A FORMAÇÃO DOS PLANOS DE EXISTÊNCIA
As Três Gunas
O que são Gunas, nome tão frequente nos
meios ocultistas e esotéricos?
São elas as íntimas características do
Prakriti (raiz de toda matéria visível e pressentida). Guna é a qualidade, o
atributo ou propriedade da matéria, a sua natureza inata.
Toda a matéria do universo, desde a
maior densidade à mais plena sutileza, resulta da combinação dessas três
características e a preponderância de uma sobre as outras em infinitas
proporcionalidades. Nada existe, na infinitude do universo, que não seja
constituído pelas diferentes proporções destas três qualidades íntimas. As
quais são: 1. Sáttwa. 2. Râjas. 3. Tâmas.
Sáttwa significa, literalmente,
existência, realidade. “É a Guna responsável pelo “Ritmo”.
Também é um estado de espírito em que a
mente é estável, calma e pacífica.
No plano divino, as altas esferas da
divindade, há o predomínio, quase que exclusivamente de Sáttwa, pois a energia
vibra em ritmo, característica da imponderável "matéria" constituinte
desse plano. Neste nível de existência não existe a forma, e é simbolizado pela
esfera perfeita.
Râjas é a Guna responsável pelo
movimento, que motiva o dinamismo de Prakriti em seus outros aspectos, como a
ação, mutação e geração. É também o estado de espírito em que a mente é
excitável, ativa e intensa, diferente de Sáttwa (pureza, calma e idealização).
É onde as energias iniciam a aglomeração para que sejam formadas as sub
partículas que engendrarão os átomos. O predomínio de Râjas se inicia
constituindo somativos campos de força, que darão origem às formas, estas que
já se tornam evanescentes.
Tâmas, por fim, é o modelo de resistência
à ação, sendo traduzida do sânscrito como "inércia". Promove a
dissolução e a degeneração. Caracteriza o estado de espírito da preguiça e da
lassidão.
Nos mundos intermediários, onde há o
predomínio de Râjas, ocorre a condensação das energias. O astral e o mental são
os mundos intermediários que apresentam grande movimentação em sua
"matéria". No plano físico há a preponderância de Tâmas, sendo a
matéria física mais estável, de mais difícil modificação de estado devido à
inércia que plasma as formas densas.
Na descida à de densificação, segue a
sequência de predomínio de Sáttwa, Râjas e Tâmas, respectivamente, tendo porém,
sempre o substrato da maior sutileza.
Durante os infindáveis períodos do
Manvântara, ou manifestação cósmica, na "descida à densificação da matéria”,
a Guna Sáttwa vai diminuindo de intensidade enquanto a Guna Râjas vai
aumentando de valor. Quando a Guna Râjas dá lugar a Tâmas, o universo já
desponta em estado mais denso, e a inércia se faz presente chegando ao estado
sólido, que é o ponto máximo de condensação.
O universo superior tem a denominação
Anupadaka, isto é, desprovido de forma, como citado anteriormente. Além de
Anupadaka, existe o Ady, aquele que vem primeiro, em sânscrito, ou seja, o
imanifestado, Ain Soph da Cabala.
Anupadaka é o Plano Monádico, o último
reduto das individualidades espirituais.
TAM-MATRA
E TATTWA
As energias sutis sofrem a aglomeração e
iniciam a formação das partículas componentes dos átomos. Tam-Matra vem ser a
vibração que é infundida, através de tais energias sutis, na formação das partículas
primordiais, e, consequentemente no átomo formado . Cada átomo, portanto, vibra
no espaço, possuindo, além da vibração peculiar dos elétrons em seus níveis e
sub níveis, essa sutilíssima vibração Tam-Mátrica, que lhe confere o substrato
vibracional do éter cósmico, representado pelas energias sutis que preenchem
todos os vazios. Literalmente Tam-Matra significa, a partir do sânscrito,
"a medida daquele", ou seja, a vibração do éter presente nas
aglomerações das energias que formarão as partículas e estas o átomo .
Essas vibrações, infundida nas
partículas e, por conseguinte, nos átomos, descrevem no espaço sete diferentes
figuras geométricas. Tais figuras são conhecidas nas escolas esotéricas
iniciáticas, e compreendê-las é fundamental para o praticante da alta magia,
pois são as manifestações das latentes energias sutis, trabalhadas, canalizadas
e direcionadas pelo magista.
Sobre essas sete disposições vibratórias
do Tam-Matra poderão ser canalizadas energias, irradiações mentais, fazendo com
que as tais sofram modificações. A estas
modificações são denominamos Tattwas, produzidas a partir da transformação do
Tam-Matra, ou modificações do Grande Alento.
Os Tattwas, portanto, são as
modificações ou ondulações produzidas através da mudança no Tam-Matra.
As sete configurações do Tam-Matra
possuem os seguintes nomes, das mais densas às mais sutis: Prítivi, Apas, Vayú,
Téjas, Akásha, Anupadaka e Ady.
Tattwas, recapitulando, são as mudanças
no Tam-Matra quando se incidem energias sobre este.
As
sete configurações Tam-Mátricas após sofrerem a transformação, se tornam
Tattwas, as quais possuem o mesmo nome
supracitado para cada uma das sete.
A
vibração de Prítivi descreve a trajetória de um quadrado.
Apas descreve a firma de uma lua crescente
horizontal.
Vayú
a forma hexagonal.
Téjas
de um triângulo.
Akásha
de uma lua minguante.
Anupadaka
de uma lua crescente.
E,
finalmente Ady, a forma de um losango.
Nossos
sentidos são impressionados pelos Tattwas.
As partículas animadas por Prítivi, ao
longo das incontáveis eras cósmicas, engendrarão os átomos que se aglutinarão
ao estado sólido. Apas equacionará a formação da matéria em estado líquido;
Vayú à gasosa; Téjas à etérica, e Akásha à astral, sendo muito importante
salientar que em ocultismo Akásha é a "Luz Astral", cujo domínio,
através do conhecimento das leis operativas, qualificará verdadeiramente um
magista, capacitando-o ao poder da materialização, desmaterialização e
transformação (poder, em sânscrito denominado "Kriyashakti", o qual
veremos futuramente).
Os Tattwas superiores, Anupadaka e Ady
estão além da percepção humana, detectados apenas pelos espíritos em um
elevadíssimo grau de evolução. Algumas pessoas, no entanto, poderão pressentir
em um "insight" as ondulações de Anupadaka, captando-as com o sentido
da intuição. Ady seria uma percepção de mais elevado nível de espiritualidade,
a plena sabedoria e o pleno sentido adjacente à divindade.
Os cinco
primeiros Tattwas densos conferem a impressão dos sentidos. Prítivi é o
olfativo, ligado ao elemento terra; Apas o gustativo, ligado ao elemento água;
Vayú o táctil, ligado ao elemento ar; Téjas o visual, por se tratar do éter
luminoso, ligado, portanto, ao fogo;
Akásha o auditivo, ligado ao espírito.
Um ponto importante a ser frisado é que
cada Tattwa contém sempre uma parcela de todos os demais, sendo possível
àqueles, que refinaram seus sentidos, plasmarem uma sinestesia. Podendo sentir
o aroma nas cores, o gosto nos sons, enfim estar acima das limitações dos
sentidos.
OS SETE PLANOS DAS DIFERENTES
DENSIDADES DE ENERGIAS
Poderemos também dizer sete planos da
matéria, porque entre matéria e energia,
para o ocultista, não existe diferença. A matéria nada mais é que energia
condensada ou densificada.
A matéria surgiu do Mulaptakriti, ou
simplesmente Prakriti, resultante da fecundação do espaço puro, Kóylon, pela
energia pura, o Fohat. Inicialmente houve a aglomeração de energias, formando
pequenos vórtices, e estes deram origem a energias de maior densidade (ondas),
até se formarem as micropartículas que estruturaram os primeiros átomos.
As "ondas”, citadas acima, formaram
aquilo que no ocultismo é chamado "Éter Cósmico", ou "Estado
Primordial da Forma".
A maior parte das energias no universo
permaneceram neste "Estado Primordial da Forma", preenchendo aquilo
que aparenta ser o vazio ("a natureza aborrece o vazio"). Outra parte
das energias se condensou dando origem à formação dos mundos, isto é aquilo que
na Cabala denomina-se "Tzintzun”, ou a "Auto Constrição Divina".
Resumindo,
uma pequena parte do Estado Primordial sofreu o processo de condensação, a
maior parte permaneceu para permitir a circulação da energia divina nos mundos
em seus processos evolucionários. Essas energias se estabelecem como um "Oceano
Cósmico", condutor de inúmeras outras energias em diferentes estados
graduais de condensação, como as linhas magnéticas dos astros, forças
gravitacionais, fótons, influências energéticas zodiacais e toda espécie de
energias que fluem pelos "Nâdis Cósmicos" interligando cada
recanto do universo.
O Fohat, ou a energia Primordial que
fecunda Kóylon irá sofrer, através dos milhões de "aeons", eras
cósmicas, diferentes formas de condensação até se densificada na concretude da
matéria física. É claro que tal condensação se processa através de infinitas
gradações, mas que poderão ser agrupadas em sete diferentes espécies.
A energia primordial do Fohat, sem
aglutinações constitui plano divino ou
Ady. A energia primordial no início das aglutinações, mas ainda desprovida da
forma é o Plano Monádico ou Anupadaka. Em crescente densificações surge o Plano
Átmico ou Espiritual, no qual já ocorrem maiores densificações de energias
manifestando as essências espirituais. Em seguida o Plano Búdhico ou
intuicional, das energias psíquicas ou da alma.
Seguindo a escala da condensação
chegaremos ao Plano Manásico ou Mental, das energias do pensamento ou mentais.
Em seguida o Astral, das energias vitais e emocionais, onde se iniciam a
formação das energias que irão formar as sub partículas atômicas nos lindes do
plano físico. Para depois chegarmos ao ápice das densificações, que é o Plano
Físico, o plano palpável, eivado de concretude, onde estão presentes os estados
sólido, líquido, gasoso, e, adentrando nos limites do Astral, na intersecção
que chamamos "Etéreo".
Assim temos:
1.
Ady ou Divino.
2. Anupadaka ou Monádico.
3. Átmico
4.Bhúdico
5. Manásico ou Mental
6. Astral
7. Físico
O
Plano de Ady, é composto apenas pelo Tam-Matra Ady (as sete partes)
O Plano Monádico por uma sétima parte
animada pelo Tam-Matra Ady e as seis demais pelo Tam-Matra Anupadaka.
O Plano Átmico possui uma sétima parte
animada por Ady, outra sétima parte por Anupadaka e as cinco demais por Akasha.
O Plano Búdhico uma sétima parte animada
por Ady, outra sétima parte por Anupadaka, outra sétima parte por Akasha e as
quatro demais por Téjas.
O Plano Mental possuem respectivas
sétimas partes animadas por Ady, Anupadaka, Akasha e Téjas, e as três demais
por Vayú.
O Plano Astral é animado por respectivas
sétimas partes por Ady, Anupadaka, Akasha, Téjas, Vayú, e as duas restantes por
Apas.
O Plano Físico possui todos os sete
Tam-Matras: Ady, Anupadaka, Akasha, Téjas, Vayú e Prítivi.
Segue
o esquema:
Plano
Ady:
1. Ady
2.
Ady
3.
Ady
4.
Ady
5.
Ady
6.
Ady
7.
Ady
Plano
Anupadaka
1. Ady
2. Anupadaka
3. Anupadaka
4. Anupadaka
5. Anupadaka
6. Anupadaka
7. Anupadaka
Plano Átmico
1. Ady
2. Anupadaka
3. Akasha
4. Akasha
5. Akasha
6. Akasha
7. Akasha
Plano Búdhico
1.
Ady
2.
Anupadaka
3. Akasha
4. Téjas
5. Téjas
6. Téjas
7. Téjas
Plano
Mental
1. Ady
2. Anupadaka
3.
Akasha
4. Téjas
5. Vayú
6. Vayú
7. Vayú
Plano Astral
1. Ady
2. Anupadaka
3. Akasha
4. Téjas
5. Vayú
6. Apas
7. Apas
Plano Físico
1. Ady
2. Anupadaka
3. Akasha
4. Téjas
5. Vayú
6. Apas
7. Prítivi
Em realidade os planos da energia
universal se interpenetram coexistindo no mesmo espaço. As energias sutis estruturam
todas as energias mais densas na escala das condensações, pois as energias mais
densas são, na verdade a aglutinação das energias mais sutis.
Poderemos exemplificar a coexistência
dos planos da seguinte forma: em um grande balde colocamos algumas melancias,
em seguida colocamos abacaxis, nos espaços restante adicionamos laranjas. Ainda
nos interstícios colocamos limões, e, ao observar que sobram espaços, ainda que
pequenos colocaremos jabuticabas. Ainda sobrarão espaços para colocarmos grãos
de arroz. Mas ainda poderemos cobrir todos os espaços enchendo o balde com
água.
Assim são as energias de diferentes
densidades que compõem o universo, as mais sutis ocupam os espaços existentes
entre as mais densas.
Os dois planos superiores, Ady e
Anupadaka não pertencem às energias que os seres humanos utilizam em seu
processo constitucional e evolutivo. São específicas para seres muito
superiores aos humanos, os quais seremos algum dia na longa escalada da
evolução espiritual.
O Jivatmam para se manifestar em cada um
dos cinco planos correspondentes, utiliza-se das energias inerentes a cada um
deles para formar o veículo ou corpo
próprio de cada plano.
Os seres se evoluem a partir da
sutilização das energias existentes, à princípio, nas formas mais densas,
sempre aderindo energias de maior sutileza para estabelecer o caminho de
retorno à divindade.
No Plano Físico há o corpo físico denso
(1), e o corpo físico etérico (2), onde se localizam os Chakras, e lhe confere
a vida. No Plano Astral o veículo do Jivatmam é o Corpo Astral. No Plano Mental
há os corpos Mental Concreto, ou Mental Inferior e o Mental Abstrato ou Mental
Superior. Há para o Plano Búdhico e Átmico os corpos homônimos,
respectivamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário