"Os sábios herdarão a honra, mas os loucos tomarão sobre si a confusão". (Provérbios 3, 32).
No decorrer de toda a história da humanidade toda tarefa no plano físico sempre foi precedida por algum tipo de trabalho espiritual, em todas as civilizações. Sejam nas atividades agrárias, nas artes e construções, na medicina, nas guerras e viagens — líderes religiosos suplicavam auxílio do mundo espiritual, proferiram bênçãos, e blindagem às ações das forças contrárias, através de cultos, trabalhos e rituais, cada qual dentro dos aspectos e padrões culturais das mais diversas nações do planeta terra.
Tais práticas não se restringem às civilizações do passado, mas estão sempre atuantes mesmo na atualidade, desde grupos tribais até as nações mais desenvolvidas do globo.
O que são as missas e cultos de formatura, ou as inúmeras bênçãos que se fazem no início de qualquer empreitada, senão práticas espirituais de agradecimento e canalizações de forças positivas?
A vida no mundo material tem o pensamento alicerçado no mundo espiritual, onde, mesmo os mais descrentes entoam "graças" a todos os desfechos ou conclusões favoráveis. As atividades humanas se iniciam com "pedidos de proteção", e, em todos os resultados positivos, terminam com as devidas ações de graça.
A própria vida é uma intensa arte de crer, desde os momentos iniciais em que nos deparamos com a inexplicável condição de ser e de existir — pois a primeira força que concebemos como realidade é o próprio sentido da existência. E a existência é o maior de todos os milagres, onde todas as explicações se perdem nas conjecturas.
O simples fato de viver é, por si só, a mais enigmática experiência mística.
Conhecimento da astrologia.
Recordando textos anteriores, especialmente naqueles referentes às Sephiroth, poderemos observar a correspondência astrológica presentes a cada sephirah em particular. A primeira sephirah, Kether — seguindo o contexto abordado por Dion Fortune em sua obra insigne "A Cabala Mística" — corresponde ao universo; Chokmah, a segunda Sephirah, ao Zodíaco. Binah, a terceira sephirah, onde as emanações já explicitam a plasmação das formas, corresponde ao planeta Saturno — o sétimo astro da Astrologia Clássica que, segundo a ordem caldaica (do astro mais lento ao mais célere no trânsito zodiacal), representa o mais distante e elevado "céu" na concepção ocultista. Teremos, em seguida, Chesed, Júpiter, o grande benéfico em contraposição ao grande maléfico, Saturno, já citado, de fundamental importância nos trabalhos espirituais de maior relevância. Veremos, no sentido descendente da árvore da vida: Geburah, correspondendo a Marte, pequeno maléfico; seguido de Tiphaereth ou Tipheret, o centro do equilíbrio da árvore, correspondente ao Sol; por sua vez tendo na sequência Netzach, que corresponde a Vênus, o pequeno benéfico, protótipo da beleza e da atração; seguido por Hod, Mercúrio, o astro neutro do saber, do conhecimento e da comunicação.
O conhecimento das correspondências astrológicas e cabalísticas são fundamentais para o magista que capta, canaliza e direciona a sutileza das energias nos elevados rituais e trabalhos extrafísicos, contudo, a sephirah subsequente a Hod, é de maior importância porque corresponde ao plano astral, onde são plasmadas as concretude físicas, a Sephirah de Yesod, corresponde à Lua, o céu lunar onde a proximidade com a Terra incide diretamente toda sua influência e energia sobre os elementos. Nosso mundo físico, Malkuth, segue direta e essencialmente influenciado por Yesod, como podemos ver na Árvore da Vida — todo ritual, trabalho ou ação espiritual deve seguir as fases das lunações, pois o plano astral terá sua frequência mais próxima ao nosso mundo, ou mais distante, segundo a fase na qual esta se apresenta, sob a qual dependerá o êxito ou o malogro da própria atividade.
As Sephiroth determinam os planos, os mundos e suas frequências, representadas pela sua correspondência astrológica. Assim teremos, segundo Eliphas Levi, em sua obra "Dogma e Ritual da Alta Magia", onde faz também a correspondência dos arcanos do tarô com as Sephiroth, os planos correspondentes às Sephiroth: Aziluth — o mundo das emanações, tríade da essência existencial, que compreende o "grande rosto", o plano superior de manifestação, formado por Kether, Chokmah e Binah. Briah, o mundo da criação, a tríade do despertar, formada por Chesed, Geburah e Tipheret. Yesirah, o mundo da formação, a tríade do templo da alma, formada por Netzach, Hod e Yesod. E, por fim, Asiah, o mundo da ação — a Sephirah de Malkuth, o mundo físico onde se dispõe o quaternário dos elementos fundamentais.
As Sephiroth e seus mundos, ou planos, correspondem: Asiah — nosso plano físico. Yesirah — onde Yesod é o astral e Hod e Netzach o mental inferior. Briah — o mental superior e espiritual. Aziluth — o espiritual e a divindade (Adam Kadmon).
Os Tattwas.
Igualmente o conhecimento táttwico é de grande importância nos trabalhos espirituais, pois, os momentos em que se seguem no período compreendido a cada duas horas, podem ser considerados como "prismas energéticos" que determinam a eficiência das canalizações.
Embora este assunto tenha sido explanado profusamente em textos anteriores, é por demais, profícuo fazer uma revisão deste assunto de grande relevância dentro da espiritualidade.
Deixando de nos determos em históricos e definições, partamos para o aspecto prático deste conhecimento — lembremos que "o invisível produz o visível", e este é um princípio fundamental da alta magia. Tattwa é a modificação do Grande Alento que é energia primordial da divindade, e esta modificação se inicia no éter, vibrando em sua força modeladora.
O que importa, no momento, é a sequência dos Tattwas, uma vez que sua natureza está descrita nos textos anteriores.
Sequência dos Tattwas, (essência universal):
1. Akasha: o éter cuja manifestação se dá através do som.
2. Wayu: o princípio do elemento Ar.
3. Tejas: o princípio do elemento Fogo.
4. Apas: o princípio do elemento Água.
5. Prithvi: o princípio do elemento Terra.
Existem também os Tattwas superiores: Anupadaka e Adi, porém estão muito acima do alcance humano.
A influência dos Tattwas na vida humana é determinativa, pois qualquer atividade ou ação irá depender do tattwa no qual se encete cada uma delas. Por esta razão, veremos cada um desses princípios acima expostos.
O Tattwa inicial do primeiro momento da luz solar é o Akasha. Recebe a influência de Saturno, que é a espada que remete à justiça, ou seja, o desencadeador dos efeitos kármicos, a reação presente às ações pretéritas. Todos os demais princípios derivam de Akasha e se desenvolvem a partir dele. É o momento tátwico em que o silêncio deve preponderar, nenhum trabalho espiritual deve ser efetuado durante seu período de manifestação. Segundo a filosofia hindu, este é o "tattwa do desenlace", onde normalmente os seres costumam abandonar o invólucro físico.
Wayu possui sua correspondência em Mercúrio, carregando toda a essência do movimento, do saber e da velocidade de raciocínio lógico. Em Wayu temos o intercâmbio, a aproximação, o intelecto, e o aprendizado, que, assim como Mercúrio, o astro da neutralidade, Pó de conferir tanto a positividade quanto à negatividade — as configurações e as desfigurações; as verdades e os enganos — toda a dualidade por demais presente na condição humana. Aqui manifesta aquilo que está presente na natureza intrínseca do ser — o momento das revelações.
Tejas, que segue a sequência a partir de Wayu, traz em si o princípio essencial do elemento fogo, consignando as vibrações do Sol, assim como de Marte, em sua natureza bélica e conflitante. Traz a luz solar que afugenta as trevas, na concepção da verdade e da expansão da consciência, assim como a liberdade e a determinação próprias de Marte.
O tattwa Apas se apresenta como a contraparte de Tejas. Vem ser o tattwa da opulência, da acomodação. Ao mesmo tempo em que traz a paz e a oposição aos conflitos, traz em si a paixão, o egoísmo, a estagnação. É o tattwa de Vênus, trazendo também o amor pela arte, pela beleza e pelo prazer, este consignado à evolução espiritual de cada ser, com sua natureza e também as suas consequências.
Prithivi vem ser o tattwa vinculado ao amor incondicional, onde a justiça e a fraternidade condicionam o apreço pelos seres, pela verdade e pela natureza. Este Tattwa traz em si a essência dos mais nobres sentimentos, a caridade e a compaixão.
No período compreendido entre duas horas, cada tattwa vibra durante 24 minutos, ocorrendo nesse tempo a passagem de todos os 5 tattwas, iniciando a partir da observação dos primeiros raios de sol, seguindo a sequência do Akasha, seguido por Wayu, vindo na sequência Tejas, Apas, e, finalmente Prithivi. Reiniciando, em todas as duas horas consecutivas a mesma sequência.
O conhecimento dos horários de influência de cada Tatwa nos auxilia a direcionar a ação dos trabalhos espirituais a serem executados, sejam eles de invocação, expurgos, chamamentos, banimentos, curas ou exorcismos, como veremos especificamente mais adiante. A determinação desses horários também auxiliam a nossa meditação, anseios, prospecções e vida em geral de acordo com os aspectos vibratórios de cada Tattwa.
Recapitulação da essência de cada Tattwa:
AKASHA
Elemento: Akasha
Cores: Negro/Violeta
Mantra: Ha
Planeta: Saturno
Governa: cabeça
Dia da semana: Sábado
Corpo: Causal
WAYU
Elemento: Ar
Cor: Azul
Mantra: Ya
Planeta: Sol e Mercúrio
Governa: coração
Dia da semana: Segunda e quarta
Corpo: Astral
TEJAS
Elemento: Fogo
Cor: vermelho
Mantra: Ra
Planeta: Marte
Governa: Do coração ao sexo
Dia da semana: Quinta
Corpo: Mental
APAS
Elemento: Água
Cores: Branco e Verde
Mantra: Va
Planeta: Vênus e Lua
Governa: Do sexo aos joelhos
Dia da semana: Domingo e terça
Corpo: Vital
PRITHIVI
Elemento: Terra
Cor: Amarelo
Mantra: La
Planetas: Sol e Júpiter
Governa: Dos joelhos aos pés
Dia da semana: Sexta
Corpo: Físico
O papel da Lua.
O magista precisa muito saber "falar" com a Lua, e, ainda mais necessariamente, aprender a "ouvi-la".
Como já referimos, ela é o linde fundamental do "primeiro céu", o Plano Astral, de onde são plasmadas todas as essencialidades físicas. E, mesmo que o trabalho em que se estabeleça o propósito essencial tenha a sua "captação", "canalização" e "direcionamento" nas energias primordiais dos planos superiores, terá que atravessar o astral pois é o plano invisível imediatamente contíguo à nossa concretude física. "Há mais mistérios entre o céu e a terra do que a vã filosofia dos homens pode imaginar" — Disse William Shakespeare, significando justamente aquilo que está entre o mundo divino e o humano — o astral e sua veemente "tessitura" vibratória sobre as frequências energéticas que estruturam a "realidade" visível aos olhos humanos.
A Lua, pois, é o luminar celeste que indica a interpenetração entre esses dois mundos. Em seu plenilúnio — a Lua Cheia — a densidade das frequências astrais estão aumentadas, mais próximas às do plano físico — as influências astrais estão mais fortes, e seu enfraquecimento se dá à medida em que a luminosidade lunar se perde na escuridão do céu noturno — as frequências vibratórias astrais tornam-se mais e mais sutis, como se o astral se distanciasse do físico, perdendo, consequentemente sua influência, sua força sobre a energia densa do plano visível.
Por esta razão, cada fase do nosso satélite natural possui determinante potencial em rituais e trabalhos espirituais específicos.
A Lua Nova bem ser a fase ideal para a manifestação de tudo o que necessita de renovação. As forças astrais estão diminuídas, porém, as energias com as quais os magistas muitas vezes fazem uso, também se enfraquecem neste período lunar. É um período para que se faça prospecções positivas para mudanças, transformações, introspecções e busca de entendimento, sabedoria e poder intrínseco.
A Lua Crescente é aquela em que se trabalha com as energias positivas, onde se anseia a atração, a aproximação, o tangenciamento, tanto em invocações, evocações e chamamentos. É o momento de se descortinar as prospecções que se deseja, a comunicação com o mundo de Kama, a energização e o fortalecimento das potencialidades imperceptíveis às condições dos sentidos humanos.
A Lua Cheia é o afloramento do astral, onde as frequências se aproximam. É o momento em que a experiência do magista se faz essencial, pois a falta de domínio das forças envolvidas em um ritual de natureza invocatória pode ser extremamente perigosa.
É uma fase em que o domínio do operador alcança os melhores resultados, desde que este tenha forte "blindagem" e apta resolução da capacidade volitiva. Neste período ocorrem fortes revelações, elevação de poderes extrafísicos, elevadíssima conexão com o mundo energético. Os rituais e trabalhos mais fortes são executados neste período, da mesma maneira que os "desastres energéticos" e abertura de portais absolutamente indesejáveis devido à inépcia de magistas despreparados.
A Lua Minguante vem ser a fase do desvanecimento, propícia às eliminações, aos afastamentos. O momento próprio para afastar todo tipo de negatividade. O astral se faz "fraco" em relação à sua influência no mundo físico, facilitando o expurgo e o banimento das energias indesejáveis. Também é o momento em que se encetam os exorcismos, repelência de agouros, descarregos e supressão de maus costumes, vícios e hábitos degenerados.
A Lua em relação aos elementos:
É muito importante saber a posição da Lua no mapa astral durante os trabalhos espirituais, especificamente na posição em cada casa de acordo com seus elementos correspondentes.
Recapitulando os textos de astrologia: o elemento fogo relaciona-se com Áries, Leão e Sagitário;
Terra com Touro, Virgo e Capricórnio; Ar com Gêmeos, Libra e Aquário; finalmente a Água com Câncer, Escorpião e Peixes.
A Lua nos signos do fogo está associada ao impulso direcionado para manifestar a vontade. Aqui o ímpeto é exacerbado, vem ser o momento ideal para expurgos, banimentos e exorcismo, onde se exige força, coragem e determinação.
A Lua nos signos da Terra está associada à racionalidade. É o momento ideal para a canalização de energias de cura, onde se espera a realização de algo concreto, palpável e, acima de tudo, duradouro.
A Lua nos signos do Ar está associada aos processos mentais de atração e receptividade. É o período em que se potencializam as atividades espirituais de aproximação, de limpeza de caminhos e remoção de obstáculos.
A Lua nos signos da Água está associada às emoções, aos sentimentos e aos padrões subjetivos, assim como todas as perspectivas que estejam em dissonância com a realidade premente. É o momento ideal para todo trabalho que envolve situações afetivas, mentais e emocionais.
A Lua vazia
Também chamada "Lua fora de curso", é quando, durante a passagem de um signo a outro, a Lua deixa de fazer qualquer aspecto com outros astros presentes no zodíaco.
Esta ocorrência se apresenta como se esse astro adentrasse em um período de "vácuo espacial", sem interagir com os demais em seu percurso pelo círculo celeste.
Este período de isolamento pode se resumir a alguns minutos ou até mesmo o dia inteiro. O importante, porém, é saber que há uma desconexão astrológica, e, como a Lua determina as vibrações das frequências astrais, não é um momento propício para estabelecer canalizações e fluxos energéticos. É o período de tempo em que todos os trabalhos espirituais perdem sua dinâmica energética.
Os magistas, que devem ser conhecedores da astrologia e seu impacto nas ritualísticas e na própria vida humana, evitam quaisquer disposições neste período, ideal para meditação, estudo e relaxamento.
Os eclipses.
Conforme as explanações expressas nos textos anteriores sobre astrologia, o momento em que ocorrem os eclipses inspiram transformações, mudanças, crises diversas, assim como alterações circunstanciais que envolvem os contextos coletivos e individuais da vida humana. Seja solar ou lunar, representam relevantes presságios para toda a esfera planetária e suas derivações. Seus efeitos, conforme já dissemos anteriormente, podem ser sentidos imediatamente à presença do fenômeno ou até meses após o término do evento.
É um momento em que são potencializado os efeitos da lunação, pois, como sua ocorrência se dá apenas na lua cheia ou na lua nova, os efeitos transformadores se amplificam, a intensidade energética são potencializadas exigindo extraordinário controle do operador. Por esta razão, muitos são os místicos que não recomendam trabalhos nos momentos em que os eclipses estão a ocorrer. E isso se deve ao fato de que poucos são os magistas que controlam as intensas canalizações de energia, propagadas neste período. É o momento em que o operador deve reconhecer suas próprias limitações, evitando seríssimos danos na sua contraparte astral e de todos os demais coadjuvantes presentes no ritual mágico. Distúrbios psíquicos são muito comuns àqueles que desconsideram a importância relevante de cada momento astrológico e suas consequências.
As condições propícias.
A Lua, conforme já dissemos, é o luminar que preside o "primeiro céu", o Yesod da Cabala, o plano astral, de onde são plasmadas as estruturações físicas.
As duas fases mais significativas, tanto nos trabalhos simples quanto nos processos mágicos, são as intermediárias nas fases da manifestação e do ocultamento: a crescente, em sua plasmação e a minguante, em seu desvanecimento.
As canalizações, energizações, invocações e chamamentos são realizáveis com mais profícuo propósito na crescente. Os expurgos, as remoções, banimentos e exorcismos tendem à melhor execução na fase minguante. Estas duas fases são aquelas onde ocorrem as transformações, nas quais os fluxos energéticos fluem e se direcionam a um determinado momento de estabilização.
Certa vez um jovem mestre hindu fez uma analogia a seus discípulos explicando a natureza das fases de lunação. "Imaginemos" — Disse ele — "Um canal de águas que desce em corredeira, e, em um dado momento, suas águas se avizinham em uma superfície plana de uma lagoa, da qual lentamente fluem para um novo trajeto em declive, voltando a correr celeremente. Após percorrer rapidamente outro percurso, suas águas adentram em um sumidouro, fluindo placidamente em meio às rochas cavernosas. Após percorrer suavemente o interior da Terra, reencontra uma 'janela' nas vertentes, e reinicia seus caminhos de descida da montanha — aonde poderemos colocar as azenhas para triturar o arroz, nas águas lentas que se escoam ligeiras rumo aos estancamentos?”.
A água que desce em corredeira seria a fase crescente em direção à lagos, a cheia, as águas que correm ao sumidouro seria a minguante, até seu trajeto subterrâneo, a nova. As energias de mais intenso eflúvio se fazem nas fases que se encaminham às estagnações, que fazem girar os moinhos.
A eletricidade só é produzida a partir da abertura das comportas de uma represa, assim são as lunações em seus fluxos energéticos.
O astral se enfraquece em relação ao plano físico durante a fase minguante, as entidades perdem parte de sua força e incidência de seu poder quando suas frequências se sutilizam. As energias astrais se aproximam do plano físico na fase crescente, densificam-se suas frequências energéticas, favorecendo o intercâmbio entre os dois planos.
Além da fase lunar, é fundamental que sejam conhecidos os dias e as horas planetárias, pois o enfrentamento contra certas entidades astrais pode ser muito dificultoso, ou até mesmo, perigoso em determinadas situações. Para cada dia da semana há uma correspondência planetária: o domingo é regido pelo Sol, a segunda-feira pela Lua, a terça-feira pelo planeta Marte, quarta por Mercúrio, Quinta por Júpiter, sexta-feira por Vênus e sábado por Saturno. Detendo o conhecimento dos astros e suas correspondências diárias, conseguiremos definir cada uma das horas planetárias.
Devemos, primeiramente, conhecer o momento exato do nascer do sol. Antigamente exigia acurada observação do exato momento, indicado pelo relógio, em que o primeiro raio de sol era perceptível no horizonte Leste. Atualmente, graças à tecnologia, poderemos, com muita antecedência, saber, com plena exatidão, em quais os horários de cada dia ocorrerá o nascimento do sol. Da mesma forma, tomaremos nota do exato momento em que o último raio de sol se perde no horizonte Oeste. Esses horários permanecem iguais por muitos dias, se modificando gradualmente conforme transcorrem os períodos das estações do ano — períodos em que o dia e a noite se tornam mais curtos ou mais longos, conforme a épica e também a latitude do local onde são feitas as observações.
Em posse desses horários, deveremos calcular o tempo entre a hora que o sol nasce e a hora em que o sol se põe — EM MINUTOS — e então dividir por 12.
A primeira hora será aquela correspondente ao dia da semana com seu astro regente — Como exposto anteriormente, no domingo, o Sol, segunda Lua, terça Marte, quarta Mercúrio, Quinta Júpiter, sexta Vênus e sábado Saturno.
As horas que se seguem, deverão ser sequenciadas segundo a "Ordem Caldaica", que já citada nos textos de Astrologia, que parte do astro mais lento, ao astro mais rápido, conforme descrição abaixo:
1 Saturno.
2 Júpiter.
3 Marte.
4 Sol.
5 Vênus.
6. Mercúrio.
7. Lua.
Exemplo: Em uma quinta feira, dia de Júpiter, sabendo que o sol nasce 6h5, e se põe às 19h5, teremos um total de 780 minutos, os quais, divididos por 12, dá um total de 65 minutos para cada hora planetária. Nessa sequência a primeira hora que se inicia às 6h5 e termina às 7h10, será a hora de Júpiter, seguida por Marte, das 7h10 às 8h15, sempre com 65 minutos cada uma delas, seguida pela hora do Sol, Vênus, Mercúrio, Lua e Saturno, de acordo com a Ordem Caldaica.
Após o horário das 19:5 inicia-se o horário da noite, que vai durar até às 6h5, somando um total de 660 minutos, divididos por 12, serão 55 minutos para cada hora noturna, seguindo a mesma sequência das regências. Supondo que a última hora do dia seja Mercúrio, da mesma forma, seguindo a Ordem Caldaica, a primeira hora da noite será da Lua, seguida por Saturno e todo o sequenciamento acima descrito.
Os dias ideais para as ritualísticas e quaisquer trabalhos de positividade são aqueles correspondentes aos dias dos planetas benéficos, Júpiter e Vênus, e, os horários devem corresponder a estes mesmos planetas, recebendo a incidência mais veemente de suas energias.
Digamos que o magista será o operador de um ritual de exorcismo — o mais difícil dos trabalhos espirituais — considerando que seja ele um indivíduo com amplo conhecimento no ocultismo, definirá o momento propício para a realização do trabalho de banimento.
E, qual o momento propício?
Sem sombra de dúvida, será durante a lua minguante, cujo motivo dissertamos extensivamente ao longo do texto. Quanto ao dia, é amplamente recomendável que se estabeleça os dias correspondentes aos planetas benéficos para a execução dos trabalhos, quinta ou sexta-feira, respectivamente Júpiter e Vênus — na impossibilidade de execução nestes dias, a opção preferencial seria nos dias neutros, domingo, segunda ou quarta-feira, em seus respectivos astros, Sol, Lua ou Mercúrio — escolhendo as horas planetárias correspondentes aos astros benéficos. Se possível, encaixar essas horas dentro dos "momentos táttwico" de Prithivi, o ideal para que as energias positivas se incidam dentro de um padrão vibratório da mais plena frequência harmoniosa.
Duas outras variantes deverão ser consideradas: a Lua quando inserida no signo cujo elemento corresponde ao elemento do operador principal e a "Hora da Mudança" — conhecida apenas pelos magistas mais experientes.
A Lua, quando inserida no signo onde o elemento essencial corresponde ao elemento intrínseco do operador, confere uma canalização de energia muito mais eficaz, pois, o magista operador atua como um prisma por onde atravessam as energias direcionadas ao propósito fundamental do trabalho espiritual. Se o prisma estiver dentro de uma maior compatibilidade, as incidências das frequências se projetarão como um feixe de fortíssima concentração de energia. Por exemplo: O operador que tenha seu ascendente em Libra, cujo elemento corresponde é o Ar, seu trabalho espiritual terá melhor proficiência no período em que a Lua estiver visitando alguma das casas onde o elemento Ar se fizer determinante: Gêmeos, Libra ou Aquário.
A "Hora da Mudança": Aqui está um dos mistérios do ocultismo que, até bem pouco tempo atrás, era resguardado apenas aos iniciados em alguns sistemas mágicos. Todos os seres, inseridos ou não em invólucros físicos, têm suas existências transcritas em formas de ondas energéticas. Em textos anteriores, quando falávamos da respiração alternada, o Pranayama, dissemos que, a cada duas horas, uma narina fica mais livre que a outra. Vimos neste presente texto, também, que as horas táttwicas se sucedem em um período de duas horas. NADA é por acaso no universo. A cada duas horas há um momento de permutação de forças, momentos especiais em que a natureza intrínseca caminha "de mãos dadas" com a natureza extrínseca, podendo, em determinado período receber energias e, em outros, perder energias. Isso se dá a cada mudança de hora táttwica, ou seja, a cada duas horas — em um momento sorvendo as energias prânicas, em outro dissipando — ao todo 12 momentos de renovações energéticas, das quais 6 serão de revigoramento e 6 de enfraquecimento. Dentre esses 6 momentos, dois serão de mais intenso revigoramento e dois serão de mais intensa extenuação — um no período diurno, outro no noturno. Nos seres encarnados são os períodos de forte sonolência, nos desencarnados, ou espíritos de vida exclusiva no astral, de letargia. Esses momentos possuem durações variáveis, sendo chamadas "Hora da Mudança". Por esta razão, os rituais de exorcismos, expurgos e banimentos — sobre os quais falaremos mais adiante — deverão ser iniciados anteriormente à mudança da hora táttwica coincidindo com a entrada de uma hora planetária de um astro benéfico, havendo maiores chances de ser uma das horas de letargia das entidades astrais negativas.
É possível extrair das entidades, em especial os Kama Rajas, a revelação dessa hora de enfraquecimento. Essa categoria de seres espirituais se comunica telepaticamente, utilizam a voz do possuído apenas para estabelecer comunicação com os operadores. Porém, através das ancoragens psíquicas utilizadas pelos magistas — das quais também falaremos na sequência — expõem suas identidades, revelando a hora e também seu próprio nome, o qual, uma vez conhecido pelo magista, torna a entidade mais suscetível ao seu comando.
Existem aqueles que não enxergam o óbvio, existem aqueles que captam aquilo que é óbvio, existem, no entanto, aquele a que vão além do próprio óbvio, estes são os verdadeiros magos operadores. Comumente os mais poderosos seres astrais conseguem acessar os nossos pensamentos, e, para que isso ocorra, é preciso que se estabeleça uma conexão. Através dessa conexão o magista experiente poderá acessar linguagem telepática de tais seres, conhecendo toda a sua natureza.
As Ancoragens.
Restringiremos simplesmente aos propósitos ritualísticos, como invocações, banimentos, expurgos, limpezas energéticas, etc.… e não aos recursos utilizados para cada uma de suas metas, pois variam, não apenas de sistemas de operação, mas também com a cultura, as regiões geográficas, os conceitos e crenças.
O importante é dizer que os objetivos são alcançados independentemente das práticas que são utilizadas ao determinado fim. Vejamos alguns exemplos: a cura de obsessões — ocorrem com bastante sucesso em rituais xintoístas do extremo Oriente, assim como nas práticas hinduístas, no norte e sul do subcontinente indiano, nos ritos animistas da África subsaariana, entre os xamãs da Sibéria, e também nas sessões kardecistas e ritualísticas teúrgicas do ocidente.
O estudo das ancoragens explica claramente o porquê do êxito das mais diferentes formas de expressão da espiritualidade — a realidade é única. Embora as concepções possam ser incontáveis, a natureza essencial é única: "o forte desejo de alcançar um determinado fim". E, na verdade, muitas vezes nem é preciso de rituais e práticas para que se alcance algum ardoroso objetivo, uma forte conexão com as forças universais se faz, por si só, proficiente. Há milagres em nome de Nossa Senhora de Guadalupe no México e em várias nações latino americanas? — Certamente! Nossa Senhora Aparecida no Brasil, Krishna na Índia, Buda e bodhisattvas na Ásia, divindades animistas, santos e espíritos também operam em favor de muitos. E o que têm em comum todas essas divindades, santidades e entidades? E qual o segredo da realização de incontáveis obras e prodígios?
Todos são ancoramentos e ancoragens. O segredo é a fé — também chamado Kryashakty nos meios ocultistas, o grande poder divino à disposição do homem em todo o universo. "A tua fé te salvou" — Dizia Jesus quando efetuava alguma cura. As ancoragens são os instrumentos para que a fé seja alcançada, a qual, uma vez atingida, exerce o seu inegável poder de realização.
Aqui estamos recapitulando inúmeros textos já explanados anteriormente, especialmente o, então denominado, O Verdadeiro Significado da Ancoragem no Ocultismo, no qual estão explicitadas as razões e propósitos de cada configuração ritualística, elaborados para potencializar a própria fé — o Kryashakty do poder volitivo presente em nossa centelha divina, que se conecta com a dinâmica universal, promotora dá a realizações.
Cada palavra tem poder, desde que tenhamos fé suficiente para que sejam produzidas, através dela, fortíssimas vibrações cósmicas. Da mesma maneira, as representações, os pantáculos, círculos mágicos, orações e liturgias — todos se potencializam e se carregam de poder de acordo com o Kryashakty (Um dos nossos textos anteriores também especifica sobre o próprio tema) — este presente texto só poderá ser bem compreendido após a leitura dos demais precedentes, pois os inúmeros conceitos e definições de detalhes aqui expostos dependem do seu prévio conhecimento.
As ancoragens são os recursos necessários para que seja suprida a nossa falta de fé. Observemos que Jesus, segundo as descrições nos evangelhos, não necessitava de ritual algum, de sequer qualquer exemplo que possa ser tomado como ancoragem. E, o mesmo dizia: "Porque a fé que vocês têm é pequena. Eu asseguro que, se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a este monte: 'Vá daqui para lá', e ele irá. Nada será impossível para vocês". (Mateus, 17, 20). Este poder existe! Baseados na máxima que tantas vezes é necessário que se repita: "Vivemos em um universo de infinitas possibilidades" — no entanto, tal poder está diametralmente oposto à nossa condição humana atual, essencialmente materialista e desprovida dos mais elevados sentidos das afinidades extrafísicas. Há um abismo entre esta condição atual do gênero humano e a fé "removedora de montanhas" da citação evangélica — a ponte para sobrepor este abismo colossal é a "ancoragem" — o legado celeste à condição terrena.
Poderemos então concluir que não existe uma receita específica para que seja efetuada uma determinada ritualística, ou um modelo pronto para encetar qualquer propósito determinado. Uma simples oração com verdadeira fé, a partir de um coração contrito, consubstanciado no amor e na luz, pode ser muito mais forte que um ritual mágico impregnado de práticas e configurações cerimoniais.
Propósitos Ritualísticos.
São inúmeras as naturezas dos trabalhos e práticas extrafísicas, que vão desde os "chamados de proteção" e as energizações até os mais terríveis rituais de banimentos.
Segundo a mística dos ensinamentos ocultos, todos se dividem em três diferenças essenciais:
— as modificadoras.
— as atrativas.
— as repelentes.
As modificadoras são aquelas que transformam as energias, sejam as energias presentes na essencialidade do objeto, sejam nas energias a ele direcionadas à distância.
No primeiro caso os trabalhos são os de "blindagem" e "fechamentos". A princípio, aparentam ser a mesma coisa, porém, a intenção as diferem quanto ao objetivo da atividade.
A Blindagem é, na verdade, uma etapa preventiva aos rituais de exorcismos, sobre os quais dissertaremos mais à frente. Todo exorcismo deve ser analisado previamente. Onde deverá ser verificada se se trata mesmo de um caso de possessão espiritual, e não um distúrbio neuro psíquico próprio indivíduo; deve-se ver a natureza da entidade que se acerca da pessoa, assim sua pluralidade, que pode ser extensa portanto, muito perigosa ao operador. Sempre lembrando que os fenômenos de possessão não são tão incomuns como se parece, as quais se dividem em três tipos: a possessão temporária, onde as entidades "tomam" o corpo do indivíduo em determinados períodos e ocasiões, que podem ser de forma esporádica ou com maior frequência, ou quando a pessoa, viciada em determinadas substâncias, sob o efeito destas, são tomadas pelas entidades. Existem os casos em que as entidades não tomam "inteiramente" o corpo do indivíduo, mas intermedeiam sua influência na sua mente, embaraçando seus pensamentos e incitando atitudes e ideias destrutivas — este segundo caso é a chamada "obsessão", cujo trabalho de livramento muitos denominam "desobsessão", o qual incluiremos no trabalho do exorcismo devido à natureza de repelência que se faz necessária nesta prática — tanto o primeiro caso, de possessão temporária, quanto a "obsessão", podem muitas vezes estar interligados: uma pessoa obsediada pode ter possessões temporárias, assim como uma pessoa com possessão temporária é quase sempre vítima de obsessão — por isso a prática de libertação é a mesma nos trabalhos extrafísicos. O terceiro caso é o da possessão permanente — o mais raro, confundido muitas vezes com demência e insanidade — sendo a prática mais trabalhosa, onde ocorrem, não raramente, os piores insucessos, muitas vezes da pior maneira possível. Neste último caso é que deverão ser feitas as blindagens.
Blindagem espiritual é a proteção prévia, quase sempre imprescindível, que se efetua nos indivíduos que participarão de rituais onde intensos fluxos de energias se propagarão em suas adjacências. Dependendo daquilo que terão pela frente, há também a necessidade de que se faça a blindagem energética também em suas residências, assim como também nos familiares mais próximos.
A blindagem energética se faz através da canalização de energias — como frisamos anteriormente, a realização de cada trabalho extrafísico pode ser feita sob a regência dos mais diversos sistemas mágicos e atividades cerimoniais. Aquilo que poderemos expor, que configura nossa prática esotérica, certamente é substituído com eficácia sob outras matrizes e sistemas. A canalização energética se processa segundo o sistema teúrgico — há um texto que trata inteiramente da Teurgia transcrito anteriormente. O trabalho, resumidamente, consiste na concentração ritualística grupal no intuito de atingir um estado elevado de supraconsciência, e, através deste, captar as energias dos planos superiores, canalizando-as e direcionando-as para o fim específico. Este trabalho envolve energeticamente as pessoas ou locais formando um "escudo etéreo", cuja durabilidade pode ser do período de uma lunação — sete dias — blindando-os contra as investidas do plano astral. Tal blindagem se efetua da mesma forma que se descreve um círculo mágico de proteção — do qual também já explanamos — isolando determinado local de forma que se torne impenetrável às forças da negatividade.
O fechamento de corpo se faz da mesma maneira, no entanto, consiste em uma série de ritualísticas que envolvem a atuação da pessoa a quem se dirige o trabalho. Normalmente a pessoa passa por todo um processo de iniciação, que, dependendo do sistema mágico que se efetua o processo, pode se constituir em tarefas muito árduas. Por esta razão, o fechamento se faz através de um bloqueio energético muito mais intenso, que poderá durar anos, dependendo da conduta moral da pessoa.
Em alguns sistemas mágicos, há a consagração de um determinado objeto, através do qual se uma forte ancoragem concentra intenso fluxo de energias. Semelhante à psicometria, esse objeto ancora a energia à pessoa, que, uma vez na posse deste, traz em si os eflúvios etéreos necessários à sua proteção. Essa forma de fechamento é muito comum em rituais animistas, xamânicos e ancestrais.
Os bloqueios são muito semelhantes aos demais, e efetuados da mesma maneira. A diferença é que os bloqueios se dirigem a pessoas e entidades que integram ações deletérias e prejudiciais, anulando suas ações sem que, no entanto sejam prejudicadas, pois se assim se der, não mais será magia da luz, é sim das trevas que promovem malefícios. Os bloqueios, também chamados de amarração, não pertencem à categoria dos trabalhos extrafísicos modificadores, e sim nos atrativos, que descreveremos a seguir.
O importante é saber que, sejam quais forem os sistemas mágicos operacionais destinados às blindagens e "fechamentos", consistirão em captar as energias sutis que estão presentes em todas as coisas, estruturando as energias mais densas que emprestam disposições e formas à "realidade" física. Para captar tais frequências energéticas é necessário elevar a própria mente aos níveis dessas vibrações, nos Estados de supraconsciência, na elevação dos sentidos espirituais, no "transe sagrado" acima dos sentidos físicos e da densa materialidade. As missas da Igreja Católica Romana, assim como das Ortodoxas do Oriente, possuem ritualística próxima à teurgia, embora a grande maioria dos sacerdotes desconheça seu sentido místico. Quando se profere a ordem: "Corações ao alto!" Está sendo proclamada a elevação das consciências ao nível das frequências divinas — "Nosso coração está em Deus!" se expressa na sequência em forma responsorial, confirmando o propósito da elevação espiritual.
Após o acesso às frequências superiores, sequencia-se a canalização, estabelecendo a imagem mental, ou a mentalização do "alvo" onde irão ser direcionadas as energias. Feito o direcionamento, as forças fluem à semelhança de uma mangueira de água a jorrar sobre as plantas de um canteiro após a abertura da torneira. As formas com as quais se estabelecem as ancoragens podem ser diversas, o processo, no entanto, é único — quando são feitos "benzimentos", "unções energéticas", ou quaisquer procedimentos extrafísicos semelhantes, tudo se processa dentro dos mesmos padrões — o "benzedor", ou o "operador", eleva sua mente em orações a Deus, faz suas preces e seus pedidos tendo como alvo a pessoa a qual dirige suas intenções, conectando este alvo à luz da divindade da qual se faz intermediário.
As intenções as quais enceta seu trabalho são a essência de suas proposições. A diferença entre a magia da luz e a das trevas são justamente as intenções, as quais irão se concretizar de acordo com a sua força volitiva — a fé. A fé consubstanciada no amor é a chave da magia divina, a qual nos propomos a buscar.
Os trabalhos extrafísicos atrativos, consistem nos bloqueios, nos chamamentos, rompimentos ou dissipações.
Os bloqueios, como já dissemos anteriormente, trata-se de enviar energias positivas àqueles que integram fazer o mal. É muito comum pessoas procurarem os magistas relatando agressividade dos cônjuges, perseguições em ambientes de trabalho ou estudo e também diversos tipos de ameaças e situações de risco, criadas por desafetos e todo tipo de inimigos, declarados ou não.
Nos meios populares, de maior simplicidade, existem alguns tipos de práticas com finalidades semelhantes, comumente chamadas, na linguagem popular, de "adoçamento", muitas vezes elaborados na forma de simpatias ou orações.
O importante é frisar que, entre os inúmeros sistemas mágicos, existem aqueles que atacam os indivíduos ou situações ameaçadores com energias de destruição. A destruição, ou quaisquer malefícios efetuados através do conhecimento e domínio das práticas extrafísicas, recebem o retorno kármico de maneira mais rápida e mais intensa. Toda prática extrafísica deve estar consubstanciada na luz, no amor e na consciência, pois deve ser também uma prática fundamentada na "grande obra da regeneração". Estamos no limiar de uma nova era, um novo ciclo cósmico onde as frequências negativas tornarão incompatíveis com a nova tônica do planeta que se toma forma. Dessa forma, os bloqueios energéticos exigem a captação das mais elevadas formas de sutileza vibratória, com o intuito de bloquear as ações negativas, neutralizando Toda a as intenções nocivas deletérias e criminosas.
A prática do bloqueio, em inúmeros sistemas mágicos, é feita através do processo do envultamento. Esta magia se utiliza de um tipo de ancoragem muito peculiar, e, na maioria das vezes, fortíssimo em suas práticas, sejam elas cerimoniais ou meramente ancestrais.
Consiste na utilização de representações, sejam elas planas, como utilização de retratos, ou tridimensionais, como na confecção de efígies e bonecos representando a pessoa — tanto que a própria palavra "envultamento" provém da designação latina "vultus", que são retratos, figuras ou desenhos que imitam as características mais pronunciadas da pessoa alvo.
Essa prática é utilizada também, e até com muita frequência, para ocasionar alguma transformação energética intrínseca à pessoa, seja para o bem, na cura ou na proteção, assim como para o mal, para efeitos nocivos ou manipulação — neste último para influenciar a que se incide em alguma ação deliberada, ou para atração em laços amorosos, afetivos ou de simpatia. Essas práticas são comuns no sistema do Vodu e outras práticas de origem animista.
A essas imagens deverão ser feitas conexões com o indivíduo alvo, e, o poderoso ancoramento que se estabelece consiste em incluir, junto à representação, pedaços de roupas que essa pessoa tiver feito uso (que não tenha sido lavada), assim como cabelos, pelos ou qualquer fluído corporal que seja passível de obtenção.
A essência do bloqueio, no entanto, está na captação das energias, iguais à forma já descrita anteriormente, e seu direcionamento específico, canalizado ao indivíduo e em seu entorno circunstancial.
Nesta prática, para firmar o ancoramento, é necessária a presença da pessoa que se sente prejudicada com as ações do indivíduo alvo, para que possam ser canalizadas as energias do "envolvimento", diferente do envultamento, pois não necessita de um objeto de ancoragem, é sim da pessoa na qual o indivíduo alvo mentaliza suas intenções deletérias. Alguns sistemas mesclam com a prática do envultamento, mantendo em posse da pessoa prejudicada alguma representação do indivíduo alvo.
O ritual de canalização segue o sistema teúrgico, com a presença da pessoa intermediária concentrada diretamente no indivíduo alvo. Neste caso a mentalização dos magistas é essencial, sendo recomendado que se trata uma foto do indivíduo alvo, não pata que se faça o envultamento, mas para que o grupo de magistas faça a mentalização de sua pessoa, direcionando as energias a serem canalizadas.
Essa prática exige que seja executada na lua crescente, em hora planetária benéfica e no momento táttwico de Prithivi. Alguns magistas fazem uso de um recipiente de água, ou qualquer outro produto comestível, para que a pessoa alvo venha a ingerir quando possível. Este incremento, certamente, é outro ancoramento que potencializa o propósito ritualístico, mas que, na falha de seu cumprimento, não compromete o êxito da prática do bloqueio.
O bloqueio também pode ser feito em casas, locais e objetos que se deseja impregnar de energias favoráveis, assim como o círculo mágico consagrado previamente nas práticas preliminares.
O "chamamento", também chamado de "ritual das aproximações", é aquele que se faz para trazer alguém ou algo de volta às proximidades. Este tipo de ritual não se faz nas magias de luz, pois, tudo aquilo que possa interferir no livre arbítrio de uma pessoa, sem que esta interferência não se justifique em eliminar alguma ação ou atitude nociva, adentra naquilo que chamamos magia das trevas. Certa vez, alguém querendo justificar o uso da prática da aproximação, recorreu à antiga regra do esoterismo: "tudo aquilo que une se consubstancia nos propósitos da luz; tudo aquilo que separa se consubstancia nos propósitos das trevas". Ocorre que, ao atrair determinada pessoa à outra, está distanciando-a de algo essencialmente sagrado: o sagrado direito do livre arbítrio. Por esta razão, esta prática, normalmente associadas a desejos frívolos e paixões terrenas, incorre na formação de sementes kármicas, como uma pedra atirada acima da própria cabeça. O que pode ser feito nesses casos são os "rompimentos", ou a magia de quebra de barreiras, feitiços e maldições, quando a razão do afastamento se deu por trabalhos nesse tipo de intenção.
Os Rompimentos, como dissemos algumas linhas atrás, são as quebras de barreiras energéticas, o ocasionadas pela desintegração das energias elaboradas através da negatividade. Nem sempre tais energias indesejáveis são elaboradas através de práticas de magias ou feitiços, inúmeras vezes ocorrem através dos próprios pensamentos negativos ligados às heranças kármicas aferidas ao Corpo Causal do indivíduo. Neste caso, as energias captadas deverão ser canalizadas e direcionadas diretamente às barreiras energéticas que envolvem os indivíduos ou as circunstâncias às quais foram direcionadas. Os ancoramentos são efetuados das mais diferentes maneiras de acordo com cada um dos sistemas mágicos. Um tipo de ancoragem a ser utilizado com grande eficiência é aquele que se utiliza dos quatro elementos. Faz-se determinada representação do alvo em que são dirigidas as intenções, consagra-se sobre a terra entre incensos aromáticos de três diferentes — avizinhando-se da terra e do ar, representados pelos incensos, queima-se a representação no momento em que se faz a canalização, cujas cinzas misturadas à terra deverão, posteriormente, ser atiradas em águas correntes. Esta ancoragem representa os processos mentais da força volitiva — a força volitiva é a essência de todo o processo mágico em todos os sistemas — atuando para a dissipação de todas as densificações energéticas que atravancam a própria liberdade do ser e da reabertura dos caminhos obstruídos. Neste mesmo processo de rompimento, sob a luz das ancoragens que potencializam as forças volitivas, ocorre a cura das enfermidades, as quais são o resultado direto das energias obstrutivas, a remoção dos obstáculos e a libertação dos embaraços por elas causados.
As invocações são, talvez, as práticas mais utilizadas nos rituais atrativos, e estas costumam ser, em inúmeros trabalhos extrafísicos, a atuação direta nos bloqueios, rompimentos, chamamentos, assim como na busca das curas e remoção de obstáculos.
Antes de darmos prosseguimento a este tipo de processo de prática espiritual, convém, resumidamente, definir aquilo que vem a se considerar, na literatura esotérica, como Invocação, Evocação e Conjuração.
Invocação, na concepção mística da maioria das escolas iniciáticas, seria "chamar para si" uma entidade espiritual — do latim "invocare" — onde este ser, ou seres, respondem ao chamado incorporando-se em algum ou vários participantes dos trabalhos, dentro do espaço preestabelecido. A invocação é muito comum em inúmeros sistemas de magia e práticas religiosas, no entanto, é desaconselhável ou até mesmo interdito em vários sistemas, e com uma razão de grande relevo, pois, entre o nosso corpo etéreo e astral existe uma região denominada "tela búdica" — também descrita em textos anteriores — a qual é uma rede fluídica, de ínfima contextura, que barra as influências astrais do nosso sistema nervoso e sua correspondência etérea. As incorporações podem ocasionar o rompimento dessa tessitura, fazendo com que seja facilitada a incidência das energias do "mundo de kama" sobre o corpo etéreo do indivíduo, e, consequentemente, seu próprio corpo físico, assim como encetando efeitos kármicos, transcritos em seu Corpo Causal. Existem inúmeras forma a de se estabelecer contato com os seres do plano astral, os quais já descrevemos profusamente ao longo de nossa sequência de textos, a incorporação é a que menos recomendamos.
A evocação vem ser um chamado para que as entidades venham participar de um ritual, sem que, no entanto, ocorra a incorporação, seja de qualquer um dos adjutores, ou do próprio oficiante. Inúmeros são os sistemas que operam suas práticas através das evocações, e, dentre os que se utilizam das forças astrais — os rituais teúrgicos, normalmente não acionam seres astrais, direcionando-se ao alcance dos planos de vibração superiores, nas energias essenciais de mais elevado de sutileza — a presença degraus seres é notada através dos dons extrafísicos de seus adjutores e oficiantes, especialmente da clarividência. Vejamos aqui o relato de um antigo oficiante de um sistema mágico do sul da Europa:
"Primeiro fazemos todo um ritual de purificação do ambiente e banimento de qualquer energia negativa. Depois chamamos à presença as entidades que acompanham a nossa egrégora, solicitando sua proteção e também a atenção, para que possam atuar diretamente na resolução dos problemas que nos afetam".
Basicamente está resumido aquilo que as evocações promovem dentro de um ritual, sendo que em muitos casos são consagradas oferendas a tais seres, podendo estes se constituir de entidades humanas desencarnadas ou Kama Rajas, e também, como na maioria dos casos, uma ação conjunta destas duas categorias de espíritos do mundo astral.
Conjuração, na verdade, é uma variante da própria invocação, onde ocorrem transferências energéticas dos oficiantes, e também dos adjutores, para as entidades, estabelecendo um comando sobre os seres invocados. Neste caso os participantes estabelecem um ritual preliminar para que sejam carregados de energia, o que exige amplo conhecimento e experiência por parte do operador — no caso mestres do controle das energias presentes nos elementos da natureza — no nosso texto sobre a invocação dos espíritos elementais, que repassaremos logo a seguir, são explicitados os detalhes essenciais para que se obtenha o amplo domínio dos elementos da natureza. Esse texto é a VERDADEIRA INICIAÇÃO DE UM MAGO, o qual poderá ser realizado desde que o adepto esteja empenhado se assenhorar dos seres que presidem os elementos do plano físico.
O estudante atento poderá notar que foi cometido um erro na nomenclatura do texto — o correto seria: A Evocação dos Espíritos Elementais, não "Invocação". Mas, como já dizia um velho mestre: “Nomes e títulos são como nuvens que deslizam no céu da essencialidade. Nuvens vêm e vão. O céu permanece em sua imutabilidade. Nos prendamos, pois, à essência e não às nomenclaturas, pois nomenclaturas passam e as essências permanecem".
INVOCAÇÃO DOS ESPÍRITOS ELEMENTAIS
Os Espíritos Elementais são entidades dinamizadoras da energia existente na natureza. Sabemos que a natureza se manifesta no universo pela ação da Grande Consciência Cósmica, e esta equaciona todo o processo gerador de vida, regido por leis imutáveis, dentro da cíclica renovação que perpetua o modelo existencial determinado pela dinâmica celeste. Os Espíritos Elementais possuem uma consciência predominantemente instintiva, relacionados com os elementos da natureza. As palavras Água, Terra, Fogo e Ar são princípios e não substâncias, e, os Elementais são entidades espirituais relacionadas com estes princípios, se agrupando a cada um deles segundo suas afinidades. São procedentes de uma longínqua experiência evolutiva através dos reinos inferiores. E, como nada se faz estático no universo, segue também um caminho evolucionário, sendo então a grosseira imagem do Homem, assim como o homem se faz também a grosseira imagem de Deus. São eles entidades que habitam exclusivamente o Mundo Astral, não possuindo atributos de maldade ou bondade. Superiores ao espírito dos animais, são aqueles que mais se aproximam e mais se assemelham ao espírito do Homem. Quando seu corpo astral se desfaz, ingressam no Plano Mental Concreto, pois possuem apenas o Corpo Mental Concreto, em estado embrionário, pouco superior aos animais, não possuindo, assim como os homens o Corpo Mental Abstrato. São os guardiões e mantenedores da natureza, os zeladores da espiritualidade que molda os fenômenos anímicos da natureza que dá vida e sustentação a todos seres existentes. Aqueles que presidem o Elemento Fogo são os Ígneos ou Salamandras (características femininas); aqueles que presidem o Elemento Ar são os Silvanos (características masculinas); do Elemento Água são os Ondinos ou Ninfas (características femininas); e do Elemento Terra são os Gnomos (características masculinas). Possuem entre si algumas afinidades peculiares, pois, assim como o fogo penetra o ar, os Ígneos penetram os Silvanos. Assim como a água penetra a terra, os Ondinos penetram os Gnomos. No mundo Elemental, em contraste com um Plano Físico, a fêmea interpenetra o macho. O princípio feminino penetra o princípio masculino.
Possuem gestos peculiares aos elementos dos quais são regentes, assim como costumes, linguagem, feição e aspectos. O instinto os impele a proceder de acordo com sua própria natureza. Quanto mais denso o elemento, mais sutis são seus habitantes. O Homem, cujo meio é o ar, é denso, portanto os Silfos ou Silvanos são os elementais que mais se assemelham ao homem.
Agora poderão perguntar: Qual a razão de se fazer este ritual de invocação dos Espíritos Elementais?
Este não é um ritual semelhante à necromancia, nem mesmo um ritual para que sejam pedidas intercessões para qualquer finalidade fútil. Este é o ritual de iniciação propriamente dito de um Mago, pois através dele inicia a harmonização e o domínio do Homem sobre a natureza, domínio este perdido ao longo dos milênios, e que vem resgatar a função do Homem como dominador das forças regentes da natureza em todos os seus aspectos, para que se possa fazer dele um magista que possui à sua disponibilidade a obediência dos elementos que compões toda a vida e a essência de todas as coisas. É a chave para a sabedoria Xamânica, da qual um verdadeiro magista não poderá jamais prescindir. Sem o domínio e a submissão dos elementos todo o poder de um magista irá carecer da própria essência que rege o seu próprio ser.
Faz-se muito perigosa a evocação dos elementais ao acaso. Muitas regras e particularidades devem ser respeitadas e condicionadas a todo um cerimonial ou uma ritualística que exige do operador um processo preparatório. Tais cuidados são necessários devidos à própria natureza destas entidades, pois assim como a natureza sempre ataca aqueles que, inadvertidamente, invadem e depredam seus domínios, estes podem desestabilizar os elementos constitutivos do organismo do ser humano, causando distúrbios que poderão ser desde simples doenças até perturbações de ordem mental ou psíquica. Eles defendem os elementos que lhes são próprios dos agressores.
A invocação dos Elementais deverá ser feita de maneira sequencial. Sendo necessário executar a invocação de um único Elemental cada vez, devido à complexidade do trabalho. Sempre deve ser feito à noite, por conta do silêncio e, principalmente devido à ausência da luminosidade e a consequente emissão de oxigênio, através da fotossíntese, que interfere fortemente nos odores necessários à atração dos elementais, que se faz através das fumegações. Pois este tipo de invocação deverá ser sempre inserido ao meio da natureza, ao ar livre, para que sejam captadas as energias que predispõem o êxito do trabalho. Cada espécie de Elemental influi harmonicamente ou não com diferentes indivíduos, segundo seu temperamento e suas características naturais. Por esta razão é essencial definir as afinidades, o que pode ser verificado através dos signos dos indivíduos, os quais possuem correspondência com cada um dos quatro elementos regidos por essas entidades. Se o signo do magista ou operador for do elemento Terra, este deve iniciar as invocações pelos Gnomos e, em seguida pelo seu correspondente em afinidade, que são os Ondinos. Seguindo a estes deverá seguir a sequencia pelo outro elemento masculino, que são os Silfos ou Silvanos, e finalmente pelo elemento feminino dos Ígneos. Lembrando aqui que os signos do elemento Fogo são : Áries, Leão e Sagitário; da Terra são Touro, Virgem e Capricórnio; do Ar são Gêmeos, Libra e Aquário; da Água são Câncer, Escorpião e Peixes.
É necessário que se faça o Círculo Mágico na terra com a “Espada Mágica”, que pode ser uma espada de madeira com um furo em uma de suas extremidades. No interior do Círculo Mágico desenha-se o Pentagrama, com o ápice, ou cabeça voltada para o norte. Simbolizará o Homem sob o domínio de Deus, e as demais quatro pontas simbolizará os quatro elementos sob o domínio do Homem. Sob os quatro pontos cardeais, no interior do círculo, acende-se uma vela, cujas cores deverão ser verde, simbolizando o Elemento Terra, na invocação dos Gnomos; branca para o Elemento Ar; vermelha para o Elemento Fogo e azul para Água.
Antes de adentrar no Círculo Mágico deve-se colocar do lado de fora as oferendas aos Elementais, segundo a espécie de cada qual a ser invocado: cristais para os Silfos; mercúrio para os Ondinos; cobre para os Ígneos e chumbo para os Gnomos. Antes, porém, com uma bússola deve traçar corretamente os pontos cardeais, determinando-os com exatidão. Para os Gnomos as oferendas deverão estar posicionadas para o norte; para os Ígneos ao sul; para os Silfos ao leste; para os Ondinos ao oeste. As fumegações deverão ser colocadas no interior do Círculo Mágico, sob a localização exata dos quatro pontos cardeais: açafrão para os Ígneos; aloés para os Silfos; enxofre aos Ondinos e heléboro para os Gnomos.
Como a invocação para cada Elemental deverá ser feita de cada vez, poderá a invocação do Elemental seguinte ser feita na noite subsequente, porém não deve exceder por mais de sete luas inteiras (196 dias, ou pouco mais de seis meses).
Acesas as fumegações que correspondam à natureza do Elemental a ser invocado, iniciam-se as orações para cada qual. É interessante notar o teor divino que estas orações se constituem, através da força e da beleza das palavras que conotam o poder essencial presente em cada uma delas.
ORAÇÃO DOS SILFOS:
Espírito de luz, espírito de sabedoria, cujo alento dá e toma todas as coisas. Tu perante o qual a vida de todos os seres é uma sombra, que o mundo é um vapor que passa; tu que sobe até as nuvens e que andas sobre os ventos; movendo-te sem cessar na estabilidade eterna, és eternamente bendito. Nós te louvamos e bendizemos e aspiramos continuamente a tua luz imutável e imperecível. Deia penetrar até nós o raio de tua inteligência e o calor de teu amor. Então o que é móvel será fixo; a sombra será um corpo; o espírito do ar será uma alma; o sonho será um pensamento. E nós já não seremos levados pela tempestade e seguiremos as rédeas dos cavalos alados e dirigiremos as corridas dos ventos da noite para voar à tua presença. Oh! Espírito dos espíritos! Oh! Alento imperecível de vida! Oh suspiro vencedor! Oh boca que aspira e respira a existência de todos os seres no fluxo e refluxo da tua palavra eterna, que é o oceano divino do movimento e da vontade. Amem!
ORAÇÃO DOS ONDINOS: (Atribuída a Salomão).
Rei terrível do mar, tu que tens as chaves das cataratas do céu e que encerras as águas subterrâneas das cavernas da terra; rei do dilúvio e das chuvas da primavera. Tu que mandas na humanidade que é como o sangue da terra, és adorado por nós que o evocamos. A nós tuas móveis e volúveis criaturas, fala-nos das grandes comoções do mar e tremeremos; fala também do murmúrio das águas límpidas e desejaremos teu amor. Oh, imensidade na qual se vão perder as correntes do ser que sempre renasce em ti! Oh, oceano das perfeições infinitas! Altura que tu contemplas na imensidade; profundeza que tu exalas nas alturas, conduza-nos à verdadeira vida pela inteligência e pelo amor! Conduza-nos à imortalidade pelo sacrifício para que sejamos dignos de oferecer-te um dia a água, o sangue e as lágrimas para o perdão dos erros. Amem!
ORAÇÃO DOS GNOMOS.
Rei invisível que tomaste a terra para apoio e que cruzas os abismos para enchê-los do teu poder; tu, cujo nome faz tremer o mundo; tu que fazes correr os sete metais nas veias das pedras, monarca das sete luzes, remunerador dos operários subterrâneos, conduza-nos ao ar desejável e ao reino da luz. Nós vigiamos e trabalhamos sem descanso sem descanso, nós buscamos, pelas doze pedras da cidade santa, pelos talismãs que estão abismados, pelo túnel que atravessa o centro do mundo. Senhor, senhor, tem compaixão dos que sofrem, alarga os nossos peitos, levanta as nossas cabeças, engrandece-nos. Oh, estabilidade e movimento! Oh, dia e noite! Oh, obscuridade velada de luz! Oh, mestre que jamais retém o salário de seus trabalhadores! Oh, brancura de argentius! Oh, esplendor dourado! Oh, coroa de diamantes vivos e melodiosos! Tu que levas o céu em teus dedos como um anel de safiras; tu que ocultas debaixo da terra no reino das pedrarias, essência maravilhosa das estrelas, vive, reina e sê o dispensador de riquezas de que nos tem feito guardas. Amem!
ORAÇÃO DOS ÍGNEOS.
Imortal, eterno, invisível e incriado pai de todas as coisas, que é levado sobre o eixo dos mundos que sempre se movem; dominação das imensidades terrenas onde está levantado o trono do teu poder do qual teus olhos sem par tudo veem e teus ouvidos belos e santos tudo escutam, ouve teus filhos, a quem amaste desde o nascimento dos séculos; tua adorada. Grande e eterna majestade resplandece por cima do mundo e do céu e das estrelas; tu estás elevado sobre estas. Oh! Fogo cintilante! Ali tu mesmo te iluminas com teu próprio resplendor, que sai da tua essência, dos arroios de luz que nutre todas as coisas e está sempre disposto para a geração que os trabalha e que se apropria das formas de que tu impregnaste desde o princípio. Deste espírito tiraram sua origem esses reis muito santos que estão ao redor de ti e que compõem a tua corte. Oh, Pai universal! Oh pai dos bem-aventurados mortais e imortais! Tu criaste potencias maravilhosas semelhantes ao teu eterno pensamento e à tua essência adorável; tu os estabeleceste superiores aos anjos que anunciam ao mundo a tua vontade; enfim, tu nos criaste no terceiro grau do império elemental. Ali nosso exercício contínuo é adorar teus desejos; lá nós nos consumimos sem cessar aspirando a tua posse. Oh, pai! Oh, mãe, a mais tenra das mães! Oh, modelo admirável da maternidade do puro amor! Oh, filho! A flor dos filhos! Oh, forma de todas as formas, alma, espírito, harmonia, nome de todas as coisas. Amem!
Os Elementais aparecem subitamente, mostrando-se diretamente ou confusamente, assim como também através de ruídos ou sopros. Podendo também apresentar-se de maneira pela qual as forças da natureza emitem seu sinal de poder e manifestação presencial, na forma de luzes das mais variadas matizes, bailando sob a melodia do vento. Caso não surja nenhuma manifestação, deve-se repetir a oração novamente em tom imperioso.
Após a manifestação deve-se fazer a saudação da seguinte maneira: Saúdo-te, Elemental do (citar o elemento), sob os auspícios da Suprema Divindade do Amor. Selo aqui a harmonia com a força da natureza da qual tu é regente, para que, sob a inefável luz de Deus, possa ser estabelecida a perfeita congruência com a tríplice dimensionalidade da natureza: o elemento do qual tu és regente; os elementos que compõem meu corpo físico e a soma dos elementos que cumprem o propósito do amor divino. Para que, perfeitamente harmonizado com essas forças, possamos estabelecer os atributos que competem aos iluminados, que é o auxílio a todos os seres. Prometo solenemente respeitar as leis sagradas da natureza e vivenciá-las como o princípio Ativo do Grande Espírito. Amem!
Ditas estas palavras o Elemental torna-se o Elemental torna-se submisso à vontade do magista, e a este sempre será fiel, desde que respeite à natureza e exerça esta harmonização em benefício de todos os seres.
Um detalhe que deverá ser observado é a fase da lua na qual for feita a invocação. Observemos a invocação dos Gnomos, do Elemento Terra, deverá ocorrer na lua cheia, na qual o sol a lua e a terra (seu elemento0, estarão em alinhamento. (representa aqui o humor melancólico). Na invocação dos Ígneos, regentes do Elemento Fogo, a lua deverá estar sob a força da crescente, a lua a leste do sol. (representa o humor colérico). Na invocação dos Silfos, do Elemento Ar, deverá estar sob a lua nova, novo alinhamento dos três astros.(representa o humor sanguíneo). Na invocação dos Ondinos, regentes do Elemento Água, a lua deverá estar na fase minguante. (representa o humor fleumático).
Terminando o trabalho de invocação é necessário, antes de sair do Círculo Mágico, propiciar a despedida do Elemental invocado. Para isso utiliza-se da fumegação contrária ao próprio Elemental, as quais são o açafrão para os Ondinos, o aloés para os Gnomos, o enxofre para os Ígneos, e o heléboro para os Silfos. Colocam-se a fumegação para o ponto cardeal correspondente ao Elemental junto aos pés do operador. Poderá sair do Círculo Mágico assim que a substância queime completamente.
Aqui está o completo ritual da invocação dos Espíritos Elementais, cujo conhecimento não se trata apenas de letra, mas da prática efetuada através dos anos. Como citei anteriormente, dificilmente um neófito se tornará um magista sem esta preliminar e essencial iniciação que confere a este o perfeito domínio das forças da natureza. Através dele compreenderá a fala do vento, o murmúrio das águas, o sinal das luminosidades e a linguagem dos seres vivos, animais e vegetais. Traduzirá o silêncio e todos os sons e sinais com que a natureza nos fala. Perguntará a ela e ela responderá. Conhecerá o seu “animal do poder”, e olhará pelos olhos que nem sempre serão os seus, porque a natureza fluirá em seu ser, na inefável beleza que tão poucos chegam a conhecer.
Chegamos agora aos trabalhos de repelência, aqueles que exigem embasamento espiritual, conhecimento e também experiência.
As repelências sempre exigem algo comum à natureza humana, que se faz necessário para que seja imposta a sua autoridade: o "destemor". Nenhum ser, incluindo os pequenos animais, acata ou obedece alguém com voz trêmula, externando insegurança, temor e hesitação.
Seja em qualquer sistema mágico, ou prática extrafísica, sem autoridade todos os objetivos serão frustrados.
Existem algumas práticas que preconizam diálogo com seres espirituais que se surgem em manifestação. Por experiência prática, adquirida ao longo dos anos, assim como nos relatos antigos de inúmeros mestres e magos, poderemos afirmar, com forte convicção, que diálogos, chamado por muitos "doutrinação" é de pouca eficácia, e, muitas vezes, o aparente sucesso de uma tática de convencimento não passa de uma mera dissimulação dos seres que influenciam ou dominam o indivíduo ao qual são dirigidas as intenções.
Não serão em alguns minutos de diálogo que se convencerá um ser espiritual de seu próprio erro. Se assim fosse, com a eficácia do poder de persuasão de boas palavras, este mundo já teria se tornado um paraíso. A verdade é que se levam incontáveis reencarnações para que sejam dados pouquíssimos passos na elevação gradual das consciências.
Imaginemos tentar convencer um fundamentalista religioso, dos tempos atuais, que não se deve condenar à morte alguém que zombou de seu líder espiritual ou aviltou as páginas de seu livro sagrado. Toda uma vida ainda seria um curto tempo para demovê-lo dessa ideia insana. E o que podemos dizer com asseveração é que, na perspectiva do mundo astral, existem seres muito piores que quaisquer fundamentalistas presentes no nosso mundo físico.
Há 4 tipos de atuações onde se processam as repelências nos trabalhos extrafísicos: os afastamentos, os expurgos, banimentos e exorcismos.
Começando pelo mais simples, os afastamentos, poderemos dizer que estes são os trabalhos que exigem menor dispêndio de energias para que se possa alcançar o seu objetivo imediato. À semelhança dos bloqueios, esta tarefa consiste em anular a ação nefasta de um indivíduo sobre outro indivíduo. A diferença está no fato de que, no afastamento, ao invés de ser tem lançadas energias com o intuito de bloquear a ação de alguém, as energias são direcionadas, segundo o ímpeto volitivo do oficiante e seu grupo de apoio, a "repelir", distanciar, tirar de cena, os indivíduos que afligem aquele que solicita a ajuda. As energias captadas são direcionadas à pessoa incitando-a a buscar novos caminhos, a fazer com que se tornem "invisíveis" à sua percepção às pessoas às quais dirige sua atenção de maneira deletéria e nefasta. Os ancoramentos são inúmeros nessa perspectiva. Para que as energias incidam de maneira veemente sobre o indivíduo alvo, de modo que mude sua direção e sua fixação sobre algo ou alguém, costumam-se utilizar de representações untada com seu próprio fluído corpóreo. Esta ancoragem possui enorme potencialidade para que as energias direcionadas, de maneira intensa, atue frontalmente junto ao seu duplo etérico — como uma bolada no rosto durante uma partida de futebol de salão, comentou um neófito após o término de um processo ritualístico — tal impacto modifica o prospecto particular intencional do indivíduo, fazendo com que suas intencionalidades fiquem um novo panorama de direção e seguimento. É importante que sejam feitas duas pequenas observações: embora os métodos exteriorizados mas práticas de ancoragens sejam inumeráveis, a essência é a mesma em todos e quaisquer sistemas mágicos: deverão ser concentradas grandes quantidades de energias, previamente canalizadas, para fazer sua incidência direta concentrada em um único ponto — o Chakra Ajnã do indivíduo, o responsável pelo sentido da visão, seja ela física ou astral, norteando novas perspectivas. Também deverá ser considerada a potencialidade volitiva do indivíduo alvo. Sua capacidade resolutiva e sua determinação poderá se fazer um obstáculo muito grande para a incidência das energias de repelência, sendo necessários vários rituais para que o objetivo seja enfim alcançado. Todos os rituais a serem repetidos, sejam para reforço ou intensificação, deverão ser feitos em períodos de lunações propícias. No caso dos "afastamentos", destoa-se de todos os demais nas práticas de repelência, fazendo-se na crescente — expurgos banimentos e exorcismos, os quais deverão ser feitos na minguante, onde se extenuam as forças dos seres astrais. Desta maneira, o oficiante retornará o trabalho do "afastamento" na próxima lua crescente, por três ou sete vezes consecutivas. Preconizamos sempre o número mínimo de três lunações, estendendo-se para sete em casos de maior resistência ou 12 em casos excepcionais.
Mais uma vez, queremos ressaltar a importância dos ancoramentos ou ancoragens. Os tais existem para potencializar a nossa força volitiva, e podem ser expressos das mais variadas formas, seja através da mentalização — desenhar na mente aspectos que traduzem a realidade energética e a sua dinâmica a ser utilizada — seja através das representações que ancoram as forças a serem encetadas para plasmar as realizações a serem descortinadas nos processos mágicos. Por exemplo: um determinado grupo pretende realizar o afastamento de uma pessoa nefasta de um determinado meio. As energias captadas deverão ser concentradas e incidir diretamente no Chakra Ajnã desta pessoa modificando sua perspectiva de visão e percepção. Imaginemos que este mesmo grupo, de magistas, sejam estes sofisticados ou tribais, esteja familiarizado com o esdrúxulo ancoramento de besuntar com excrementos do indivíduo um boneco de piche, representando a própria pessoa, e crer firmemente no poder resolutivo de tal ato, irá criar uma "realidade astral" que resultará na força propulsionadora que alcançará o resultado que se almeja. Toda oração é um processo de ancoramento espiritual, assim como imagens, físicas ou mentais, livros sagrados — todas "ferramentas" onde são forjadas as prospecções da fé.
Um equilibrista tem fé na sua própria capacidade, resultante de incontáveis treinamentos e anos de experiência — ancorado nessa certeza abrilhanta seu trabalho e sua exibição. Caso venha a ter receios, insegurança e inquietude, criará dentro de si um espírito de vacilação, podendo desvanecer a fé que possui em si mesmo, e isto poderá ocasionar fracassos e falhas.
Todos nós necessitamos de ancoragens, a não ser que o oficiante seja um mago que tenha atingido plenamente a autorrealização.
Banimentos assemelham-se aos distanciamentos, com suas exceções bem explicitadas. Os distanciamentos devem ser efetuados durante a lua crescente, enquanto que os banimentos durante a lua minguante. Enquanto que os distanciamentos são direcionados a pessoas do plano de existência física, os banimentos se fazem exclusivamente com seres do plano astral. É muito comum confundirem-se os propósitos do banimento com o exorcismo, realizado nos fenômenos da obsessão espiritual. Os banimentos são realizados quando não se configura uma obsessão, e sim perturbações, formação de obstáculo e fechamento de caminhos.
Para isso vamos descrever o que consideramos como obsessão.
Obsessão provém da designação latina "obsedere", cujo significado é cercar, amuralhar o indivíduo incidindo insistente e diretamente sobre suas ondas mentais, criando ideias fixas e pensamentos aflitivos, formando um quadro angustiante e depressivo de panorama sombrio na vida do indivíduo. Esta influência incita, através da fixação das ideias, forte irritabilidade, tendência à agressividade, transtornos, compulsões a excessos, incluindo substâncias nocivas e, muitas vezes, impulsão ao suicídio. Como podemos ver, a obsessão se assemelha muito aos quadros depressivos, pois a atuação dos seres espirituais atua direta e internamente sobre seus pensamentos, sua mente.
As perturbações se configuram nos prejuízos que as entidades promovem na vida do indivíduo. Enquanto a obsessão interpenetra a mente do indivíduo, as perturbações atuam na vida da pessoa, travando seu sucesso, embaraçando seus caminhos, incitando revezes, insucessos e dissabores, atravancando a "sorte" dessa pessoa.
Já que as diferenças de "nomenclaturas" podem suscitar erros e dissonâncias, poderemos dizer, em uma linguagem coloquial, que nas obsessões, os seres espirituais "infernizam" a mente do indivíduo, aproximando-o da loucura, nas perturbações os seres espirituais "infernizam" a vida do indivíduo, a sua adjacência, seus caminhos e seus propósitos.
O banimento se faz incidindo as energias sutis, captadas nos mais elevados planos espirituais, através da elevação das consciências, sobre o espaço que circunscreve o indivíduo. Tais energias são como o "fogo espiritual" que consome as impurezas que permeiam entre os espaços onde se canalizam e dirigem a purificação. E, à semelhança de todos os demais processos mágicos, são inumeráveis os ancoramentos utilizados para a realização do trabalho.
Antes, porém, falaremos do espaços destinado à diligência da ritualística: o "Círculo Mágico".
Este vem ser uma ancoragem estabelecida com o intuito de auferir uma conexão com o eterno, o infinito e o celestial, já que na concepção humana, desde os primórdios das civilizações, a esfera simboliza a infinitude, acima da condição transitória do gênero humano. Ele traz a perspectiva divina dentro das dimensionalidades propriamente humanas, pois circunscreve as limitações do trabalho físico, com o poder divino emprestado ao homem, simbolizado em suas demarcações.
Sabemos que os seres astrais terão suas ações limitadas em conformidade com o desejo, o domínio e as representações que o operador se dispõe sobre todo o contexto que se estabelece no enquadramento espacial.
Transcrevo aqui parte de nosso texto que discorre sobre o círculo mágico, revisando sua essência e seu propósito essencial:
"Fundamentalmente o Círculo Mágico representa um arranjo simbólico do infinito e da eternidade. Pois como disse Santo Agostinho: “Deus é o círculo cujo centro está em toda parte e cuja circunferência não está em lugar algum”. Conforme tal citação filosófica, poderemos concluir que o Círculo Mágico é o esquema simbólico representativo da divindade em sua perfeição. E, por conseguinte, obter contato com Ela. O magista inserido no círculo representa, pois, o microcosmo em unidade ou comunhão com o macrocosmo. Portanto, muito mais que uma proteção contra forças indesejáveis, é o Círculo Mágico a representação da unidade do Homem com Deus, dentro da mais plena perspectiva de elevação do estado de consciência".
Estabelecido o círculo mágico, inicia-se o ritual, elevando cada um de seus adjutores a níveis elevados de consciência, direcionamento sobre o indivíduo, inserido também dentro do círculo, toda a energia captada. Poderão ser utilizados os pantáculos, também descritos em textos anteriores, cuja representação evoca poderes infinitamente superiores, desnorteando as entidades, as quais, aprisionadas no círculo, recebem o impacto das vibrações encaradas pelas orações — cada sistema possui suas sequências de orações, mantras ou darânis — consideramos válidos cada uma de suas vocalizações, especialmente as orações cabalísticas que possuem fortes frequências de imposição sobre os seres menos adiantados.
Os rituais de banimento poderão ser feitos em uma sequência de três, sete, ou doze vezes consecutivas, sempre nas mesmas lunações. Após o término dessas sequências, o indivíduo irá sentir grande e perceptível leveza em seu próprio ser, sempre sendo orientado a adotar uma nova disposição de vida, alheia às vicissitudes mudanças, a principal condição que facilita a aproximação e a aderência de energias negativas.
Os expurgos são uma prática de banimento de localidades, ambientes, espaços físicos. Como muitos sabem, existem locais com a presença de fortes energias negativas, dificultando a vida de quem possa vir a se utilizar, trabalhar ou habitar nesses locais. Os expurgos não deixam de ser uma purificação de ambientes, os quais inúmeros sensitivos poderão pressentir a atmosfera "pesada" e a presença de seres espirituais ainda presos ao mundo físico, muitos dos quais, quando se trata de desencarnados, nem mesmo têm conhecimento de que já não fazem mais parte deste piano.
Em muitos rituais e práticas são muito comuns as incorporações, tanto na prática dos expurgos quanto nos banimentos, o que humildemente desaconselhamos por razões já expostas ao longo do texto.
Como já dissemos, a captação, a canalização e o direcionamento das energias, efetuadas nos expurgos, se processam da mesma forma que nos banimentos, sempre diferindo na formulação das ancoragens a serem utilizadas.
Nós expurgos as energias, como conhecemos através da prática, são canalizadas através das orações, especialmente as cabalísticas, estas, ao serem proferidas, deverão ser acesos três incensos de aromas diferentes, ou sete, também diferentes, no máximo doze, cada qual de diferente aroma — o número três é o número da divindade, o 3; o número da perfeição, segundo Pitágoras, o 7; e o número 12, da elevação possuem grande relevância na mística que envolve os trabalhos extrafísicos — quando em uma casa de vários compartimentos, deverão ser passados em cada cômodo, em oração, acesos os incensos. Terminadas as orações, colocam-se as cinzas dos incensos em um recipiente onde se deita a água consagrada — a consagração da água está descrita no texto sobre a magia teúrgica; pode, no entanto, ser consagrada previamente através das orações cabalísticas, durante o período de lua crescente — uma vez misturadas as cinzas com a água, com um ramo de alecrim, deverá ser esta água aspergida em cada cômodo da residência especialmente nos seus 4 cantos internos. Este trabalho poderá também seguir a sequência de 3, 7 ou 12 vezes até que o oficiante se assegure de sua total purificação.
Conhecemos uma pessoa que, juntamente com seu grupo de estudos extrafísicos, foi até uma determinada residência, na região de Bauru, a convite de seus moradores, os quais relataram e mostraram alguns fatos estranhos lá ocorridos.
Segundo os próprios moradores, ali havia sido uma casa onde eram realizadas sessões espirituais sem muita elevação espiritual por parte de seus oficiantes. Ouviam-se barulhos estranhos no silêncio da noite, assim como vozes e murmúrios provindos de quartos vazios, passos, tosses, e, o que consideravam mais sinistro, aa manchas de humidade presentes na cozinha e na garagem, parecendo formar, em muitos pequenos espaços, rostos humanos e figuras geométricas.
Ao observar tais figuras, um dos membros as considerou como um fenômeno psicológico denominado "pareidolia", onde parecem se reconhecer figuras entre disposições aleatórias de estímulos visuais que nada mais são que ilusões criadas através do cérebro. No entanto, outros membros do grupo pensaram ser demasiadas coincidências tantas disposições de figuras aparentemente sugestivas.
Após iniciado o ritual, muitos ruídos se fizeram ouvir, se intensificando conforme se prosseguiam os trabalhos, até que gradativamente foram diminuindo até se extinguirem por completo.
Neste caso específico, fez-se simultaneamente o ritual de banimento junto aos moradores, para eliminar a possibilidade de retorno das entidades através da aderência no corpo etéreo de um dos moradores. Após lixarem e impermeabilizarem as paredes, foram dadas várias "mãos" de tinta sobre o local, não ocorrendo qualquer reincidência de formação de manchas.
Os exorcismos representam as práticas mais trabalhosas de todos os sistemas mágicos. E a razão disso é muito simples: o insucesso de todo o trabalho normalmente é constatado no mesmo instante em que se crê que este está terminado.
Os antigos magos da Média chamavam as possessões por "laços da morte", e, curiosamente, há um versículo bíblico que assim diz: "A doutrina do sábio é uma fonte de vida para desviar dos laços da morte". (Provérbios 13, 14). É, pois, com sabedoria e intrepidez que se faz o enfrentamento das "potestades das trevas".
As práticas do exorcismo são destinadas aos casos de obsessão espiritual e todo tipo de possessão em que a entidade passa a falar através do indivíduo, seja de forma constante ou intermitente. Em todas as três formas irão ocorrer as manifestações dos seres astrais. Pois, mesmo nos casos obsessivos, onde não há a possessão, faz-se a conjuração do ser, ou dos seres em sua pluralidade, para que o ritual se processe de acordo com os ancoramentos preestabelecidos.
Como citamos anteriormente, antes de ser iniciado um ritual de exorcismo deverão ser realizados preliminarmente os rituais de "blindagem" em todos os participantes, em seus familiares próximos, assim como em suas respectivas residências, pois dependendo das entidades, as quais normalmente são mais de uma, e sua natureza, normalmente são Kama Rajas, entidades não humanas — os seres do plano astral, o "mundo de Kama" estão descritos em textos anteriores — essa prática torna-se um desafio extremamente perigoso.
Os casos de possessão não são tão raros como muitos acreditam, passando muitas vezes despercebidos em nosso meio, especialmente por estarmos inseridos em uma sociedade altamente materialista, onde a própria religiosidade, muitas vezes representa um mero convencionalismo. Muitas pessoas tomadas como portadores de demência, estão, na verdade, sob o domínio de entidades astrais. Em meados da década de 80, um conhecido que trabalhou durante algum tempo em um hospital psiquiátrico, nos relatou que iniciou diálogo com inúmeros pacientes conjurando-os para que respondessem as suas perguntas. Segundo seu relato, não só responderam suas perguntas como afirmaram serem entidades espirituais, derivando suas interlocuções para assuntos impossíveis de ser compreendidos e dimanados por pessoas acometidas por distúrbios cognitivos.
Os exorcismos sempre foram praticados por todos os povos do planeta, mesmo entre os bárbaros e selvagens. Todas as culturas, desde os primórdios da civilização, ligaram com os problemas de possessão de acordo com suas crenças, direcionados segundo seus métodos e suas ancoragens.
Ocorre também que muitos fenômenos, em inúmeras denominações religiosas, não passam de um estado de transe, uma auto hipnose que, em inúmeras ocasiões aparentam um desfecho teatral.
O que caracteriza uma possessão é o fato de que, muitas palavras proferidas pelo indivíduo aprisionado, seriam impossíveis de ser do alcance cognitivo da própria pessoa, como o conhecimento de detalhes da vida do oficiante e seus adjutores, assim como a fluência em outros idiomas, o domínio inusitado da ciência e elevada vivência cultural. Isso sem contar os possíveis fenômenos físicos que poderão se manifestar antes e durante os trabalhos a se seguirem.
Em alguns casos trata-se de domínio corporal por espíritos desencarnados, de limitado conhecimento, assim como baixa percepção das circunstâncias que os envolvem em um determinado ritual de maior elevação. Nesses casos, na maioria das vezes, é de fácil resolução e sem dano algum aos participantes.
Falamos, no entanto, dos Kama Rajas não evoluídos (assim como os seres humanos, esses seres seguem a dinâmica evolutiva, existindo entre os tais seres evoluídos e não evoluídos, a diferença entre eles e os seres humanos consiste no domínio do astral — Kama Rajas significa na língua sânscrita: "Reis do Astral" — onde permanecem por tempos incontáveis a mais que os seres humanos, por isso seu grande poder, sendo eles atrasados ou não).
Normalmente, o oficiante e seus colaboradores, estudam o caso antes de ser iniciada a ritualística, para se certificarem da natureza do fenômeno e as circunstâncias que envolvem a ocorrência.
Vamos citar um relato da verificação de um caso:
"No momento em que cruzamos o limiar do cômodo o ser entoou um antigo cântico religioso, o qual, assim que emitiu as primeiras palavras notei que modulava um latim perfeito".
"— 'Undi vinitez'? — Indaguei".
"— 'De tertio caelo' — Respondeu-me prontamente".
Imaginemos uma pessoa iletrada, sob os sinais de uma possível possessão, que recebe os visitantes com um cântico em latim, e, mediante a uma pergunta, responde rapidamente que "provém do terceiro céu" — Um motejo bem característico desses seres.
Constatada a impossibilidade de qualquer distúrbio de ordem psíquica ou de uma encenação fraudulenta, poderá ser marcado o início da ritualística, conforme explicitado anteriormente, na lunação correta, no dia de correspondência planetária benéfica, na hora planetária de um planeta benéfico, e, se possível no momento táttwico de Prithivi.
Costuma-se traçar o círculo mágico envolvendo o leito ou o local onde o possesso se encontra, muitas vezes, devido aos possíveis acessos de violência, este necessita de imobilização prévia evitando possíveis incidentes e suas danosas consequências.
Os exorcismos efetuados pelas igrejas católicas e ortodoxas se utilizam de ancoragens significativas, assim como os judaicos e os ritos orientais, cada qual possuindo seu grau de eficácia dentro dos padrões com os quais operam há séculos. O “Nome de Jesus”, utilizado pelas igrejas como um indutor de comando, é um ancoramento de extrema potencialidade, especialmente no mundo ocidental.
O essencial é que, sejam neutralizadas as forças e atuações físicas desses seres, estabelecendo o ritual em seu momento de maior fraqueza, e que se utilizem da incidência energética do grupo, da mesma maneira que se faz nos banimentos. Contudo, além do círculo mágico, da água aspergida com as cinzas dos incensos, dos pantáculos e das orações cabalísticas, três fatores se fazem essenciais e determinantes para o sucesso da operação — aqui novamente o número três, o temário e suas aplicações de comando — a autoridade, o destemor e o desprezo.
Tais seres se alimentam das energias emanadas através do desespero, da dor e do medo. Se o oficiante inicia a ritualística com receio todo empenho será inútil restando apenas o fracasso, e, muitas vezes, uma ou varias das inúmeras entidades presentes, acompanharão os membros da equipe ritualística até suas residências. Por essa razão, o destemor é um dos requisitos essenciais para um operador inserido nessas circunstâncias.
O destemor, por sua vez, será inoperante se não houver autoridade, pois seu arrojo está alicerçado na fé, a força divina emprestada aos homens. "Quando um gato vira onça, seus perseguidores se assustam" — Diz um velho ditado do interior. A aproximação de ninho de quero-quero é sempre temida, não pelo tamanho ou pela força do pássaro, mas pela sua bravura com a qual se arroja sobre seus pretensos predadores. Os piores demônios se estremecem diante de alguém que, sem temor, invada seus domínios.
As mais nefastas castas de seres espirituais, assim como qualquer entidade ainda nos caminhos da evolução, idolatra seu próprio ego. Atacando diretamente o ego desses seres sua força se anula, de dissipa, se desvanece. Desprezar a própria existência desses seres, externando a mais ínfima importância às suas presenças anulam suas potencialidades malignas. O importante é relegar a estes, aquilo que realmente são: um nada, em relação à eternidade, o infinito e a divindade. "O maior êxito de um ritual de exorcismo se dá quando iniciamos os trabalhos com a mesma tranquilidade quando queremos remover um carrapato" — Disse certa vez um jovem mestre.
Lembremo-nos dos "Endemoninhados Gadarenos” — Mateus, capítulo 8, 28 a 34 — e a tranquilidade com que Jesus expulsa a legião que atormentava o homem, dado como louco em sua região.
Vamos agora observar um trecho de um capítulo em que se intenta um exorcismo, ainda não exposto em textos anteriores:
Fragmentos do Capítulo intitulado "O Exorcismo", no qual um grupo de 5 pessoas segue o ritual de expulsão: (estão presentes o oficiante Sr. N, com seus adjutores, Sr. A, Sr. T, Jovem G e Jovem M).
O ser novamente gargalhou como se fosse tudo aquilo um mero divertimento em todo seu contexto.
— Sou um fingidor — Proferiu, recuperando a potente entonação da voz — que às vezes até sinto a fraqueza que nunca me acomete.
Terminando a frase, soltou-se das cordas desfazendo os nós como os de um cadarço de tênis, e berrou feito um bezerro novo que se distancia do rebanho.
Olhou para o círculo que o Sr. T tinha traçado ao redor da cama e vociferou:
— Não é com marca de pemba ou giz de cera que você irá restringir minhas ações.
— Não vou morder você, seu grandalhão — Zombou do Sr. A que permanecia imóvel de pavor — Nem jogar bílis na sua cara, como nos filmes que você assistiu através de sua nova antena parabólica — Olhou fixamente para o Sr. N e disse — Quero pegar é você e arrancar seus globos oculares, já que você nem me agradeceu por ter lhe revelado o paradeiro daquele documento cheio de tolices, o qual, na verdade, só serve para limpar a bunda, quando sua secretária se esquece de comprar o papel higiênico.
Dito isto partiu em direção ao Sr. N que permaneceu imóvel, esboçando um sorriso.
— Você não tem medo! — Afirmou o ser, recuando após avizinhar seu rosto ao do magista.
— Claro que não — Afirmou o Sr. N — Todas as palavras com as quais você tentou me impressionar fizeram-me constatar inequivocamente uma coisa: o quanto você é cretino!
— Poupe suas emoções, meu amigo diabético, seu nível de glicemia já ultrapassou cento e oitenta, pouco mais acima disso não poderá mais nem ler as suas imprecações — Gargalhou o ser.
— Olhe as horas! — Preceituou o Sr. N na sequência — Você está ficando fraco, não conseguiu nem me atacar.
Foram então reiniciadas as orações cabalísticas, mas antes que terminassem o ser bradou:
— Não estou tão fraco como você pensa, Ismaelita do sangue adocicado. Não tenho acesso a você, mas veja o que farei com seu sobrinho e seus ajudantes, prestes a defecar nas ceroulas de tanto medo.
Assim que esboçou o ataque na direção onde se encontravam o jovem G, o Sr. A e o Sr. T, o jovem M surgiu-lhe à frente, mostrando total destemor.
— Retire-se agora! — Disse ele enfaticamente — Você não tem poder algum. É um ser medíocre e insignificante, pois, se assim não fosse, estaria adjacente às altas esferas da política mundial ou inserido no restrito círculo dos magnatas, e, no entanto, está aqui, martirizando uma senhora, em uma fazenda isolada, sem qualquer rudimento de fama ou notoriedade.
— Retire-se agora e não retorne mais neste templo alheio aos seus domínios! — Prosseguiu o jovem M.
O ser prostrou-se ao chão convulsionando em espasmos aterradores, que foram lentamente se arrefecendo, até o momento em que uma respiração suave começasse a fluir de suas narinas.
— É o alento da paz! — Exclamou o Sr. N amparando a mulher em seus braços.
(O Mestre Cabalista)
Como pudemos observar no capítulo acima, o destemor anulou as ações da entidade, que foi vencida pela intrepidez e pelo desprezo fatal anulando sua conexão com a vítima.
Após os rituais de exorcismo é necessário que se reúnam o oficiante e seus adjutores para que se faça um ritual de purificação — o mesmo ritual que se faz nos "distanciamentos", pois os chamados "respingos astrais", ou as energias desprendidas durante o processo ritualístico, são muito nocivas à todos aqueles que participam do trabalho extrafísico, que pode gerar pesadelos, desconfortos e, até mesmo, suscitar algumas enfermidades nos órgãos de maior fraqueza de cada indivíduo.
O ambiente também deverá ser purificado realizando ritual de expurgo durante a mesma lunação. Este ritual de expurgo não tem relação com as entidades expulsas durante o exorcismo, pois estas foram repelidas aos baixos sub planos do mundo de kama. Ocorre que, muita energia negativa ainda permanece impregnada no espaço físico onde se deu a ritualística, atraindo larvas astrais e seres desencarnados de baixos níveis evolutivos em sua adjacência, exacerbando a negatividade do ambiente.
É importante frisar que, os "demônios" da concepção cristã nasceram do imaginário popular da antiguidade. Mesmo entre os judeus, demônios são seres que também seguem um processo transformador ao longo dos aeons. Conforme explanado ao longo do texto, assim como em textos anteriores, todos os seres seguem um processo evolutivo, ser algum tem uma origem que não tenha se iniciado nas mais ínfimas gradações energéticas em sua correspondência com os insignificantes rudimentos do início do processo evolutivo. Os Kama Rajas têm uma origem comum ais seres humanos, assim como, no decorrer da devolução, voltarão a convergir com as escalas evolutivas futuras da humanidade. Todos os nossos textos anteriores explanam as concepções metafísicas que jamais serão incompatíveis com a ciência, simplesmente porque tudo é ciência. A ciência oficial apenas constata, entre erros e acertos tudo aquilo que o dinamismo cósmico plasma ao longo dos "Manvântaras" — explicitado nos textos iniciais.
Tudo é movimento. O átomo descreve seus movimentos imperceptíveis, o universo se expande também em movimentos imperceptíveis aos nossos sentidos humanos. O Todo se dinamiza nas infinitas paragens em seus eternos caminhos. Junto aos eflúvios dos tempos percorremos espaços e eras, ao sabor das sequências e das transformações. Deus se faz visível na novidade de cada momento — vivemos em sua eternidade e não percebemos.
Sigamos, com amor e fé, na providência que se descortina todos os instantes diante de nossos olhos.
Paz e Luz.