sexta-feira, 25 de junho de 2021

OS SEQUENCIAMENTOS ESPIRITUAIS.

                                     

 

                                  


                               OS SEQUENCIAMENTOS ESPIRITUAIS.

                                   Uma Abordagem dos Mistérios da Evolução.

 

        Observemos o mundo que nos rodeia, o mundo visível aos nossos olhos físicos. Em toda e qualquer observação, minuciosa ou não, vemos seres, animais, vegetais, de todo gênero, famílias e espécies. Os seres humanos são integrantes dessa gigantesca e incontável diversidade, animal, como tantos outros, se diferencia dos demais tomando em conta apenas seu grau evolutivo.

        Sabemos que a matéria nada mais é que energia em estado de densificação, e tudo aquilo que é denso está estruturado nos infindáveis graus de sutileza que compõem a dinâmica universal. O alicerce, pois, das energias densas é justamente toda a gradação das energias sutis, muito além das partículas subatômicas do domínio quântico, invisível aos nossos olhos dentro da particularidade humana. Se chamarmos essas energias em estado de sutileza de um mundo paralelo não estaremos cometendo qualquer sacrilégio contra a ciência ou contra a filosofia. Se chamarmos esse mundo ou universo paralelo de plano espiritual será apenas uma questão de nomenclatura, nada que possa distorcer a noção de realidade nem inaugurar alguma noção alheia à verdade da qual a própria ciência já se aproxima.

        Neste universo, além da concretude da materialidade palpável, estão as estruturas da própria natureza existencial. Não é possível conceber a densidade sem que esta esteja suprida na sutileza. É impossível a existência do mundo físico sem sua contra parte espiritual.

        Já disse o apóstolo Paulo em sua segunda epístola aos coríntios: "Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são as eternas". (II Aos Coríntios 4, 18). Adentremos na concepção deste mundo da estruturação e nos reconciliemos com a nossa verdadeira essência primordial, pois somos também seres deste universo sutil, assim como também toda diversidade que nele está inserida.

        No livro do Caibalion de Hermes traz a significação dos Sete Princípios da verdade, os quais, segundo a obra, aqueles que compreendem tais princípios, possuirão a "chave mágica", através da qual "todas as portas do templo são abertas". Nada foge a estes sete princípios herméticos: a formação do universo, o dinamismo cósmico, a formação dos mundos e toda natureza espiritual. Dentro desta natureza espiritual está a linhagem dos seres e seu dinamismo que segue a corrente evolutiva. E esta jornada evolutiva segue a ordem estabelecida dentro dessas leis que condicionam seus aspectos, caminhos e derivações. Sigamos seus caminhos e compreenderemos seus propósitos.

 

 

 


              

 

                                       O Sequenciamento Místico dos Nistarim.

        Este segmento foi interpolado ao texto, mesmo fora de ordem, devido à sua valiosa importância dentro do conhecimento esotérico, e os mistérios que o envolvem.  

 

        Existe uma linhagem espiritual conhecida no mais profundo ocultismo judaico pelo nome de Nistarim, ou mais precisamente, Tzadikim Nistarim, os Trinta e seis Justos Ocultos. No próprio Talmude há referência sobre estes “santos”, em numero de 36 encarnados no mundo para resguardar a humanidade dos males da própria humanidade, impedindo sua destruição. Os estudantes aprofundados no estudo cabalístico sabem que os Nistarim não constituem uma mera lenda, mas são os tutores da humanidade em toda sua trágica história de ascensão evolutiva.  Sempre se mantêm como numero de 36 encarnados no plano físico. Quando, no desenlace físico de um integrante deste número, outro Nistarim reencarna em nosso mundo, em substituição àquele que retornou ao mundo espiritual. São estes, na verdade em número de 72, metade deles no plano físico e metade no plano astral resguardando estes planos dos nefastos efeitos da ignorância humana.  Ao longo dos séculos, ou até mesmo milênios, foram introduzidas várias outras concepções sobre os Nistarim, assim como inúmeras outras conjecturas. Entre alguns ocultistas cristãos, há uma crença que, quando tomei dela conhecimento, notei que havia muito sentido, tanto com relação às escrituras, quanto à numerologia cabalística. Segundo o que um desses mestres chegou a me explicar, é que houve um acréscimo neste número, tornando a soma total 73 espíritos evoluídos que se voluntariaram para o zelo do planeta. E isto está, segundo ele, escrito no Evangelho de João, mais precisamente no capítulo 21, versículos 20 a 25, quando Pedro pergunta a Jesus o que seria daquele “apostolo que Jesus amava”, João. Ao qual Jesus lhe responde: “Se eu quero que ele fique até que eu venha que importa a ti? segue-me tu”. (Versículo 22).  Com isso inaugurou-se o momento de ampliação do número para 73. Mais que zelar pelo bem da humanidade, os Nistarim se constituíram como grupo para contrapor o efeito maléfico de outros 72 seres. (assim como há a Árvore das Sephiroth, há também seu reflexo negativo, a Árvore das Qliphot). Estes são os poderosos da humanidade que retardam a evolução humana para manterem seus domínios estabelecidos desde a mais remota antiguidade. E seu número também se completa em 72. Vejamos aqui algo interessante, a soma cabalística de 72 é 9, que é também a soma do numero 666, o respectivo número da besta citada no livro do Apocalipse, e, neste mesmo livro, em seu capítulo decimo terceiro diz:  “Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, porque é número de homem; e o seu número é seiscentos e sessenta e seis”. (versículo 18). Com o acréscimo de mais um número aos Nistarim, seu número elevou-se a 73, cuja somatória é 10, ou mais precisamente 1. O número sagrado da unidade absoluta.

 

                                

                                  

 

 


 

 

                               Tudo é Mente. (Princípio do Mentalismo).

 

        A densidade nos discrimina, a sutileza nos unifica, disse certa vez um velho mestre. Na concretude aparente da matéria estão presentes as diferenciações, e, ainda no mundo espiritual muitas diferenças persistem, pois no plano astral está a configuração do plano físico.

        "Cuidado com os seus pensamentos, pois eles se tornam palavras. Cuidado com suas palavras, pois elas se tornam ações. Cuidado com suas ações, pois elas se tornam hábitos. Cuidado com seus hábitos, pois eles se tornam seu caráter. E cuidado com o seu caráter, ele se torna o seu destino". — Disse um grande sábio. Tudo tem origem no pensamento. O próprio universo e sua energia essencial é o pensamento divino. No mundo astral são criadas todas as estruturações que ganharão "realidade física". Todos os grupos espirituais são plasmados em pensamentos, eles geram as ações que produzem o Karma, e através do Karma forma-se a "Roda do Samsara", o ciclo das reencarnações, onde estão os caminhos das principais linhagens do mundo de "Kama", o astral, cuja diferença do mundo físico está apenas na frequência de suas vibrações.

 

 

 

 


 

                                O DNA Astral (O Princípio da Correspondência).

 

           "Como em cima, assim é embaixo, como embaixo, assim é em cima". Ou seja, tudo aquilo que está presente no plano físico também tem sua correspondência astral, e tudo aquilo que está no plano astral possui sua equivalência física. Aqui estão presentes os segredos ocultos da natureza, e notemos que fala de correspondência, não de igualdade. Quem conhece a astrologia sabe que a primeira casa, ou a casa do ascendente é análoga ao signo de áries, inclusive com sua regência fundamental, porém, qualquer outro signo poderá estar direcionado em sua cúspide, e toda configuração se diversifica. Existe o DNA físico. Todos os seres possuem seu sequenciamento genético, e isso em toda a escala evolutiva, derivando dos mais simples aminoácidos, passando pelo rudimento dos ínfimos seres até às espécies alocadas nos graus mais elevados do enquadramento zoológico.

        Sabemos que na natureza e, por extensão, no ocultismo, sempre deve se evitar o "nunca" e nunca pode se dizer o "sempre". Porém existem fatores que condicionam determinadas regras.

        Para que ocorra a reencarnação em um corpo físico, via de regra, deverá existir a compatibilidade entre o DNA Astral que acompanha o corpo espiritual do indivíduo e o DNA físico que condiciona todos os caracteres deste corpo.

        Existem as linhagens familiares no plano físico que possuem correspondência no mundo astral, assim como também podemos dizer, linhagens astrais que se densificam  no plano físico. Existe sempre a facilidade de um ser espiritual reencarnar na mesma família, ou melhor se expressando, na mesma descendência de seu grupo ou clã, pois seguem a compatibilidade, não apenas genética em seu sentido mais amplo, mas também aspectos culturais e evolutivos, pois a evolução, embora individual, se propaga no âmbito do grupo, seguindo a corrente da ancestralidade. Logicamente ocorrem reencarnações em grupos diferentes, mesmo em longínquos vínculos de ancestralidade. O que se torna mais difícil é um espírito reencarnar em um outro povo muito diverso daquele que segue seu DNA Astral. Por exemplo: alguém que pertenceu ao povo mongólico reencarnar em um corpo de um povo berbere do Magreb, ou vice versa. Não que tal seja impossível, mas é, segundo os ensinamentos ocultos, de rara ocorrência. Existem também muitas fantasias em determinadas escolas espirituais, como seres que foram casados em outras vidas, voltarem a serem casais em outra vida subsequente. Algo assim seria raríssimo, pois se formaram laços sanguíneos em uma vida, gerando descendentes, seria muito mais provável que nascessem como parentes, próximos ou distantes. É preciso salientar dois aspectos muito importantes para aqueles que seguem o ocultismo com racionalidade. O primeiro deles é o conhecimento da integração que ocorre em todo planeta, e em especial nas Américas, onde todos os povos se encontram e se misturam. A miscigenação é fundamental para que sejam quebradas as barreiras entre os povos, criando um novo tipo de DNA, tanto astral como físico, favorecendo a reencarnação de indivíduos advindos de quaisquer outros povos que se misturam. Por exemplo, os euro-ameríndios da América Latina, nos quais poderão encarnar espíritos tanto europeus quanto dos povos indígenas, e, da mesma forma entre africanos, europeus e asiáticos que se misturam em diversas partes do mundo. A miscigenação é o primórdio de um novo povo que se estabelecerá no planeta, através do qual, além de permitir todo um intercâmbio espiritual, afastará todas as mazelas e efeitos nefastos da discriminação, do preconceito e do racismo. Outro aspecto importante é termos consciência de que existem mais de sete bilhões de espíritos encarnados, e um número ainda maior de espíritos desencarnados, a integração de todos esses seres é o objetivo da força oculta da natureza essencial. Através da qual os seres não sejam restritos a pequenos grupos, a restritos clãs e povos, mas que haja uma aproximação gradual de toda a família humana.

        É muitas vezes belo falarmos em patriotismo, a regionalismos, à preservação de culturas de aspectos típicos de agrupamentos físicos. Porém há uma amplitude muito maior a ser alcançada. Como disse um antigo mestre: "Sua casa é a Terra, sua família a humanidade". Ninguém pode negar que todos os cantos do mundo nunca estiveram tão próximos, que os povos de todas as nações nunca estiveram tão espalhados pela vastidão do planeta, que as distâncias se "encurtaram". É preciso seguir este novo modelo da consciência planetária, e não mais se restringir a limites de países, povos, línguas e nações. Existe raça humana que se transforma, redefine e reintegra a concepção perdida de uma unidade global, livre dos "muros" de racismos e preconceitos e conectadas por caminhos e vias onde se possam unificar como irmãos.

 

 

                                        

 


 

                                              Os Fluxos e os Influxos.

 

        E evolução espiritual não é uma constante ascendente, mas uma ascensão composta por aclives e declives. É o princípio do ritmo que configura, não apenas os seres humanos, mas as próprias raças raízes, povos e impérios. (Na verdade é o quinto princípio, alterado aqui intencionalmente na sequência) É um caminho evolutivo com ascensões e quedas. Observemos a grandiosidade dos impérios, assírio, babilônicos, medo-persas, helênico, romano, e isso sem contar a grandiosidade da Atlântida. Olhemos para nossas vidas quantos altos e baixos, e nem por isso retrocedendo espiritualmente. Certa vez, um  jovem aprendiz de ocultismo definiu a evolução da maneira que me pareceu mais precisa: "A evolução espiritual é como uma longa escadaria, feita com uma sequência contínua de três em três degraus, sempre com dois que sobem e um que desce". É uma ascensão onde nunca deixa de ocorrer tropeços.

        Assim o são as linhagens espirituais, seguindo sempre um ritmo oscilante, de poderio e miséria, de moralidade e depravações, regozijos e angústias. Assim como as marés, o ritmo traz as compensações.

        Vou citar uma linhagem espiritual muito interessante, totalmente registrada na Bíblia e na própria história da humanidade. A linhagem do povo judaico. Em toda sua peregrinação pela terra esse povo demonstra perfeitamente o princípio rítmico do processo evolutivo, o qual se poderá facilmente constatar ao longo das escrituras, sagradas ou não. Surgiram como um povo nômade, formado por pastores e pequenos agricultores em uma terra árida e repleta de inúmeros outros povos. Foram elevados durante o período de José, você rei no Egito, depois, neste mesmo país se tornaram escravos. Regressaram à terra de Canaã cometendo terrível genocídio dos cananeus, perfeitamente descrito no livro de Josué. Firmaram-se como povo constituindo um reino, cujo apogeu se deu no reinado de Salomão, filho de David. Após este houve o cisma das doze tribos, a deportação para a Babilônia, o retorno sob os auspícios de Ciro, imperador persa, e a sequência das invasões de inúmeros povos, fazendo parte de inúmeros impérios até que ocorreu a diáspora durante a vigência Império Romano. Em meio à dispersão e a perseguição pelas inúmeras nações, pelas quais passaram, se organizaram, prosperaram e se tornaram notórios em diversas áreas, tanto da ciência quanto da filosofia. Foram quase que totalmente destruídos pelo governo nazista da Alemanha, e por fim, restabelecidos em seu país, formando o então Estado de Israel, que apesar das inúmeras mazelas, seguiu seu caminho evolutivo eivado de sabedoria e notoriedade.

        Este foi apenas um exemplo do "movimento pendular" que configura o caminho da evolução espiritual. Poderíamos falar dos árabes, dos chineses, hindus, gregos, incas, astecas, sudaneses e bantos escravizados pela ganância das elites colonialistas. Todos povos, nações, clãs e famílias seguem sua jornada evolutiva passo a passo nos caminhos, ora sombrios, ora ensolarados transpondo tempos e espaços.

 

 

 

 


 

 

                                                      Nada é Estático.

 

        Observando todo o ensino Teosófico da Doutrina Secreta, veremos que houve várias raças raízes no decorrer da história da humanidade. Deixando de lado as duas primeiras raças e adentrando no período Lemuriano, a terceira raça raiz, ou a primeira definitivamente física, teve seu período, crescimento, apogeu e queda, mas nunca se extinguiu, continuou seguindo seu caminho evolutivo. E desta também derivou a quarta raça, a atlante, que, assim como a lemuriana, seguiu seus próprios caminhos, e, desta derivando outro tronco, o ariano, a quinta raça surgida no norte da Índia, da qual são os exemplares indianos e europeus. E essas três grandes raças raízes continuaram seguindo suas derivações e mesclando-se, cada vez mais ao longo da história, no dinamismo que rege os ciclos cósmicos. Estes ciclos seguem novas frequências, as vibrações que equacionam as transformações. As vibrações, desde a divina energia primordial, definem todas as diferenças das manifestações de matéria, energia, mente e espírito, esquadrinhando novos aspectos da realidade e definindo os propósitos essenciais para o prosseguimento da jornada evolutiva. Nada está "parado" tudo se move dentro da infinita e inescrutável lei da mecânica celeste assim como na intimidade do mundo quântico.

        Um detalhe curioso que não poderia deixar de comentar são os espíritos dos animais. Todos possuem princípios espirituais, todos evoluem, nenhum ser está preso à inércia de ser sempre aquilo que nunca deixou de ser. A linhagem espiritual dos animais segue os caminhos da aglutinação. Desde os rudimentos dos primeiros seres até os de maior elevado grau evolutivo. Os próprios seres humanos trilharam esta longa e dinâmica jornada agregadora, pois somos a aglutinação das energias de todos os pequenos seres, desde os mais ínfimos, no constante caminho da evolução que transcende os milhões de anos e eras.

        Além dos animais existem os espíritos elementais, os quais, eles mesmos, são os dinamizadores dos processos da natureza, pois sem esta, o ritmo evolutivo não teria o mesmo sentido que teve no decorrer dos períodos e aeons.

        Surge sempre uma dúvida quando prolongamos as explanações sobre as diferenças das frequências vibratórias. Tudo tem uma razão de ser. Tudo segue uma interdependência. Assim como as energias densas, as quais chamamos "matéria", estão formadas e alicerçadas na aglutinação das energias sutis. O processo para a sutilização, cada vez maior das energias densificadas dependerá das energias mais densas. Darei um exemplo dentro das analogias: A água turva de lodo, só se torna mais límpida atravessando os filtros de calcário. É a coisa sutil se tornando ainda mais sutil se utilizando da densa. O grande mistério espiritual, denominado Respiração Divina, consiste em densificar para se sutilizar, o mergulho na materialidade para sublimar a própria espiritualidade. Por esta razão, a evolução se processa através da encarnação do espírito no corpo físico, como a água turva que passa pelo filtro de pedra calcária, até a sua purificação. A evolução sem que ocorra a travessia pelo plano físico seria extremamente lenta. Não que seja rápida a evolução como ela se processa entre os seres vivos. Não devemos nos esquecer de que são bilhões e bilhões de anos. Mas existem algumas linhagens espirituais que não mais reencarnam neste mundo. São os seres não humanos, ou melhor, não humanos como nós somos hoje. Muitos seres fisicamente diferentes dos humanos atuais, das primeiras divisões das raças lemurianas e também da atlante, não acompanharam o processo evolutivo do ser humano em sua jornada evolutiva, tendo seu DNA espiritual incompatível com o DNA físico do ser humano atual, portanto, têm sua evolução lentamente apenas no mundo astral. Dentre esses seres, muitos eram magos, dotados de grande poder em suas civilizações, muitos destes evoluídos, outros atrasados, uns evoluidíssimos, outros atrasadíssimos. Sendo, no decorrer da história humana, invocados, alguns como anjos ou deuses antigos, outros como demônios e deuses do mal. Alguns para manter seus corpos astrais necessitam das energias emanadas das orações, dos rituais e incenso; outros, das linhagens negativas, necessitam de sangue, sacrifícios e odores terrificantes. Uns incitadores da paz, outros da guerra, para usufruírem do sangue e das pestilências. Como vivem exclusivamente no Astral, são chamados de Reis do Astral, ou Kama Rajas, do sânscrito.

        Tais linhagens de seres se fundirão com os humanos no futuro, quando ambos atingirem graus elevadíssimos de luz nos sub planos superiores.

 

 

 

 


 

                                                                Tudo é Dual.

 

        Aqui poderemos ver o princípio da polaridade das leis herméticas dentro das linhagens espirituais.

        Há um princípio de alternância. Assim como a corrente elétrica entra em funcionamento através da diferença de potencial, via de regra ocorre uma mudança de sexo no ego reencarnante. Os espíritos não têm sexo. Eles podem passar para o astral e permanecer por um longo tempo sob a influência de seu antigo corpo físico, porém, a distância da materialidade acaba desfazendo o instinto sexual que pertence exclusivamente ao plano material. Um espírito jamais reencarnará sempre como homem, nem sempre como mulher.

        Na cultura chinesa este princípio da polaridade é conhecido como Yin e Yang, que, assim como o postulado hermético, representa os princípios antagônicos e complementares fundamentais do universo, em constante oscilação de predominância. Neles estão expressos a dualidade presente no universo. Esta oscilação e alternância presentes nas leis universais fazem com que ocorra esta mudança de sexo nas consecutivas encarnações.

        O período em que o espírito permanece no plano astral, após seu desenlace físico, pode variar de um curtíssimo espaço de tempo a mais de um milênio. Nos períodos nos quais a humanidade se restringia a pequenos grupos coletores, não ultrapassando centenas de milhares de habitantes, o tempo transcorrido pelo espírito no plano astral era imenso, com o aumento populacional, na grande maioria das vezes, este período se encurtou, devido ao grande número dos nascimentos. O que ocorre em determinadas ocasiões é que, muitas vezes, o espírito não teve tempo necessário para se desvencilhar de sua natureza física anterior, reencarnando em um corpo masculino ainda com impulso sexual feminino, ou em corpo feminino com impulso sexual masculino. Tais ocorrências são consequências absolutamente naturais que poderão ocorrer com qualquer espírito em sua jornada evolutiva, não se constituindo nenhuma anormalidade ou desacerto, que muitas pessoas, ignorantes e homofóbicas, ainda têm em suas mentes desprovidas do verdadeiro conhecimento espiritual. A sexualidade seja homo ou hétero, é absolutamente física, e todas as nossas paixões, diretamente condicionadas à nossa natureza física, deixam de existir no decorrer do tempo de vida espiritual. O amor sublima sempre todo e qualquer tipo de afetividade. Quem desconhece isto terá sempre sua felicidade condicionada à força transitória da matéria perecível.

 

 

 

 


 

                                     Os Caminhos Ligados ao Gênero.

 

        Vemos no sequenciamento da polaridade o princípio do gênero, pois os gêneros não deixam de ser, de certa forma, uma polaridade especificada na natureza animal. Aqueles que conhecem a fundo a Doutrina Secreta já se depararam com o ensinamento de Blavatsky, quando disserta sobre as primeiras raças raízes, no qual menciona um período anterior à divisão de sexos, quando os seres eram hermafroditas. No próprio livro do Gênesis, no capítulo primeiro, versículo 27, vemos: "E criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou". Apenas no capítulo segundo, do mesmo livro, no versículo 22 é que retira, a então Eva, do próprio corpo de Adão.  Em linguagem altamente alegórica, aqui há a mesma perspectiva daquilo que Blavatsky descreve em sua obra. Aqui vou revelar um grande mistério de toda a concepção esotérica: "É a partir da dualidade que surge todo e qualquer sequenciamento". A própria divindade é una em essência e trina em manifestação.

        O princípio da polaridade são dois aspectos de uma mesma coisa, são espectros móveis de vibração (todos os princípios estão intimamente relacionados), e as vibrações se diferenciam, gerando novas perspectivas de movimento e dinamismo. O gênero, pois, representa uma nova perspectiva a partir do próprio princípio da polaridade, sempre seguindo a alternância própria presente no equacionamento destes polos. O que ocorre, em virtude desta alternância, é o masculino provindo do feminino e o feminino provindo do masculino. Uma filha, via de regra, provém da linhagem espiritual de seu pai, e um filho provém da linhagem espiritual de sua mãe. É claro que existem muitas exceções, a exceção não deixa de ser uma lei à parte da natureza que também possui um propósito na jornada evolutiva. Como o DNA Astral é análogo ao DNA físico, poderemos observar, na maioria dos casos, que o filho possui características físicas que se assemelham mais à família materna, e a filha as características físicas que se assemelham a linhagem paterna. Sempre voltando a frisar que existem inúmeras exceções.

        Um ponto absolutamente necessário a registrar é que, assim como existem, como via de regra, a alternância de sexo entre as encarnações, e o sequenciamento alternativo das linhagens segundo o gênero dos progenitores, é a brutalidade e a abissal ignorância da misoginia, que ainda carrega aspectos sombrios da cultura medieval no íntimo das pessoas desprovidas de luz e entendimento. Mesmo em muitas religiões, em pleno século 21, podemos notar líderes retrógrados, misóginos e homofóbicos, muito distanciados do amor que deveria nortear todos aqueles que têm, pelo menos, a pretensão de divulgar o "caminho da regeneração".

 

 

 

 


 

 

                                                 As Leis Kármicas.

 

        Nada é por acaso. Tudo tem uma razão de ser e de existir. Todas as coisas possuem um propósito, e, logo, não existe uma causa que não tenha um efeito, nem um efeito que não possua uma causa, dentro do infindável equacionamento dos tempos e eras. Este é o princípio da casualidade. As circunstâncias determinam muitas vezes as ações, tanto grupais quanto individuais, e, apesar de possuirmos o livre arbítrio, muitas vezes, ou até mesmo, inúmeras vezes, o livre arbítrio está condicionado a aspectos sociais, culturais e evolutivos. Alguém desprovido de consciência e alijado de discernimento poderá promover ações, não apenas segundo exclusivamente à sua própria vontade, mas tendo sua vontade subordinada às suas necessidades, suas atribuições e seus medos. Há, portanto, o Karma, não apenas individual, mas o coletivo, onde nações, grupos e linhagens inteiras colhem o resultado de todo um encadeamento histórico e cultural, de enganos, equívocos, propósitos e omissões.

        Sabemos que o mal nunca é um povo, mas o indivíduo. Porém, grupos de indivíduos unidos em um propósito maléfico e equivocado tende a criar uma reação às causas geradas por este propósito. Quase toda a população da Terra colhe o resultado de suas ações pretéritas, caso contrário, estariam livres dos ciclos dos renascimentos. Com exceção de mestres e missionários espirituais, presentes neste mundo para evitar uma autodestruição, todas as pessoas seguem cumprindo e gerando Karma, alguns leves, outros pesadíssimos.

        "E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados." (Mateus, 10, 30). As mais simples coisas da vida estão "grafadas" no Registro Akáshico que preserva todos os detalhes do dinamismo existencial.

        Não existem maldições, existem más ações e suas inexoráveis consequências.

        No livro de Jonas há, porém, algo inusitado: a revogação de um karma coletivo sobre toda a cidade de Nínive localizada na Mesopotâmia. É importante aqui dizer que o Karma inside, não sobre a má ação que a pessoa ou o grupo efetivou, mas pela potencial maldade que estes ainda carregam. E isto não quebra o princípio da casualidade, pois o arrependimento queima as sementes kármicas. Porém é muito difícil um arrependimento sincero e incontestável. Pois o verdadeiro arrependimento possui a mesma dor daquela resultante de um Karma.

        É muito comum, principalmente no âmbito religioso, julgar a casa de Cham (Cam), pai de Canaã, filho de Noach (Noé) no livro de Gênesis, como amaldiçoada, por este ter visto a nudez de seu pai, o qual se embriagara pelo excesso de vinho. "Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos". — Disse-lhe Noach. (Gênesis, 9,25). E em seguida abençoou seus outros dois filhos, Shem (Sem) e Jophet (Jafé). Quem conhece o aprofundamento cabalístico ou tenha tido a oportunidade de ler a obra "Cabala, a Tradição Esotérica do Ocidente", do mestre F. W. Lorenz saberá que tanto Noach, quanto seus filhos, não são pessoas ou entidades, e sim simbologias de elevada concepção no âmbito Esotérico. Noach representa o "repouso da natureza", no novo ciclo cósmico onde ocorre o renascimento das perspectivas destruídas pela queda do princípio adâmico. Sem representa a elevação brilhante no sentido do direcionamento essencial; Jafé a extensão da visão humana na elevação dos níveis de consciência, e Cam a curvatura, ou seja, a própria natureza cíclica da natureza, onde se inclui a "Roda do Samsara", o ciclo das encarnações regidos pelo Karma, a reação advinda pelas causas, por isso o simbolismo da maldição. Muito diferente do que se apregoa que Cam seria a linhagem dos povos escravizados, imputando-lhes um "pecado", como se nada tivesse de crime estúpido e vergonhoso a escravidão de um povo para a geração e acúmulo de riquezas materiais. O apego à materialidade é o karma mais nefasto incrustrado na natureza humana daqueles que renegam, consciente ou inconscientemente, o amor e a fraternidade universal.

        Todas as linhagens seguem determinados padrões específicos que, gradativamente, estão sendo removidos do gênero humano. Tudo se encaminha para uma unidade, integração e unidade. Cada ser é parte de um Todo, onde todas as perspectivas confluem, onde todos os propósitos se unificam.

        Um adepto, certa vez, entrou em contato com um grande mestre de luz, o qual, em espírito, conduziu-o a um elevado plano de existência superior, onde este pode ver coisas inefáveis, muito além da própria concepção humana. Antes do mestre o reconduzir ao plano físico ele resolveu perguntar-lhe o nome. O qual lhe respondeu: "Sou simplesmente a linhagem espiritual onde deságuam as vertentes humanas. Mas se realmente precisa me nomear, chame-me Diógenes".

        Mais tarde o adepto pesquisou o significado deste nome, até então muito comum, e verificou que significa geração divina, ou linhagem divina.

        Todos seguimos linhagens como pequenos rios que pouco a pouco se confluem, até que possam misturar suas águas no oceano. Aqueles que se perdem na floresta podem seguir os pequenos cursos d'água, até rios maiores onde estarão os portos seguros. Linhagens são caminhos, e caminhos foram feitos para serem trilhados. Não somos como rochas que permanecem estáticas, nem plantas que criam raízes e ocultam as velhas trilhas. Sigamos as veredas que conduzem às vias mais amplas, lá encontraremos seres, em toda sua diversidade, e seguiremos juntos até o templo sagrado, onde todos os caminhos convergem.

 

Paz e Luz.