quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

A CABALA E O CORPO HUMANO.

 



        O esquema cabalístico se traduz na árvore da vida, na Árvore das Sephiroth, onde está presente a grande equação universal. O Homem é o microcosmo inserido no macrocosmo, a imagem e semelhança do Todo, como descreve o Sepher Bereshit. 
Todas as coisas se correspondem. Tudo é um movimento de transformações, cada Sephirah representa a emanação de energias, derivando do fluxo descendente, de Kether a Malkuth, assim como o sentido ascensional de Malkuth a  Kether.
        Toda essência do universo está presente no mais ínfimo componente. No mais simples dos rudimentos existenciais estão contidas todas as energias essenciais que alicerçam os mundos, que estruturam as galáxias e que impulsionam o universo. Assim é o homem, seja em qualquer um de seus sete corpos, desde a sutileza de seu corpo átmico, até a concretude densificada de seu corpo físico. Da mesma maneira se estrutura aquilo que conhecemos como "existência", que se manifesta a partir da energia primordial de kether, até as densidades de Malkuth. 
Nada está alheio ao DNA universal, a assinatura divina que autentica a própria vida, em toda sua essência e em todas as suas derivações.

            Vejamos primeiramente o rosto humano.
        Kether faz correspondência à testa, o compartimento cerebral presente na face. Assim como a energia primordial emana através de kether, no cérebro emanam os pensamentos, a identidade essencial de cada ser, onde seu "Eu" comunga seu fundamento dentro da concretude física. 
        Chokmah corresponde aos olhos, pois vê, codifica e distingue, imprimindo o conhecimento, alicerce da sabedoria.
        Binah corresponde aos ouvidos; ao som que se faz compreender e ao equilíbrio necessário à grande jornada de retorno.
        Ao nariz corresponde Zeir Anpin, ja descrito em textos interiores, que inclui as seis Sephiroth juntas, Chesed, Geburah, Tiphereth, Netzach, Hod e Yesod. Nesta região está o fôlego da vida, o ar que impulsiona todo o movimento intrínseco tanto ao corpo físico denso quanto ao etéreo. Onde ocorre o movimento do Prana, através dos Nadis, ativando e alinhando os chakras e seus plexos correspondentes.
Malkuth corresponde à boca. Onde a solidez da matéria inicia toda sua transformação de energias. As transformações no caminho da desdensificação. 

                    No corpo em si. 
        Kether corresponde à cabeça, o canal extrafísico com o plano da divindade. 
        Chokmah corresponde ao hemisfério  cerebral direito, que exerce conexão com o abstrato. Binah faz correspondência com o hemisfério cerebral esquerdo, cuja conexão secestsbelece naquilo que é  concreto, manifesto dentro dos padrões da forma e da praticidade.
        Chesed corresponde ao braço direito. O braço no qual se estabelecem as saudações, os comprimentos, os acordos sacramentados; a harmonia, a concórdia e a gentileza, assim como todo o desejo de doar e compartilhar. É o canal da energia da entrega e da concordância. 
        Geburah corresponde ao braço esquerdo, o desejo de receber, o equilíbrio das forças, a habilidade e a grandeza que se estabelece na coordenação. 
        Tiphereth corresponde ao tronco, onde estão o coração, os pulmões e o aparelho digestivo. É  de onde provém a força e o calor resultante da transformação e das combinações das energias. É o próprio equilíbrio, a circulação e todo o seu dinamismo, essa dinâmica energética com seus incontáveis conjuntos de reações químicas que consagram a vida física. 
 
        Yesod faz correspondência aos órgãos sexuais, e sua energia procriadora. Yesod é o plano astral. Toda realidade física é  plasmada primeiramente no plano astral. Nada que existe no plano físico deixa de se estruturar no mundo kamásico, pois é neste plano que são forjadas as formas da concretude física. Da mesma forma os órgãos sexuais, onde a potencialidade engendra as formas de todo veículo corpóreo do espírito humano. É a energia co-criadora que doa a vida ao mundo de Malkuth. 
        Malkuth, por sua vez, corresponde aos pés, no íntimo contato com a terra; seu equilíbrio, locomoção e fixação no substrato terreno, por onde se dominam distâncias, espaços e condições na senda das densidades. É o próprio corpo submisso à forca gravitacional inserido na dinâmica essencial da versatilidade.

        No organismo humano existe toda uma gradação de energias, desde as mais densas até as mais sutis. O corpo humano é o veículo do Espírito no corpo físico. A energia de maior sutileza presente no invólucro carnal se relaciona ao pensamento. Somos o próprio pensamento, nossa essência espiritual presente no corpo físico. O pensamento  é a prova da existência da alma, e é através dele que são plasmada todas as demais energias presentes no corpo físico. "Somos aquilo que pensamos", reza o antigo axioma, e, tudo aquilo que ocorre no físico, é  uma consequência direta do plano astral, do ano do pensamento de onde derivam as emoções. Assim como existem os caminhos da árvore da vida, existem incontáveis caminhos em nosso organismo, os chamados Nadis. Sentimentos como pessimismo, inveja, orgulho, tristeza, culpa, bloqueiam esses canais energéticos, fazendo com que ocorre excesso de energia em determinados locais e escassez em outros. Esta é a origem das enfermidades e distúrbios que acompanham o karma da humanidade. 
        Os bons pensamentos, a positividade, a fé, e todos os demais sentimentos consubstanciados na luz e na paz, promovem a limpeza da mente, fluindo de kether a Malkuth, e de Malkuth à Kether. Os caminhos da supressão do ego passam pela harmonia interior, no equilíbrio e o livre fluxo das energias. O Eu superior corresponde à  energia de Kether, o objetivo ascensional da sublimação do ser.
Paz e Luz.