domingo, 15 de abril de 2018

OS NOVENTA POR CENTO.


                    



                     OS NOVENTA POR CENTO (UMA PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS).


       O mecanismo da evolução biológica é, atualmente, um fato inquestionável e comprovado através do desenvolvimento das pesquisas no campo da genética, assim como na bioquímica, pelas quais foram possíveis a elucidação da transmissão dos caracteres hereditários, assentando as bases do evolucionismo.
       Seria eu um alienado se refutasse a evolução como um fato, porém, seria um degenerado se, baseado neste fato inquestionável, viesse a negar a existência de Deus. Aceitar a evolução não é negar a criação, mas, antes de tudo, é acreditar no poder supremo de Deus com ainda mais veemência, pois através dela é que podemos saber que seu processo criador perdura incessantemente. Porque nada é estático no universo, Deus, o Senhor do universo é dinâmico, e seu dinamismo autentica a própria razão da existência humana. E assim como o dinamismo do princípio ativo existente na divindade suprema, o amor promove a transformação dos corações humanos, através do qual nos aproximamos cada vez mais de Deus.

       O livro do Gênesis fala da criação e está correto, sem ser incoerente com a evolução. Os sete dias não se referem a sete dias literais, mas sete eras. O universo se movimenta, tudo está em constante movimento assim como demonstra a lei da mecânica celeste. A criação exposta no livro do Gênesis é contínua e dinâmica quanto estas leis supernas, e é nisto que se reside a grandeza do Criador. Nada é contraditório, as contradições são feitas em nossas próprias mentes que não conseguem contemplar o propósito divino para com o gênero humano. Tudo passa a se relacionar à medida que passamos a obter a graça do conhecimento da continuidade da criação, também denominada por evolução, pois a única coisa imutável vem ser a lei universal comandada por Deus.
       Não é minha intenção conciliar ideias antagônicas, justamente porque não existe incoerência entre a verdadeira ciência e a verdadeira religião. A ciência está nas leis que emanam da sabedoria divina, e a religião no caminho que se faz rumo a esta sabedoria. A ciência não contraria a religião, ela atesta a religião assim como a religião atesta a verdadeira ciência. A ciência, do conhecimento humano, caminha do visível para o invisível, a religião caminha do invisível para o visível.
       Através da religião prova-se a ciência, pois a religião é a ciência que estabelece conexão com o Criador. Através da ciência prova-se a religião, prova-se o princípio ativo de Deus através da evolução, onde preside a essência criadora.
       Lamarck na sua obra “Filosofia Zoológica”, considera as espécies como essencialmente mutáveis sob a ação do meio, pela lei do uso e desuso dos seus órgãos. Cinquenta anos depois de Lamarck, Charles Robert Darwin, em sua obra “A Origem das Espécies”, enfatizou a seleção natural, que seria a sobrevivência dos mais aptos na luta pela vida. Em 1909 o geneticista dinamarquês W. Johanns denominou a hereditariedade recebida por genótipo, e sua aparência externa fenótipo.

       A flexibilidade dos organismos frente ao meio veem a facultar a sua adaptação. A adaptação deste organismo confere-lhe uma vantagem sobre os demais, o qual terá maior oportunidade para reproduzir-se, melhorando a espécie. A moderna teoria da evolução, com ampla base experimental, sintetiza as ideias de Lamarck e o mutacionismo de Charles Darwin, pela utilização dos quatro agentes dinâmicos existentes, capazes de alterar a frequência dos genes em uma população, sendo estes: a mutação, a seleção natural, a migração e a deriva genética. As condições ambientais alteram o fenótipo, que é o produto do genótipo e a ação do meio. A evolução é a mudança na sequência dos genes.
       O organismo, pela ação do meio, segundo a moderna teoria da evolução, tende a se adaptar e aprimorar cada vez mais esta adaptação, partindo das formas mais simples às mais complexas. Ou seja, os órgãos tornam-se complexos acompanhando a ação que o meio exerce sobre eles, sem que esse grau de complexidade ultrapasse o que o meio determina. Chegamos então onde está o grande sentido do Criador, que surge no momento em que se estabelece a criação em meio à evolução. Observamos que a ciência especifica o grau de complexidade, em que o meio é determinante, jamais ultrapassando o que o meio exige do organismo. Vejamos então o Homem: A evolução fez com que seus órgãos se adaptassem ao que o meio preestabeleceu. Seu cérebro se adaptou às condições exigidas pelas circunstâncias do meio. Agora, como explicar o que a própria ciência afirma segundo a qual o cérebro humano é utilizado em apenas dez por cento do seu potencial?
       Ora, se é o meio quem determina o grau de complexidade, como poderia o órgão ter-se evoluído acima do exigido pelas circunstâncias determinantes? Pelas leis evolucionárias estaríamos utilizando cem por cento de nossa capacidade cerebral, e o que ultrapassasse este patamar obedeceriam às leis evolucionárias. Os noventa por cento ultrapassaram a escala evolucionária, e isto significa uma dádiva acima do que determinou o meio, mostrando a imagem e a semelhança divina triunfando sobre toda a criação. A graça excedeu a evolução. Estes são os noventa por cento correspondentes à graça, pelo qual todo processo evolucionário não exerce determinância, porque neste se aplica a própria criação do Homem no seu microcosmo espiritual, e lhe confere poderes que superam sua própria compreensão. Aqui está a prova da criação, que o Homem traz em sua própria individualidade, certificando a existência de Deus. E isto é algo maravilhoso. Os noventa por cento vêm ser o Homem no seu equivalente Adâmico, o Homem perfeito, pelo qual Deus aguarda e para o qual o meio se faz inoperante. Os dez por cento, somente, que utilizamos em nosso intelecto, nada mais são que um dízimo pago à nossa parcela animal.








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