sábado, 23 de abril de 2022

OS SUBMUNDOS ASTRAIS. Os Círculos Infernais e suas Entidades.

 

 


                                          

 


 

        O estudo dos submundos astrais é extremamente complexo, sendo ministrado apenas nos graus mais elevados de algumas e raras escolas iniciáticas, pois poucos são aqueles que adentram nestas perspectivas restritas aos mais recônditos arcanos.

        É sempre lamentável dizer que este assunto é por demais escasso, tanto na literatura esotérica quanto na metafísica.

        E isto talvez tenha relação com a dificuldade em abordar o tema, haja vista o conhecimento prévio de outros tópicos, sem os quais este assunto se torna incompreensível.

        Tendo por base uma sequência de textos que abordam as rondas cósmicas e as cadeias planetárias, as raças raízes, os habitantes do plano astral, assim como as frequências cósmicas, poderemos dar andamento neste tópico que, além de interessante no ponto de vista esotérico, se faz essencial àqueles que buscam compreender a essência dos planos espirituais, seus seres e o consequente domínio sobre as energias que dinamizam suas existências.

        Primeiramente, cabe aqui recapitularmos algumas das nomenclaturas fundamentais para que se estabeleça uma compreensão plena sobre o assunto.

 

 


                     Os Kama Rajas:

 

        Este tipo de entidade espiritual, não humana, é muito importante que seja conhecido tanto pelos neófitos, tanto pelos magistas.

        Especialmente para aqueles que desejam entrar no campo da desobsessão, dos expurgos, banimento e exorcismos.

        Muitos são aqueles que têm suas vidas atiradas em um verdadeiro "inferno astral" por tentar enfrentar seres sem o conhecimento da natureza de cada um deles.

        Muitos são os que acreditam ser o mundo astral a morada exclusiva de seres humanos desencarnados, e, quando se deparam com esses seres não humanos, dotados de grande poder em seu domínio, além de não realizar seu intento, se vê sob o domínio de tais seres, sendo acometidos por toda espécie de infortúnios e até mesmo princípios de demência.

        Kama significa astral na língua sânscrita. Rajas, na mesma língua tem como significado a palavra reis. São, portanto, na velha língua indiana, denominados os "reis do astral".

        Mas, por que este nome?

        Porque dominam esse plano, e esse domínio ocorre devido à vida exclusiva destes seres no mundo astral. Os kama Rajas não encarnam mais no mundo físico, pois a frequência de seu DNA astral não é mais compatível com a frequência da atual condição física dos humanos encarnados.

        No último ciclo cósmico, nesta quarta ronda, ocorreu o advento da quinta raça raiz, a Ariana, que teve início há milhares de anos no norte da Índia. (Ver nos textos anteriores "Rondas Cósmicas e Cadeias Planetárias", assim como "As Raças Raízes"). Aqui não precisarei a cronologia provável do advento ariano devido às inúmeras controvérsias entre diferentes autores. A cronologia pouco importa diante da essência do conhecimento teosófico abrangido neste tema.

        Assim que foi iniciando o novo ciclo cósmico, no qual surgiu a raça ária, a tônica do planeta foi modificando. A maioria dos seres acompanhou esta transformação, porém uma parte considerável manteve-se estacionária. Sabemos que o padrão essencial do universo é o dinamismo, que gera todo o tipo de transformação, e aqueles que não acompanham a dinâmica da própria existência perde o "bonde da evolução".

        Tais seres acabaram por se tornar incompatíveis com a nova frequência e sua consequente transformação no DNA físico e astral do gênero humano.

        Impossibilitados de reencarnar esses seres tiveram seus aspectos evolutivos restritos ao mundo de Kama, dominando há milhares de anos a energia das correstes astrais.

        Mas quem eram os Kama Rajas? Eram os lemurianos e atlantes, anteriores ao novo ciclo, pois a maioria dos lemurianos, e atlantes, da terceira e quarta raça raiz, respectivamente, alcançaram a nova frequência. (O advento de uma nova raça raiz não significa o fim de sua precedente, todas coexistem, seguindo a mesma tônica do planeta advinda no mesmo ciclo cósmico).

       E os animais e toda espécie de vida no planeta terra, seguem os caminhos da nova frequência?

        Certamente que sim. Todos os seres seguem seus próprios caminhos evolutivos. Aqueles que, por uma circunstância e outra, permanecem dentro de padrões estacionários, malogram-se das manifestações de vida no plano físico.

        Imaginemos agora, o advento do próximo ciclo cósmico, que já está em seu alvorecer. Uma nova raça raiz está se formando, uma mescla de todas as três anteriores, atlântica, ária e lemuriana.

        Uma nova tônica está se estabelecendo no Planeta Terra, e muitos daqueles que aqui vivem não alcançarão esta nova frequência, tornando-se os "Kama Rajas" do novo ciclo.

        E os atuais Kama Rajas, o que ocorrerá com eles neste novo ciclo que se desponta?

        Quando modifica a tônica de um planeta, ocorre uma transformação não apenas no plano físico, mas também em todo o plano espiritual. Os Kama Rajas, que alcançaram a nova frequência, permanecerão vivendo no astral seguindo seus caminhos evolutivos.

        Aqueles que não transformaram suas frequências intrínsecas, deixando de acompanhar a mudança na tônica do novo ciclo, estarão presos na antiga frequência astral, no submundo mais recente deste plano.

        Os Kama Rajas atuais, embora não encarnem no mundo físico, podem se interagir com eles. Assim como os humanos, existem Kama Rajas evoluídos e não evoluídos, alguns podem auxiliar os humanos em sua jornada evolutiva, outros poderão sugar as suas energias na forma dos mais diversos graus de obsessão.

        Já aqueles Kama Rajas que não alcançarão a nova frequência, não mais terão acesso ao plano físico, terão acesso ao astral a partir de seu submundo, assim como os atuais, do astral interferem no físico, mesmo sem viver neste plano.

 

 

         As Frequências dos Ciclos Anteriores:

 

        Voltemos aos Kama Rajas atuais, que vivem e se evoluem exclusivamente no plano astral.

        Eles têm grande experiência no plano que habitam através dos milênios. Contudo, sua evolução se faz de maneira muito mais lenta. Teremos que recorrer à analogia para poder explicar esta consideração.

        Imaginemos que o espírito seja como uma determinada quantidade de água turva, que precisa ser purificada. Sabemos que, para purificar a água barrenta, é necessário que passe pela filtragem através de pedras calcárias. O filtro calcário seria o mergulho do espírito na matéria, sem a qual resta processo da decantação, incontáveis vezes mais lentas e de muito menor eficácia.

        Esses Kama Rajas são os antigos seres encarnados, do ciclo atlante, que não alcançaram a frequência atual. Porém, anterior a eles, no período atlante, já existiam outros Kama Rajas. Aqueles que, estavam encarnados no período lemuriano, e que, no advento do novo ciclo atlante, não alcançaram a compatibilidade com a nova frequência.

        Existe, portanto, um submundo astral, onde estão os seres que não alcançaram a frequência do planeta no advento do ciclo atlante, e que caíram no submundo no ciclo ária.

        Da mesma forma está se formando outro submundo astral, onde estarão os atuais Kama Rajas que não atingirão a nova tônica.

            Por que são excluídas as primeiras e segundas raças raízes do sequenciamento dos submundos?

        Tanto a primeira raça quanto a segunda raça raiz, como podemos ver na Antropogênese da Doutrina Secreta de Helena Petrovna Blavatsky, não eram seres propriamente materiais como conhecemos, e sim etéreos. Embora saibamos que a matéria nada mais é que energia densificada, tais seres eram de natureza sutil, antes das densificações modelarem a visível concretude daquilo que é palpável.

 

         Devido à inexistência de nenhum esquema das transformações das frequências planetárias seguem os desenhos do antigo caderno de anotações.

 

                     Período lemuriano.

 

                          Período atlante.

 

                         Período ariano.

 

 

 

 


 

             Os Seres do Submundo.

 

        Imaginemos seres que vi eram exclusivamente no astral por um período excedente a dez mil anos em todo o período atlante. Imaginemos mais outro tanto no submundo, desde o advento ariano ou ário. Tais seres possuem poderes muito superiores aos atuais Kama Rajas, assim como esses últimos aos seres humanos.

        Conforme citado acima, os seres do submundo não têm contato com os habitantes do plano astral, apenas exercem suas influências sobre os tais, da mesma forma que os Kama Rajas exercem influência sobre o plano físico, sem, no entanto, habitar nesse meio (não encarnam mais nesse plano de existência).

        Esses habitantes do submundo, distanciados da vida astral, onde exercem apenas influência, estão barrados do mundo físico, sem acesso algum, não podendo exercer suas influências sobre este plano. (As possessões, as influências espirituais nos seres do plano físicos são efetuadas pelos espíritos desencarnados e pelos Kama Rajas).

 

        Então os seres dos submundos nunca interferem nos eventos do plano da concretude material?

 

        Há uma frase, proferida pelos velhos mestres que viabiliza todas as possibilidades: "No ocultismo sempre devemos evitar o 'nunca', e nunca deveremos dizer o 'sempre'".

        Vivemos, como já disse o sábio Jacques Bergier, em um universo de infinitas possibilidades.

        Há determinados momentos astrológicos, nos quais, através de sofisticadas e misteriosas práticas ritualísticas, onde são abertos portais interdimensionais onde se franqueiam acesso às moradas de tais seres, permitindo-lhes a presença neste plano temporariamente.

        Devido à forte incompatibilidade energética atual do planeta com esses seres, sua estadia neste plano é temporária, variando o tempo cronológico de duas maneiras distintas.

        A primeira é a estadia rápida e condicionada. O operador, ou seja, o mago responsável pela abertura do portal, tem o perfeito domínio sobre o processo mágico que realiza, mantendo-os de volta ao submundo cerrando-lhes o portal de acesso após realizarem as tarefas que objetivou.

        A segunda é a forma natural, que, devido à incompatibilidade, a energia presente nesses seres se desvanece, como um equipamento de mergulho em que o ar se consumiu e o mergulhador volta à superfície.

        O problema é que, muitas vezes, de acordo com o grau de energia dos seres que adentraram no plano físico, poderá demorar anos, e até mesmo séculos para que retornem em sua própria morada.

        É conhecida, nos meios ocultistas, a invocação que o Rei Salomão fez dos seres dos submundos, os quais lhe ajudaram a fortalecer a unidade de seu reino, sendo este antigo rei hebreu muito bem sucedido em mandá-los de volta ai submundo, através de seu inigualável conhecimento da magia cabalística.

        Os seres, invocados por Salomão, ficaram conhecidos na literatura esotérica como os 72 demônios da Goétia. Vamos agora explicar, talvez pela primeira vez na história do esoterismo, o que significa o número 72, e também o porquê da designação de demônios para esses espíritos.

        Quem não conhece, na bíblia, mais especificamente no livro da Revelação, o Apocalipse de João, o número 666, da besta dos últimos dias?

        Pois bem, no próprio livro, o possível apóstolo João, ou quem quer que seja o autor deste fecho das escrituras sagradas, profere as seguintes considerações: "Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis". (Apocalipse 13, 18).

        Na estrela de Davi há dois triângulos entrelaçados. O triângulo, isoladamente, cujo vértice está acima da base significa a divindade. O triângulo cujo vértice está abaixo, também isoladamente, significa o homem, escravo dos elementos, como no pentagrama invertido. Quando entrelaçados, significa o homem em Deus, em seu estado de transcendência e regeneração, na estatura do homem crístico. O "homem", ao qual se refere João no livro do Apocalipse, é o ser preso à materialidade, em seu mergulho nas densificações da concretude e do ego. (A adoração ao ego é a verdadeira idolatria repudiada em toda a escritura). O número 666 na redução cabalística é igual a 9, 6+6+6=19, 1+8=9. O número 72 dos demônios da Goétia dá o idêntico resultado: 7+2=9. Temos aqui o número do homem em seu aspecto de queda, o Adam Belial, do triângulo ou do pentagrama invertido.

        As escrituras do Novo Testamento foram redigidas na língua grega, no grego "koiné", a variante da língua helenística presente na antiguidade clássica, onde a designação "demo" significa "povo", como na palavra "democracia", onde "demo" é  o povo, coletivo de homem, e ""kratos" governo, governo emanado do povo. Demônio é portento, espírito de homem, o oposto de Deus, e jamais um ser condenado à eterna estagnação, simplesmente porque o universo é o próprio dinamismo, e, ainda que existam seres estacionários, estes não se configuram como seres eternamente estáticos em suas ignorância e perversões.

        Os nomes dos tais 72 seres descritos nas "Clavículas de Salomão", são nada mais que a combinação dos valores numéricos das letras hebraicas, cujos significados são correspondem aos vícios, defeitos e imperfeições humanas. (Para aqueles que desejam maior detalhamento na compreensão numérica dos caracteres hebraicos, sugiro aqui a leitura da obra "Cabala, a Tradição Esotérica do Ocidente").

        No livro do Apocalipse há muita simbologia também relacionada à gnose, pois os 24 anciãos, representam os 12 Aeons celestes e os 12 Aeons terrestres, especificados como diante do trono divino, onde a suprema sabedoria se unifica com a essência da plena sublimidade.

 

 

 


        A Natureza destes seres e suas ilustrações e nomenclaturas através da história, sob a ótica própria doa diferentes povos.

 

        A imaginação humana deu asas às ilustrações delineadas destes seres através dos tempos.

        Através dos ensinamentos ocultos, a humanidade tem conhecimento da existência dos submundos e seus habitantes desde a mais remota antiguidade.

        Os demônios de Mara no budismo, Os Djins, das arábias pré-islâmicas, as terríveis divindades maléficas do hinduísmo, todos refletem a ideia de seres banidos do convívio terrestre, condenados a viver nas regiões abissais das paragens cósmicas. Porém, nenhum deles é tão perfeitamente descrito quanto aos Dybbuk do folclore judaico, pois diferente das demais tradições onde esses seres são banidos a partir de sua natureza celestial, estas personificações judaicas foram rebaixadas a partir de sua própria natureza humana, exatamente como os seres do submundo, humanos no período lemuriano que, diante da incompatibilidade com as novas frequências, foram banidos da luz ascensional.

        Na mitologia de muitos povos, e, mesmo na teologia cristã, recebem o nome de demônios, assim como outras nomenclaturas imaginativas como "arcontes" e "daemons". No entanto, seja qual for a nomenclatura, o importante é ter em mente que todos os seres surgiram através de um longo processo evolutivo, e que, de maneira rápida ou extremamente lenta, seguirão seus caminhos evolutivos como os rios que correm para o grande oceano da vida e da unidade suprema.

 

 


 

        Uma pergunta que é sempre feita nas escolas iniciáticas: Quais tarefas se esperam desses seres?

 

        Esses seres, através da experiência e sabedoria acumulada por incontáveis períodos de tempo no mundo espiritual, são úteis aos magistas que, prudentemente, invocam as suas presenças. O Rei Salomão, adquiriu poder, riquezas, prestígio e conhecimento para estruturar seu próprio país e construir um templo baseado no mais perfeito sequenciamento da sagrada geometria, desprezando a providência divina de sua primeira fé, pela qual pagou um alto preço, assim como a divisão de seu reino, o Cisma das doze tribos ocorrido no reinado de seu filho Roboão.

        Muitas das raríssimas pessoas que, possuidoras do amplo conhecimento tanto místico quanto mágico, que conseguem realizar a abertura dos portais e a submissão destes seres, buscam poder e riquezas. Invocar essas entidades, porém, não é tão difícil quanto angariar a sua submissão. O invocador, antes de conhecer todas as ancoragens essenciais para a abertura dos portais e o consequente chamamento, deve ter o conhecimento necessário para ter o domínio sobre tais espíritos, pois, se não conseguir seu k seu senhor, fatalmente será o seu escravo, e ter sua alma aprisionada por incontáveis períodos de tempo até que tais entidades retornem ao seu submundo.

 

 

 


        Qual o destino dos seres do submundo no processo evolutivo do mundo espiritual?

 

        Conforme explanação anterior, assim que adentrarmos no sexto ciclo da sexta raça raiz, os Kama Rajas atuais adentrarão no primeiro submundo. E, os atuais habitantes do primeiro submundo, que permanecerem estacionários na antiga frequência, cairão para o segundo submundo.

        No advento da sétima e última raça raiz festa quarta ronda planetária, na última mudança de frequências antes da quinta ronda (Ver os textos: "Rondas Cósmicas e Cadeias Planetárias" e "As Raças Raízes", disponibilizadas anteriormente), os Kama Rajas do astral, incompatíveis com a nova tônica do planeta, cairão para o primeiro submundo, os do primeiro submundo pata o segundo submundo, e, finalmente, os do segundo para o terceiro é último submundo astral.

        Os Kama Rajas do astral terão sua evolução confluindo à dos humanos na quinta ronda; os do primeiro submundo, na sexta ronda, os do segundo submundo na sétima e última ronda. Os do terceiro submundo apenas na próxima cadeia planetária.

        Estamos na cadeia planetária terrestre, a cadeia planetária anterior foi a lunar, da qual a lua é o seu "cadáver astral". A terra, em uma futura cadeia planetária, talvez poderá ser como a lua é atualmente, um satélite orbitando o nosso planeta, dentro do esquema evolutivo do Sistema Solar.

 

 

 

 


                        Os rituais.

 

        Os rituais para abertura dos portais, na verdade, nunca deveriam ser realizados, pois vai contra as leis universais que segrega os seres de acordo com as suas próprias frequências e caráter evolutivo. Tais ritualísticas necessitam de terríveis sacrifícios de sangue, dos quais considero por demais imprudente detalhar a título de curiosidade. Exigem também um correto posicionamento astrológico, incluindo o dia da semana e a hora planetária, isso sem mencionar um número mínimo de magistas experientes e consagrados para formar, dentro do espaço previamente estabelecido, aquilo que se denomina "cadeia mágica".

        Após a abertura e a invocação dos seres do submundo, é necessário que se estabeleça o domínio sobre os tais, o que se dá através de um extenso trabalho prévio de "investidura", no qual o magista se reveste da autoridade e do poder suficiente para subjugar as entidades invocadas, as quais têm um preço muito elevado para que seja estabelecida sua submissão.

        Os magistas, assim como puderam ser detentores do poder para atrair, deverão ter a mesma potencialidade para repelir, mandando os espíritos de volta assim que a tarefa, pela qual foram estabelecidos os propósitos, teve seu cumprimento.

 

Paz e Luz.