O
esquema cabalístico se traduz na árvore da vida, na Árvore das
Sephiroth, onde está presente a grande equação universal. O Homem é o
microcosmo inserido no macrocosmo, a imagem e semelhança do Todo, como
descreve o Sepher Bereshit.
Todas
as coisas se correspondem. Tudo é um movimento de transformações, cada
Sephirah representa a emanação de energias, derivando do fluxo
descendente, de Kether a Malkuth, assim como o sentido ascensional de
Malkuth a Kether.
Toda
essência do universo está presente no mais ínfimo componente. No mais
simples dos rudimentos existenciais estão contidas todas as energias
essenciais que alicerçam os mundos, que estruturam as galáxias e que
impulsionam o universo. Assim é o homem, seja em qualquer um de seus
sete corpos, desde a sutileza de seu corpo átmico, até a concretude
densificada de seu corpo físico. Da mesma maneira se estrutura aquilo
que conhecemos como "existência", que se manifesta a partir da energia
primordial de kether, até as densidades de Malkuth.
Nada
está alheio ao DNA universal, a assinatura divina que autentica a
própria vida, em toda sua essência e em todas as suas derivações.
Vejamos primeiramente o rosto humano.
Kether
faz correspondência à testa, o compartimento cerebral presente na face.
Assim como a energia primordial emana através de kether, no cérebro
emanam os pensamentos, a identidade essencial de cada ser, onde seu "Eu"
comunga seu fundamento dentro da concretude física.
Chokmah corresponde aos olhos, pois vê, codifica e distingue, imprimindo o conhecimento, alicerce da sabedoria.
Binah corresponde aos ouvidos; ao som que se faz compreender e ao equilíbrio necessário à grande jornada de retorno.
Ao
nariz corresponde Zeir Anpin, ja descrito em textos interiores, que
inclui as seis Sephiroth juntas, Chesed, Geburah, Tiphereth, Netzach,
Hod e Yesod. Nesta região está o fôlego da vida, o ar que impulsiona
todo o movimento intrínseco tanto ao corpo físico denso quanto ao
etéreo. Onde ocorre o movimento do Prana, através dos Nadis, ativando e
alinhando os chakras e seus plexos correspondentes.
Malkuth
corresponde à boca. Onde a solidez da matéria inicia toda sua
transformação de energias. As transformações no caminho da
desdensificação.
No corpo em si.
Kether corresponde à cabeça, o canal extrafísico com o plano da divindade.
Chokmah
corresponde ao hemisfério cerebral direito, que exerce conexão com o
abstrato. Binah faz correspondência com o hemisfério cerebral esquerdo,
cuja conexão secestsbelece naquilo que é concreto, manifesto dentro dos
padrões da forma e da praticidade.
Chesed
corresponde ao braço direito. O braço no qual se estabelecem as
saudações, os comprimentos, os acordos sacramentados; a harmonia, a
concórdia e a gentileza, assim como todo o desejo de doar e
compartilhar. É o canal da energia da entrega e da concordância.
Geburah
corresponde ao braço esquerdo, o desejo de receber, o equilíbrio das
forças, a habilidade e a grandeza que se estabelece na coordenação.
Tiphereth
corresponde ao tronco, onde estão o coração, os pulmões e o aparelho
digestivo. É de onde provém a força e o calor resultante da
transformação e das combinações das energias. É o próprio equilíbrio, a
circulação e todo o seu dinamismo, essa dinâmica energética com seus
incontáveis conjuntos de reações químicas que consagram a vida física.
Yesod
faz correspondência aos órgãos sexuais, e sua energia procriadora.
Yesod é o plano astral. Toda realidade física é plasmada primeiramente
no plano astral. Nada que existe no plano físico deixa de se estruturar
no mundo kamásico, pois é neste plano que são forjadas as formas da
concretude física. Da mesma forma os órgãos sexuais, onde a
potencialidade engendra as formas de todo veículo corpóreo do espírito
humano. É a energia co-criadora que doa a vida ao mundo de Malkuth.
Malkuth,
por sua vez, corresponde aos pés, no íntimo contato com a terra; seu
equilíbrio, locomoção e fixação no substrato terreno, por onde se
dominam distâncias, espaços e condições na senda das densidades. É o próprio corpo submisso à forca gravitacional inserido na dinâmica
essencial da versatilidade.
No
organismo humano existe toda uma gradação de energias, desde as mais
densas até as mais sutis. O corpo humano é o veículo do Espírito no
corpo físico. A energia de maior sutileza presente no invólucro carnal
se relaciona ao pensamento. Somos o próprio pensamento, nossa essência
espiritual presente no corpo físico. O pensamento é a prova da
existência da alma, e é através dele que são plasmada todas as demais
energias presentes no corpo físico. "Somos aquilo que pensamos", reza o
antigo axioma, e, tudo aquilo que ocorre no físico, é uma consequência
direta do plano astral, do ano do pensamento de onde derivam as emoções.
Assim como existem os caminhos da árvore da vida, existem incontáveis
caminhos em nosso organismo, os chamados Nadis. Sentimentos como
pessimismo, inveja, orgulho, tristeza, culpa, bloqueiam esses canais
energéticos, fazendo com que ocorre excesso de energia em determinados
locais e escassez em outros. Esta é a origem das enfermidades e
distúrbios que acompanham o karma da humanidade.
Os
bons pensamentos, a positividade, a fé, e todos os demais sentimentos
consubstanciados na luz e na paz, promovem a limpeza da mente, fluindo
de kether a Malkuth, e de Malkuth à Kether. Os caminhos da supressão do
ego passam pela harmonia interior, no equilíbrio e o livre fluxo das
energias. O Eu superior corresponde à energia de Kether, o objetivo
ascensional da sublimação do ser.
Paz e Luz.