segunda-feira, 28 de novembro de 2016

REENCARNAÇÃO : SEU VERDADEIRO SIGNIFICADO FILOSÓFICO

    É preciso saber, antes de mais nada, que tudo é cíclico no universo. Todas as coisas obedecem a um dinamismo cósmico incessante, transformando e redefinindo , desde a mais sutil das energias até a concretude daquilo que ousamos chamar matéria . Há o ciclo da água, o ciclo do hidrogênio , o ciclo de cada elemento que prefigura na natureza conhecida. Há os grandes ciclos estrelares, os ciclos planetários; o ciclo do dia, da noite, daquilo que chamamos vida e morte (erroneamente , pois tudo é vida no universo); tudo obedece uma magnífica sequência de ir e vir. Uma respiração "divina" se processando continuamente no maravilhoso e perfeito sistema onde se insinua uma consciência incognoscível que rege eternamente o infinito.

    Não se deve esquecer que tudo é análogo no universo, pois suas leis estão presentes desde as partículas mais ínfimas desconhecidas, até as insondáveis galáxias que desafiam a lógica da astronomia. Os "ciclos" possuem uma razão de existir, nada se plasma por acaso. Como mãos invisíveis de um artífice , eles possuem o atributo da transformação . Toda forma sutil necessita de uma forma mais densa para eliminar as suas impurezas. Uma água turva só se torna límpida após ser filtrada através de sua passagem através do calcário . E assim são os corpos sutis dos seres vivos. Lentamente vão purificando à medida que atravessam a densificação dos corpos físicos. Aos quais abandonam quando perdem sua função compatível com a vida terrena, e que, também aos quais retornam quando as circunstâncias propícias determinarem.
    O que se trata este estudo são justamente essas " circunstâncias propícias"; como , onde e quando ocorre o retorno dos corpos sutis ao invólucro físico. Os brâmanes estão certos? Sim. Os espíritas estão certos? Sim. Os teosóficos, os rosa-cruzes, os esotéricos , os budistas, cabalistas e todas as demais filosofias reencarnacionistas estão certas? Sim. Todos estão dentro das perspectivas mais simples ou mais profundas dessa verdade filosófica. O que se faz necessário conhecer são os detalhes , as leis e a realidade que está presente em toda alegoria mística e religiosa.
    Todos já há muito ouviram dizer sobre o futuro brilhante do Brasil, do qual os místicos até ousaram  chamar de " Pátria do Evangelho". Seria uma incoerência aceitar essa previsão em um país assolado pelo crime, pela corrupção e por toda sorte de mazelas. Mas não é. O Brasil terá um papel preponderante no futuro próximo da humanidade por causa de um fator: a miscigenação racial que aqui ocorre. Mas podem até perguntar: " o que tem a ver a miscigenação racial com a reencarnação "?  Muito , respondo. E a explicação está na compatibilidade física entre o corpo físico com o corpo espiritual.
    Assim como existem os códigos genéticos no corpo físico existe também o "DNA" espiritual ( usarei a denominação espiritual para sintetizar o corpo "astral", "mental" e "causal" em uma única palavra). É claro que existem muitas exceções , mas normalmente a entidade reencarnante possui muito maior facilidade em ocupar um corpo compatível com o seu "DNA" astral, advindo de sucessivas encarnações . As entidades espirituais possuem maior facilidade para reencarnar dentro de uma própria família , determinado grupo que configure uma compatibilidade com seu próprio corpo espiritual. Uma pessoa que, por exemplo, gerou filhos em sua vijda terrena, terá maior facilidade para reencarnar em um de seus descendentes , mesmo que longínquos ,como se fosse uma prioridade de escolha. Um árabe , um chinês , um nativo australiano, por exemplo, terão facilidade em encarnar em alguém de seu grupo, em uma linhagem de seu povo. E, embora não sendo uma regra geral, é algo que se faz bastante provável pela própria lei da compatibilidade. Mas quando ocorre a mistura , por exemplo, entre um árabe e um chinês , o corpo físico que se originar dessa mistura será compatível tanto para o árabe quanto para o chinês . Por isso que é tão importante a mistura racial , pois , além de derrubar toda nefasta ideia e sentimento racista, permite que as entidades espirituais não se restrinjam a um determinado grupo ou um determinado povo. Pois a grande família humana tem por casa o planeta Terra, e o Brasil é a sala desta grande casa, pois aqui estão todos os povos se miscigenando há quase meio milênio .
    Existem contudo entidades astrais que dificilmente reencarnam, pois eram povos com características genéticas muito diferentes do homem atual, e que se extinguiram no plano físico por diversos fatores que seria muito extenso citar no momento. Essas entidades passaram a viver exclusivamente no astral, as quais os grandes mestres yogues denominam "kama-rajas". ( do sânscrito  Kama significa astral , e rajas significa reis, portanto os reis do astral). E estes são , quando evoluídos , entidades extremamente benéficas aos seres humanos, e quando atrasadas,  extremamente perigosas.
    O período em que o corpo espiritual permanece desalojado do invólucro físico varia imensamente, tendo em vista inúmeras circunstâncias como o próprio Karma , a maneira como ocorreu o desenlace físico e o grau evolutivo da entidade . Pode ocorrer uma reencarnação imediata assim como permanecer séculos no mundo espiritual. O corpo astral , ao contrario daquilo que muitos acreditam, não é eterno, e se desfaz ao longo do tempo ( o tempo no mundo espiritual é diferente do tempo no plano físico) , e quando o corpo astral se desfaz,  o "Jivatman" ( como denominam os hindus o verdadeiro "Eu",  centelha divina de cada ser) permanece em um corpo ainda mais sutil , que é o corpo mental , que então necessita reencarnar, com a exceção dos "kama-rajas" , que plasmam um novo corpo astral a partir de energias sutis, dos quais falarei em futura oportunidade.
   Também , ao contrário do que muitos pensam, os animais possuem seus corpos espirituais e reencarnam de maneira muito semelhante aos seres humanos, e, também evoluem. Pois nada é estático no universo. Tudo é vida, nada é "morto" ou estagnado.

   Quero aqui concluir que o estudo da reencarnação ( a roda do samsara comentada  pelos hindus) não representa apenas um aspecto dogmático das elevadíssimas filosofias orientais. Representa o amor em sua tridimensionalidade, pois enxergamos através dela a busca do homem da sua própria purificação através deste ciclo de existência , no qual se remodela através das experiências que cada vida descortina. Enxergamos também a necessidade de que os povos se unam , se misturem e se identifiquem como uma família maior, tendo a certeza que não há povo algum superior a outro, e sim auxiliares mútuos cujo papel é estabelecer uma nova ordem , onde se derrubem os muros e se construam "pontes" para que não haja mais abismos sociais, raciais ou culturais. Por fim , enxergamos , através da reencarnação , o Amor maior, divino, tão diferentemente daquele de um "deus" criado pelo homem que destinava seus filhos a um eterno sofrimento. Ela nos revela o verdadeiro Deus que transforma, constrói e dignifica suas próprias leis consubstanciadas no amor, que é sua própria essência.


Namastê

terça-feira, 30 de agosto de 2016

O DESDOBRAMENTO ASTRAL


   Aquilo que, no ocidente, convencionou-se chamar de desdobramento astral é, na verdade um estado de consciência através do qual se desvincula o corpo astral de seu substrato físico. Essa " separação " não é , de maneira alguma, um privilégio de magos, yogues ou mestres iniciados, prova disso é que durante o sono, toda e qualquer pessoa, inúmeras vezes executam suas viagens astrais naturalmente, sem que se dêm conta da "aventura mística " promovida , despretensiosamente, pelo se "eu" psíquico.
   Longe de ser uma atividade que exija auto-conhecimento em ciências ocultas, o desdobramento astral é um atributo natural de todos os seres que participam da experiência física do espírito, o que não justifica tanto segredo , de algumas escolas esotéricas, em explicar este simples procedimento, que, muitas vezes, até dispensa qualquer método ou explicação, visto que muitas pessoas possuem o dom inato de desvencilharem-se do corpo físico naturalmente.
   Na Índia e Tibet é muito comum encontrar pessoas que comentam, com a maior naturalidade , seus passeios pelo mundo espiritual , pois, diferentemente do mundo ocidental, altamente materialista , essas civilizações preservam a mesma espiritualidade que possuiam algumas adiantadíssimas civilizações hoje desaparecidas.

   Conforme citei anteriormente, o desdobramento astral ocorre com frequência durante o sono. E existe uma razão essencial para que isso aconteça, que é o estado de relaxamento. Contudo, atingir um estado de relaxamento aqui, no mundo ocidental, no ritmo e estilo de vida oposto à qualidade de vida essencial à boa saúde, é algo extremamente difícil. Pois mesmo buscando algum local silencioso , cercado pela vida natural, a maioria das pessoas irão carregar em sua bagagem emocional todo o estresse e a agonia que o acompanha durante a vida normal. Mas há uma maneira fácil de atingir esse estado de relaxamento que é alcançado justamente nos momentos que precedem o sono, no momento em que o corpo inicia, naturalmente, o relaxamento necessário para que o corpo adormeça.
   Após o domínio do Prana, conforme citei em anterior exposição, ocorre um despertar espiritual, extremamente propício para que qualquer desempenho em atividades extra-físicas possa ser efetuado com êxito. 
   Quando o corpo estiver impregnado pelo torpor que prenuncia o sono , deve-se mentalizar o local em que o corpo estiver localizado, e, em sentido horário inicia-se um giro, vagarosa e mentalmente ao redor da cabeça, como se estivesse abrindo uma tampa rosqueada. Esse movimento mental, portanto, deverá ser em sentido horário, observando todos os detalhes, memorizados previamente, direcionado para cima. É fundamental a intrepidez , pois o receio é o principal embaraço para que tenha êxito o desdobramento. Como uma " forma vaporosa " o corpo astral se desvencilia do físico,  e como em um sonho, poderá vagar conscientemente pelo plano astral, contactar seres, encarnados em desdobramento ou desencarnados, buscando sempre estar harmonizados com pensamentos de amor e de paz, em um verdadeiro espírito de oração.
   Há um elo etérico conhecido como "cordão prateado ", unindo o corpo astral ao corpo físico, de modo que o retorno possa certamente ser efetuado com toda tranquilidade, semelhante ao despertar de um sono. Para que retorne ao corpo físico basta apenas mentalizar-se no interior do próprio corpo com disposição a despertar.
   Alguns detalhes importantes se consistem em preparar o local e as pessoas próximas ao convívio, para que não o desperte abruptamente. Por isso também é necessário que se desliguem telefones ou qualquer outro aparelho . Pois um retorno abrupto pode causar más sensações passageiras, que podem ser sanadas rapidamente através da respiração profunda.
   Quanto aos pensamentos, devem sempre estar direcionados à plenitude da paz e do amor supremo. Ter Deus em mente. E isto significa estar desembaraçado do ódio, da inveja, do apego à materialidade, pois sem estas fundamentais prescrições pode-se entrar em contato com forças do astral inferior, que em nada diferem de locais onde reinam os vícios e as promiscuidades do plano físico.
   A finalidade do desdobramento astral é, acima de tudo, desvenciliar-se de todos os aspectos negativos que o plano físico impõe à nossa própria espiritualidade, assim como também visualizarmos o mundo espiritual, nossa eterna morada, que com o amadurecimento desta prática , conseguiremos, cada vez mais ter maior intimidade, conhecendo cada vez mais todo esse mundo que tantos temem, e que, erroneamente, relacionam com "morte". 
  Concluindo, posso afirmar que muitos problemas de ordem existencial se desvanecem sob a luz astral, e que longe de ser uma "morada dos mortos", o plano astral representa "vida" em seu sentido eterno, e o próprio desdobramento, longe de ser uma fuga das tribulações mundanas, pode ser visto como uma revigorante "visita à casa paterna", para que depois propicie um retorno ao atribulante mundo físico, sem medo, sem aflições, munidos não por uma esperança, mas por uma certeza, de vida , de paz e da existência do criador dessas infinitas e eternas moradas.
   Namastê.
 
   

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

O PODER ESPIRITUAL DOS CHAKRAS

  
  
Em um magnífico comentário feito por um irmão, houve a citação de uma frase de grande significado metafísico , a qual guardei na memória: "Tudo é pensamento"; afirmou ele categoricamente . E é sobre esta pequena frase me proponho a discorrer sobre um dos mais profundos mistérios do esoterismo. Mistério este, presente no nosso dia a dia, o qual quase não notamos, porém sentimos seus efeitos e enfrentamos as suas consequências, positivas ou negativas : o efeito do pensamento sobre as energias que estruturam o modelamento das coisas visíveis e invisíveis.
   Quando observamos casas, pontes , edifícios ou qualquer outra estrutura arquitetônica, sejam elas simples ou monumentais, nos deparamos com o resultado final de uma idéia que teve sua origem no pensamento, para depois ser esboçada no papel e seguir todo o trabalhoso esquema de conclusão. Tudo tem início no pensamento, seja em qualquer plano de existência.
   A força que o pensamento imprime nas circunstâncias que equacionam a vida é algo impressionante, seja na elaboração, na transformação e, até mesmo , na degeneração.
   No oriente o poder da mentalização é denominado "kryiashakty", termo largamente comentado por Blavatsky na sua grande obra, "A Doutrina Secreta". Este poder, conhecido profundamente pelos grandes yovues da índia deu origem a um tipo de yoga, cujos resultados são simplesmente inacreditáveis, o "Kriyayoga", muito pouco conhecido no ocidente.
   Porém, independentemente das diversas modalidades do yoga , o poder do pensamento é alcançado através da simples prática da mentalização. E está presente nos rituais xamânicos, nos passes magnéticos, e em incontáveis tipos de terapia envolvendo a disposição de conceber a fé dentro das perspectivas da crença de cada um.
   Os resultados não são atributos de uma determinada crença ou de uma determinada técnica, mas sim do correto direcionamento desta força mental , que pode se plasmar de maneira espontânea, ou seguindo padrões específicos de canalização e direcionamento dessas forças. E é sobre esses padrões que se estabelece a antiga prática espiritual da utilização dos chakras como ação transformadora.
   Uma técnica esotérica , muito pouco difundida no ocidente, é denominada "tintura da aura", que pode constituir-se em benefícios ou malefícios. Pois , como já sabemos, o que difere a magia branca da magia negra são as intensões.
  Semelhante à "tintura da aura", toda energia é lançada através do chakra "Ajnan", ou o " olho de shiva". Através dele mentalizaremos as energias superiores , direcionando-as no "olho de shiva" da outra pessoa, assim como também no chakra "Manipura", ou umbilical, pois este é o chakra do recebimento, localizado justamente onde se recebe a nutrição intrauterina. Mentaliza-se , pois , um feixe de energia ao Ajnan da pessoa em questão e um feixe , saindo da mesma origem ao Manipura da mesma pessoa. Está resumido aí o direcionamento. Contudo como deveremos mentalizar esses feixes de energia ? A resposta está na obtenção desta energia e nas cores mentalizadas , que darão a matiz desse raio energético.
   Trataremos aqui apenas das energias benéficas, as quais deveremos mentalizar como vindas de cima , do chakra da glândula pineal, ou Brahmaranda,  que , através do prévio desenvolvimento do "pranayama" (assunto citado no tópico "a ativação dos chakras) , inundará de energias positivas o Ajnan,  tornando este pronto para disponibilizar esta energia na cura de outra pessoa.
   As cores devem ser mentalizadas de acordo com o alvo em questão, os quais serão pormenorizados. É necessário primeiramente mentalizar um raio de energia de cor levemente dourada como os raios de sol do alvorecer . Esse raio de luz penetra pelo Brahmaranda e sai pelo Ajnan direcionando-se ao Ajnan e ao Manipura da outra pessoa. No caso de doenças frias(são aquelas que esfriam o corpo da pessoa), mentalizar junto ao raio dourado um feixe simultâneo de cor róseo. Nos casos de doenças quentes ( na medicina oculta são conhecidas como de ordem aguda, diferente das frias que são crônicas ou degenerativas) mentaliza-se contíguo ao dourado um raio azul celeste , inundando os chakras da pessoa necessitada. É importante frisar, como sempre, que as cores e suas tonalidades são subjetivas, e são as intensões matizadas com a tonalidade que o dispensador melhor identifica como eficaz.
   A coloração prateada deve ser mentalizada nos casos de distúrbios psíquicos e espirituais. Nos casos depressivos deve-se associar ao raio prateado a coloração violeta.(a cor da chama violeta que dignifica os grandes magos da Grande Fraternidade Branca ). Em casos de obcessão é necessário associar a cor verde ao prateado. Nos casos mais severos associar junto ao verde o feixe de luz branca.
   Caso o problema de alguma pessoa possua localização específica, além de direcionar os feixes de luzes ao Ajnan e ao Manipura deve-se direcionar também ao chacra próximo à região do problema, acrescentando a tonalidade da matiz predominante em tal chakra.
   É importante acrescentar que existem dois pequenos chakras nas palmas das mãos, e são os chakras da magnetização. Em todos os casos deve-se direcionar as palmas das mãos no contorno do corpo da pessoa , guardando uma distância aproximada de meio metro, fazendo pequenos movimentos circulares, para que as energias lançadas através dos chakras se estabilizem no corpo etéreo da pessoa.
   É importante frisar que muitas pessoas , intencionalmente ou não, podem desferir energias negativas , que penetram , da mesma maneira que as positivas nos chakras  da pessoa alvo. E , dependendo da pessoa e da força de seu pensamento pode executar um verdadeiro trabalho de magia negra contra essa pessoa alvo. Por esta razão é necessário que se conheça a blindagem energética superior , que consiste  em projetar , através deste mesmo chakra ajnan feixes de raios dourados e prateados simultâneos criando um escudo energético que cobre o chakra ajnan e o manipura como um escudo etéreo.
   Há também pessoas que sugam energias direcionando o "olho de shiva" no Ajnan de outra pessoa , "puxando" a energia através deste chakra até o seu próprio Manipura, por onde penetram as energias. Neste caso utiliza-se a mentalização de bloqueio energético inferior com feixes de luzes dourados, prateados e violeta, saindo do Ajnan e recobrindo o Manipura e todos os demais chakras inferiores (assim como também o próprio chakra Ajnan , que é de onde se propagam os feixes) formando mentalmente o que se chama , em alta magia , o cinturão de Vishnu.
   É também importante mencionar que em todos esses procedimentos  deve-se entoar o mantra "om", de maneira discreta e silenciosa.
Namastê.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

ATIVAÇÃO DOS CHAKRAS


 

      Os chakras são centros de energias,  que ligam o corpo físico do ser humano aos seus correspondentes etéreos, astral , interligando também, todos estes, às forças sutis da natureza que dão vida, forma, sustentação a toda manifestação presente no universo.
   Eles se localizam no duplo-etérico do ser humano e também no corpo astral . Os principais chakras são em número de sete, porém existem muitos outros chakras de menor significação.
   O corpo etérico é chamado no oriente por prana-maya-koshe , cujo significado é corpo ilusório onde circula o prana. Pois a função deste corpo é de receber e distribuir a energia prânica ao corpo físico denso.
   Juntamente o corpo físico o etérico constituem o stulo-upadi , que é o suporte inferior do Atman , ou seja, é o veículo inferior do "Eu" real.
   Os chakras são, portanto, os vórtices do duplo etérico que recebem e distribuem o prana. O prana  recebido nos chakras circula através do corpo etérico através de condutos , também etéricos, conhecidos no oriente pelo nome de Nâdis. Estes são em número elevado, porém os principais são três : Sushuma , que corre no interior da coluna vertebral desde sua região apical até o alto do crânio; Píngala , que nasce na narina direita e desce sinuosamente até o cóccix; E , finalmente Ida , que nasce na narina esquerda , e que, assim como Píngala , desce sinuosamente até o mesmo ponto apical da coluna. Os Nâdis funcionam como uma correia energética que contornam os chakras fazendo-os girar em sentido horário e anti-horário ativando suas potencialidades em movimentos circulares. (Chakra em sânscrito significa roda).
   O primeiro chakra , localizado junto às regiões genitais possui o nome de Muladhara, e é voltado para trás. No oriente os chakras são associados à flor do lótus, e seus segmentos internos associados às suas pétalas. O Muladhara é pois conhecido como a lótus de quatro pétalas, duas das quais apresentam a coloração vermelha e as outras duas vermelho acobreado. É importante salientar que as colorações , no plano etéreo, vem impregnada de subjetividade; o que é vermelho acobreado aos olhos de um vidente , pode não ser a mesma tonalidade aos olhos de outro.
   O Muladhara possui duas principais funções. As energias que através dele se infundem são responsáveis pelas funções genésicas do corpi humano, e também pela circulação sanguínea. Nesse chacra , contudo, apresenta a singularidade de ser a residência de uma força cósmica especial: a Kundalini , que dormita neste centro, e que , uma vez despertada , ascende através do Shushuma até a região encefálica onde se localiza a glândula pineal, conferindo uma iluminação plena àqueles que desenvolvem e subjugam esta força. No oriente esta força é também chamada "serpente ígnea", e pode ser despertada através do "Tântra yoga", contudo, sem uma base moral e espiritual muito forte tal domínio pode ser extremamente perigoso , tanto para seu possuidor quanto para aqueles que o cercam.

   Na região umbilical existe o segundo chakra , denominado Swadhistâna , o qual apresenta-se voltado para a frente dispondo-se sob a forma floral de sete pétalas, uma central rósea, e as outras seis contorneando-a sob as gradações azul , verde , amarelo, laranja e vermelha. Sua função é a de receber as energias vitais da atmosfera e distribuí-las aos demais chakras, justamente por estar no ponto do equilíbrio geométrico do corpo humano. As energias penetram pela pétala central e se distribuem aos demais chácaras através de seus segmentos ou pétalas.
   Acima do segundo chakra, no plexo solar , localiza-se o Manipura, ou lótus das dez pétalas. Sua coloração se dispõe, alternadamente, em pétalas verdes e vermelhas, cuja função é receber e distribuir as forças necessárias à digestão e à excreção. Possui também ligação íntima com as atividades astrais, através de sua contraparte astral. Nele se localiza a "tela bhúdica", que é a porta para o plano de "Kama"(plano astral), esta que uma vez "aberta" confere a mediunidade, cujo gral é diretamente proporcional à tal "abertura", a qual pode ser inata (dependendo da situação pode até se constituir em grave problema de ordem psíquica) ou desenvolvida através de critérios que não convém aqui definir a proficuidade.
   Acima do terceiro chakra , na altura do coração, há o Anahatta, ou a lótus dourada das doze pétalas, todas as doze em amarelo ouro. Este chakra está ligado à atividade cardíaca e respiratória, nele se distribuem as energias que comandam toda a dinâmica presente no corpo físico. Os irmãos magnetizadores dispensam passes de energia sobre este chakra para a cura de problemas respiratórios e cardíacos. ( Sobre todos os chakras podem ser dispensados passes magnéticos, para a cura dos respectivos órgãos que eles estão ligados. A magnetização é um assunto deveras importante para ser tratado).
   Acima do Anahatta , os demais chakras mantêm relações além das físicas, com as áreas mais elevadas.
   Sobre a glândula tireóide enconta-se o Vishudha,  lótus das dezesseis pétalas cujas cores são difíceis de serem descritas , posso aventurar a dizer que seriam da tonalidade do céu sob os primeiros raios da alvorada. Sua atividade esta ligada fisicamente às funções da glândula tireóide e o timo. Possui este chakra funções astrais como a clariaudiência, uma vez desenvolvida pode-se ouvir os sons do plano de Kama, assim também quanto ao enorme potencial que confere ao próprio ouvido físico.
   Entre as sombrancelhas têm-se o Ajnan , ou lótus das cem pétalas, que , na verdade , são noventa e seis; quarenta e oito róseas e quarenta e outro violetas. Este chakra está na direção da hipófise, centro multi regulador do corpo humano, e está também ligado à vidência dos planos superiores  ao físico, conferindo também uma capacidade visual além do limite humano.(este chacra é conhecido no oriente como olho de Shiva)

   No alto da cabeça, associado à glândula pineal, com o disco voltado para cima , localiza-se o Brahmaranda,  ou a lótus das mil pétalas. Com novecentos e sessenta pétalas de cor púrpura, tendo no seu centro uma miniatura do chakra Anahatta,  com doze pétalas douradas, possuindo, portanto, novecentos e setenta e duas pétalas. Os videntes qualificam seu brilho como indescritível, representado como o capuz de Budha e também a auréola brilhante que circunda, nos ícones ortodoxos , a cabeça dos santos.
   A kundalini despertada no Muladhara sobe pelo nadi Shushuma e se aloja no Brahmaranda, dando a condição de ser iluminado àquele que alcança tal estado, ficando este dotado de consciência cósmica, livre da condição terrena que aprisiona o ser humano.
   Todos os chakras desempenham seu papel dentro da normalidade através da respiração. Isto em todos os seres, pois não são um privilégio único do gênero humano. Os animais possuem chakras assim como nós, diferindo em grau e substância. Os vórtices energético existem disseminados por toda a natureza sob as mais diversas formas e sob as mais diversificadas matizes.
   Para desenvolver os chakras é necessário, antes de mais nada, estabelecer padrões morais compatíveis com aqueles que buscam a espiritualidade, os quais seria inoportuna uma extensão sobre padrões sobre o que se considera como correto ou incorreto. Alguns princípios, no entanto , devem ser pelo menos perseguidos, como a abstensão do álcool, do fumo e das demais drogas nocivas a todo complexo físico e psíquico. Há também um princípio do yoga denominado ahinssa, cujo significado é "não matar", mas em uma maior abrangência, incluindo a não ingestão de carne. Contudo, estabelecer uma interdição como esta no mundo ocidental é algo de difícil aceitação. O que se espera , porém , é que se inicie uma consciência, para que possa ser semeado um conceito futuro, nesta ou em outra vida.
   A respiração, como citado anteriormente, é a força motriz que alimenta os vórtices de energia, através do prana que infunde na constituição etérea. É fundamental que seja modificada a forma comum de se respirar. Pois a grande maioria dos ocidentais respira superficialmente, inflando apenas a porção superior dos pulmões. Para que haja aproveitamento pleno dos pulmões é necessário que se faça uma respiração lenta e profunda, inflando os pulmões em cada inalação , mantendo o ar por alguns segundos e exalando plenamente esse ar, para que isso se torne um hábito de se respirar bem.
   Os exercícios respiratórios não incluem a respiração profunda, pois esta deve ser um hábito exercido a todo momento possível. A ativação dos chakras se inicia com o domínio do prana, o Pranayama,  que consiste na respiração alternada.
   Para que a respiração alternada possa ser executada deve-se ter o conhecimento prévio de outro tipo de respiração , que é a "rítmica". Esta se consiste em estabelecer o ritmo próprio de cada um, seguindo a tônica de cada indivíduo. Primeiramente toma-se o pulso até sentir plenamente o ritmo das pulsações. Inspirar em tempo igual a quatro batimentos; reter o ar pelo tempo igual a três batimentos; e expirar o ar no tempo igual a sete batimentos. O tempo gasto ao expirar deve ser igual ao tempo de inspirar e reter: quatro , três e sete , inflando ao máximo os pulmões, sem esforçar, retendo em seguida e expirar esvaziando ao máximo, sem forçar; em seguida reiniciar os movimentos respiratórios. Treinando esse exercício dez a quinze minutos nas primeiras horas da manhã, que são as horas da renovação da natureza, em breve se estará propício iniciar a respiração alternada.
   A respiração alternada é a única que dá ao indivíduo a possibilidade do domínio do prana, o Pranayama . Desconhecido da medicina ocidental é o ritmo natural da respiração humana, que a cada duas horas  uma narina fica mais livre que a outra espontâneamente. Convido a que se repare neste detalhe na própria natureza humana, para que se constate que a cada duas horas uma das narinas fica sempre mais desobstruída que a outra. É sob este conhecimento que se dá a respiração alternada que acelerando o processo natural ativará todos os chakras. A respiração ternada consiste em respirar ora por uma narina  , ora por outra, obstruindo a que deve permanecer inativa com o dedo da preferência de cada indivíduo.  A posição não precisa ser uma Ásana da yoga, mas com o dorso erecto em uma posição que não seja desconfortável, e, se possível, nas horas do alvorecer. O ritmo é segundo o número das batidas do coração. Inicia-se pela narina da lua, a esquerda, fechando com o dedo a direita. Aspira o ar pela narina esquerda no tempo igual a 8 batidas. Mantém o ar preso por 32 batimentos , e exala o ar pela narina solar, da direita pelo tempo de 16 batimentos. O prana inspirado pela narina esquerda , desce pelo "Ida" até o Muladhara , e é inspirado pela narina direita , tendo percorrido todo o Nadi "Píngala . Em seguida inverte-se : inspira pela narina direita por 8 batimentos, fechando a narina esquerda, retém por 32 batimentos, fecha a narina direita e solta o ar pela esquerda por 16 batimentos. Reinicia novamente inalando pela ezquerda e fechando a direita, sempre alternando.

   Temos dessa forma o ritmo completo do Pranayama : 8--32--16 , expresso na proporção 1--4---2 cuja soma equivale ao número sagrado 7.
   O exercício da respiração alternada deve ser de aproximadamente dez minutos diários, podendo aumentar com o tempo.
     É de grande ajuda mentalizar as cores , inicia-se mentalizando a inalação de azul índigo, retendo o ar de cor rósea e exalando de cor esverdeada. Mentalizar também os chakras ativados com as cores correspondentes às pétalas já citadas para cada um deles. Através da persistência destes exercícios os mundos espirituais irão se descortinando , o despertar da kundalini nos proporcionará enxergar os corpos espirituais de cada indivíduo, os quais poderão ser analisados determinando seu caráter, suas virtudes , defeitos e enfermidades, as quais poderão ser até sanadas mediante energização nos chakras correspondentes .
   Alguém desperto através do kundalini passa ser um iluminado, e, quando isso ocorre, passa a ter o desejo sublime de compartilhar esta iluminação. Como um antigo provérbio diz : as mais densas sombras se desfazem diante de uma única luz.
   As luzes verdadeiras nunca são unitárias, elas se aglutinam, se fundem, se tornam "um" , na unidade regeneradora onde a plenitude supre todas e quaisquer ausências.
   Namastê.
 
 
 

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

A FÍSICA QUÂNTICA E A ESPIRITUALIDADE.

        

   Disseram-me , certa vez , que a ciência caminha do visível para o invisível e a filosofia do invisível para o visível. Porém, até que ponto pode-se chegar , cada uma , seguindo sua trilha a partir de se ponto de origem? E , qual este ponto de origem , uma vez que a ciência nasceu da filosofia, e a filosofia nunca deixou de ser uma ciência?
   Acredito que existam dois tipos de ciência : A ciência sob o ponto de vista dos céticos, e a ciência sob o ponto de vista dos sábios. Assim como também dois tipos de filosofia : A filosofia sob o ponto de vista dos fundamentalistas, e a filosofia sob o ponto de vista dos sábios. Quero, desde já, excluir os primeiros tipos , tanto de cientistas quanto de filósofos, e contemplar junto a sábios cientistas e sábios filósofos, a maior aproximação evidenciada entre essas duas formas de compreensão do universo , a científica e a filosófica.
   A física quântica trouxe à grande tela científica um novo panorama. Digo novo, apenas à luz da ciência, pois à luz da filosofia já fora descortinado há tempos incontáveis. Em fim , uma realidade oculta à antiga comunidade científica começou a ser plasmada como uma nova visão da concepção do universo.

   Mas , qual a relação existente entre os fenômenos quânticos e o espiritualismo ?
   Uma ponte entre a ciência e a filosofia começa a tomar forma. Pois a matéria foi despojada de sua função, até então consagrada, de alicerce da complexidade universal. Não pode mais ser decomposta em partículas fundamentais como se supunha nos tempos pretéritos. A matéria, pois, não possui uma existência real e independente , mas vem ser a expressão dos substratos imateriais que são as energias. Sendo toda a concretude da materialidade uma densificação de energias que compõem toda a arquitetura estrutural na qual a velha ciência baseava sua concepção decrépita do materialismo.
   Nos mundos infinitamente "pequenos" o tempo e o espaço tornam-se impossíveis de serem estabelecidos como grandezas físicas, "eles" simplesmente perdem a configuração realista diante do racionalismo humano. Surge um universo no qual não se consome tempo e não se percorre o espaço, dentro do princípio denominado da "incerteza". Neste panorama partículas podem ocupar dois lugares ao mesmo tempo , dando , "lances" quânticos por um desconhecido espaço à revelia da percepção cronológica. Porém, o que foi demonstrado de maior relevância é que as "potencialidades energéticas" permeiam tudo aquilo que era tido como vazio , dando razão à grande premissa filosófica a qual sempre afirmou "que a natureza aborrece o vazio". Simplesmente porque o "nada" configura a própria inexistência.  A interconexão de todas as coisas existentes descortinou-se diante da antiga concepção cartesiana com a qual eram estruturados os valores científicos, verdadeiramente dogmáticos. E esses valores se desmoronaram diante da nova perspectiva onde a filosofia e a ciência podem caminhar de mãos dadas.
   Em sua magnífica obra "A Grande Síntese", Pietro Ubaldi fez uma exposição monística do universo , demonstrando o entrelaçamento de todo o universo , desde a insondável infinitude do cosmo até a intimidade mais ínfima das partículas. A manifestação dos processos quânticos preenchem os interstícios na eterna infinitude.

   A realidade ondulatória ou quântica é um domínio que prescinde do tempo e do espaço. A realidade espiritual está fundamentada "cientificamente" nos princípios sa física quântica. Porém a ciência agora que chegou nos lindes da filosofia . Uma vez que esta sempre admitiu uma realidade alternativa, asseverando que a matéria é a energia densificada , ou seja tudo se resume em densificação e desdensificação , e aquilo que se concebe como real é, na verdade , irreal. A realidade está naquilo que não se vê , na própria espiritualidade além dos sub níveis das partículas , do denso ao mais sutil , a infinita divisibilidade.
   Imaginemos agora se fosse possível existir um "super microscópio" capaz de penetrar nos insondáveis domínios do microcosmo. Observaríamos , inicialmente, a matéria visível. Aumentando o grau de resolução visualizaríamos as moléculas que compõem essa matéria. Aumentando mais uma vez o grau de resolução visualizaríamos as estruturas atômicas, em seguida os prótons, nêutrons , as camadas eletrônicas; aumentando ainda mais o grau chegaríamos nos quark , depois fótons ,grávitons... o quantum, o menor valor que apresentam as grandezas físicas. Adentraríamos no mundo das partículas-onda. E , se possível fosse ir mais além defrontaríamos com o insondável mundo das energias mais sutis. Pois se fosse possível aumentar infinitamente a resolução deste hipotético aparelho, infinitamente mergulharíamos em infinitas realidades incompreensíveis à razão humana , muito além das concepções, muito além do dimensionalismo , além daquilo que, mesmo sem conhecer, chamamos pensamento, que é a  mágica da voz da alma.
   E o que é o pensamento senão uma sútil energia , e o que é a matéria densa senão também uma densificação de energia ? O diferencial de cada coisa está no grau de sutileza. Assim como existe um plano palpável à materialidade, há também um plano  dos pensamentos, das emoções, e para tantas outras manifestações que ainda desconhecemos. Dentro destes planos a filosofia sempre atestou a existência de vida, pois tudo é vida. As vibrações estão presentes em todas as coisas, e a vida é vibração. Cada plano possui sua sequência vibratória. Além do físico há o plano astral, o mental concreto , o mental abstrato, o búdhico , o átmico... Há "roupagens", como é uma "roupagem" nosso corpo físico; E , perdendo a roupagem física, nosso "eu pensante" assume a roupagem astral quando adentra a este novo nível de existência, e assim sucessivamente, em cada plano uma "roupa" constituída da "energia" deste plano, até o retorno ao plano físico, dentro de um grande ciclo, que os hindus denominam "a roda do sansara", o ciclo das reencarnações. Pois no universo tudo cíclico. Vemos os ciclos eletrônicos e suas "afinidades", o ciclo da água, do oxigênio, os ciclos das rotações e translações dos astros , o dia , a noite , o retorno do dia. Nada cessa, nada morre, tudo se transcorre sob uma lei imutável, cíclica, e se transmuta, se aperfeiçoa, se sutiliza dentro da mobilidade universal, sob os auspícios de uma grande "respiração" celeste.

   As energias se reciclam, transformando, modulando-se sempre em um ir e vir infinito e eterno. Semelhante às aguas que se tornam mais puras quando filtradas através do calcário, as energias sutis se purificam através das densificações, nossa alma passando pelo corpo físico. Os mundos espirituais que antigamente eram conhecidos através das práticas místicas dos grandes mestres, estão sendo plasmados diante dos olhos frios da própria ciência. Àqueles que, como "nós" testificamos a realidade dos mundos espirituais, não vêm a nova visão científica como um avivamento da fé, mas como um prelúdio de uma nova era onde o materialismo será suplantado pelo renascimento da espiritualidade, abrindo um novo horizonte para os desesperançosos e para os céticos, para que , diante da magnitude da verdade que se desabrocha como uma flor na primavera, possa exalar se perfume de alegria e esperança, referendando a certeza de que a morte física nada mais é que uma mudança de estado. Nossos pensamentos perduram-se nos planos sutis na eternidade. Deus existe.
                                                                          Namastê.
 

terça-feira, 9 de agosto de 2016

OS MANTRAS

 


   Mantras são sons , palavras , versos ou orações que , por si só, produzem vibrações cósmicas. Provém a palavra do sânscrito "man", cujo significado é pensar, e "tra", cujo significado é instrumento, juntos formam "instrumento de pensar", ou seja exteriorizar o pensamento na forma de sons, a "vocalização"  Nem sempre , porém, tais vibrações podem ser positivas ou benéficas. Havendo sons que emitem ondulações onde forças positivas assim como também aqueles que geram energias negativas, nefastas e , até mesmo, destruidoras.
   É importante frisar que a grande maioria das emissões vocálicas atingem seu propósito de acordo com a pureza e a intencionalidade dos pensamentos. Os mantras , no entanto , independem da intencionalidade do pensamento. Possuem na própria entonação a capacidade de modificar as vibrações. Vibrações que , no ocultismo se denominam "tammâtricas" na sua essência, que, quando modificadas passam a se chamar "tatwas".

   Os hindus são conhecedores das propriedades mântricas há milênios, e toda ritualística do brahmanismo está consubstanciada na utilização correta dos sons que modificam o "grande alento".
   Toda matéria é constituída por partículas e sub partículas , que , por sua vez , são formadas por "ondas de energia", em uma gradação das mais densas até as infinitamente sutis . E , é justamente nessas vibrações da mais ínfima sutileza que os mantras atuam , remodelando toda a estrutura constituinte das energias que emolduram todo aspecto da natureza.
   Como havia citado anteriormente, há para cada tipo de vibração a sua "partícula" modificadora , que , como um reagente , transforma a essência de cada "onda vibratória", alterando seu ritmo no tempo e no espaço.

   Aquele que conhece o segredo da conformação energética que compõe todas as coisas, e as palavras que modificam-nas possuem um grande poder. O qual se for utilizado para o bem produzirá efeitos de grande valia para a evolução da humanidade. Quando , porém, for utilizado para finalidades egoístas e desprovidas de discernimento, acarretará a formação de karma terrível àqueles que fazem mal uso deste grande poder.

   Em ocultismo é chamada "luz astral" a essência formadora de nosso sistema de coisas. Os hindus a chamam "akasha" , que é a essência "na qual se desenham os pensamentos", e a partir do desejo se adiquire forma e consistência. O poder em "criar" a partir da luz astral é denominado , em sânscrito, "kriashakty". Nisto se resume o poder da vontade aliado ao conhecimento mântrico da modificação das sequências vibratórias.
   Alguns mantras são amplamente conhecidos através do yoga e das escolas iniciáticas. Um mantra de grande eficácia consiste na entonação da palavra "omm" ou "aum", que harmoniza de maneira espetacular qualquer ambiente com as mais fortes energias positivas. Tanto que a maioria dos mantras se iniciam com "omm". "Aumm mani padmi humm" conhecidíssimo mantra tibetano de purificação e elevação. E o mais célebre mantra hindu, o "gaiatry mantra", que proporciona paz, relaxamento e harmonização com as forças superiores.

   É extremamente difícil sintetizar em poucas palavras um assunto tão vasto referente aos mantras. Contudo há uma vasta literatura sobre o assunto e um grande número de escolas esotéricas dotadas de precioso saber referente à milenar cultura hindu.

   O importante é saber que tudo aquilo que podemos ver está alicerçado naquilo que não podemos ver, e o invisível preenche todos os espaços no universo, e , é nessa força invisível que poderemos atuar através dos mantras, efetuando curas, limpeza espiritual, resgatando a paz e a harmonização com tudo aquilo que promove a harmonia , o amor , a verdade e a justiça.
   Paz a todos os seres. Namastê.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

O PRANA

     


   O desconhecimento da importância da respiração tem causado muito prejuízo à capacidade vital do ser humano , principalmente na maioria dos ocidentais.


   Se repararmos na nossa própria ação de respirar notaremos que executamos este ato superficialmente. Não inflamos os pulmões em sua plena capacidade, e mal expelimos o ar residual contido em suas porções inferiores.
   Essa atitude deficiente de se executar o ato respiratório reduz a capacidade pulmão no aproveitamento do oxigênio, e , consequentemente , confere à corrente sanguínea uma reduzida carga deste gás essencial à manutenção de nosso corpo físico denso.
   O resultado desta deficiência de oxigênio ocasiona um estado de permanente intoxicação no corpo humano, privando-o de um melhor estado de consciência, afastando a serenidade e debilitando a saúde geral.
  Este aproveitamento reduzido da capacidade pulmonar acaba por atrofiar as porções não utilizadas, gerando sempre um acúmulo e proliferação de microorganismos causadores de inúmeras moléstias e indisposições. Na verdade a grande maioria das pessoas utiliza apenas um terço da capacidade pulmonar.
   Para compreendermos a importância da respiração não devemos nos restringir apenas à absorsão do oxigênio. É necessário o conhecimento de um princípio hiperfísico que permeia a natureza, cuja sutileza está alguns bilhões de vezes acima do próprio oxigênio.
 Prana é a força de todas as manifestações energéticas a nível essencial da vida. É o princípio essencial do universo , que impulsiona a vida desde os elétrons até os insondáveis sistemas planetários. Citei os elétrons por uma finalidade didática, pois o Prana dá energia às desconhecidas partículas ainda muito menores e desconhecidas da ciência oficial.
   O Prana deriva do Fohat,  a energia das mais sutis, conhecida no meio místico como a partícula primordial.
   As pessoas que possuem o dom particular da clarividência conseguem observar pequenos pontos luminosos na atmosfera sob o céu azulado, esse enxame de pequenas luzes são os glóbulos vitais de energia prânica que confere a força vibratória que da forma e sustentabilidade a todas as coisas.
   É através da respiração correta e das inúmeras formas de exercícios respiratórios que absorvemos essa energia cósmica, que inunda todo nosso ser da plenitude de energia que encadeia todas as reações essenciais , seja de ordem física, psíquica ou etérea.
   Citarei aqui o utilíssimo recurso de obtenção da energia prânica através da respiração profunda. Deveremos sentar em uma posição confortável com o busto erecto. Descansar a mente isolando-se de todos os pensamentos que possam desestabilizar um estado de paz e de tranquilidade. É essencial que pensemos em "Deus", sejam quais forem as concepções que tenhamos de amor , harmonia , verdade e justiça. Aspira-se o ar lentamente através das narinas, sem forçar os pulmões. Reter o ar por poucos segundos e expirar lentamente pelo nariz . Buscando sempre , sem forçar, expandir ao máximo a capacidade pulmonar, assim também como esvaziar ao máximo, expelindo os resíduos de gás carbônico. Durante o curto período de retenção do ar deve-se imaginar o prana interpenetrando todo nosso ser , nossas células, nosso pensamento, nossa alma. E , ao expirar deve-se imaginar a retirada de todos detritos , toxinas  e energias nefastas.
   A regularidade deste exercício , que poderá ser por volta de 10 a 15 minutos irá conferir uma sensação de serenidade , disposição e alegria. Não importa qual hora poderá ser efetuado, porém , se for possível, poderá ser preferencialmente ao nascer do sol , que é a hora da renovação das forças da natureza.
   A respiração profunda , acima descrita , com o passar do tempo tenderá a ser efetuada a cada momento, em todas as atividades do dia a dia, deixando-se o velho hábito da respiração superficial. Também este ato de respirar profundamente irá constituir a base de todos os exercícios respiratórios, para que se alcance a etapa do raja yoga denominada pranayama , que é o domínio do prana.
   Uma vez tendo dominado a força prânica um novo horizonte se descortinará. A polaridade de nossos corpos densos ou sutis se equilibrarão inaugurando um novo momento na evolução espiritual , repelindo forças e disposições nefastas e atraindo, sempre mais , grandes ondas de energias de luz, de amor e de sabedoria.
   Todo conhecimento, toda sabedoria e poder têm início no domínio próprio, e o pranayama nada mais é que um resgate da essência, da própria essência que nos constitui e nos dá a vida , em sua plenitude.
   Namastê.
 

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

OS TIJOLOS DO TEMPLO

        
 

   Observemos o espaço , essa imensidão que desafia a nossa pequenez . Galáxias e mais galáxias pontilhando o incomensurável, nos convidando a refletir , meditar , ou simplesmente contemplar sua grandeza que assombra nossas ideias e nossos pensamentos.
   Disse certa vez um pensador : "A sabedoria é uma montanha assentada na altura de um poeta." Certamente aquilo que não conseguimos entender podemos , no entanto, sentir. Existem coisas que sentimos e que são intraduzíveis em palavras.
   A mesma essência que compõe as estrelas também compõe os minúsculos grãos de areia que são levados pelo vento.
   Cada átomo é composto por partículas e cada partícula é composta por partículas ainda menores , sempre divisíveis, até o momento em que nem mais poderão ser classificadas como "matéria". Mas ondas, energias dispostas em uma crescente graduação de sutileza, que comungam a arquitetura dos universos que não vemos, mas que , dispostos "na altitude de um poeta" conseguimos sentir, vibrar e vivenciar essa realidade invisível que tudo interpenetra.
   Tudo aquilo que chamamos "matéria" nada mais é que energia densificada. Tudo aquilo que chamamos "energia" é a sutileza daquilo que nossos olhos físicos conseguem captar .
   "A natureza aborrece o vazio", disse certa vez um douto. Sim. Não existe o vazio. Tudo está preenchido , não existe o nada.   Nunca alguma coisa é destruída, tudo se transforma dentro da dinâmica cíclica que dá vida ao universo. Como uma "respiração divina" no transcurso do tempo remodelam-se os alicerces que dão forma a tudo aquilo que se estabelece  no que se convencionou chamar de "existência".


   Vivemos no minúsculo padrão de ser como indivíduo, mas somos compostos pela essência cósmica que tudo interpenetra , tudo permeia e tudo compõe. Dessa maneira temos dentro de nós um componente indelével, eterno como o universo e infinito como a sua essência. Este componente indelével que tudo transforma sem nada destruir é aquele que me permite dizer "eu sou". Que me permite eternizar a consciência que pode contemplar toda a "vida " e a "luz" que sempre me chama pelo "meu nome" e me convida a integrar à unidade infinita.
   Este componente indelével se faz visível, tangível na cadeia vibratória que inaugura minha nova concepção da sua existência impregnada da plenitude. Prazerosamente o chamo de "Deus."

terça-feira, 2 de agosto de 2016

O ESCORPIÃO

   



   Um velho sábio após uma longa caminhada , junto com seus discípulos, sentou para descansar a beira de um regato.
   Foi então que viu um escorpião se afogando naquele riacho. Rapidamente esticou seu braço para alcançar o pequeno animal que agonizava. Logo que suas mãos alcançaram o escorpião , este ferroou-lhe seu dedo indicador. A dor intensa fez com que largasse imediatamente o animal , caindo este novamente sobre a água que retirava-lhe a vida.
   O sábio logo em seguida buscou junto a margem um pedaço de madeira , colocou-o sob o escorpião retirando-o da água , o qual , uma vez em terra firme, embrenhou-se por entre a vegetação rasteira.
   Um dos seus discípulos, inconformado com a atitude do mestre, indagou : "Mestre , esse bicho ferroou-lhe a mão, tanto que já se faz inchar , e o senhor ainda lhe salva a vida !
   O mestre então, muito placidamente, comentou : "Eu lhe fiz um bem e ele agiu conforme a sua própria natureza". Em seguida acrescentou : "o mal, na verdade é um bem , que ainda não compreendemos".

   Com os "mestres" violentos poderemos aprender a paz. Com os "mestres" intolerantes poderemos aprender a tolerância. Com os "mestres" arrogantes poderemos aprender a humildade. Com os "mestres intolerantes poderemos aprender a ternura. Com tudo aquilo que vem impregnado de malícia poderemos aprender a valorizar o amor.
   A doçura só poderá ser compreendida após sentir o sabor da amargura.

domingo, 31 de julho de 2016

ONDE MORA A FELICIDADE

                            


   No antigo oriente havia um príncipe  que, devido a uma enfermidade repentina, perdera sua esposa grávida, nas últimas semanas de dar a luz ao primeiro filho. Muito abatido o príncipe  passou seus dias em isolamento mergulhando em um profundo estado depressivo. Desejando abandonar este plano de existência passou a não mais se alimentar, agravando ainda mais seu estado deprimente.
   Certo dia, repleto de maus pensamentos, debruçou-se no parapeito da janela de seu palácio com um forte desejo de se jogar muralha abaixo. Foi quando notou, subindo a estrada, um mendigo, todo maltrapilho cantarolando uma antiga canção, sorridente e vivaz.
   "Como pode estar feliz um ser tão miserável e medonho ", Pensou ele, "E eu sem o mínimo gosto para tocar essa vida pela frente "?
.   Então resolveu descer  a escadaria do suntuoso castelo e mandou um de seus criados chamar no portão o paupérrimo andarilho.
   Ao se defrontar com tão miserável figura o príncipe perguntou: "estou observando você caminhar todo feliz pela estrada. e, se for possível me dizer gostaria de saber qual a razão dessa sua felicidade."
   Sem tirar o sorriso do rosto e sem esboçar qualquer sinal de espanto diante da pergunta o mendigo respondeu: "Caminho pelas estradas, minhas pernas me conduzem para onde meu pensamento deseja ir, ando quilômetros  e quilômetros, sob o sol, sob as árvores, nas montanhas e nos vales, Talvez se eu fosse um paralítico não fosse tão feliz!"
   "Essa é a razão de sua felicidade"? Indagou o príncipe.
   "Não". Respondeu o mendigo."Tenho meus ouvidos que ouvem o balbuciar dos pássaros, o vento entre as árvores, o murmúrio doce das correntes de água que  afluem das montanhas. Talvez se eu nada pudesse ouvir eu não seria tão feliz."
   "Então essas são as razões que  determinam a sua felicidade?" Indagou mais uma vez o príncipe.
   "Não". Respondeu mais uma vez o mendigo." Gosto de cantarolar enquanto caminho. Converso com as pessoas, respondo perguntas, oriento os viajantes pelas estradas, chego até mesmo a tentar conversar com os animais da floresta. Pode ser que se eu não possuísse a bênção de emitir palavras e sons eu não fosse tão feliz".
   "E isto basta para a sua felicidade"? Mais uma vez indagou o príncipe.
   "Não, " Prosseguiu o mendigo. "Vejo o nascer do sol todas as manhãs, as cores da natureza, a sinuosidade dos caminhos e todas as estrelas do céu noturno. Talvez se não possuísse a visão eu não fosse tão feliz."
   "E isso basta para sua felicidade"? indagou ainda mais uma vez o príncipe como se encerrasse o diálogo.
  "Não." respondeu mais uma vez o mendigo sem apagar o sorriso de sua face escurecida pelo sol."Certamente que não. Tenho minha mente, minha alma, que me dá o discernimento, que me faz compartilhar a alegria de cada momento em que posso dizer EU SOU. É um pálido reflexo de uma mente superior que irmana todos os seres e que me dá a alegria de vivenciar a razão de ser e de existir. Ainda que fosse cego, eu seria feliz por poder ouvir, ainda que fosse coxo eu seria feliz de poder ver e não triste por não poder andar. Devemos ser felizes pelas muitas coisas que temos e nunca infeliz pelas coisas que não possuímos . "
  "Posso agora entender a razão de sua felicidade"! Exclamou o príncipe. "Quero buscar  minhas próprias razões". Acrescentou.
   "Irá encontrá-las facilmente". Disse o mendigo. "Caminhe, ouça, solte sua voz, observe e pense. Não seja infeliz por aquilo que lhe falta, seja feliz por aquilo que você tem. A vida pode se tornar aquilo que os olhos de sua alma desejam que ela seja. A felicidade pode estar tão perto". Disse o mendigo que ,  voltando a sorrir, continuou a seguir o seu caminho, cantarolando uma melodia qualquer.


sábado, 30 de julho de 2016

UMA LUZ EM CADA CAMINHO

  
    Muitas pessoas têm uma regra de fé, uma crença. E todas as crenças convergem para um ser superior , um guia para iluminar seus caminhos tanto nesta vida quanto além desta existência.
     Mas na maioria das crenças existe a concepção de um "deus" transcendente, e, essa transcendência sempre denota um distanciamento, criando uma perspectiva do intangível, do inescrutável.
    Deus , não o ser antropomórfico , nem um severo juiz disposto a criar diferentes caminhos a seres que se definem por sua própria natureza dual, mas o Deus que vemos, sentimos , tocamos e que , de certa forma , somos , é o Deus que vive , transforma e estabelece , não dentro de uma intangível transcendência, e sim imanente. Imanente a todas as coisas , que vive dentro de nosso próprio ser.
    É através desta centelha divina , imanente, que fala e ouve, que sente a essência do universo, que proponho estabelecer um contato onde todos estejamos unidos , buscando os eternos caminhos que definirão uma nova era.
    Nova era não significa a destruição de um sistema de coisas , mas sim uma transformação, onde cada um se tornará cônscio de sua centelha divina. E terá esta como guia em um novo encadeamento de idéias e ideais , de propósitos elevados, para o estabelecimento de uma nova consciência. Jamais esquecendo que somos os eternos aprendizes de um eterno mestre , de uma lição infinita.