagrama, com o vértice na posição correta, estará ocupando o lugar do magista. 

    Não precisa ser um mago experiente para traçar o Círculo Mágico, nem mesmo um sacerdote, pois para as finalidades nas quais não sejam executadas invocações e evocações, o circulo funcionará como potencializador, e não como uma barreira protetora contra entidades. Dentro dele serão aumentadas a visão e audição astral, toda concentração será de muito maior efetividade, assim como meditação e orações. Mais uma vez lembro que o Círculo Mágico representa a divindade, e o magista em seu interior representa o Homem em perfeita harmonia com Deus, tanto em virtude quanto em poder. A consciência desta representatividade divina é o que determina a ação de todos os mais benéficos propósitos. Sem querer criticar os inúmeros Sistemas Mágicos que também se utilizam do círculo, acredito que representar Deus para que se entre em contato com entidades maléficas constitui, por si só um despropósito e uma incoerência sem tamanho, pois o bem só atua junto ao mal quando tem por finalidade transformar as trevas em luz.
Namastê.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

A NUMEROLOGIA CABALÍSTICA 2ª PARTE



    Notadamente apresenta ser muito difícil expor a numerologia cabalística fora do âmbito de um inteiro volume, se faz ainda quase impossível expor toda a numerologia em apenas uma postagem. Por esta razão, é necessária uma segunda parte para complementar tudo aquilo que estenderia demasiadamente aquela que foi a primeira parte. E, por ser dividida em duas, pode se tornar, até mesmo, menos maçante para que um tema tão complexo possa ser entendido de forma gradual e dentro de uma perspectiva cuja leitura possa se fazer de forma mais lenta. A assimilação sempre é mais positiva quando são abertos maiores espaços para melhores explicações.  
    Conforme já foi visto na postagem anterior, a redução cabalística se faz necessária para que cheguemos a um número determinante em uma palavra. Vejamos em hebraico a palavra Ab, que significa Pai : A = 1, b = 2. Agora a palavra Am, cujo significado é Mãe : A =1, M = 4. Façamos a soma numérica de ambas as palavras : 3 da palavra Ab, e 5 da palavra Am, veremos que 3, da primeira palavra, assomado de 5, da segunda palavra corresponderá ao valor numérico 8. Como todos sabem o Pai e a Mãe estabelecem uma Geração, da qual nascem os filhos. A palavra Geração em hebraico tem por tradução Ild. Conhecendo o valor numérico de cada uma dessas letras teremos I = 10, que é 1 (1 + 0 = 1); L vale 30, ou seja, 3 e por fim D, cujo valor corresponde a 4 . Teremos aqui 1 + 3 + 4 = 8. O número 8 possui a mesma redução cabalística da soma da palavra Pai e da palavra Mãe, idêntica à redução cabalística da palavra Geração, que também é o número 8.

    Observemos o tetragrama sagrado YHWH ( יהוה ) : I possui valor = 1; H = 5; V = 6 , e novamente o H cujo valor, como já vimos é igual a 5. Somando-se 1 + 5 + 6 + 5 = 17 . Reduzindo o número 17 : 1 + 7 = 8, o número do infinito.
    O primeiro livro da Torah, Spher Bereshit , ou BRAShITh ( tradução do Hebraico é Gênese), é composta por 6 letras, a saber : B, R, A, Sh, I, Th, corresponde ao macrocosmo, que é o duplo triângulo, a Estrela de Salomão e possui os valores para cada letra, respectivamente : B = 2, R = 200, A = 1, Sh = 3, I = 1, Th = 400 , cuja somatória seria 2 + 2 + 1 + 3 + 1 + 4 = 13, 1 + 3 = 4. O número 4 corresponde à letra Daleth, ou D, que é o símbolo da natureza divisível. O ano hebreu não é Solar, é Lunar, e possui 355 dias, a palavra hebraica que significa ano é ShNH ( ShaNaH ) , que possui respectivos valores numéricos Sh = 300 , N = 50, H = 5. A soma cabalística dá exatamente o número de dias do ano lunar judaico que é 355 dias. A redução cabalística seria : 3 + 5 + 5 = 4. Novamente o número da natureza divisível, condicionada à Cronologia, ao "Tempo".
    Na primeira parte da Numerologia Cabalística, observamos como extrair o número regente através das letras do nome. Agora veremos o regente que corresponderá à data de natalício de uma determinada pessoa. Por exemplo, um indivíduo cujo data de nascimento corresponde ao dia 02 de junho de 1970.  Teríamos desta forma o número 2 , correspondente ao dia, o número 6 correspondente ao mês e 1+ 9 + 7 = 17, que é o número 8, correspondente ao ano. Chegaríamos então à soma dos três elementos 2 + 6 + 8 = 16 , o qual, por sua vez: 1 + 6 = 7. 
    Voltando aos parágrafos anteriores, observaremos que, toda a criação fez-se  equacionada à divisibilidade da natureza. Pergunto agora, qual a divisão mística da natureza ? Sabemos que a natureza se divide em quatro elementos : o fogo, o ar, a água e a terra. Lembrando que estes são  princípios e não substâncias. O fogo, o princípio da força, ar, o princípio volátil, água o princípio fluídico, e a terra o princípio da solidez. A partir da Gênese, a origem, a natureza recebeu a codificação numérica, da matemática divina, e cada princípio, ou elemento,  recebeu o número cuja essência está ligada a determinado elemento através da Força Criadora, como citei acima , YHVH possui o número 8, que divisionado teremos o 4. E esta Força deixou registrada em cada elemento os Princípio determinantes de cada um deles. Temos, dessa forma os  Princípios Numéricos do Elemento Ar , os quais , por sua volatilidade possui o 3 como origem e seus múltiplos como subsequentes, o número 7. É o ar  elemento que possui os algarismos correspondentes à perfeição e à divindade. Os Princípios Numéricos do Elemento Fogo seguem seu grau de sutileza, pois é o mais sutil de todos os demais, portanto, se inicia com o número 1e se repete no número 5. Os Princípios Numéricos do Elemento Água se iniciam pelo número 2, e na sequência o número 6. Teremos agora o número 4, do próprio quaternário e a sua duplicidade, o número 8, dos quais derivam o Elemento terra. Os quais formam a sequencia que simboliza a coesão, atributo da solidez, Princípio Fundamental do Elemento. 
    Teremos então : Ar , 3 e 7. Fogo, 1 e 5. Água 2 e 6. Terra 4 e 8. Assim como os signos do zodíaco, os números de 1 ao 9 se distribuem pelos 4 elementos, formando assim 4 grupos, que podem ou não se harmonizarem entre si.
    Seguindo a lógica da natureza, ocorrerá a harmonia dos números em duas hipóteses. Quando ambos, os números regentes do nome e o número regente da data de nascimento perfiguram-se no mesmo elemento essencial da natureza. Ou quando, mesmo sob elementos diferentes estes elementos se interagem. Por exemplo, o fogo penetra o ar, então o fogo e o ar são harmônicos entre si, ou a água e a terra. A água penetra a terra, fazendo-se harmônicos do mesmo modo. Esta interação é semelhante à relação sexual, onde o princípio masculino penetra o princípio feminino. Embora nos elementos ocorra sentido inverso: Os Gnomos, elementais da terra (princípio masculino) são penetrados pelos Ondinos ou Ninfas (princípio feminino), da mesma maneira os Silvanos (princípio masculino), do ar, são penetrados pelo fogo, Ígneos ou Salamandras (princípio feminino). 

    Uma pessoa por exemplo, que tenha a data de nascimento citada acima, a qual possui a regência do número 7, cujo nome poderia ser Saul Jones. Saul = 15 = 6. Jones = 32 = 5 , então 6 + 5 = 11 = 2. O número regente do nome é 2 que corresponde ao elemento água, ao passo que o número 7, da data de seu natalício corresponde ao elemento ar, ocorrendo, portanto uma incompatibilidade dos princípios.

    Mas o que significa estar em harmonia o regente numérico do nome com o regente numérico da data de natalício ?  Ocorre o acasalamento dos princípios da natureza que configuram ambos os conjuntos. Insto não significa nenhuma fatalidade, mas uma tendência. Toda tendência é neutralizada pela conduta. Uma conduta consubstanciada no amor e na virtude supera todas as tendências de desarmonia tendentes pela regência numérica. Do mesmo modo o inverso, mesmo que ocorra harmonia numérica, porém, inserida dentro de um panorama repleto de vícios e individualismo, ocorrerá a neutralização da harmonia numérica. O que os números indicam são tendências, propensões, principalmente atreladas ao caráter de cada indivíduo. Muitas são as pessoas que alteram algum item da sua assinatura normal, fato que aparentemente parece ser muito mais fácil que alterar um aspecto do caráter, contudo, a segunda opção é infinitamente de maior relevância.


    Vejamos agora outro aspecto da numerologia a qual chamamos de "Números Kármicos".
    Os Números Kármicos são encontrados antes da redução cabalística final, tanto na data de nascimento quanto no nome da pessoa. E eles indicam os padrões kármicos de vidas anteriores, geralmente obstrutivos, os quais terão que ser resgatados nesta encarnação, seja na maneira de passar por tribulações correspondentes à intensidade desse karma, seja no abandono do vício de caráter que vincula tal karma ao destino da própria pessoa (lembrando aqui que arrependimento não é a tristeza  advinda de um erro cometido, mas o abandono do "vício de caráter que propiciou a execução do tal erro). 
   Como citei parágrafo acima, a soma de uma data ou de um nome, antes de ser reduzida a um único dígito, pode representar  um dos quatro números kármicos, os quais são 13, 14, 16 e 19. Eles intensificam os aspectos negativos dos números que resultarão em sua redução . Por exemplo, o 13 intensifica os aspectos negativos do número 4, o 14 do número 5 , e assim por diante. O 13 é representado pelo Arcano 13 do Tarot, que perfigura a morte. Mas não a morte no sentido literal. Pode ser o representativo de uma ruptura, uma transformação, uma renovação, uma tomada de consciência necessária para que seja anulado ou abrandado o efeito desse karma, que é o da indiferença, da preguiça e da inoperância. A missão está justamente em transformar indiferença em atenção, em se prestar à solidariedade. O número 14 é o aviso à moderação, para neutralizar o karma atribuído aos excessos, como bebidas, comida, sexo, e outras prazeres momentâneos cujo excesso prende o indivíduo à esfera espiritual mais densa. É por isso representado pelo Arcano 14 do Tarot, que perfigura a temperança. O número 16 tem por missão a humildade, para atenuar o Karma engendrado pela tirania, pelo orgulho, pela altivez, pela vaidade e pelo excessivo apego material. É representado pelo Arcano 16 do Tarot, a Torre, que não sugere apenas destruição e perdas, mas a reconstrução e a reestruturação do caráter através da destruição de todo tipo de preconceito e de intolerância.O número 19 tem por missão específica a "Honestidade", para compensar prejuízos e grandes injustiças efetuados em outras existências. Representa o Arcano 20 do Tarot, que configura o Sol que nos traz o valor inefável do brilho e da luz para que possam ser subjugadas todas as trevas que um dia inundaram o próprio caráter. 
    Como podemos ver os Números Kármicos não são números que indicam o azar, ou um destino desfavorável. pelo contrário indicam caminhos, necessários para que se faça o aprimoramento do caráter para que sejam corrigidos os defeitos que atraem pesadas reações às ações, cujos vícios ainda podem estar presentes intrínsecos ao ser, promovendo o Karma. 
    Aqui foram expostos não só a numerologia vazia sem especificar a origem e o porquê do conhecimento dos tais, Sejam eles para o conhecimento ou para que se façam as correções necessárias para que possamos ser libertos da influência negativa de alguns aspectos. Toda genética humana é precisa, numérica, elaborada sob uma misteriosa matemática que não deixa jamais de ser determinística. Poderemos dizer que somos escravos de nossos genes. Porém a razão da existência é justamente sermos libertos de toda influencia determinística codificada dentro da materialidade. Para que sejamos libertos da escravidão da matéria e de todo o Karma é necessário "morrer" para aquilo que nos subjuga à materialidade, para que sejamos "Renascidos em Espírito". Pois somente através deste novo nascimento é que nos libertaremos de tudo aquilo que nos faz escravos, para que sejamos Senhores de um eterno "Hoje" na infinita e divina proporcionalidade.
 Namastê.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

A NUMEROLOGIA CABALÍSTICA (GEMATRIA)



    O Alfabeto Hebraico possui 22 letras e cada letra uma equivalência numérica. Aleph é a representação numérica de 1, Beth a segunda letra o número 2, e assim por diante até a letra correspondente ao número 10. A partir do 10 elas passam a contar o valor de forma decimal, ou seja, após a letra cujo valor corresponde ao número 10, a seguinte já corresponde ao número 20, e segue a sequência do valor de 30, valor de quarenta, e assim por diante , até chegar o valor numérico de 100. A partir do momento em que a letra corresponde o valor numérico de 100, a letra seguinte corresponderá ao valor numérico de 200, em seguida a do valor numérico de 300, até chegar à última letra do Alfabeto Hebraico cujo valor numérico é 400.
  



    Na numerologia cabalística há a Gematria Exata , de valor absoluto para uma determinada palavra (somando-se todos os valores das letras desta palavra) e a Gematria Reduzida, na qual efetua-se a “redução cabalística” dos números correspondentes às letras de tal palavra.
   

  








   

    Nos gráficos acima há o equivalente numérico de todas as 22 letras hebraicas , assim como o correspondente do nosso alfabeto. Desta forma poderemos notar que, de acordo com ao valor da numerologia cabalística, cada letra possui um índice que vale do número 1  ao número 9. Exemplo : Da letra Aleph à letra Teth , os valores variam de 1 a 9; da letra Yod à letra Tsade de 10 a 90, o que , segundo a redução cabalística, irão valer de 1 a 9 , da mesma maneira que de Aleph a Tsade.  
          
   


    Vejamos como se opera a redução cabalística: suponhamos o número 3.487. A redução cabalística se faz da seguinte maneira, isolando cada número e somando-os, até que se tornem apenas um dígito : 3 + 4 + 8 + 7 = 22.  Teremos então o número 22, que mais uma vez, segundo a fórmula da redução cabalística dará:  2 + 2 = 4. Então o número correspondente à Gematria Reduzida de 3.487 (Gematria Exata) é o número 4. Dessa forma , por exemplo, o número correspondente à letra hebraica Phe, por exemplo, que é 80, será 8; a letra hebraica Shin , cujo valor é 300, terá o valor correspondente , na Gematria Reduzida ao número 3.
    
    É dessa maneira que operamos a redução de cada palavra, cada fonema correspondente ao nosso próprio alfabeto para determinarmos o número final, aquele que dá a conotação numérica de toda uma palavra, ou toda uma sequência de palavras, fazendo para isso sucessivas reduções. 
    

  



    Veremos agora a peculiaridade do alfabeto hebraico , que tem uma representação muito forte, dentro da Torah, por possuir uma correlação estreita entre as letras e os números, onde todas as ideias e derivações representam também as  sequencias e combinações dos próprios números  cujos valores as letras são correspondentes .  O nome de Abrão (Abram em hebraico, pai ilustre), possuía um valor numérico que equivalia ao número 243, posteriormente Yahweh  mudou seu nome, passando a chamar Abraão(em hebraico Abhrāhām), ganhando o valor numérico de 5, passando a valer 248, que são o número de órgãos do corpo humano, e o número de 5 que foram acrescentados representam os órgãos genitais. Abraão enquanto se chamava Abrão não tinha filhos, um tempo após a mudança de seu nome , e ele tem um filho, o que traz no significado de seu próprio nome Abhrāhām  אברהם = pai de muitos.  Outro exemplo , a palavra אהבה, que significa amor. Tem o valor numérico para cada letra de 1, 5, 2 e 5 (o alfabeto hebraico, assim como o árabe se lê da direita para a esquerda), cuja somatória corresponde ao número 13. Já a palavra “um”, אחד em hebraico, cujas letras possuem o valor respectivo, da direita para a esquerda, de 1, 8 e 4 , com a somatória correspondente a 13 (como poderemos observar a redução cabalística ambos chegam ao algarismo 4), assim como da palavra “amor” em hebraico. Veremos aí o grande poder do alfabeto hebraico, pois faz a combinação numérica de ambas as palavras que constituem o verdadeiro sentido da palavra amor, que é a unidade, a união, o sentido de tornar “Um” na sua mais profunda concepção filosófica . Amar é, pois ser um, seja no sentido humano do homem e da mulher que se unificam “ em uma só carne”, para a geração de filhos, seja no sentido mais pleno, da grande unidade cósmica à qual retornaremos no advento da Grande Síntese. 
    
    Para transliterar os valores numéricos das letras do alfabeto hebraico para o nosso alfabeto faz-se aqueles cujos fonemas são os correspondentes: A=1 B=2 C=3 D=4 E=5 F=6 G=7 H=8 I=9 J=9 K=10 L=20 M=30 N=40 O=50 P=60 Q=70 R=80 S=90 T=100 U=200 V=200 W=200 X=300 Y=9 Z=400. Aos quais, para chegar ao número final deve-se efetuar a redução cabalística. Assim , alguém  chamado Carlos Silva por exemplo, teremos Carlos = 28, que é 10, ou seja , número 1. Silva = 23, que é 5. A somatória final de tal nome será igual a 6. Caso o indivíduo se chamasse , por exemplo, Carlos dos Santos, ou Carlos da Silva, sempre acrescentaríamos o valor numérico correspondente às letras para o “de”, ou o “da” , etc...
    




     Os números cabalísticos guardam uma significação metafísica , e indicam as características e estabelecem os destinos. Essa numerologia relaciona o desenvolvimento  da alma nesta existência como a resultante daquilo que a alma trouxe das existências passadas, definindo todo o caráter evolutivo com o qual a pessoa traz, dentro do aspecto Kármico , como a análise de uma força vetorial equacionada através dos tempos. 
    
    O número 1 é o ponto de que se geram as linhas. Aquele que possui este número como resultante final de seu nome  possui como principal característica a ausência de subordinação, o espírito essencial do empreendedorismo , a auto confiança. Seu sucesso poderá estar alicerçado na sua efetiva força ativa. Seu fracasso estará condicionado à presunção e ao egoísmo, os quais são incompatíveis com o número da unidade. Pois a unidade é a primeira causa, o princípio criador dos números. O número da unidade divina, de Deus, e aquilo que se espera dos quais esse algarismo vem a ser  regente, é fazer da resultante de sua força o benefício de muitos. É o número dos antigos mestres que fizeram sua aparição em nossa história.

   
   O número 2 é um número binário, pois a unidade por si só não pode produzir. O número 1 é ativo, o número 2 é passivo, o número um, como foi dito anteriormente , é o número de Deus, o 2 é o número da natureza. “Um” é o princípio masculino, “dois” é o princípio feminino. O número dois é aquele que indica a passividade e a receptividade. O sucesso daqueles cuja regência resulta neste número reside na organização, no escrúpulo, e principalmente no poder de persuasão. Seu fracasso está condicionado à hesitação, assim como também em buscar algo através da força. Sua missão no mundo é fundamentalmente a conciliação, para que se possa somatizar as forças sutis que regem sua própria essência. 
    

    O número 3 resulta da união entre a unidade e a dualidade. É o terceiro princípio, o ternário, do qual se gera a neutralidade. É o filho que participa do pai e da mãe sem, no entanto, ser nenhum deles. É o número sagrado, o número da luz, a trindade das três primeiras Sephiroth. O poder característico daqueles que são regidos por este número está, essencialmente, na criatividade, no poder de criar, elaborar, produzir, sintetizar. Pois é o número da divindade, assim como também da Forma, simplesmente porque não pode existir um corpo sem a tridimensionalidade, que se configura na altura, na largura e na profundidade. O poder criativo está no sujeito que age, no objeto no qual se dirige a ação, e no próprio principio de agir. Seu sucesso dependerá exclusivamente da força de sua fé, do otimismo que é o combustível para o seu poder criador, pois assim como as três pontas do triangulo sagrado, possui a obrigação de estar seu espírito alicerçado nas três virtudes teologais. No grau da paciência reside seu sucesso ou seu fracasso, caso explore esta virtude ou não. As vibrações da inveja e da ganância são totalmente incompatíveis com este número, pois a sua essência está alicerçada nos três pilares sagrados do Templo Espiritual.
    

    O número 4 é o número da harmonia, dos 4 elementos. Como em toda a numerologia cabalística os números pares são menos desejáveis que os ímpares, é também um número passivo, de equilíbrio de forças. Equilíbrio este que se faz prejudicial no aspecto em que dele é exigido, muitas vezes acima daquilo que suas forças permitem. É o numero da honestidade, da sinceridade da dignidade. Todo o destino daqueles que são regidos por este número está no controle de tudo aquilo que pode se exceder. O excesso é incompatível com este número que representa o equilíbrio e a harmonia.
    O número 5 é o número mágico . O número do princípio da vida, do Espírito dominando os 4 elementos , sua figura corresponde à estrela flamejante de cinco pontas, o pentagrama, que representa o corpo humano com ao vértice para cima, simbolizando a cabeça direcionada às coisas elevadas. É o símbolo de Adam-Kadmon , ou Adão antes da queda. Se porém o vértice superior, que representa a cabeça, estiver para baixo, representa Adam-Belial, ou o homem caído, o espírito dominado pela matéria. Aqueles que são regidos pelo número 5 possuem intrínsecos o dinamismo , a inteligência , a disposição. Seu destino será definido justamente pela disposição do pentagrama em seu próprio coração em sintonia com o mundo que o rodeia. Sua mente terá que estar acima do domínio da materialidade, pois como um número mágico, as intenções determinarão seu Karma, ou será luz, ou será trevas, para este número não existe um meio termo. 


    

    O número 6, como é explícito, representa a duplicidade do número da perfeição, e representa a imagem das relações que existem entre o céu e a terra. È o símbolo do antagonismo entre o bem e o mal. Aqueles que são regidos por este número são os mais passivos de todo o restante das regências numéricas. Pode significar todos os tipos de problemas e discórdias, isto não significa, porém, que não possam ser resolvidos através da purificação. Está entre a virtude e o vício, entre os dois caminhos entre o céu e a terra, nos meandros da materialidade passiva, isto é, com os caminhos da luxúria que pode levar ao fracasso. É essencial que sinta a liberdade diante de seu espírito, porém está na moralidade seu caminho de luz. O seu signo hieroglífico correspondente é o Hexagrama, a estrela de Salomão, que também representa o axioma  da Tábua de Esmeralda de Hermes: “O que está em cima é igual àquilo que está em baixo.”  
    



    O número 7 é o número do princípio neutro, da divindade, 3, dominando os 4 elementos, a conjugação entre a ideia e a forma. Este número é a representação do “poder mágico” em toda sua evidenciação. Representa o triunfo do espírito sobre a matéria. É o número que rege os introspectivos, os magos, filósofos, místicos e ocultistas. Também rege as pessoas compenetradas, que apresentam auto domínio, e a indiferença às riquezas materiais. O maior perigo para aqueles que são regidos por este numero sagrado é o conflito. Pois muitos sábios, regidos pelo tal, sucumbiram-se , muitas vezes na defesa ardente de seus postulados. Iremos encontrar este número nos sete dias da criação, nas sete notas da escala musical, nas sete cores do arco íris, nos sete sacramentos, nas sete virtudes, nos sete vícios, nos sete planetas simbólicos, nos sete dias da semana. 

    



  
    O número 8 é um número muito difícil para aqueles que o têm como regência , pois é preciso muita determinação para que se obtenha sucesso sob a regência deste numero. O segredo para neutralizar seus aspectos negativos está na consciência que deve procurar sempre estar nos caminhos do amor e da virtude. Representa  a balança universal das coisas. A circuncisão entre os judeus era feita após o oitavo dia, por credenciá-lo como “o portal da eternidade”, pois sucede imediatamente o número sete.
    O número 9 é o aquele dos iniciados, é o ápice da realização intelectual, sob a regência deste número se encontram  românticos, idealistas, visionários, poetas, líderes religiosos, possuem alta disciplina e altruísmo. No seu destino se espera profundas experiências, o maior cuidado está em jamais perder a cordialidade, essencial para o número que exprime a razão de ser de todas as formas, porque nele estão contidos todos os números simples.
    O número 10 representa a eternidade, é o número do ciclo perfeito, e pode ser representado pela figura de um círculo com um ponto central, pois retorna ao número 1, e, como este simboliza Deus , a infinita unidade, como “um circulo cujo centro está em todas as partes e a circunferência em parte alguma”.  Sua regência é análoga ao número 1. 
    



    O número 11 representa a receptividade mágica, correspondente ao número 2 . Corresponde a uma força que deve ser direcionada sempre no aspecto do equilíbrio da dualidade, pois o princípio dual, quando descontrolado, pode assumir o aspecto negativo de uma das vertentes.
    O número 12, assim como o número 3  representa a harmonia perfeita. Doze são os signos do Zodíaco, 12 são os meses do ano, 12 são as tribos de Israel, 12 são o número dos apóstolos dos Grandes Mestres Espirituais da humanidade.
    Na Cabala que toda a numerologia buscou toda a base de seus ensinamentos. Contudo existem inúmeras maneiras diferentes de interpretar a numerologia, dentro ou fora da cabala. O essencial, porém, não é a determinação de nomes , mas a misteriosa essência que elaborou toda a magia deste alfabeto numérico. Alfabeto este, cujas operações literais e numéricas exigirão, não somente um rápido resumo como este, mas uma obra completa, pois a extensão destes estudos exige não somente uma boa dosagem de meditação, mas também  a sagrada virtude da paciência, essencial àqueles que buscam os caminhos do mistério e do ocultismo.
Namastê.