Este texto é constituído por inúmeros exercícios e práticas esotéricas. E, justamente por estabelecer uma abordagem mais complexa, faz-se necessário o prévio conhecimento explanado em textos anteriores (os textos anteriores se dispõem como aulas estruturais para o aprofundamento metafísico), sem os quais dificilmente será passível de um plano entendimento.
Antes de adentrarmos nas práticas das mentalizações — práticas essenciais para a interação com as energias sutis — é necessário traçar algumas considerações: 1. As "coisas" visíveis estão alicerçadas nas "coisas" invisíveis. 2. É comum à grande maioria do gênero humano considerar a concretude visível como se fosse a única realidade universal, fato que, no entanto, não passa de ilusão, pois a matéria nada mais é que energia em elevado estado de condensação. 3. O esoterismo foca naquilo que é invisível, pois é a atuação sobre a sutileza energética que promove as transformações nas "coisas" visíveis. Como rezam os grandes mestres dos arcanos esotéricos: "Nenhum magista nasce exclusivamente do estudo, mas sim da aplicação prática do conhecimento obtido através desses estudos, tal como a sua perseverança".
A contraparte energética dos seres vivos está nos corpos etéreo e astral, e os órgãos físicos estão estruturados nos vórtices energéticos dispostos nestes dois corpos sutis, que são os Chakras. Os quais, como vimos anteriormente, sequenciam-se em número de 7, a começar pelo básico, o Muladhara, seguido em direção ascendente pelo Swadhisthana, Manipura, Anahata, Vishuda, Ajnã e Sahashara, conectados pelos Nadis, dos quais sobressaem os laterais Ida e Píngala e a central Sushuma, o caminho de ascensão do Kundalini.
São, como dissemos, sete vórtices energéticos, e sabemos que esta sequência setenário não é algo que se estabeleceu por acaso na jornada evolutiva da espécie humana. Pois o número de sete se estabelece como um reflexo da divindade imanente em todas as formas, tanto físicas quanto espirituais, que se estabelecem na sagrada geometria e estruturação daquilo que chamamos Vida.
O número sete deriva do número 3 e este deriva do número 1 — a unidade que se sequencia gerando a multiplicidade a partir da matemática universal. A unidade é a causa primária de todas as sequentes emanações; é o ponto essencial à formação de todas as linhas, o qual, no entanto, nada poderá sequenciar sem que se oponha a si mesmo, desdobrando-se para iniciar o processo da geração. A partir de seu desdobramento, forma-se o número binário, o 2, passivo em relação à atividade do número 1 essencial. O 2 é a natureza sequencial enquanto o 1 é o divino essencial e substancial. Um é o ser, dois é o reflexo, a formação dos gêneros a partir da energia absoluta do 1. O número 2 é o reflexo da unidade, a natureza, assim como o 1 representa a divindade da qual procede todos os sequenciamentos. Da junção entre a unidade e a dualidade, seu reflexo dual, nasce o ternário, o nó misterioso que une o ativo com o passivo, o número da forma, pois carregam em si as três dimensões — as três disposições que estabelecem a "ação": o sujeito, o objeto e interação do primeiro sobre o segundo.
Sete, seguindo os sequenciamentos anteriores, é o desenvolvimento do próprio número 3. É o princípio tribo, sagrado, integrado aos 4 elementos, sobre os quais exerce o seu domínio. É a forma (ternário) na harmonia da estruturação elemental. Vemos seu poder atuante nos estabelecimentos circunstanciais que se harmonizam na dinâmica da "Vida": 7 dias da semana (a criação no livro do Gênesis), sete notas musicais, 7 planetas visíveis, 7 igrejas da Ásia, 7 cores do arco íris, e, onde queríamos chegar: os sete Chakras presentes nos seres vivos.
O homem se interliga aos planos sutis a partir dos Chakras, seja com os próprios plexos espalhados pelo organismo, assim como pelos mais diversos níveis de sentido e percepção. Para que sejam potencializadas as energias que se interagem dentro dos diversos âmbitos de sutileza, é necessário que o sequenciamento sétuplo se aglutine em um sequenciamento trino e possa se convergir na unidade, como veremos a seguir. Antes, porém, é de grande importância observar a relação de cada um dos nossos Chakras com as glândulas endócrinas às quais fazem correspondência.
Cada um deles está emparelhado com uma glândula endócrina e preside suas funções, como poderemos observar:
Chakra Muladhara, de número 1, também conhecido como básico ou Chakra Raiz pelos ocidentais — As Glândulas reprodutoras (testículos no sexo masculino e ovários no sexo feminino); coordena o desenvolvimento sexual e secreta hormônios sexuais.
Chakra Swadhistana (número 2) também conhecido como Sacral — As glândulas suprarrenais; coordena o sistema imunológico e regula a temperatura corporal, produz os hormônios como a aldosterona, cortisol e alguns hormônios sexuais.
Chakra Manipura também chamado Chakra do Plexo Solar (de número 3) — O Pâncreas, que possui duas funções distintas: a função endócrina, responsável pela produção de insulina (hormônio que controla o nível de glicemia no sangue) e a função exócrina, responsável pela produção de enzimas envolvidas na digestão e absorção dos alimentos.
Chakra Anahata conhecido no ocidente como o Chakra do Coração (de número 4) — Glândula Timo; regula o sistema imunológico, ajudando a proteger o organismo contra vírus, fungos e outros tipos de infecções.
Chakra Vishuda, o Chakra da garganta ou tireóideo (de número 5) — Glândula Tireoide, que regula a função de órgãos importantes como o coração, o cérebro, o fígado e os rins, produzindo os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), os quais estabelecem o equilíbrio do organismo.
Chakra Ajnã, conhecido como o Chakra do Terceiro Olho, ou Olho de Shiva (de número 6) — Glândula pituitária, também chamada hipófise, localizada na sela túrcica da asa maior do esfenoide; produz hormônios que governam as funções das cinco glândulas anteriores, por isso chamada de "glândula mestra".
Chakra Sahashara ou Brahmaranda, conhecido como o Chakra da coroa (de número 7) — Glândula Pineal, a qual produz a melatonina, um hormônio que promove a regulação dos nossos ciclos biológicos, incluindo neles o sono, essencial às funções restauradoras do corpo, reparando os tecidos, o crescimento muscular e a síntese de proteínas.
Antes de prosseguirmos se faz necessária uma explanação sobre os Chakras das Palmas das mãos, essenciais às práticas que se seguem.
O Chakra das Mãos:
Localizam-se no centro da palma das mãos e faz sistema com o conglomerado de "Nadis" que permeiam todo o local direcionando-se às digitais de todos os dedos, evidenciando uma minúscula concentração nas terminações digitais.
Recebem as energias prânicas através dos Nadis, que distribuem a energia presente em todos os sete Chakras principais, porém com muito maior efetividade do Anahata (Chakra Cardíaco), que forma um sistema integrado com o Vibhuti.
Conforme citado acima, os Chakras Palmares recebem, captam, canalizam, distribuem e também pressentem as energias sutis presentes na natureza. Segundo a profusa literatura ocultista, estes Chakras eram os verdadeiros e mais importantes "instrumentos de cura”, tanto de algumas sub-raças lemurianas quanto dos povos atlantes, cujo domínio das energias sutis era de extraordinária relevância nos milênios anteriores ao desaparecimento dessas civilizações.
Exercício da convergência (projeção da consciência).
A sede da nossa alma, segundo o filósofo René Descartes, é a Glândula Pineal, correspondendo ao Chakra Sahashara. Nossa consciência tem sua morada neste local, e, a partir dele, estabelece suas percepções em relação ao próprio corpo, assim como por todo mundo exterior — este Chakra se estabelece como uma "janela" para a nossa consciência, o nosso ser, tendo, a partir desta localidade, sua "visão" do mundo e das circunstâncias com as quais o ser depara ao longo de sua existência. A consciência, no entanto, se projeta de diferentes formas, e, o exercício que segue é justamente a projeção da consciência em mais duas "janelas" presentes em nossos corpos sutis. O Sahashara é a "janela de observação" estabelecida nos três Chakras superiores, onde se incluem o Vishuda e o Ajnã. O Manipura é a "janela" dos Chakras inferiores, onde também se incluem o Muladhara e o Swadhistana — é importante aqui citar que o Manipura é onde se situava o cordão umbilical, e, diferentemente daquilo que muitos pensam, o desdobramento astral se dá através da saída pelo Manipura, e não pelo Sahashara. É, portanto, o Manipura a chave para o desdobramento astral, o nosso ponto de equilíbrio e contato com os planos sutis de existência. A outra "janela" é o Ajnã, o Chakra do coração, o centro divisor entre os Chakras superiores e interiores, a visão sensitiva da alma e do ser em sua relação de amor com o universo.
Cabe aqui lembrar que o exercício do Pranayama (Nadi Shodana Pranayama), descrito amplamente textos anteriores, é um pré requisito para este exercício que se segue. Pois para que se faça a projeção, é necessário que os Chakras estejam ativados e alinhados. Também é necessário, da mesma maneira que o Pranayama, outros passos do Raja Yoga, como o Pratiahara — esvaziamento da mente — e o Dharana, a concentração, também descritos anteriormente.
Busca-se uma posição confortável em algum local onde haja profundo silêncio, com os olhos fechados, iniciando uma respiração lenta e profunda — não é necessário nenhum assana específico, a não ser que o indivíduo já esteja familiarizado com a prática constante do yoga — esvazia-se a mente como se esta adormecesse em meio ao silêncio. Em seguida foca a atenção apenas na cadência respiratória. Aos poucos retorna a atividade mental tentando ouvir, ou simplesmente sentir as batidas do próprio coração. Imagine que sua mente se localiza no centro cardíaco, como se sua atividade mental ressurgisse no Chakra correspondente — Anahata. Sua mente será, ainda que por alguns momentos, o coração. Permaneça concentrado neste estado o maior tempo que for possível.
Novamente faz-se um esvaziamento mental. Retornando, após alguns minutos, a atividade mental na cadência dos próprios batimentos cardíacos. Imagine sua mente descer até o plexo solar, a região umbilical como se a respiração procedesse desta região. Sua mente será, por alguns momentos, o Chakra Manipura, o mesmo local onde toda configuração mental se situou durante a vida intrauterina. Permaneça nesta concentração o maior tempo possível. Em seguida faz-se novamente um esvaziamento mental, seguindo, após alguns minutos os batimentos cardíacos, voltando a mente no Chakra Anahata. Permaneça concentrado nessa área o maior tempo que for possível. Esvazia a mente retornando a atividade mental sob o som da respiração profunda até focar a mente no Chakra Sahashara.
Este exercício proporciona um bem estar indescritível, obtendo paz interior e todo um refrigério no corpo físico advindo dos plexos correspondentes a cada um dos três Chakras nos quais se fez a projeção.
Após focar a mente nestes três pontos: Sahashara, Anahata e Manipura, deverá mentalizar um terceiro ponto, uma convergência destes três pontos, à frente do corpo físico, e focar a mente neste ponto, como se toda a essência do próprio ser incidisse neste local, formando um feixe energético concentrando a energia dos sete Chakras em uma única projeção — a visão transcendente advinda dos três Chakras superiores, carregando a força intuitiva e transformadora, o Chakra central do coração fluindo a luz de repelência à negatividade, e os três inferiores, direcionando as forças telúricas da indução e renovação do poder co-criador (convergência mental, astral e físico). Esta convergência deverá ser feita estendendo os braços emitindo as frequências energéticas através dos Chakras localizados nas palmas das mãos. Será a partir desta convergência que serão canalizadas as energias positivas para atuar nas diferentes circunstâncias que o momento exigir, seja para cura, transformações energéticas, expurgos e banimentos de energias desfavoráveis e prejudiciais.
Exercício das correspondências intuitivas.
A grande maioria dos exercícios esotéricos se iniciam na mentalização, simplesmente porque todas as coisas têm início através dos processos mentais. São através dos pensamentos que todas as ideias criativas ganham forma, desde a elaboração de um texto ou uma partitura musical até a construção de um palácio monumental — nada foge às ideias precursoras; nada se processa sem uma prévia mentalização. Mesmo nos exercícios avançados dos desdobramentos astrais, são necessárias as mentalizações para que sejam possíveis as projeções extra físicas.
Os exercícios a seguir, nada tem a ver com a cromoterapia, uma vez que a mentalização e a correspondência entre as cores e situações são focalizadas exclusivamente pelo próprio operador, levando em conta o que cada cor representa a este em sua subjetividade. Sendo que, cada correspondência, é algo intrínseco às sensações inerentes aos aspectos intimistas do indivíduo. E é algo fácil de ser observado, pois nem todas as pessoas apreciam uma mesma matiz. Cada indivíduo tem uma cor que lhe é preferida, assim como outras que não lhes trazem boas sensações. Muitos gostam do azul, outros não se sentem bem diante desta tonalidade. Muitas pessoas têm o vermelho como sua cor preferencial, associando esta à saúde, à força, à garra. Outros simplesmente abominam o vermelho, que lhes traz à mente a cor do sangue, da guerra, da contenda e do conflito. Dessa forma podemos concluir e também considerar que não se pode impor a todo indivíduo uma associação com determinada circunstância. Cada qual associa a cor que melhor lhe agrada a uma situação que também lhe seja agradável, assim como outra cor que lhe cause má disposição a uma situação que considera ruim e desfavorável.
Este exercício tem como objetivo associar estados e circunstâncias a determinadas configurações condicionadas através da mente. E isto é algo que se faz, muitas vezes, naturalmente. Temos como exemplo a cor azul à imagem de um céu limpo, que imediatamente traz, na maioria das pessoas, uma boa sensação, diferente da cinza que vem carregada de uma sensação depressiva. O azul parece prenunciar positividade, o jovial presságio de positividade, enquanto que a cor cinza parece embaçar o prenúncio de boas perspectivas.
Para o trabalho astral é preciso associar cores às diferentes sensações que nos vêm à mente, assim como os aromas e sons que possam advir das diversas situações, ambiente e contextos que possam surgir diante de nossa perspectiva.
Um indivíduo poderá associar a cor dourada à luz, outro à luxúria, outro à riqueza e aos bens materiais. Esta associação e suas correspondências são intrínsecas ao próprio indivíduo interligadas às sensações que cada qual formulou em sua mente desde os primórdios de sua existência terrena.
O essencial é focar essas correspondências, cada qual com a cor e o aroma que projeta em sua mente.
Poderemos associar o dourado à luz, o azul ao refrigério, o roxo ao enigmático, o verde à natureza, o amarelo à ansiedade, o vermelho à dor, o cinza à tristeza — não importa, porém, a ordem das cores, pois o cinza pata alguns pode simplesmente trazer uma sensação de paz e alegria. O essencial é criar a correspondência de cada cor a uma sensação, a um aspecto, a uma condição para trabalhar em cima de cada tonalidade através da mentalização.
Imaginemos um indivíduo que faz estas associações:
— enfermidade: cor cinza.
— conflitos: cor vermelha.
— dificuldades e embaraços: amarelo.
— aprisionamento: roxo.
— saúde: azul.
— harmonia: branco.
— desembaraço: verde.
— libertação: dourado.
Lembrando que cada indivíduo poderá modificar as cores à situação que desejar, de acordo com a sensação que cada cor imprime em sua mente.
O exercício consiste em associar casa situação a uma cor. Deverá mentalizar um local onde há enfermidade, deverá associar em sua mente a atmosfera deste lugar à cor cinza — um ambiente cinzento. Um local onde há discórdia, conflito, violência, deverá associar em sua mente uma atmosfera avermelhada. Um local onde há miséria e falta de perspectiva, fracasso, associar à cor amarela. Um local onde pressente forte negatividade, influências ruins e obstáculos, à cor roxa.
Em contraparte, em um local onde é visível um ambiente saudável e jovial, deverá associar em sua mente uma atmosfera azulada. Em um local onde existe concórdia, paz e harmonia, a cor branca. Em um local onde há boas perspectivas, prosperidade e êxito, a cor verde. Em um local onde há elevação, luz e sublimidade, a cor dourada como os primeiros raios de sol da manhã.
Este exercício de associação intuitiva das cores com as situações será de fundamental importância para os trabalhos de auxílio espiritual.
Exercício da emissão transformadora:
Voltemos à associação que se fez anteriormente entre as cores e as situações. Nas circunstâncias metalizadas onde há a cor cinza, associada às doenças, a mente deve criar uma injeção de tonalidade azul, associada à saúde e à cura, eliminando a coloração acidentada, recriando uma atmosfera azul contagiando totalmente aquela situação. De modo semelhante, em um ambiente conflitivo de cor avermelhada, infundir a cor branca da paz e da harmonia, contagiando totalmente o local, recriando uma nova atmosfera de concórdia. Em um ambiente de miséria e falta de perspectivas de cor amarela, contagiar com a cor verde de prosperidade e expansão totalmente o local, recriando um novo panorama de êxito e progressividade. Da mesma forma, em um ambiente de atmosfera arroxeada, de forte influência espiritual negativa de seres trevosos eivados de malignidade, fluir fortemente a tonalidade dourada de elevação, luz, amor e sublimidade, dissipando todas as sombras.
Esta prática tem sua efetividade potencializada quando direcionam os a infusão das novas cores através da convergência das energias advindas da concentração das frequências dos sete Chakras, descritas no primeiro exercício.
Com o tempo, através da contínua prática deste processo de cura, o indivíduo vai associando a cada cor determinado aroma. E, aprimorando seus sentidos astrais, em cada ambiente que se depara, sentirá o aroma correspondente para cada situação, às quais poderá fazer sua intervenção através das técnicas apresentadas, estabelecendo a convergência energética através dos Chakras das Palmas das mãos.
Conforme citação anterior, tudo se inicia no pensamento, o astral é o plano das emoções e dos pensamentos. A concretude física tem origem na plasmação astral, e, todas as doenças, circunstâncias e situações têm origem no plano astral, onde as ideias, advindas do plano mental tomam forma e disposição. E, cabe aqui dizer que as cores não têm existência em si, mas os nossos olhos que fazem a distinção dos espectros advindos da luminosidade. A a cor é a impressão causada nos olhos pela luz. Pois as tonalidades só aparecem na presença da luz branca, e isto é um fato comprovado pela ciência oficial.
No Universo todas as coisas se correspondem, tudo está interligado, todas as mentes e pensamentos se entrelaçam no eterno e infinito abraço divino, que envolve todas as coisas, onde todos os espaços se fundem, onde todos os tempos se encontram.
Paz e Luz.