quarta-feira, 31 de julho de 2019

O MENSAGEIRO DOS VENTOS





Também conhecido como Sino dos Ventos ou Senhor dos Ventos, o Mensageiro dos Ventos consiste em um curioso objeto composto por vários dispositivos suspensos, unidos em uma peça superior, a qual é dependurada em algum suporte, que produz os maus variados sons quando o vento sopra uns contra os outros.

Originário do oriente, a partir da China, sua história se perde nos milênios da própria civilização. Acredita-se que os primeiros exemplares tenham sido confeccionados com bambú ou ossos de animais. Popularizou-se no ocidente mais acentuadamente no decorrer do século vinte.
Segundo o Feng Shui, repele as energias negativas e atrai as positivas, e, dependendo do material, além do aspecto decorativo, possui algumas peculiaridades específicas. O bambú, estimula a introspecção; a madeira a paz interior; o metal a atividade mental; o vidro (que inclui  pedras e porcelanas) despertam o inconsciente e promovem a tranquilidade.

De acordo com o material, sejam bambus, tubos de metal, conchas, etc... Poderão ser feitos através de diferentes calibres ou dimensões, o que permite uma gradação da sonoridade, como diferentes notas musicais.
Alguns místicos explicam os sons, quase sempre extremamente agradáveis, devido a energia dos Silfos, os magníficos elementais do ar que fluem festivamente através das aragens.


Podem ser pendurados em corredores, portas, varandas, janelas ou saguões, onde exista a circulação de vento, desde que a incidência não seja muito forte.
Além do embelezamento do ambiente seu som possui um efeito agradável ao espírito humano, sendo este principal motivo de sua utilização.
Pode-se aumentar ou diminuir o número de seus dispositivos suspensos, de acordo com a gradação sonora que se deseja.
Tudo vai de acordo com a preferência pessoal ou da família residente na habitação.
Na atualidade o Mensageiro dos Ventos é um acessório fundamental principalmente nas residências de místicos e espiritualistas.

Namastê


quarta-feira, 24 de julho de 2019

A VITALIZAÇÃO DA ÁGUA ATRAVÉS DO PRANA





        Na verdade este é um processo efetivo de energização da água.
       Sabemos que o Prana, no  idioma sânscrito, falado na antiga Índia, significa "sopro de vida", ou "energia vital" , segundo os Upanishad. É a sutil energia que interpenetra todo o universo, a qual chega aos seres vivos carregada pelo ar que estes respiram. A noção chinesa do "Qi", distinguida no Tao faz correspondência com esta energia, que estrutura tudo aquilo que conhecemos como "vida".

       Através da Respiração Profunda, a qual se faz utilizando toda a capacidade dos pulmões,  carregamos a água com uma intensificação da energia prânica.
Erroneamente muitas dissertações sobre o tema sugerem "carregar a água de Prana. Porém a água já contém o Prana; o que fazemos é a potencialização ou a intensificação desta energia na água; da mesma maneira que o Pranayama intensifica nosso corpo etéreo com o Prana, o qual já existe e compõe o corpo etéreo.


       A energização se faz da seguinte maneira: segura-se um recipiente (este deve ser de vidro ou de cerâmica, jamais de plástico ou metal) cujo conteúdo esteja pleno de água límpida, filtrada em filtros de barro, preferencialmente. Com a mão esquerda ao fundo e a direita no corpo do recipiente estabelece um leve movimento circular, em sentido horário, respirando profundamente, inflando ao máximo os pulmões, lentamente; retendo o ar por pouquíssimos segundos, e esvaziando lentamente o ar na mesma velocidade da inspiração, até que os pulmões estejam completamente vazios; reiniciando novamente a inspiração.
       O movimento circular que se faz com a água deverá  estar em sincronia com o ritmo da própria respiração.
       Faz-se este procedimento entre dez a vinte respirações (o ideal preconizado pelos antigos mestres seria em número de catorze).
       Em seguida desloca-se a mão direita do corpo (lateral) do recipiente para sua embocadura, a qual não pode estar tampada, mesmo que seja uma garrafa. Sem que ocorra o mínimo toque na água prossegue o movimento circular, em Respiração Profunda, sentindo o fluxo do Prana através do Chakra das palmas das mãos. Faz este procedimento seguindo o mesmo número de respirações feitas anteriormente.
       Suspende o movimento circular e mantém o mesmo número de respirações.
Para finalizar, segura o corpo do recipiente com as duas mãos, ambas na lateral, e o suspende até a altura do Chakra Ajnã. Faz então a metade do número das respirações anteriores (segundo os mestres um total de 49 respirações em todo o período de energização), sempre respirando profundamente.


       Esta água amplamente carregada de Prana é de grande importância para o restabelecimento de pessoas com a saúde debilitada, para enfermos em geral, para pessoas que estão sofrendo grande carga de stress, e também para pessoas que irão passar por algum teste, alguma prova ou coisa semelhante, para que possam usufruir de uma soma substancial de energias que ampliarão muito sua chance de sucesso.
Esta água também é utilizada em rituais de limpezas espirituais em casas e em pessoas.
Um detalhe essencial é que a pessoa, com a qual a água vai ser energizada, possua um nível elevado de consciência, pureza espiritual e esteja gozando de boa saúde física, para que efetivamente possa canalizar energias altamente favoráveis.

Namastê
Om Tat Sat




terça-feira, 23 de julho de 2019

O VERDADEIRO SIGNIFICADO DE ANCORAGEM NO OCULTISMO




       É muito comum ouvirmos a palavra "ancoragem" em trabalhos espirituais, orações, e ritualísticas associadas a inúmeros sistemas mágicos. O verdadeiro significado em esoterismo muitas vezes, porém, tem sido desfigurado através dos anos e do advento de muitas ideias fantasiosas surgidas a partir da má interpretação de profundos conceitos teosóficos.
      Sem deixar de lado a grandeza da Teosofia, o entendimento da ancoragem psíquica e espiritual deve seguir os simples caminhos de sua própria etimologia.
       Ancorar é a ação de se lançar uma ou várias âncoras, artefato pontiagudo de considerável peso que, unido a cordas ou correntes, eram lançadas ao mar para que as naus se estabilizassem em determinado ponto, afim de que não defletissem ao sabor das correntes marítimas.
       O navio ancorado estava posicionado em uma localização desejável. Estabilizado dentro dos padrões necessários para que fossem cumpridas as tarefas específicas à sua função mercantil, ou mesmo bélicas.

       Baseado na correspondência do efeito da ancoragem em sua aplicação náutica poderia perguntar: Qual a maior "ancoragem" para o espírito humano?
       Um sensato estudante de qualquer escola esotérica certamente iria me responder: "a Fé".
       E sua resposta estaria correta. Mais correta impossível.
       "Porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível”. —Disse Jesus.
       Quantas pessoas conhecemos que conseguem movimentar uma montanha, ou mesmo um simples pedregulho com o poder de "sua fé"?
       Contudo está frase, transcrita do Evangelho Canônico de Matheus, está longe de ser uma quimera, uma metáfora ou mesmo uma alegoria bíblica.
       Se acreditamos que existe Deus, e este se faz  onipresente, e está dentro de nós representado pela centelha divina, existe este poder latente intrínseco ao nosso ser.
       Esta frase está longe de ser uma mentira, e talvez a maior verdade do grande mistério do universo.


       Há, dentro de nós, o poder divino, ou seja, a própria divindade. "Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?"—Disse Paulo em sua primeira carta aos coríntios.
       Existe, portanto, todo o poder inerente ao nosso ser, e este poder é acionado pela fé. A fé que não temos e que não alcançamos pela própria condição humana, atrelada ao ego, e toda sua ignorância em relação à verdadeira realidade, suplantada pelo mundo das ilusões.
       Não possuímos, portanto, a mais perfeita ancoragem para fazermos uso do poder divino dentro de nós.
       Desprovido da fé o ser humano buscou o poder espiritual através de diversas ancoragens que fortalecessem seu rudimento de fé. São essas ancoragens que conhecemos, e que usamos como um recurso, ainda que precário, para alcançarmos o domínio da Espiritualidade. Não falo domínio das forças espirituais, mas o nosso domínio interior capaz de canalizar e direcionar as energias que sempre estiveram à nossa disposição.

       ...Mas quais são essas ancoragens que fortalecessem nossos rudimentos de fé?
       Vamos começar falando da magia, dos rituais, de todas as estruturações que estabelecem um sistema mágico, com seus sigilos, símbolos e indumentárias.
       Toda simbologia e ritualística potencializa a fé para que sejam alcançadas as canalizações que conferem o poder aos inúmeros e variados sistemas.
       São necessárias todas as prescrições para a eficácia da canalização?
       Para o homem comum, sim. Para o homem que possui um grau mais elevado no conhecimento de seu próprio poder inerente, não. Esse poder se chama fé, e é mais forte que qualquer ritual de qualquer sistema ou de qualquer civilização.
       Mas e as magias poderosas existem?
       Certamente. Pois representam o próprio rudimento de fé potencializado em diferentes níveis em conformidade com o amadurecimento espiritual de cada ser.
       Ritualísticas, símbolos, orações e todos os caminhos que o ser humano desembaraça na concepção de Deus, são as ancoragens. Não podemos esquecer o detalhe que Deus está dentro de nós, imanente e não transcende como muitos acreditam ser.
       A ancoragem é tão psíquica quanto espiritual, pois a fé é a essência da espiritualidade, e, para que seja potencializada, é necessário que utilizemos as ferramentas psíquicas, as únicas capazes de descortinar a virtude de "crer". Essas ferramentas são os graus de consciência, cuja elevação suplanta a dúvida, a grande pedra de tropeço para a auto-realização.

       Existem relíquias milagrosas em quase todas as religiões do mundo. Muitas delas extremamente poderosas com histórico de milagres inexplicáveis à ciência oficial.
       Mas vejamos: uma relíquia cristã não tem valor algum para um budista, e, consequentemente não terá também poder algum. Do mesmo modo, poderosos símbolos da alta magia Cabalística não terá poder algum para um cristão, especialmente se, para este é um símbolo negativo em seu conjunto de crenças.
       Cada símbolo, relíquia, imagem, possui poder dentro de seu próprio aspecto de crença. Dessa maneira é simples concluir que são "potencializadores" da fé de cada um. O poder está na fé e não na relíquia em si. São todos,  pois, ancoragens, instrumentos para a realização do poder divino dentro de cada ser.
       Essa é a fé que remove montanhas e que, infelizmente, necessita de "pontes" para suprir nossa condição humana impregnada de dúvidas e incertezas.
       A oração talvez seja a mais acessível das ancoragens, e muitas vezes mais forte que ritualísticas de inúmeros sistemas mágicos. Tudo dependerá da maturidade espiritual, da capacidade de crer no grande poder intrínseco da centelha divina.


       Lembremos: Pedro andou sobre as águas. Fez isso pelo poder de Jesus? Claro que não. Pois quando teve medo caiu sobre o mar agitado. E caiu justamente porque temeu, esvaindo seu próprio poder cuja ancoragem era a imagem de seu Mestre.
       Os "decretos", tão beneficamente utilizados, sempre citam na doxologia a própria ancoragem. Mas os decretos são por si só, fortes ancoragens, assim como as orações quânticas.
       Todos dependem da fé que, embora fraca, pode se tornar forte, potencializada com a ancoragem compatível com a crença.
       “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa. Dizei uma só palavra e meu servo será curado”—Disse o centurião de Cafarnaum.
       Sim. Uma só palavra, ancorada na verdadeira fé, transforma mundos e recria universos, pois dispensa dogmas, doutrinas, preceitos ou ritualísticas. É a ancoragem na certeza. Certeza de nossa  natureza divina, a espera de um novo nascimento.
Namastê
OM TAT SAT




sexta-feira, 12 de julho de 2019

O CORPO CAUSAL


                                            



       A denominação Corpo Causal vem ser a tríade superior formada pelo Corpo Mental Abstrato ou Corpo Mental Superior, o Corpo Búdhico e o Átmico. Comparando-o com os veículos restantes: Corpo Físico, Duplo Etérico, Astral e Mental Concreto ou Inferior, representa uma parte elevadíssima em nosso ser, no qual o Átmico vem ser a própria essência divina presente no homem. Sua representação se faz através do triângulo cujo vértice é voltado para o infinito, para o celestial, simbolizando o tríplice Logos estabelecido na criação.
       O Corpo Causal não possui uma forma da qual se possa descrever, certamente existe uma disposição com a qual os seres altamente evoluídos possam notar seu aspecto, mas esta é simplesmente intraduzível à concepção e à percepção humana nos padrões a nós definíveis.
       Iniciemos seu estudo a partir do seu componente Inferior, que é o Corpo Mental Abstrato. Este permite ao ser humano alcançar ideias que estão além da concretude da percepção física, ou seja, ideias que se plasmam na abstração, de onde provém o seu nome. A formulação, a assimilação e a percepção de tais idéias, é um atributo deste corpo, cuja magnitude é compatível apenas com os seres de maior elevação espiritual. Muitos seres humanos possuem apenas um rudimento desta gradação da espiritualidade, assim como os animais, mais elevados na escala zoológica, possuem um rudimento do Corpo Mental Concreto.


       Rememorando o Corpo Mental Concreto, este estabelece a compreensão da concretude material na qual pensamos. Imaginemos um fogão a gás, no instante em que pensamos no fogão formam-se em nossa mente a imagem correspondente a este aparelho doméstico. Esta imagem, como vimos em textos anteriores, são chamadas "Vrittis" dentro do ocultismo, as quais possuem forma corresponde ao objeto que pode ter existência no plano físico. Contudo se, ao invés de pensarmos no fogão como "coisa", pensarmos na sua utilização como no ato da preparação dos alimentos, a "preparação" não possui uma correspondência quanto à forma. Dessa maneira estaremos formulando um pensamento sem um formato, utilizando o Corpo Mental Abstrato para sintetizar aquilo que não possui forma definida. É como se nosso Corpo Mental Concreto pensasse em um automóvel, e desejássemos fazer uma viagem com tal veículo. O automóvel teria sua concepção no Concreto, a viagem no Abstrato, pois a viagem está além daquilo representativo de uma forma palpável e concreta.


      
        Imediatamente superior ao Corpo Mental Abstrato está o Corpo Búdhico, e este é destinado ao homem à realização das elevadas formas de sentimento. Disse um grande mestre oriental: "Aquilo que não conseguimos muitas vezes compreender, algumas vezes poderemos sentir". E é este o atributo deste corpo elevado pertencente à tríade causal, intuir, mesmo quando a própria compreensão não possa ser alcançada. O próprio sentimento do Amor, não o amor paixão ou o amor condicionado aos interesses próprios do ego, mas o amor "ágape, incondicional à quaisquer circunstâncias ligadas aos interesses próprios, é uma plasmação do veículo Búdhico. O Corpo astral é o veículo intermediário dos corpos inferiores, o Búdhico o intermediário da tríade superior, esta situação de equivalência possui uma correspondência mística: o Astral é o veículo exclusivo da paixão, o Búdhico o veículo da dimensionalidade do Amor. O amor e a paixão estão, pois, na equidistância espiritual daquilo que é terreno e daquilo que é celeste. Sentir ao invés de compreender, seguramente é vivenciar com a alma tudo aquilo que a mente é incapaz de alcançar devido ao estado evolutivo próprio de cada ser. A divindade inerente ao ser humano, mesmo que a níveis incipientes, adentrando as percepções sobre as incompreensíveis formulações equacionadas nos planos arquetípicos.


       É interessante salientar um paradoxo existente no próprio caminho evolutivo das espécies. Muitas vezes a intuição, própria do Búdhico, se faz quase instantaneamente, algo correspondente aos seres menos evoluídos. A intuição é, no entanto, uma voz celeste enquanto o instituto é uma voz anímica dos seres não desarmonizados com a natureza. Estar em harmonia com a natureza é um dom quase divino de integração ao Todo. Estar vivenciando o Corpo Búdhico também é estar adentrando na harmonização com o Todo. Um é o caminho anterior a queda do homem na dualidade, outro o caminho da redenção do homem após sua queda. O instituto é próprio daqueles que estão abaixo do bem e do mal, a intuição é o vôo além da perspectiva do vem e do mal. Ambos são caminhos que não passam pelo ego, a grande ilusão que transtorna os seres dentro da dualidade.

      
       O Corpo Átmico, ou veículo Átmico, o mais elevado e refinado componente do Corpo Causal é a verdadeira casa do Jivatmam presente no ser humano. O Jivatmam, conforme mencionado anteriormente, é a centelha ou a presença divina no ser humano, com a qual se conecta e se aglutina com a própria divindade. É o Eu maior, ou o Eu Superior presente no ser humano, através do qual suplanta o ego e se redireciona ao infinito e ao eterno. O Jivatmam aplicado em si mesmo atinge um estado além daquilo que é propriamente humano, é o Estado de Samadhi do Raja Yoga, a consciência cósmica, superior à condição humana. O Jivatmam habita no Corpo Átmico, e se aplica nos demais veículos a partir deste. Sua aplicação nos demais veículos perfaz a noção de individualidade, no Corpo Átmico se aplica com a plena nitidez gerando a divina consciência além dos limites da compreensão atual do estágio em que a humanidade se encontra.
       Estes três Corpos Superiores são denominados "Causal", e veremos o porque desta terminologia aplicada pelas principais escolas de ocultismo ligadas à Grande Fraternidade Branca. Pelo fato de ser menos propenso às transformações das sucessões de vidas, de nossas múltiplas existências, no Corpo Causal é que estão guardadas as "sementes kármicas" da roda das encarnações. Enquanto o homem preservar os desejos, anseios e perspectivas ligadas ao ego ele estará criando Karma, determinando as condições e circunstâncias que alinharão seu destino, ou, pelo menos, suas tendências para um renascimento futuro, ou talvez na própria vida presente, em uma contínua relação causa e efeito. Toda esta relação de causas ( daí o nome Causal), se faz através do "átomo primordial" de cada uma de suas existências terrestres, que se agrega à sua Tríade Superior, nascendo a partir daí todo um encadeamento de circunstâncias e possibilidades psíquicas e espirituais que condicionarão suas existências, em tantas vidas quanto forem necessárias para que seja suplantado o ego e cessar a "Roda do Samsara" (Ciclo das Reencarnações). Disse um velho sábio ocidental: "Há odores que permanecem impregnados em nossos corpos espirituais. Cada ação desprovida de amor desprende a mal cheirosa energia de morte, que se dissipa à medida que ascendermos na plenitude da vida".
       Guardamos, portanto, algo daquilo que fomos em vidas pretéritas, registradas no Corpo Causal determinantes de nossas tendências futuras.

       A queima das sementes Kármicas se faz através da eliminação desses "átomos primordiais" aderidos ao nosso Corpo Causal. E, como já dissemos, o Jivatmam é, nada mais que Deus em nós. Toda limpeza se faz do alto para baixo, imitando todas as impurezas. Deus é Amor. Somente através do Amor as sementes kármicas são eliminadas de nosso ser e atingiremos um novo plano superior de existência, muito além do ego, condicionado aos corpos inferiores. "Buscai as coisas do alto", como disse o antigo apóstolo. Este é o aspecto da grande transformação.
       A Tríade Superior é a o Espírito do Homem, sua parte imortal, que nos liga a Deus e nos faz sua semelhança. Aniquilando o ego, de modo algum estaremos deixando de existir. Estaremos adentrando no céu espiritual que é a verdadeira comunhão com a divindade suprema e única. Só assim seremos Um, na eterna consciência na qual confluem todos os caminhos.
       Namastê
       Om Tat Sat


segunda-feira, 8 de julho de 2019

ENTIDADES REAIS E REALIDADES ARQUETÍPICAS



       Todos aqueles que já participaram, participam ou estudaram a Magia Teúrgica sabem, perfeitamente, que a maioria dos seres invocados não são, de fato, entidades. Isto pode parecer chocante ao recém iniciado magista, mas é claramente compreendido pelo Magista de longa data.
Em um antigo texto, no qual faço referência aos Kama-Rupa, expus o velho ensinamento dos Mahatmas sobre as "formas-pensamento", desde os "pequenos seres" plasmados pelo homem, magista ou não, até inúmeros "deuses antigos" criados através do constante e repetitivo ato de conceber formas astrais, tais formas ganham vida própria, e acabam "perdendo" esta "vida" assim que cessam os pensamentos cujos eflúvios alimentam a sua "existência". Registrei a palavra "perdendo", e "vida" entre aspas justamente porque esta "vida", que muito embora se perca, se mantém letárgica nos registros acáxicos, e podem facilmente ser reconduzidas à manifestação astral quando são feitos os mesmos procedimentos ritualísticos que plasmaram a sua última plasmação de realidade.



       Cada povo, desde a remota antiguidade, criou seus próprios deuses sob formas arquetípicas presentes nos padrões humanos de consciência.  Por exemplo: muitos povos criaram deuses protetores, dotados de força, poder e firme sentido de justiça. Criaram também deuses de cura, de fertilidade, de elementos da natureza que lhes escapava à compreensão.
Todos sabem que aquilo que pensamos com firmeza e insistência constante, cria uma imagem no astral que vai plasmando, até mesmo uma realidade física, este poder criador no ser humano é denominado Kriyashakty no ocultismo e na própria Teosofia. Podemos então imaginar deuses "pensados" e cultuados por multidões e por centenas e até milhares de anos. Plasmam os deuses. Seres astrais que sempre estarão prontos a serem despertados pelo culto ritualístico que lhes são peculiares. São estas as manifestações de seres forjados através dos arquétipos humanos, que ganham forma quando transformados em "deuses". 



       Estes "seres" que de fato não são seres podem ser, portanto, resgatados através de ritos ou criados através da própria convicção estruturada na crença. O poder da ancestralidade reside no acesso à memória coletiva que se faz presente na cultura de cada civilização.



       O Kriyashakty é o poder criador do próprio homem, pelo qual co-cria, canaliza, direciona e estabelece este poder inerente à sua centelha divina.
O universo sempre responde a este poder criador, ao qual, por falta de uma tradução melhor, chamamos "fé".
Toda magia, em qualquer  sistema mágico, é a " muleta" utilizada pelo homem para suprir sua falta de fé. Pois a fé é a grande magia capaz de remover as montanhas. A magia é o conjunto de ancoragens psíquicas e espirituais, das quais o homem se utiliza, para atingir o controle das energias latentes da natureza. Energias que obedecem  a essência divina presente no homem, porém esquecida pelo próprio homem, que perdeu sua fé ao mergulhar na materialidade.



       Poderão me perguntar: "Irmão Sérgio, todos os seres que respondem em  rituais, terreiros, centros... são então formas-pensamento?"
Certamente que não, pois assim como somos entidades, também existem entidades humanas e não humanas no mundo espiritual. Porém muitas das quais, especialmente aquelas com características muito acima da humanidade, são formas-pensamento criadas pelo homem através dos milênios. A estas poderemos chamar "elementares" ( não confundir com elementais, que são outra natureza).



       Muitas pessoas mencionam, até com certa frequência, o contato com anjos. Os seres supostamente invocados como anjos, dentro da cultura judaico-cristã, que entram em contato com os seres humanos, são Kama-Rajas evoluídos ou espíritos humanos avançados espiritualmente. Verdadeiramente aqueles que atingiram o plano da divindade, estão em comunhão com o todo e não possuem mais ego. Seu Eu Superior se faz presente em aglutinação com o Todo, são princípios ativos da própria divindade.

       Mas e onde fica a Grande Fraternidade Branca e os Mestres Ascensionados?

       Imaginemos um mestre ascensionado, o próprio nome indica que já está aglutinado com o Todo, não possuindo mais o ego, que nada mais é que uma ilusão no caminho ascensional. Existe a Grande Fraternidade Branca aquém das figuras arquetípicas, que se projetam no auxílio à humanidade sob os auspícios da divindade imanente. Individualizar um ser ascensionado é negar sua própria ascensão. Pois todos já são Um. Assim como todos seremos Um quando atingirmos a sagrada comunhão com Deus. Deixaremos de ser rios para nós tornarmos o oceano, na suprema unidade incompreensível àqueles que ainda estão aprisionados na individualidade egóica.

       Namastê
       Om Tat Sat