quinta-feira, 30 de novembro de 2017

ATLÂNTIDA E LEMÚRIA



                                                     ATLÂNTIDA E LEMÚRIA

    Quase todas as pessoas já ouviram falar algo sobre esses “supostos” continentes desaparecidos; seja em lendas, filmes ou comentários. Porém a maioria das pessoas talvez nunca tenha lido alguma explanação mais séria sobre tão obscuro assunto, seja pela escassa documentação  ao alcance das pessoas leigas, seja pelo desinteresse próprio relegado àquilo que é considerado como algo hipotético ou até mesmo fantasioso.  O que torna magnífico adentrar neste estudo é justamente a aura de mistério que envolve toda essa temática. Mesmo tendo em vista que uma simples explanação é absolutamente incapaz de abrangerão vasto conteúdo, contextualizado em livros tratando apenas desse tema.
   Quando algumas escolas esotéricas fazem referência a número de anos extremamente incompatíveis com aquilo que a história oficial preconiza, deveremos ter em mente que há infindáveis mistérios que fogem à compreensão da própria história e até mesmo da ciência contemporânea. Para que seja iniciado o estudo de assuntos místicos torna-se necessário que haja um desprendimento do “espírito cartesiano” que fundamenta uma pressuposta base lógica e cética diante daquilo que não esteja condicionado ao convencionalismo acadêmico. Lembremos da mecânica quântica, cuja análise foge a todos os postulados científicos conhecidos até então.
   Em 1921 na Rodésia, hoje Zimbabwe, fora encontrado um crânio com um orifício provocado por um projétil balístico. Algo até normal neste mundo violento até se constatar que, tanto o crânio, quanto o orifício em questão, possuir, no mínimo, 200.000 anos de idade comprovada. Peça esta que ficou conhecida como o “Crânio de Broken Hill”, pertencente à espécie hominídea “Homo Heidelbergensis”.
   Jaques Bergier, o ilustre escritor francês, autor do célebre “Despertar dos Mágicos”, em sua obra “O livro do Inexplicável (A Volta dos Mágicos)”, descreve o , famoso mundialmente, “Objeto de Coso”, uma espécie de vela de ignição no interior de uma massa rochosa de 500.000 a 1.000.000 de anos. Isso sem contar a pilha exposta no museu de Bagdá, cuja antiguidade remonta a época do povo sumério, entre tantos outros mistérios que rondam antiguíssimas construções e monumentos, os quais jamais poderiam ter sido concluídos sem o auxílio de tecnologia incompatível com aquela conhecida na época.
    Quase a totalidade dos místicos, das mais diversas ordens, reconhecem como realidade a existência, em remotíssima antiguidade, dos continentes desaparecidos da Atlântida e da Lemúria. E, lembremos, a existência dos gigantescos monstros pré-históricos foi um dia taxada de ridícula perante a classe científica , assim como a possibilidade da construção de uma máquina que pudesse fazer o homem voar, ou de pisar na lua. Todas essas ideias já foram consideradas um dia por demais fantasiosas.
   Existem muitos mistérios que ainda vão ser constatados pela ciência, talvez em um futuro não muito distante.
  
                                                             A LEMÚRIA


    Relatos de que um continente teria existido no Oceano Índico ou no Pacífico começaram a ser apresentados ao mundo no século XIX. Porém antigos relatos do povo Tamil , no sul da Índia sempre se referiram a um imenso continente tragado pelas águas do oceano.
    Também conhecido como a “Terra de Um” (nome original do continente), a Lemúria, tanto da lenda tâmil, quanto dos ensinamentos ocultistas quase que da costa ocidental do que hoje é América até a costa oriental da África.
    Um militar britânico J. Churchward, relatou que um sacerdote hindu lhe ensinara a língua “nagamaia”, morta a incalculáveis anos, o qual também teria lhe mostrado algumas tábuas, conhecidas como “Tábuas de Naacal”, que falavam da formação do mundo e da primeira colonização da terra, efetuada pelos habitantes de Um, de onde teria se originado a humanidade , até que, após um longo período de decadência teria submergido nas águas.

    O cientista Slater, em meados do século XIX , descobriu que um grupo de primatas, os lêmures, habitavam a ilha de Madagascar , no leste da África, assim como também na Malásia, península ao sul da Ásia, separados pela imensidão do oceano Índico, sugerindo que, ambas as regiões, em um passado remoto, estiveram unidas. Mu então foi rebatizada com o nome de Lemúria, em homenagem a esses belíssimos e singulares animais.
    Também é notável a semelhança entre os povos africanos com os nativos da Austrália , os melanésios e os papuas, também separados pela vastidão do Oceano Índico.
    Segundo Helena Petrovna Blavatsky , fundadora da Sociedade Teosófica e autora da clássica obra do ocultismo, a “Doutrina Secreta”, a Lemúria era o berço da terceira raça raiz ( segunda ronda), a qual , inicialmente, era muito diferente dos povos que conhecemos, com formação óssea peculiar, e a glândula pituitária, hoje conhecida como hipófise, altamente desenvolvida (Chakra Ajnan) , que hoje é atrofiada nos seres humanos atuais. Tal raça, além de possuir magníficos poderes paranormais, seria também dotada de um significativo desenvolvimento intelectual, porém extremamente belicista. Segundo Blavatsky, na Doutrina Secreta, era uma raça inicialmente hermafrodita, de elevadíssima estatura e força física descomunal.
    A raça lemuriana é a primeira raça raiz considerada propriamente manifesta (as anteriores eram etéreas). Possuíam tonalidade escura de pele, consequência do clima predominantemente tropical do continente, e, como este era infestado de animais predadores, aprenderam a se integrar uns aos outros para conferir uma melhor e mais efetiva segurança. Cultuavam o planeta Mercúrio, símbolo do conhecimento, iniciando a geração de uma indústria elementar, especificamente a manufatura.  
     Ainda segundo Blavatsky, os lemurianos, dotados inicialmente de grandes poderes, sentiam-se em si mesmo o Deus interno, e cada um sentia que era um Deus-Homem em sua natureza, embora um animal em seu físico. E a luta entre a natureza divina e a natureza animal teve início quando provaram “o fruto do conhecimento”. Os que dominaram os princípios inferiores subjugando o corpo, uniram-se aqueles que na teosofia são chamados “os filhos da luz”, aqueles que caíram vitimas de sua natureza inferior  converteram-se em escravos da matéria. Esta foi a chamada “queda do Homem”. Caíram na batalha da vida morta contra a vida imortal, e os que assim caíram deram início às futuras gerações atlantes.
    W. S. Cervé, um grande estudioso ocultista, escreveu a magnífico livro “Lemúria, o Continente perdido do Pacífico”, em cuja obra relata toda a peculiaridade dos aspectos geográficos da Califórnia, afirmando que esta região era uma parte do território da Lemúria que se agregou ao continente americano logo que este se formou.
    O poder da vontade que os primeiros habitantes da Lemúria possuíam (kriyashakty) era suficiente para plasmar suas moradas dispensando a utilização de engenharia. Já nas últimas sub-raças (o termo sub-raça na teosofia é utilizado para designar as ramificações que a raça inicial propagou ao longo dos milênios )os lemurianos se degeneraram substancialmente. Sua estatura reduziu-se e foram gradativamente perdendo seus inomináveis poderes psíquicos. Colonizaram a África e a Oceania, dando origem posteriormente a todo o resto da humanidade.
    Acompanhando a perspectiva teosofista de Blavatsky, os lemurianos teriam surgido há cerca de 18.000.000 de anos  advindos da segunda raça raiz, a dos Hiperbóreos, chamados na teosofia de “nascidos pelo suor”, pois eram ainda seres de natureza semi-divina.
    W. S. Cervé, em seu livro “Lemúria, o Continente Perdido do Pacífico”, o continente lemuriano foi submergindo lentamente ao sabor das incontáveis eras, sendo que nem todo o continente submergiu, permitindo a ocorrência de resíduos , como terras agregadas a outros continentes assim como também ilhas isoladas.


                                                             
                                                            A ATLÂNTIDA



    A designação “Atlântida” provém do grego, cujo significado literal é “a filha de Atlas”.( Atlas que, na mitologia grega, era o Titã condenado por Zeus para sustentar os céus por toda a eternidade).
    Existem dois ângulos nos quais a Atlântida pode ser visualizada : sob o ponto de vista lendário, e sob o ponto de vista oculto . Segundo os antigos gregos, sua localização de estendia além das “Colunas de Hércules”, significando que se situava além do Estreito de Gibraltar, que separa o Mar Mediterrâneo, até então muito conhecido pelas civilizações circunvizinhas, do Oceano Atlântico, que leva o nome do antigo continente, na época desconhecido, adornado por mistérios e lendas.
    A visão, que a história oficial classificou como lendária, teve sua origem nas obras de Platão (428 a.c. – 347 a.c.) , “Timeu e Crítias”.  Conta o insigne filósofo que Sólon (638 a.c. - - 558 a.c., um dos sete grandes sábios da Grécia antiga), em uma de suas viagens ao Egito, encontrou-se com um eminente sacerdote de Saís, no Delta do Nilo, o qual lhe relatou a existência desta ilha, muito além do mar por eles conhecido, e que teria submergida há vários milhares de anos.
    Segundo a obra de Platão, era a Atlântida uma grande ilha dividida em 10 áreas circulares, 10 anéis concêntricos. E que, nos primórdios de sua existência,  havia uma jovem órfão chamada Clito, que habitava nas montanhas centrais da ilha, pela qual o deus Poseidon se apaixonou. Tiveram, conforme o texto de Platão, cinco pares de gêmeos, dos quais o primogênito fora Atlas, que herdou a porção central da ilha, de onde irradiava forte energia, advinda de seu próprio poder quase divino, para todas as outras 9 sessões da ilha, presididas por seus irmãos. A cada ano se reuniam na região central, no palácio onde se localizava o grande templo de Poseidon, cujos muros eram inteiramente recobertos com ouro puro reluzente. Haviam pontes e canais interligando cada um dos cinturões de terra que constituíam o inusitado aspecto geográfico da grande ilha.
    Prosseguindo na narrativa de Platão, a virtuosidade dos habitantes de Atlântida começaram a sucumbir, dando lugar à ganância e ao individualismo, e a natureza altruística de adoração a Deus passou a dar lugar ao egocentrismo , que de tão avassalador constituiu-se deuses os reis do passado, exigindo-se a adoração de suas imagens esculpidas.
    A obra de Platão não pode ser classificada como uma história mítica, oriunda da oralidade como toda a mitologia grega, pois os dados que Platão utilizou para compor sua narrativa como registro histórico, local, nomes, datas, população, organização social e política, e o respaldo filosófico que remonta o decorrer de seu contexto, descaracteriza toda e qualquer semelhança com as lendas, nas quais os gregos eram versados. Ele intenta demonstrar uma realidade factível, como se delineasse um aspecto real de algum outro país adjacente à Grécia antiga.
   Na “Doutrina Secreta”, Helena Petrovna Blavatsky nos apresenta a Atlântida visível através do prisma do ocultismo. Ela descreve a raça atlante em detalhes. Segundo sua própria concepção teosófica, Atlântida foi um continente que existiu foi civilizado por mais de 1.000.000 de anos, destruído por sucessivos eventos cataclísmicos, até que se restasse a grande ilha descrita por Platão como o último resíduo, cujo desaparecimento teria ocorrido no ano de 9564 a.c.
    O apogeu desta insólita civilização ocorreu entre o longo período de 1.000.000 a.c. a 900.000 a.c.  Possuíam um elevado conhecimento mágico baseado no conhecimento e domínio de uma energia psíquica chamada “Vril”, que entre suas inumeráveis aplicações permitia o controle gravitacional (vemos na citação deste tipo de energia a explicação das megalíticas edificações da antiguidade, constituídas por enormes blocos, impossíveis de serem justapostos , como nas pirâmides de Gizé, os Moais da ilha de Páscoa, Stonehenge, etc), a transmutação dos metais simples em ouro, e na medicina formidável que era possuidora.
    A Atlântida descrita por Platão é essencialmente plana, excetuando o centro. A teosófica dispunha de amplas elevações. A capital era chamada “A Cidade dos Portais de Ouro”, descrita em inúmeras obras e artigos como uma cidade fascinante, repleta de magníficas edificações, onde a beleza e a ordem reinavam absolutas.
    Blavatsky obteve seus conhecimentos através do auxílio de grandes mestres secretosdo oriente. W. Scott Elliot, Annie Besant, C. W. Leadbeater, todos pertencentes à Sociedade Teosófica, também descrevem a Atlântida em suas obras, ilustrando ainda mais os aspectos peculiares deste continente desaparecido que até hoje desafia o conhecimento e a imaginação da humanidade.
    Segundo a teosofia, este continente serviu ao desenvolvimento  da 4ª raça raiz (3ª ronda), que , assim como a lemuriana, subdividiu-se também em 7 sub-raças, das quais os descendentes que herdaram as características mais fundamentais são a raça amarela e a vermelha. Embora existam ramos diretos também da raça branca como os povos semitas (é interessante notar que a língua semita não faz parte do ramo hindo-uropeu, que engloba os povos da 5ª raça a ariana que incluem os indianos do norte da ìndia e a grande maioria dos europeus e iranianos). O povo que mais se assemelhava com os atlantes originais foram os toltecas, muito mais antigos do que estima a história oficial , grandes edificadores da América central.  Os atlantes originais segundo Helena P. Blavatsky eram de elevada estatura, pele avermelhada e olhos oblíquos. Sua religião era o culto de Manu, o governante divino.
   A tecnologia dos atlantes, segundo W. Scott Elliot. Erigiam construções e construíam veículos que desafiava a gravidade, que os antigos textos hindus denominam “Vimaanas”. Sua escrita muito se assemelhavam aos antigos hieróglifos egípcios, e possuíam também o dom da telepatia, como um dos meios mais eficientes de comunicação â distancia. Seus templos eram magníficos, onde um único disco solar de ouro representava o único emblema apropriado para representação simbólica de seu “Governante Divino”, disco este que captava os primeiros raios de sol do equinócio de primavera e o solstício de verão. A medicina estava baseada na magnetização, herbalismo, alinhamento dos chakras e no profundo conhecimento dos meridianos energéticos (nadis). Eram versados na astrologia , utilizando este conhecimento na própria medicina. Possuíam também grande poder na utilização da força dos chakras, através dos quais obtinham acesso à energia do “Vril”. As mulheres possuíam condições de igualdade com os homens, e poderiam até gozar de um status superior, no caso daquelas que possuíam a capacidade de canalizar o “Vril” mais profundamente.
    Posteriormente se iniciou um período de decadência, com a representação e adoração de figuras humanas, escravização dos atlantes do sul, e abusos egocêntricos das potencialidades energéticas, e passaram então a efetuar a magia negra, voltando toda a força sutil conhecida ao auxílio do “ego”. Começaram surgir as classes dominantes monopolizando o ensino avançado e corrompendo todo o sistema governamental. Os rituais se degeneraram, incluindo sacrifícios de sangue, e o advento da magia negra possibilitou o gradativo acúmulo de energias densificadas, iniciando um período de total depravação moral e degradação social.
    Cerca de 50 mil anos antes da primeira grande catástrofe, os seguidores da magia negra sublevaram-se e elegeram um imperador rival, forçando o grande imperador a deixar a capital, assumindo o total controle do poder vigente no país.
    Há 800 mil anos a primeira catástrofe reduziu a Atlântida, pondo término à dinastia dos imperadores ligados à magia negra. Aos poucos levas de atlantes foram emigrando , formando  núcleos em outros continentes, inicialmente a América e extremo oriente asiático, depois novas levas que deram origem aos proto-arianos, os quais iriam , no norte da Índia dar inicio à 5ª raça dos Arianos (Arianos, na concepção exata, nada tem a ver com o arianismo absurdo da sociedade Thule da Alemanha. Arianos surgiram ao norte Índia, a qual dominaram após sucessivas invasões, , e jamais no norte da Europa). Outro povo, cuja origem é ainda hoje desconhecida, cuja língua não se aparenta com nenhuma outra , que são os povos bascos, oriundos das pouquíssimas levas de atlantes à Europa, assim como também os etruscos. A última leva de atlantes, que constituíam a “grande loja branca”, transferiu-se para o Egito, fundando a 1ª dinastia divina. É, pois, da Atlântida pois a ascendência do antigo  povo egípcio, cuja civilização herdou a grande sabedoria que os atlantes eram detentores. É muito importante deixar claro que a civilização egípcia possui mais de 10 mil anos, diferentemente daquilo que preconiza a historia oficial. 



Nota: O “Vril” mencionado inúmeras vezes na dissertação, é a energia dinâmica que mantém a estrutura do universo. Na física quântica a “Teoria das Cordas” revela que as partículas-onda são conglomerados de energia que se diferenciam através de sua própria sequencia vibratória. Sequência esta que em teosofia são classificadas sob a denominação de “as três gunas”, sattva, rajas e tamas. Dominando essa energia é possível operar a matéria através da energia que a compõe. Através do desenvolvimento do chakra coronal, o “Bramaranda ou Sahashara”, tal energia pode ser captada, e, dominada, promovendo materializações, transmutações, curar todo tipo de enfermidade, inversão do eixo gravitacional de elementos materiais. Essa energia é a essência primordial de tudo aquilo que existe, à qual podemos até dizer que é a imanência do Grande Arquiteto, plasmando universos e descortinando a sabedoria.


quarta-feira, 8 de novembro de 2017

"ALGO DO MESTRE ZEN"


   Havia um mestre samurai cujo nome era "Yagyu Tajima Nokami , muito renomado naquilo que, no Japão, é denominado como "Magna Arte".
   Certa ocasião um indivíduo, pertencente à guarda do Xogum, aproximou-se de Yagyu e pediu-lhe que o aceitasse como aluno. O mestre , por sua vez observou-o atentamente e então lhe disse: "Posso ver perfeitamente que o senhor já é um mestre. Peço-lhe portanto que me esclareça qual sua escola e qual seu estilo, para que estabeleçamos uma relação mestre-discípulo."
   O jovem guarda humildemente baixou deus olhos diante de Yagyu e disse-lhe: "Por favor não zombe de mim , mestre, pois jamais tive a oportunidade de ser iniciado na arte da esgrima."
   " Sou mestre do venerável Xogum", disse Yagyu, " e sei que meus olhos jamais se enganam ."
   O guarda insistiu :"Lamento ofender sua honra e sabedoria, mas confesso-lhe que jamais tive conhecimento em qualquer arte que seja."
   Frente à insistência do jovem Yagyu prosseguiu: "Não irei desmentí-lo, mas por "algo" que posso ver em sua pessoa, sei que é mestre em algo, ainda que não tenha se dado conta".
   O guarda então , ainda com os olhos mirando o solo respondeu: "Já que o mestre pressente algo , devo dizer-lhe algo no qual me considero mestre: quando menino , ocorreu-me a ideia de que um samurai , em nenhuma circunstância, deve temer a morte, mas considerá-la, assim como a vida, pertencentes a um mesmo plano de destino. Lutei contra a ideia da morte continuamente até que ela deixou de me amedrontar."
   Yagyu ouvindo isso exclamou: " Exato! Alegro-me por não haver me enganado , pois o íntimo segredos arte da espada é a libertação da ideia da morte .Mostro isso a dezenas de alunos, mas até agora nenhum atingiu esse grau supremo de compreensão. O Senhor precisa apenas familiarizar-se ,mas já é um mestre."
   Desde os tempos mais longínquos o dojô onde se pratica a arte da espada é denominado " lugar de iluminação ". Todo mestre plasmado na arte pelo Zen, é como um raio gerado pela nuvem da verdade universal. A verdade está presente na desenvoltura do seu espírito e naquilo que se pode chamar de "algo", onde ela manifesta na plenitude e essências originais. Nessa fonte inextinguível, as potencialidades adormecidas são nutridas pela compreensão da Verdade, que para um mestre Zen, e para aqueles que através dele se descobrem, tal verdade se renova perpetuamente.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

TULKU , SEU SIGNIFICADO

                                        
                                                 Significado de "Tulku" no ocultismo:
   Tendo em vista o desconhecimento de muitas pessoas , dentro dos ensinamentos esotéricos , quanto ao fenômeno mágico e místico do "tulkismo", bem conhecido nos meios teosóficos, acreditei por bem acrescentar ,este tão magnífico poder oculto, ao conhecimento daqueles que buscam algo mais além da ilusória materialidade.
   A palavra "tulku" tem origem tibetana , cujo significado , mais próximo da língua portuguesa, seria "forma criada", ou " forma plasmada" ( através de processo "mágico").
   Sua significação , contudo, vai muito mais além de uma forma "mayática" ( "maya é uma palavra sânscrita cujo significado é " ilusão , pois, segundo as filosofias orientais, a própria matéria é uma ilusão da grande verdade que é "Brahm ", o ser supremo e uno ),  projetada por um mestre. Pois tudo aquilo que existe na natureza é tulku de algo que lhe é superior, pois, através de seu significado intrínseco, "forma criada", derivamos também o vocábulo "projeção ".
   O homem é tulku do adepto ou sábio; o animal é tulku do homem; o vegetal é tulku do animal; o mineral é tulku do vegetal. Tulku é definido portanto como sombra ou projeção, nesse, mundo, de entidades ou forças imediatamente superior, relacionados ao seu idealizador por meio de infinitas seriações . Explicando ,mais detalhadamente , poderemos dizer que O "Grande Espírito " ou a consciência cósmica, única geradora do universo manifestado, veio criando , através das eras, todos os seres que manifestam sua existência no universo, visíveis ou invisíveis. A unidade desdobrou-se em uma trindade manifesta , onde cada qual parte desta trindade , se desdobrou em sete, as quais, por sua vez , cada uma se desdobrou em mais sete, perfazendo, em uma infindável sequência , uma imensa árvore com galhos e ramos , que, ligados uns aos outros se aderem ao tronco fundamental, que é a própria consciência universal, cujas energias fluem desde a maior sutileza à mais plena (aparentemente) densidade; das mais ínfimas partículas aos astros da maior magnitude. Em suma , essa imensa árvore é a árvore da vida, descrita como tal nas mais diversas tradições esotéricas.

   "Tulkismo" é a sequência da consciência, já que o conjunto de Tulkus representa a unidade dentro da diversidade, unidade esta que os criou.
   Os grandes "avataras ", que vieram ao mundo, como Krishna, Mitra, Jesus, Buda, etc... deixaram seus discípulos como propagadores de suas doutrinas, fazendo deles seus Tulkus , dando continuidade às suas consciências, sendo estes primeiros discípulos seus tulkus diretos, e às pessoas a quem esses discípulos ensinassem a doutrina, seriam Tulkus indiretos , em uma seriação infindável.
   A outra forma ,de significação de "Tulku " no esoterismo , é a de um ser criado , através do "Kryiashakti "(em sânscrito: o mágico poder do pensamento), por um mestre, cuja finalidade é cumprir determinada missão de auxílio ao mundo em favor da evolução dos seres.
   Significativos segmentos das obras de Madame Blavatsky foram transcritas por Tulkus de grandes iniciados, que, utilizando de forma física plasmada , puderam dirigir suas instruções de forma direta à grande mestra da teosofia.
   O grande iniciado, tão pouco conhecido na literatura esotérica, Apolônio de Tiana, utilizava de seus Tulkus para prestar seus ensinamentos a longa distância, como se ele próprio estivesse em vários locais ao mesmo tempo . Mesmo na igreja, o milagre da bicorporeidade , atribuído a alguns de seus santos , como Santo Antônio de Pádua, era o fenômeno do tulkismo, plasmado através da kryiashakti ( que não deixa de ser , absolutamente, do poder da fé), para que este se manifestassem em vários locais ao mesmo tempo.
   Um detalhe importante é diferenciar o tulkismo do fenômeno da projeção. Pois o tulku está em diferente local e em diferentes situações do seu criados. O que não ocorre na projeção que exige a concentração de seu executor e a manifestação de seu corpo astral. O tulku manifesta-se em corpo físico, ou em outro estado , "estado de Jinas", sobre o qual , no momento , se tornaria extensivo comentar.
   O budismo tibetano considera tulku também , o discípulo sobre o qual o mestre deposita parte de sua própria consciência, para que este possa incorporá-la, por um certo período de tempo, a fim de se servir como um mensageiro neófito na tarefa de ministrar ensinamentos além de sua capacidade intelectiva.
   O estado de tulku também não pode ser confundido, no caso dos mestre tibetanos, com a mediunidade . A diferença reside em três  fatores fundamentais: o primeiro é que o discípulo mensageiro não deixa, em nenhum momento de ter consciência plena ( há porém alguns médiuns que não perdem sua consciência em momento algum); segundo: o mestre criador dessa espécie de tulkismo está presente no plano físico; terceiro: o estado de transe mediúnico é um curto espaço de tempo, enquanto que no tulkismo pode se exceder até meses ou anos. A transmissão do poder ou do conhecimento do mestre ao neófito é denominado " angkur ". E tal conhecimento pode, após ter cessado a função do tulkismo, ficar registrado na memória do neófito . Caso junto com o conhecimento seja passado algum tipo de poder, após a fase de tulkismo , o poder se desfaz da mente do neófito. Contudo tal poder fica muito mais fácil de ser alcançado pelo neófito, uma vez que sua mente esteve em contato com a "kryiashakti " que engendrou tal força .

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

A Civilização Egípcia: Considerações Recentes sobre seu Hipotético Legado Espiritual


    Os mais recentes estudos sobre a antiga civilização egípcia, corroborados pelas revelações das novas tecnologias arqueológicas, surpreenderam até mesmo egiptólogos clássicos .
Descobriu-se , como já muitos cientistas supunham, que a religião egípcia não era, sem qualquer sombra de dúvida , crente na reencarnação. Para constatar a, até então inusitada conclusão , além de toda transliteração presente no "Livro dos Mortos", foram analisadas a preocupação em preservar seus cadáveres mais ilustres, aos quais eram também depositadas em suas tumbas grande parte de suas imensas riquezas , para que, após sua ressurreição dentre os mortos, pudessem usufruir das tais em sua nova existência após um hipotético juízo final.

     Acrescentando a todas essas crenças , desprovidas quase que inteiramente da espiritualidade que lhes eram confiadas por inúmeros filósofos, inúmera vezes juntava-se ao faraó extinto esposas, concubinas , sacerdotes e indivíduos extremamente conectados a seu âmbito de intimidade. Aos quais dispensavam um suicídio "voluntário ", para que fossem enterramos juntos ao falecido , no aguardo da almejada ressurreição .

    Enquanto a realeza e a classe sacerdotal era agraciada pelas riquezas e devassos prazeres lúbricos, a grande maioria da população era composta de escravos, lavradores "felás", obrigados a erigir seus enormes monumentos , mergulhadas em uma idolatria jamais vista em qualquer outro povo na face da terra.
    Seus exércitos invadiam inúmeros países fazendo destes tributários , mergulhando na pobreza a maioria dos países vizinhos , principalmente os núbios e os etíopes, da terra de Cuse.

    A conclusão que se chega é que, apesar de toda ciência herdada talvez de um povo muito anterior à própria fundação do primeiro reinado, essa ciência era restrita a um seleto número de pessoas, as quais não possuíam qualquer evolução de nível espiritual, como se acreditava anteriormente.
Hoje nem mesmo os descendentes daquela civilização "hamítica", foi preservada, diferentemente da Índia, da China ou da árabe. Tanto que hoje a quase totalidade de seus habitantes são de origem árabe "camito-semita". E sua cultura se perdeu durante as inúmeras invasões feitas por outros povos, vindo à luz apenas em menos de duzentos anos, após laboriosos estudos arqueológicos.

sábado, 27 de maio de 2017

O KARMA .


   Havia um certo rajá no norte da Índia que levava uma vida promíscua . Essencialmente ligado aos prazeres sensuais e ao acúmulo de riquezas tal homem mal notava a miséria da maioria da população de seu país . Passado certo tempo ele foi acometido pela cólera asiática , e, em meio à enfermidade , humilhou-se perante Deus em meio às suas orações prometendo transformar-se em um novo homem.
   Curado da moléstia , iniciou uma vida direcionada à retidão , entregou-se à filosofia e à religiosidade desligando-se de toda a devassidão que dominava sua vida anteriormente à cólera. Passado algum tempo, porém , os momentos de tormento foram aos poucos entregues ao esquecimento, e ,gradativamente, retornou à sua vida dissoluta e materialista .
   Alguns anos mais tarde teve uma enfermidade nos olhos , e após um longo tratamento repleto de cuidados e penitências , restabeleceu a saúde . Novamente esboçou uma perspectiva de retidão e santidade em sua vida, a qual , após um curto período de tempo desvaneceu-se quando a memória do sofrimento não mais acompanhava seus pensamentos. Um ano mais tarde a mesma doença retornou , e acabou perdendo a visão definitivamente .
   Somente após ter sofrido tão duro golpe de perder um dos sentidos que mais aguçava sua vida libidinosa, tal homem reiniciou o propósito de retidão que tantas vezes interrompera , adotando um regra de vida alicerçada na moral e na justiça . E, por esta razão se tornou um rajá amado pelo seu povo , cuja virtude é lembrada até hoje nos monumentos e templos de seu antigo reino. E uma frase, proferida por ele perpetua-se através das gerações : "Bendita cegueira que me legou a mais plena visão ".

   A palavra Karma em sânscrito significa "ação ", porém mais do que uma simples tradução esse termo traduz uma lei universal, equacionando todas as ações às inevitáveis reações proporcionais à intensidade destas. Dessas reações , contudo, é imprescindível salientar que existe um propósito , direcionador de todas as perspectivas existentes no universo , que é a transformação .
   Todas as "coisas" existentes seguem um caminho de transformação , e nenhuma delas surge do nada. Todas seguem um caminho equacionado pela "consciência cósmica " que estabelece as leis que engendra o universo. Cada cenário é o resultado de uma infinita cadeia de circunstâncias que modifica, transforma e estabelece. Assim como é na mais ínfima partícula vem a ser também no infinito pavilhão onde as galáxias estão assentadas . Tudo vibrando " entre dois infinitos e entre duas eternidades".
   A idéia básica subjacente àquilo que se tem por noção de Karma é a de que a própria natureza tende a restabelecer o equilíbrio. Se´pois, algo ocorre em sentido contrário ao equilíbrio natural, uma reação é produzida no sentido inverso à ação promotora deste desequilíbrio, para que a ordem das coisas seja restabelecida.
   No hinduísmo o Karma é visto muito mais como um instrumento de libertação do que uma punição imposta pelo universo para atribular os seres humanos, tanto que existe uma prática espiritual denominada Karma-yoga cujo objetivo é libertar o Homem da matéria e da ilusão, para ser atingido um estado de iluminação da consciência, através da qual sejam desenvolvidas atitudes de vivência impessoais, algo muito próximo da piedade cristã e da compaixão budista, pois a ação de um karma-yogue não produz reação conduzindo-o a um estado de libertação plena, entre os hindus chamado de "Moksha". Disse , certa vez um mestre indiano: "Quando o lago da mente tiver suas aguas calmas, poderá ser visto em seu leito o ofuscante brilho da pérola do espírito."  

   É ouvindo a "voz do silêncio " que nos é revelada a essência de toda grandeza da existência , pois tudo está escrito diante de nossos olhos , e a lei do Karma se descortina nas mais simples manifestações de vida diante de nossos olhos . Qualquer ação que estiver coordenada à harmonia universal estabelecerá um resultado profícuo em si mesmo . Uma ação descoordenada com essa harmonia terá como consequências resultados nefastos ao agente propulsor de tal ação . Mas poderá ser perguntado : " em que consiste a harmonia do universo para que se possa agir em conformidade com essa tal harmonia ?" A resposta poderia ser dada com uma simples palavra. Porém , uma simples palavra quase sempre necessita de ilustrações para que se possa estabelecer um sentido claro. Vejamos a própria vida no plano físico . Ela se inicia com a "afinidade" . As energias se agregando, unindo-se densificando ; formando os átomos , que, também por afinidade, se unem formando as moléculas, que se unem formando estruturas aumentando cada vez mais em graus de complexidades, gerando organismos , que também se unem aprimorando-se , formando sistemas e estabelecendo sempre uma simbiose , uma interação , uma unidade ...
O verbo mais utilizado nesta explicação , obviamente , foi o verbo unir. Tudo se faz através da união , é tudo aquilo que une para o aprimoramento,  em definição , é o amor . Essa é a chave formadora do universo e a essência direcionador de todas as equações que sintetizam a evolução .
   Tudo aquilo que não está consubstanciado no amor entra em desacordo com as leis que regem o universo, e isto provoca uma reação , não da consciência que direciona todas as coisas, mas uma reação  originada pela intencionalidade do agente desta própria ação .l
   É importante notar que o Karma provém daquela energia que provoca a ação , e não dá ação em si simplesmente. O Karma , longe de ser uma punição , vem ser uma instrução , ou mais precisamente , um guia de enquadramento , como um aviso ao caminhante que tomou um rumo equivocado. O Karma , pois não incide sobre a ação malévola que alguém perpetrou , mas sobre o mal que fez gerar a ação . Como está escrito em um antigo livro do oriente : " O Karma não cai sobre  alguém que fez o mal, mas sobre alguém que carrega a maldade". Ou seja , alguém não é punido pela maldade que fez , mas pela maldade que ele carrega.
    Toda ação é indiciada pelo desejo , tanto que a palavra "Nirvana " não tem como significado um lugar , nas filosofias orientais, mas um estado , um estado de espírito onde ocorre a supressão dos desejos. Mas a supressão do desejos não pressupõem a eliminação de todos os desejos, do contrário ocorreria uma " dormência " de um espírito ascensionado . Mas é a supressão do desejo egoísta , egocêntrico . Pois o Karma direciona o aperfeiçoamento , e, através do aperfeiçoamento surge o desejo de "reparação". Um "Mahatma" , grande alma em sânscrito , é na Índia , antes de tudo , não um ser inacessível vivendo nos Himalaias , mas alguém que permanece junto à humanidade , auxiliando .

   É preciso acrescentar que as energias formadoras do Karma se somatizam, ocorrendo aquilo que denominamos Karma familiar, karma regional, Karmas nacionais e um karma mundial , pois na esfera terrestre estão entrelaçados as ações e suas  inevitáveis consequências dentro de todo contexto global, não tanto pelo que foram seus habitantes em vidas prévias, mas pelo que são, justamente porque tudo aquilo que somos é o resultado de nossas próprias ações.
   Como citei anteriormente , existe uma consciência cósmica que rege toda transformação do universo. E o karma não configura jamais como uma força punitiva desta consciência suprema, mas sim um agente remodelador, transformador , a justiça aplicada para que ocorra a purificação , como um filtro , que , aparentemente bloqueia a passagem da água , mas que , gradualmente vai purificando , como uma sucessão de filtros , ao fim dias quais a água se torna potável e digna de ser agregada aos mananciais celestes.

   O Karma é essencial para que , aos poucos seja tomada a consciência dos próprios erros. E está consciência é a luz que inter-penetra todas as trevas da ignorância . Como se diz no salmo número 19 : " Quem pode entender os seus próprios erros ? Expurga-me dos que me são ocultos". Aqui o salmista pede para que lhe seja aberta a visão para entender deus erros, para que sejam estes vencidos . É o Karma a luz que faz enxergar nossos "demônios " (a ignorância )  , pois estes são muito mais perigosos quando invisíveis do que quando visíveis . Essa é a justiça que provém do amor divino .
   Lembremos que o universo é composto de instantes atômicos , sequências infinitas de energias infinitesimais , as quais no seu âmago não possuem dimensão . O próprio tempo e espaço se anulam na realidade que existe muito além da ilusão da materialidade. O Karma é o lembrete de que a matéria , nosso egoísmo alicerçado em nosso "eu" inferior nada significa, diante do amor que tudo unifica e tudo condiciona, dentro de um momento eterno e de um instante infinito.