Conhecido na cabala como o Arcano 21, "O Universo". Este caminho, o trigésimo segundo, portanto o último, liga a Sephirah de Yesod a Malkuth, isto é, o Plano astral e o Plano físico.
Mas o que significa esta letra hebraica chamada Tau ?
Tau é a cruz ansata, a Ankh egípcia, que simboliza o a última manifestação material coligada às sephiroth, todas acima, reverenciando a eternidade, a sua ligação com todas as energias que estruturam a própria materialidade.
Neste caminho o espaço e o tempo se condicionam naquilo que podemos sentir, ver, codificar e pressentir no universo físico, sendo o portal entre aquilo que, em Malkuth, chamamos vida e morte, que nada mais são que mudanças do plano de existência. Este é o caminho pelo qual os adeptos passam quando deixam o mundo físico para adentrar no plano espiritual em seus desdobramentos.
Este caminho é também chamado "O Caminho do Universo", pois a grande meta do gênero humano tem início na Sephirah de Malkuth, isto é, no mundo material.
Certa vez o "velho mestre" me disse uma analogia de grande correspondência metafísica. A matéria seria como filtros de calcário, onde a água turva, eivada de imperfeições, deve fazer o seu caminho, para a purificação, tornando-se cada vez mais límpida a ponto de ser ingerida pelo grande Espírito da Transformação.
Inserido no mundo material, o ser humano, através de seus esforços, e iniciativa própria, adquire o discernimento, essencial para o regresso à sua origem essencial, como "ser", o Eu Superior, cuja individualidade e o próprio universo se coadunam como um Todo.
O Caminho do Tau é trilhado inúmeras vezes quando cessa a vida física e retornamos ao mundo espiritual. A purificação da "água turva" exige uma grande submissão ao Tempo, e uma grande tenacidade para suplantar todo o efeito da materialidade que entorpece o perfeito entendimento da realidade espiritual. A matéria nada mais é que a densificação das energias sutis. E, enquanto o indivíduo se identificar com a materialidade, transitória e impermanente, também será transitório e impermanente, tendo a "morte" como um fim e a "vida" carente de um verdadeiro sentido. Imerso na compreensão unicamente material o espírito humano encontrará fechados os portais da iniciação, tornando-se prisioneiro das ilusões de Malkuth, imersas na irrealidade.
O "velho mestre" acrescentou algo mais sobre o Caminho do Tau. O porquê de ter como símbolo uma cruz é muito mais que uma meta, mas uma grande sinalização cósmica. Pois nesta trilha devemos crucificar nosso egoísmo, nossa cobiça, nossa ganância, nosso sentimento errôneo de separatividade, para que adentremos nos mundos sutis despojados da escória de nosso ego, a fim de ressuscitar em luz, força e sabedoria, nos trajetos onde o tempo e o espaço se anulam.
Om Tat Sat
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