O gato é o
animal mais reverenciado dentro da religiosidade humana em todos os tempos.
Segundo uma
lenda hebraica, Noé, quando na arca, afligiu-se devido à proliferação dos
ratos. Orou a Deus, e, do sopro do leão nasceu o gato, e controlou a população
dos roedores.
No antigo Egito
era reverenciado através da figura da deusa Bastet, a qual defendia
"Rá" das investidas da serpente Apep, que surgia da escuridão.
Criavam-se gatos nos templos para caçarem roedores e afugentar as "larvas
astrais", que fugiam de sua presença. A reverência ao gato na civilização
egípcia se iniciou devido às características peculiares: dormiam sob a forma de
círculo; ter nos olhos as quatro fases da lua em 24 horas, e ser o menor, mas o
mais adaptável dos felinos.
Podemos ver
também a letra M na testa de todo gato, que no alfabeto hebraico vem ser a
inicial da palavra Meborach, cujo significado é bendito, abençoado. Semelhante
ao árabe Mubarak, cujo significado é o mesmo do hebraico. Isso sem contar na
mitologia egípcia , a deusa Maat, mãe de Bastet, a deusa gato.
Na Grécia antiga
era associada à Afrodite, deusa do amor. Na China eram feitas estatuetas com
sua figura com o intuito de espantar os maus espíritos. Na Índia, a deusa
Shosti, que preside os nascimentos, é representada sobre a figura de um gato.
Para os índios norte-americanos representavam a sorte, e configuram como o
"animal do poder" de inúmeros xamãs. Presente também no culto à deusa
nórdica Freyja, do amor e da cura. E também associada à deusa céltica
Cerridwen, era o companheiro das curandeiras deste antigo povo, para que ,assim
como criam os egípcios , repelirem larvas e energias astrais.
No Japão há o tradicional Maneki Neko, cujo significado é " O Gato que Convida, que segundo a cultura local traz sorte, dinheiro e prosperidade. Geralmente feito de cerâmica, com a pata anterior esquerda levantada em um aceno, sendo muito comum encontrar tal estatueta em casas comerciais, restaurantes, e outros mais variados negócios, geralmente na entrada.
Maomé possuía
inúmeros gatos, em especial um deles chamado Muezin (ou Muezah), que o avisou
da presença de uma serpente próxima à sua tenda.
Como eram
reverenciados pelos Celtas, resistentes ao cristianismo, e também por inúmeras
religiões pagãs, os gatos, na idade média, foram associados ao demônio pela igreja,
e, juntamente com os "hereges”, foram perseguidos e quase exterminados do
continente europeu. No "dia de todos os santos", era costume s queima
na fogueira de enorme quantidade de gatos, vivos, dentro de sacos.
Porém , quando a
Peste Negra do século XI avançou por todo o mundo conhecido, a Europa foi onde
mais se sofreu, pois não havia quase gatos, e os ratos, portadores da pulga
"Xenopsyla Cheops”, transmissora da peste, não tinham mais predador que os
caçassem, vindo a se alastrar, contaminando fortemente todos os países.
Situação que não ocorreu no oriente Médio, onde havia muitos gatos, minimizando
os efeitos da peste.
Chegaram os
gatos ao Brasil nos navios portugueses para proteger as provisões do ataque dos
roedores. É hoje cada vez maior o número de pessoas que possuem gatos como animal de estimação.
Pois são autossuficientes, higiênicos, vivem bem na companhia de cães e são
extremamente ágeis para protegerem-se de eventuais perigos. Embora grandes
observadores do astral, não são mais associados à imagem demoníaca, pois a
sociedade contemporânea desvencilhou-se do antigo estigma a eles imposto,
concebendo todo animal como uma criatura de Deus, às quais se estabeleceu uma
simbiose de carinho, amor e companheirismo.
Namastê
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