Embora possa parecer tão infantil
quanto o espelho mágico das histórias da Branca de Neve, a magia dos espelhos
trazem em si uma realidade oculta que remonta uma das mais antigas formas
oraculares que se conhecem. Nos próprios "contos de fadas" tais
objetos trazem em si uma forte simbologia mágica que poucos são aqueles capazes
de identificar, e, por esta razão, muitos são aqueles que acham a ação de tal
instrumento mera infantilidade.
Veremos que tais “coisas" não são
bem assim quanto aparentam ser. Os mais versados em alta-magia sabem muito bem
disso.
Apesar de ser um dos mais antigos oráculos,
os Espelhos Negros ganharam notoriedade através do mago inglês John Dee,
praticante do Sistema Mágico Enoquiano, que, através deste próprio sistema,
obteve seu famoso “espelho negro", do qual fazia uso, através de seu
assistente, o vidente Edward Kelly, que através de seu inusitado dom extra-físico,
entrava em contato com seres dos mundos arquetípicos, fazendo uso do espelho em
questão, em uma língua que ele mesmo denominou como sendo
"enoquiana".
Na brilhante obra de Jackie Bergier, “Os
Livros Malditos", o autor dedica parte de seu livro sobre "aquilo que
John Dee viu em seu espelho".
Tais espelhos, após a divulgação da
insólita vida e obra de John Dee, ganhou evidência entre os magos nos três
séculos seguintes. E estes possuem considerável utilização em vários segmentos
daqueles que fazem uso da magia do sistema mágico enoquiano.
Espelhos mágicos são excelentes aparatos
utilizados para a meditação, reflexão e conexão. Podem-se, através deles,
também observar mensagens dos planos mais elevados, além dos astrais , assim
como também memórias de vida passada , e um excelente portal para a
supraconsciência para auxílio nas mais diversas situações da vida. São eles
como ferramentas, um elo com a Lua, o Yesod da Cabala (plano astral), com o
subconsciente e com toda a própria natureza.
O Espelho Negro reflete a luz astral,
que guarda os registros "akáxicos" de tudo aquilo que já se sucedeu.
Os melhores períodos para sua utilização
com plena eficiência, nos quais as visões apresentam melhor nitidez é a noite e
nos períodos crepusculares. Isso descontando as afinidades extrafísica da vidência
presentes na diversidade das pessoas.
Na mais remota antiguidade, os lagos
funcionavam como espelhos, constituindo uma imagem oracular para os primeiros xamãs,
desde que o Homem iniciou seu despertar para a espiritualidade. Porém a
verdadeira magia com tais espelhos teve seu início nos primórdios da civilização.
Alguns místicos atribuem a Enoque, o Grande Patriarca Bíblico, aquele que
presenteou a humanidade com este oráculo misterioso, e por esta razão,
atrela-se a sua magia cerimonial ao sistema enoquiano. Alguns sábios já
disseram que o sinal posto por Deus, sobre a testa de Caim, era definitivamente
um espelho, para aqueles que o desejassem matar pudessem ver a si mesmo no próprio
rosto de Caim.
O Espelho Negro é um símbolo lunar, e
deve ser, via de regra, confeccionado de forma arredondada representando tal astro.
A moldura deverá ser preferencialmente escura, ou com cores frias. Deve ele
estar sempre coberto com pano, também escuro, e ser utilizado para as visões de
uma única pessoa, a qual será a zeladora desta "ferramenta".
A força que carrega as energias do
espelho é a lua em seu plenilúnio, ao ar livre. Sob esta ação ele estará sendo
carregado. Deve ser de vidro, pintado em um dos lados com tinta preta que
possua perfeita aderência ao vidro.
Existe o ritual de
consagração que deverá ser executado da seguinte maneira. Inicialmente
compra-se no vidraceiro o vidro, cujas dimensões deverão exceder pelo menos 30
cm, devendo sempre emoldurá-lo. Pinta-se, como já foi dito, um dos lados com
grossa camada de tinta negra, de maneira que não reste nenhum interstício sem
esta coloração. Tal tarefa de confecção deverá ser executada anteriormente ao
equinócio de outono (21/03). E, logo após esta data, na primeira Lua Cheia
inicia-se a consagração. Coloca o espelho sob a Lua juntamente com um
recipiente de vidro contendo água limpa e cristalina. E pronuncia-se a primeira
frase: “Em nome do Grande Espírito de Amor e Sabedoria que tudo vê e tudo conhece,
peço que os raios brilhantes da Lua consagrem este objeto, sob a luz de Yesod,
doando sua luminosidade que nasce do grande luminar inacessível”.
Em seguida traz o espelho para o
interior do recinto, pendurando-o na parte leste da parede, deixando o
recipiente com água sob a lua, sem tirá-lo do local.
Este mesmo recipiente deverá permanecer
sob a luz do sol todo o dia seguinte, mesmo que o tempo possa estar encoberto,
é recolhido ao anoitecer.
Com esta agua consagrada à lua e ao sol,
deverá ser lavado o espelho no dia seguinte. Fazendo a segunda recitação:
"Em nome do Grande Espírito de Paz e de Luz lavo este espelho para que
seja sempre trabalhado para o bem".
Com óleo de amêndoas, sob o aroma de um
incenso de verbena faz-se a terceira recitação: “Eu... (Nome da pessoa) perfumo
este espelho para que sempre possa plasmar visões reveladoras, em nome do
Grande Espírito de Amor, Senhor do Sol, da Lua, das florestas, dos quatro elementos,
da Vida e do Universo. Abaah Nartumide !"
Faz-se com um pedaço de madeira ou giz o
Círculo Mágico no chão, coloca-se dentro dele junto com o Espelho Negro,
posicionando uma vela branca em cada um dos pontos cardeais e faz-se a quarta recitação:
“Estou consagrando”, em nome do Senhor Deus do Universo, neste dia e nesta hora
este espelho para que possa ser um indicador de caminhos, harmonizado com os
divinos propósitos, para que indique sempre o correto e seguro direcionamento
de meus planos e decisões.
Quando as velas terminarem a queima, coloca-se
a cera em um papel escuro para que depois seja enterrada. Traça-se dentro do
círculo um pentagrama com o vértice superior voltado para o norte, e em cada um
de seus vértices coloca-se incensos de verbena, os quais deverão ser fixos em
frutas . Frutos estes que poderão ser de qualquer espécie, servindo-se de incensários.
Faz-se então a quinta recitação: “Espelho da Lua que reflete a luz solar, que
reflete a luz divina, permita que seja removido o véu do plano físico, é seja
uma janela para o mundo espiritual, sob a regência do divino poder do amor”.
Volta-se a frente do espelho para cada
uma das pontas do pentagrama, iniciando pelo vértice ao norte, e, em sentido
horário faz a sexta recitação: "Seja sempre a luz que ilumina a
escuridão".
Eleva o Espelho ao alto e faz a sétima
recitação mântrica: “Ambetah” (três vezes).
O espelho está consagrado, e pode ser
desfeito o circo mágico. Coloca-o pendurado sempre na parede Leste do recinto.
Precisa recarregá-lo expondo-o três
vezes ao ano à luz de três diferentes plenilúnios.
É consagrado à Lua, por ser esta o
reflexo do Sol, e este a emanação da Grande Luz. O Espelho é, pois, sempre um
objeto reflexivo.
Quando o detentor do espelho desejar
tomar alguma decisão, ou obtiver alguma mensagem, revelações, ou simplesmente
observar o plano astral, deverá colocar duas velas, uma a direita e outra a esquerda,
concentrar-se no espelho, soltando sua visão sobre ele; e respostas surgirão, e
estas indicarão o caminho correto. Pois o espelho é consagrado, acima de tudo a
Deus, e constitui-se em um ritual de magia divina. Por ser consagrado
unicamente ao bem, poderá também ser consultado em favor e auxílio a outras pessoas.
Namastê
Om tat sat
Neste vidro consagrado
ResponderExcluirOlho e acredito
De Deus ele foi dado
Digo e não minto.
Sou filha de Ogum
Minha luz é azul
E a flor de Ogum
Quando azul.
Vejo agora tanto
Aquilo que já era
Nada de espanto
Só mais uma era.
lindo poema
ResponderExcluiros espelhos negros são sempre tão mágicos quanto à magia de um poema de raro encanto
namastê
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBonito poema de João Pedro.
ResponderExcluirParabéns! Excelente síntese sobre o assunto!
ResponderExcluirGrato, Paulo.
ExcluirPaz e luz
Namastê
Os espelhos negros hoje em dia são os computadores, que carregam com sigo os sigilos, e com ele vc pode ver a resposta para tudo, ver passado, presente e futuro.
ResponderExcluirBrilhante observação.
ExcluirPorém estão restritos ao plano físico, e como tal sofrem os efeitos da concretude inerente a este plano