domingo, 31 de maio de 2020

OS MESSIAS SOLARES E SUAS CORRESPONDÊNCIAS ASTROLÓGICAS.



 


       Muitas pessoas já leram a Doutrina Secreta, obra de Helena Petrovna Blavatsky, dividida em seis volumes. No volume IV, O Simbolismo Arcaico das Religiões e da Ciência, a autora explana toda a simbologia da religiosidade humana, adentrando na raiz, na origem das crenças, de onde se derivou toda a diversidade religiosa que há no mundo, sempre abordando as doutrinas esotéricas corroboradas em todas as escrituras e dogmas, explanando todo o relacionamento existente entre a essência de todos os preceitos. Nesta obra podemos observar, de maneira inequívoca, que há uma matriz comum nos fundamentos religiosos que deram origem às religiões que conhecemos.
       Seguindo os passos de Blavatsky, em outra de suas obras, Isis sem Véu, Uma Chave-Mestra para os Mistérios da Ciência e da Teologia Antigas e Modernas, especificamente no Volume III, A Teologia, ela adentra na origem do Cristianismo, e demonstra, coerentemente, que houve significativas interpolações na elaboração de seus dogmas, que, através dos séculos, moldaram a estrutura devocional, que podemos observar, em todas as atuais denominações. Tudo se estrutura em conceitos muito anteriormente conhecidos, não somente antes do cristianismo, mas também do próprio judaísmo, derivando sempre do gradativo sistema de crenças que se perde na névoa dos tempos.
       Essas duas obras não devem apenas ser lidas, mas estudadas a fundo, para que sejam descortinadas as revelações essenciais para que, conscientemente, possamos questionar, modular, e redirecionar nossa visão do mundo, das ideias e da perspectiva que se desvela diante da verdade.




               O GRANDE LIVRO DE DEUS. (O Livro da Natureza).

       Melhor que qualquer livro escrito por mãos humanas é o livro que sempre está presente diante de nossos olhos. Desde que estes olhos estiverem límpidos de tudo aquilo que é imposto por antigas crenças, poderemos ver claramente as respostas mais simples para as mais complexas questões.
      No Livro da Natureza poderemos notar os ciclos, dia e noite, as estações, as fases da lua, o caminho das águas, e todos os processos de ida, vinda e retorno dos elementos. Nada é eterno.   Há nascimentos, morte e renascimento. Rotações e translações. Não é eterna a vida, nem é eterna a morte, ou aquilo que chamamos morte; tudo se transforma no sequenciamento de vida, seguindo os padrões estabelecidos pelo equacionamento cósmico. Observemos o Sol, a essência geradora de calor, luz e vida, em seu ciclo menor diário e em seu ciclo maior das estações. Este astro, sem o qual a existência seria impossível, desde os primórdios da humanidade, é reverenciado com respeito, temor e adoração por todos os povos. No Grande Livro de Deus, que é o Livro da Natureza, este é o "personagem central".

        Neste grande livro poderemos ver entre os "infindáveis personagens", aqueles que protagonizam os aspectos elevados da natureza cíclica. Os povos antigos já observavam a Lua, suas fases e peculiaridades de cada uma delas; sua influência sobre a  terra e sobre as águas. Antes de qualquer livro escrito pelo homem, os astros traçavam seu delineamento celeste que se fazia compreender, não somente pelo gênero humano, mas por toda natureza em seus vastos sistemas de encadeamento.
        À medida que os humanos evoluíam, seu senso de observação se apurava, e passaram a observar as estrelas e todos seus agrupamentos, as constelações, discriminando as estrelas fixas das móveis (Os planetas observáveis a olho nu), e, com o passar do tempo, através do efeito da pareidolia, foram criando, mentalmente, padrões nessas "estrelas fixas", estabelecendo figuras, nascia assim o zodíaco. O Sol, e o Zodíaco são, portanto, os fundamentos de toda a religiosidade, como veremos a seguir.
       O Zodíaco representa o trajeto do Sol através de doze desses padrões pelo período de um ano. Depois do desenho do próprio Sol, talvez o primeiro símbolo utilizado pela humanidade, na aurora da civilização, possa ter sido a então chamada Cruz do Zodíaco, delimitando toda está trajetória do Sol em quatro partes, cada parte com três padrões, este símbolo, portanto, divide o ano em doze padrões que passaram a ser chamados meses, e, cada uma dessas quatro partes, catalogaram as quatro estações do ano, tendo seu início (do ano) na entrada do equinócio de primavera, o reinício da vida, no hemisfério norte, que simbolizava o renascimento, após o período obscuro do inverno relacionado com a morte da natureza, no seu "grande livro". Da mesma maneira este símbolo estabeleceu o solstício do verão, o equinócio de outono e o solstício de inverno, finalizando o ciclo.
       Seguindo o Grande Livro de Deus, o homem estabeleceu sua crença de acordo com sua observação dos fenômenos naturais que descortinava diante de seus olhos. Nascia aqui os primórdios de toda religiosidade, e suas derivações posteriores, sobre as quais explanaremos a seguir.




                Os Messias da Humanidade e suas Equivalências.

                                         Krishna:

No Bhagavata Purana consta que Krishna, encarnação de Vishnu, veio ao mundo através de uma concepção milagrosa, do eflúvio místico de Vasudeva para o útero de Devaki, há mais de 3.000 anos antes de Cristo, na Índia, e tendo uma estrela no oriente sinalizando seu advento ao mundo. Em sua história, o Rei Kamsa, fora avisado que o oitavo filho de Devaki o levaria à morte, então decidiu matar todo filho nascido de Devaki. Krishna foi levado a Nanda, um pastor de gado, que o criou como filho.  Krishna teve seus discípulos junto aos quais fez milagres e prodígios, dedicando sua vida na luta pela virtude expulsando da terra os espíritos do mal. Foi ferido mortalmente por uma flecha, porém, como sua natureza era espiritual não estava sujeito à deterioração na morte física, e, voltando à vida, partiu para sua morada espiritual.
       Sua existência real, assim como todos os demais avatares, é controversa; sendo considerado por inúmeras correntes do hinduísmo como verdadeiro messias.

                                              Hórus:

        Também conhecido como "cordeiro de Deus" e "luz do mundo", Hórus é considerado a segunda pessoa da divina família egípcia, elencada por Osíris, o pai, Isis, sua mãe.  Hórus nasceu no dia 25 de dezembro, três mil anos antes de Cristo. Sua concepção não foi feita através de relação carnal. Teve discípulos, aos quais alguns autores atribuem o número de doze, porém não ha menção exata desse número. Fez milagres. E, traído por um dos seus, foi morto e ressuscitou três dias depois. É retratado como o Sol, pois vence Set, o deus da escuridão todas as manhãs para inaugurar o novo dia.

                                  Atis da Phyrigia:

       Nasceu de uma virgem chamada Nana, cerca de mil anos antes de Cristo. Era eunuco, fez vários milagres, sendo chamado de Salvador, e, sendo morto, ressuscitou ao terceiro dia.

                                          Mitra:

       Nascido na Pérsia, atual Irã, no dia 25 de dezembro, cerca de 1.000 anos a.c., teve doze discípulos, fez inúmeros milagres, foi morto e ressuscitou após o terceiro dia. Seu dia de adoração era o domingo.

                                         Dionísio:

       Nasceu na Grécia cerca de 500 anos antes de Cristo, teve discípulos, fez milagres, foi morto e ressuscitou após três dias de sua morte.


                                      Jesus Cristo.

       Conhecido por este nome no Cristianismo, segundo a tradição nasceu cerca de quatro anos antes da própria era cristã, contudo, nada consta nas escrituras sobre a data de nascimento 25 de dezembro. E esta padronização, como é perfeitamente conclusiva, fora acrescentada após a compilação e selecionamento dos evangelhos canônicos, elaborado nos concílios, séculos depois de sua vida.
       Sendo o mais recente dos messias solares, há detalhes mais específicos registrados sobre sua vida, entre os quais poderemos citar o nascimento de uma virgem, a estrela do oriente prenunciando sua vinda, a qual foi seguida pelos três magos. Iniciou sua vida pública aos 30 anos, teve 12 discípulos, fez inúmeros milagres, conhecido por "cordeiro de Deus", "luz do mundo", entre outros epítetos; foi traído por um de seus discípulos, crucificado, e ressuscitou ao terceiro dia.


                          A Razão de Toda Semelhança.

       Existiram em diversas épocas e em diversos povos inúmeros messias solares, com similitudes impossíveis de serem consideradas simples coincidências. E isto sugere, como vimos no início do texto, uma concepção advinda das primeiras noções humanas do universo, ou seja, concepções astrológicas.
       O que poderiam sugerir a data de 25 de dezembro, doze discípulos, morte, ressurreição?
       Tudo se relaciona com a concepção do verdadeiro milagre da vida, ilustrado no Grande Livro da Natureza.
       A estrela do oriente é Sírius, que brilha mais intensamente na data acima mencionada, na direção do oriente. Localizada na constelação do Cão Maior, pode ser vista a partir de qualquer canto do Planeta Terra, e, no hemisfério setentrional faz parte do chamado "Hexágono do Inverno". Considerada pelos místicos como o "Sol por trás do Sol", é o símbolo mais antigo de reconexão espiritual. No Egito Antigo era relacionada com Isis, a deusa mãe. Sabemos que a grande pirâmide de Gizé foi construída em perfeito alinhamento com essa estrela. Ela se alinha com outras três estrelas do Cinturão de Órion, Miltaka, Alnilan e Alnitaka, as três Marias, como são conhecidas no Brasil, ou Três Reis em diversos outros lugares. Aqui podemos ver a origem da alegoria dos três reis que seguem a estrela localizada no ponto cardeal onde ocorrerá o nascimento do sol.
       No dia 22 de dezembro, no hemisfério norte, ocorre o solstício de inverno, no qual dava a impressão do sol ficar pequeno e mais fraco, neste dia os antigos denominavam aquilo que parecia ser a "mortificação solar". O Sol atinge sua máxima posição ao Sul, nos três dias posteriores ao solstício, parecendo residir na região do Cruzeiro do Sul, retornando depois do dia 25 um grau para o Norte, criando a expectativa do seu retorno à vida. Aqui vemos a morte do Sol e sua ressurreição após três dias. O inverno, como citado anteriormente, traz a perspectiva de morte, a primavera a expectativa de vida, o espírito de salvação após um longo período tenebroso.

       Vamos recapitular os dias da semana e suas correspondências astrológicas: Domingo é o dia do Sol; Segunda-feira é da lua; terça-feira é o dia de Marte; quarta-feira é dia de mercúrio; quinta-feira é dia de Júpiter; sexta-feira dia Vênus; Sábado dia de Saturno.
       É fácil saber a correspondência dos 12 apóstolos, os quais são representativos dos 12 signos do zodíaco a contornar o Sol.




                        A Precessão dos Equinócios.

       Este tópico é muito importante no ocultismo, pois através de seu conhecimento compreenderemos o que são as Eras.
       Os astrólogos da antiguidade, especialmente os caldeus, notaram que, a cada 2.150 anos, ou algo em torno desse espaço de tempo, o nascer do sol do primeiro dia do equinócio de primavera, no então hemisfério norte, ocorria em um diferente signo zodiacal, e tal fenômeno é devido à oscilação que a Terra perfaz, quando roda sobre seu longo eixo, acompanhando a inclinação do longo eixo solar. Isto veio a se denominar "precessão", pois, ao invés de manter seu circuito dentro da normalidade, os signos executam o sentido inverso, movendo-se para trás. Multipliquemos agora 2.150 anos, o tempo de precessão de cada signo, por 12, o número total, e teremos 25.800 anos. Este tempo corresponde ao Grande Dia Cósmico, pois a Terra completa uma volta em torno do eixo de sua eclíptica. Vejamos algo muito interessante: por volta do ano de 2.150, ou seja, daqui aproximadamente 130 anos, os equinócios deixarão de ocorrer em Peixes, e começarão a ocorrer em Aquário. Sabemos que as Eras não são sucedidas de maneira abrupta, a natureza nunca dá saltos. Dessa forma estamos já na transição das eras cósmicas, nos lindes de um novo ciclo celeste.



       Poderemos então concluir, ainda que de forma aproximada, que a era de Peixes ocorre do ano 1 até o presente momento, e durará até 2.150; sendo que a era de Áries se iniciou em 2.150 a.c., momento que terminou a era de Touro, iniciada em 4.300 a.c., e assim sucessivamente seguindo a configuração zodiacal. Mestres esotéricos afirmam que estamos deixando a era da crença, para adentrarmos na era do conhecimento. Por esta razão que muitos missionários espirituais estão se empenhando em espalhar o conhecimento, revelando mistérios, libertando o povo da fé cega, para o novo momento no qual se descortina a razão. Podemos notar tal mudança observando a revelação da Doutrina Secreta por Blavatsky, a divulgação do ensinamento Cabalístico, antes secreto, assim como a Gnose e outras áreas do ocultismo sendo reveladas nestes dois últimos séculos.
       Anterior à era da crença, temos a era da submissão, onde as religiões ditavam regras de comportamento, transcritas em leis e códigos. E, ainda mais anterior à era da submissão, tínhamos a era da condução, onde o povo era condicionado à civilização, provindos da selvageria, e, desta maneira, conduzidos à etapa primitiva do longo aprendizado das eras.
        Observemos Jesus, considerado no meio ocultista como o Avatar da Era de Peixes, e notemos algo que o correlaciona nitidamente com este aspecto. Seus discípulos iniciais eram pescadores, aos quais designou a função de "pescadores de homens", tanto que não era a cruz o primeiro símbolo cristão, mas os peixes sobrepostos um ao outro. Ele veio retirar o homem da submissão para um período de uma nova visão do mundo, a crença estabelecida na concepção da "boa nova".
       Concluímos, a partir do estudo da Precessão dos Equinócios, e suas eras correspondentes, que as novas concepções humanas, assim como as perspectivas que delas se derivam, obedecem uma coordenação astrológica. Todos os eventos humanos estão subordinados às leis descritas no cosmo. Há, portanto, um direcionamento estabelecido nos “céus”, seguindo o princípio ou Lei Hermética da Correspondência: "O que está em cima é como o que está embaixo. O que está dentro é como o que está fora." O Macrocosmo atua uníssono ao Microcosmo, reconfigurando cada etapa da evolução humana em seus níveis de consciência.
        Nada é por acaso.  

               



                              A Linhagem Espiritual

        Iniciamos este texto citando o Grande Livro da Natureza, ou o Grande Livro de Deus, e observamos as características astrológicas comuns entre todos os guias que a humanidade já teve. Há um sequenciamento, que seria quase como um DNA espiritual presente nos momentos de transição e de livramento na história humana. E este sequenciamento não poderá jamais ser incompatível com a "ilustração" deste grande livro, sejam esses avatares seres reais ou novas concepções do entendimento humano. Novas concepções surgem de um despertar coletivo através do longo aprendizado através das encarnações.

        Mas poderá surgir uma pergunta: Sidarta Gautama não foi citado, mas ele foi um dos maiores guia de luz da humanidade. Era ele diferente das demais linhagens espirituais dos messias solares?

          Não foi apenas Gautama que deixou de ser citado. Poderíamos fazer uma longa lista de guias e mestres, iniciando por Moisés, Lao Tsé e tantos outros mais. Porém todo o texto faz referência às características comuns destes messias alinhados à "religião primordial" da humanidade, baseada na astrologia. Os quais são muito mais novas concepções que propriamente pessoas.

         Mas se são mais concepções que pessoas isso faz sugerir que tais nunca existiram. Tal afirmação pode proceder?

       Aqui chegamos ao momento chave, não apenas para a conclusão do próprio texto, mas como a concepção de um estágio essencial na elevação de níveis de consciência.
        Mestres externos são indutores. Nada além disso. Pois se a alma e o coração não estiverem abertos e dispostos poderão ser feito mil discursos, com mestres recém-chegados do mundo paranirvânico, e não haverá nenhuma mudança espiritual no ser, nem qualquer elevação no nível de consciência.
        Disse Jiddu Krishnamurti: “Isso depende de você, e não de outra pessoa, porque nisso não há nenhum professor, nenhum aluno; não há um líder; não há guru; não há nenhum mestre, nenhum Salvador”. “Você mesmo é o professor e o aluno; Você é o mestre; você é o guru; você é o líder; você é tudo”.
        O maior mestre é o mestre interior, o Eu maior, o Espírito que consegue, não apenas ouvir o mestre indutor, mas vivenciar seu ensinamento galgando níveis cada vez maiores de consciência, luz e razão.
        Por esta razão não é uma pessoa que pode inaugurar uma expansão do horizonte espiritual, e sim uma concepção, a grande luz que dissipa toda e qualquer penumbra que obscurece a perfeita visão da vida, da verdade e da justiça. Esta é a linhagem espiritual que não necessita de nomes, nem de personagens, nem mesmo de existência física, pois o verdadeiro Cristo não pode ser encontrado em nenhum outro lugar senão no âmago do próprio ser.
        Se fosse possível inventar alguma máquina através da qual fosse possível ver o todo o tempo pretérito, e com ela constatássemos que nenhum desses avatares existiu, ou que foram simples homens deificados através do tempo, e que mesmo Jesus, não tivesse existido, em nada mudaria minha concepção, nem minha fé, nem mesmo minhas perspectivas em relação à evolução humana. Pois o que importa não é o ser, mas o Espírito Crístico de amor, justiça, pureza e fraternidade que advém dos propósitos plasmados através da divina imanência.
       O Grande Livro de Deus está escrito diante de nossos olhos e nele estamos inseridos, junto com seu autor. Estamos nele e Ele em nós. Como disse Jaladim Mohammed Rumi: Não somos uma gota d'água no oceano. Somos o oceano inteiro dentro de uma gota.
       O Sol de um novo ciclo pode brilhar dentro de nós, aqui e agora, no eterno momento onde se dissolve o ego, juntamente com tempos e espaços.
       Om Tat Sat.

sábado, 9 de maio de 2020

VIVENCIANDO A CABALA.



                                                      VIVENCIANDO A CABALA

       Quando estudamos profundamente a Cabala adentramos no conhecimento de D'us em sua manifestação. A partir de Kether observamos a descida à matéria substancial ao mundo de Malkuth, sempre obedecendo as gradações de cada Sephirah, em cada manifestação, em cada emanação. Mas a árvore da vida possui linha dupla, e, do mesmo modo que desce ela retorna. E vivemos este retorno. Todas as coisas precedem do incognoscível, e todas as coisas retornam à divindade.

       Mas será que minhas palavras foram pobres?

       Certamente que sim. Como poderemos voltar para algo que nunca nos deixou?

       A Árvore da Vida indica que tudo se interpenetra, como o Bootstrap da física quântica, todas as coisas possuem subjacente o grande sustentáculo do universo.

       E o que é o sustentáculo do universo subjacente e intrínseco a todas as coisas senão a mão do criador?

       A cabala nos ensina muito mais que o próprio conhecimento. Ela nos dá a certeza e a própria conclusão da existência do criador manifestado em todo seu amor que agrega, conflui, congrega, alinha e direciona.
       Conhecimento sem amor é presunção. Conhecimento consubstanciado no Amor é sabedoria. E é esta a grade lição da Cabala.
       Compreender a Cabala é tomar consciência do Amor divino. É discernir as essências, é ver, sentir e vivenciar D'us presente em todas as coisas, e reverenciá-lo verdadeiramente através do respeito, da união, da fraternidade e do "desejo de doar", infinitamente maior que qualquer desejo de receber.



       Aquele que conhece a Cabala e não vivencia o Amor, a luz, a paz, a perfeita harmonia na consagração da verdade, apenas leu, decorou, mas não concebeu a verdadeira perspectiva, a verdadeira meta do entendimento, atestada na assinatura de Deus, presente em toda sua obra.

       A Cabala ensina muito mais que uma filosofia, abrange muito mais do que uma mística, adentra muito mais que qualquer designação de ocultismo.
Ela nos insere. E essa inserção possui muito maior amplitude que concepções e entendimentos, ela avança muito mais intensamente no grande caminho das abrangências.

       "Sem Amor, eu nada seria". Disse certa vez um antigo cabalista.
Certamente a interpretação das forças universais transcritas nas Sephiroth tem muito maior amplitude que um estudo, muito mais visão que uma análise cientificista. Ela descortina a eterna e infinita união presente em todas as coisas, em todos os tempos e em cada recanto do universo. Quanto mais a estudamos vemos o quanto não sabíamos, e quanto mais nós sabemos vemos o quanto ainda teremos a aprender. Isso é uma lição verdadeira de humildade. Somos imensos em relação ao sequenciamento divino, somos rudimentos em relação ao Ego. Somos infinitos na concepção do Amor.