OS PRINCÍPIOS DA ALTA MAGIA.
1. INTRODUÇÃO.
2. ALTA MAGIA E BAIXA MAGIA.
3. XAMÃS, BRUXOS, FEITICEIROS E MAGOS.
4. MAGIA BRANCA E MAGIA NEGRA.
5. DAS ANCORAGENS.
6. O VERDADEIRO PRINCÍPIO MÁGICO.
7. A PLASMAÇÃO NA LUZ ASTRAL.
1. INTRODUÇÃO.
Talvez a melhor
definição para a Magia, na literatura
esotérica, seja de Gérard A. Vincent Encausse, conhecido mais amplamente como
Mestre Papus, em seu livro Tratado Elementar de Magia Prática, no qual se
refere: "A Magia é a aplicação da vontade humana, dinamizada, à evolução
rápida das forças vivas da natureza".
Esta é a
definição daquilo que desempenha o homem como verdadeiro mestre da aplicação de
suas próprias forças para a potencialização daquilo que chama "forças
vivas da natureza".
Vamos então ver
o que são estas "forças vivas da natureza", sobre as quais o homem
pode dinamizar através de seu caráter volitivo.
"Tudo é
magia", já disse um velho mago. A própria "Existência" já é o
resultado do Grande Processo Mágico da Respiração Divina, em cuja essência se
estruturam todas as coisas visíveis e invisíveis. A vida é a grande Magia, a
Magnus Opus, efetuada pelo Grande Arquiteto do Universo. Na Energia Primordial
desta "Respiração" está subjacente a todas as energias que compõem o
mundo espiritual e sua densificação onde está presente a concretude na matéria.
Esta Força Viva
da Natureza, a qual muitos também chamam "akaxa" ou "luz
astral" é de onde tudo se forma, tudo se plasma, tudo se deriva. O homem,
cujo poder volitivo, isto é, o poder de sua vontade, "Dinamizado",
efetua a plasmação, a transformação, a transubstanciação nesta força viva.
E o que vem ser
esta "Vontade Dinamizada"?
É o poder
divino inerente a todos os seres humanos, a Fé, que é o grande mistério de
acionamento deste poder intrínseco.
Certa vez perguntei a um velho mestre se ele
era um mago. E ele me respondeu: "Todos nós somos. Muitos estão
adormecidos, alguns despertando e poucos cientes desta condição”.
Aquele que
dinamiza sua vontade, capta, canaliza e direciona tais forças, e com elas
recria padrões, formas e perspectivas, potencializando-as.
Esta
potencialização se dá através de seu próprio ser, como uma lente de aumento
colocada sob a luz do sol, e é capaz de criar o fogo sobre os objetos aos quais
faz sua incidência.
Um mago é semelhante
a esta lente, pois vê com amplitude aquilo que quase ninguém vê, e se descobre
através de sua interação com o mundo invisível aos olhos comuns.
"O homem é
o microcosmo ou o pequeno mundo, e conforme o dogma das analogias, tudo o que
está no grande mundo se reproduz no pequeno. Há, pois, três centros de atração
e projeção fluídica: o cérebro, o coração ou epigástrio e o órgão genital. Cada
um destes órgãos é único e duplo, isto é: neles se encontra a ideia do
ternário. Cada um destes órgãos atrai de um lado e repele do outro. É por meio
desses aparelhos que nós nos pomos em comunicação com o fluido universal,
transmitido em nós pelo sistema nervoso." — Disse Eliphas Levi em sua obra
"Dogma e Ritual de Alta Magia". Aqui está o que poderíamos chamar de
ligação entre a densidade e a sutileza. No ser humano fluem as energias sutis
se distribuindo através da complexidade das gradações energéticas. O ser humano
é o microcosmo dentro do macrocosmo, é um universo dentro de outro universo,
com infinita capacidade co-criadora, um deus que se esqueceu de sua própria
divindade. Na imanência de Deus está
contigo o homem, e, através da consciência deste atributo imanente, ele se
torna um magista, estruturado no poder que lhe é próprio.
"Deus só
pode ser definido pela fé; a ciência não pode negar nem afirmar que ele
existe". — Diz novamente Eliphas Levi em sua obra "A Chave dos
Grandes Mistérios". Aqui o grande segredo da "vontade humana",
da qual se refere Mestre Papus, a Fé, tão escassa no gênero humano. E é
justamente pela sua escassez que o homem recorre a inúmeros aparatos, inúmeras
ritualísticas, inúmeras doutrinas nos mais diversos sistemas mágicos, para
aflorar, em seu subconsciente, a ancoragem necessária para que seu poder
intrínseco possa ser manifestado.
2. ALTA MAGIA E BAIXA MAGIA.
São designações
muito utilizadas na literatura esotérica, as quais, particularmente, considero
muitas vezes inadequado no âmbito da espiritualidade.
Muitos autores
consideram a alta magia aquela praticada por escolas esotéricas, de sistemas
mágicos definidos, estudados em tratados e obras diversos, originalmente
propagados entre as elites em ritualística secretas e também, extremamente,
seletas.
A baixa magia
já é aquela envolta na simplicidade, na natureza, originalmente feita por
humildes camponeses advinda da preservação ancestral. Esta foi na remota
antiguidade a medicina dos povos primitivos, trazendo, até mesmo aos dias de
hoje, grande aceitação nas regiões mais remotas da civilização. Seus
praticantes muitas vezes eram chamados bruxos, enquanto aqueles, da "alta
magia" de magos ou magistas. Foram os que mais sofreram durante o trevoso
período da inquisição, pois não possuíam apoio nem a proteção da qual se
dispunham as elites que, na maioria das vezes, passavam incólumes às
autoridades do Tribunal do "Santo" Ofício.
Na verdade não
existe nenhum grau de superioridade ou inferioridade entre estas duas esferas
de práticas mágicas. O bem e o mal poderiam e poderão estar presentes em cada
uma delas, tudo sempre dependerá da intencionalidade, no aspecto moral e na
magnitude espiritual do conjunto de seus adeptos.
3. XAMÃS, BRUXOS, FEITICEIROS E MAGOS.
Nomenclaturas
nada mais são que meras classificações seguindo critérios humanos, muitas vezes
falíveis.
Não podemos
nunca esquecer que um dos grandes males do mundo é a rotulagem.
Os Xamãs são
sacerdotes (embora para muitos o sacerdócio exija requinte e alguma
ostentação), e como tais, adotam um tipo diferenciado de vestimentas, na
maioria das vezes repletas de símbolos e de ornamentação natural. Praticam a
magia ancestral, na qual estão presentes suas características tribais
preservadas em sua cultura.
Os Xamãs são
profundos conhecedores da magia natural e nas suas confirmações astrais, são
detentores da ciência das ervas e poções mágicas, assim como a utilização
dos sons e mantras específicos para cada situação peculiar. Em suas práticas
invocam o "animal do poder", que vem ser um magnífico arquétipo, que
configura uma energia que liga a consciência e a força do instinto essencial à
seu propósito e sua missão sagrada.
Bruxos são
aqueles cujos princípios se baseiam na ligação entre o mundo espiritual e os
ciclos naturais, sempre conectados aos quatro elementos, terra, fogo, água e
ar.
Os então denominados
bruxos possuem suas ritualísticas as quais são preferencialmente à noite,
condicionadas às fases da lua, cada qual com seu propósito específico. Tais
fases, assim como também as estações do ano são muito importantes nestes
rituais, pois nestas residem todo o princípio ativo de seus poderes.
Costumam também utilizar grimórios em suas
intervenções e práticas.
Existem
vertentes na prática ritualística que costumam escalonar seus praticantes em
três diferentes aspectos:
A) Os jovens,
que representam a virgindade e as demais características correspondentes a seu
aspecto essencial, como a formação, a potencialidade criadora, o encantamento
expansivo, cuja essência está conjugada à lua crescente.
B) A
maturidade, na figura paternidade ou materna, que representa o poder, a força,
o embate contra as sugestões contrárias e adversas e a capacidade de liderança.
A lua cheia personifica este aspecto dentro da maior perspectiva presente em
todas as ritualísticas.
C) O ancião ou
a anciã plasmam a sabedoria, a doçura, a vivência e a compreensão. Através
desta sabedoria que o bruxo efetua o banimento, propício na lua minguante que
caracteriza este aspecto.
Os Feiticeiros muitas vezes são confundidos com os bruxos e
xamãs, e, como citado anteriormente, tudo é uma questão de nomenclatura, pois
para os antigos missionários cristãos, pouco importava se fossem chamados pelo
nome que fosse, e, durante a inquisição, não havia nítida diferença quanto à
bruxaria ou à feitiçaria. Seguindo a literatura esotérica, contudo, poderemos
verificar que, entre algumas similitudes, há também algumas diferenças
fundamentais.
Os feiticeiros
normalmente praticam invocações, e, através destas, o encantamento. Via de
regra, o feiticeiro conhecem a hipnose e condicionam pessoas susceptíveis
induzindo-as à sugestão. Diferentemente
dos bruxos, não possuem grimórios, e em suas práticas se utilizam muito de
objetos mágicos e simpatias diversas.
Geralmente
o nível de consciência e espiritualidade de um feiticeiro deixa muito a desejar
quando comparado a um bruxo ou a um xamã. Conhecem como todos os demais as forças
ocultas latentes da natureza, mas, contrariamente, não são senhores destas
forças, mas escravos destas.
Os Magos,
também chamados de magistas, diferem de todos os demais em alguns aspectos de
profunda relevância. Possuem amplo conhecimento filosófico, muitas vezes
proveniente de uma ou mais escolas iniciáticas. A grande maioria detém o uso
correto de antigas práticas sacerdotais, e basicamente permanecem envoltos no
estudo e aprimoramento, equilíbrio e constante busca de iluminação.
Mas é essencial
notar que, logo acima, frisei "a grande maioria", e não sua
totalidade. O amplo conhecimento não significa, todavia, um nível elevado de
consciência de um guia espiritual, comum à maioria dos magos. Muitas vezes todo
conhecimento, aliado às grandes potencialidades, não estão subordinados à
nobreza de caráter. Existem também os magos negros, cujo conhecimento é
sombreado pelo ego. E, muitos magos negros nem mesmo sabem que estão distantes
da luz, pois, da mesma maneira que esbanjam conhecimento, carece-lhes o
discernimento, permanecendo sempre ao lado do Poder, que lhes fascina.
Os magos
possuem, em sua maioria, o poder da transformação, focados na alquimia
proveniente do domínio da luz astral. Há uma enorme diversidade de magos dentro
dos sistemas mágicos mais diversos que se espalham pelos cinco continentes.
É essencial
saber que alguns rituais litúrgicos, de determinadas religiões, não deixam de
ser sistemas mágicos, alguns dos quais "Teúrgicos", sistema
diretamente ligado à essência divina e primordial.
Contudo em um
texto se torna impraticável a citação dos sistemas mágicos, devido à sua
extensão, pois alguns dos quais são muito complexos e demandaria muitas páginas
para se explanar em apenas um destes.
4. MAGIA BRANCA E MAGIA NEGRA.
Utilizam-se estes termos na vasta literatura
esotérica há muito mais tempo que imaginamos, assim como os já citados Magos
Negros e Magos Brancos. O correto, porém, seriam as denominações Magia de Luz e
Magia das Sombras, porém estes termos são raramente utilizados.
O que faz uma
magia ser de luz ou trevas não é somente o conteúdo e a prática de sua
ritualística, mas as suas intenções.
É claro que
determinadas práticas como sacrifícios de animais ou até mesmo humanos já
denotam o aspecto macabro da intencionalidade, porém a distinção daquilo que é
luz e daquilo que são trevas não é tão simples como parece. Muitas vezes aquilo
que parece "bom" é muitas vezes pior do que aquilo que é
explicitamente mal. Justamente porque o mal que não é notado pode ser muito mais
nefasto do que o mal detectável.
Em inúmeras
vertentes religiosas e filosóficas existem verdadeiros magos, altamente
nefastos, ludibriando seus seguidores e usufruindo da ingenuidade de muitos.
Um verdadeiro
mago capta pelo olhar, pela voz e até pela visão à distância qualquer outro
mago ou qualquer tipo de ser envolto em malignidade. Porém a grande maioria das
pessoas não consegue notar ou o faz muito tardiamente.
Um ritual de
magia negra explícito sempre terá como foco o Ego, seja do magista e seus seguidores
ou das pessoas que a ele recorrem.
Mas muitos
rituais de aparente magia branca na
verdade não o são. Mesmo que a ritualística possa ser puramente angelical.
Imaginemos alguém que se dispõe a pedir auxílio a um magista para que seu filho
seja aprovado em um concurso, ou uma pessoa que deseja conquistar o amor de
alguém. Imaginemos que o intento de ambos seja concretizado. Seria esta uma
magia de luz?
Certamente que
não, pois colocar alguém em um cargo em detrimento de outro que era o
verdadeiro merecedor é um ato de perversidade. Interferir no livre arbítrio de
alguém para se fazer apaixonar por uma determinada pessoa também é um ato que
fere todas as premissas da fraternidade.
A ação da magia
está limitada ao Karma. Toda vez que se interfere no karma de uma pessoa é como
tentar conter fumaça dentro de um saco plástico repleto de pequenos orifícios.
Se a fumaça não sair por um furo sairá por outro espontaneamente. Um magista,
cuja consciência esteja consubstanciada na luz, deve ser um orientador espiritual,
pois sabe que a magia pode curar o corpo, mas só a consciência pode curar a
alma. Sem a consciência toda cura será um mero paliativo.
A magia da luz
não só combate o mal em sua origem, mas sabe discernir aquilo que é luz daquilo
que não é. A humildade está na luz, a luz está no amor, que suplanta o Ego e
promove a consciência.
"Ai dos
que ao mal chamam bem, e o bem mal; que fazem da escuridade luz, e da luz
escuridade; e fazem do amargo doce, e do doce amargo". (Isaías 5, 20).
5. DAS
ANCORAGENS.
O ancoramento
sempre significa um mantenedor. Aquilo
que mantém, seja o equilíbrio, seja o foco, seja o direcionamento. No caso da
magia, das imprecações, de todas as práticas espirituais é para firmar o
propósito, estabelecer as perspectivas, e direcionar as intenções.
Conforme citado
anteriormente, temos o poder co-criador inerente ao nosso próprio ser, e para
acionar este poder se faz necessário descobri-lo. É como a criança na qual se
retira as rodinhas de apoio da roda traseira da bicicleta sem que ela perceba.
E ela anda sobre as duas rodas. E logo depois percebe que já sabe se equilibrar
sobre essas duas rodas, e, segura de si passeia tranquilamente pela trilha. As
ancoragens são as "rodinhas de apoio de nossa bicicleta", até termos
a certeza que podemos nos equilibrar, trilhando, cada vez mais perfeitamente,
os caminhos que surgem à nossa dianteira. Este é o segredo da Fé: redescobrir
nossas potencialidades e delas fazer uso.
Toda
ritualística, paramentos, cânticos, sons e encantamentos são as ancoragens para
suprir a nossa falta de fé, e canalizar
todas as forças que conseguiríamos sem "as rodinhas de apoio".
Todos os
sistemas mágicos têm suas ritualísticas próprias, seu modo particular de
captar, canalizar e emitir as energias das forças latentes da natureza. Nossa
capacidade volitiva se potencializa através do ancoramento, necessário para os
magistas que "ainda não sabem equilibrar em suas bicicletas".
Símbolos, armas
mágicas, velas, incensos e tantos outros paramentos, são, sem dúvida,
necessários à concretização de um propósito na magia, mas seriam dispensáveis
se tivéssemos a fé perfeita.
"Porque em verdade vos digo que
qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em
seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será
feito." (Marcos, 11, 23).
O Magista,
primeiramente precisará fazer de si, uma "semente de mostarda", para
fluir sua potencialidade, florescer a centelha divina intrínseca à sua alma,
para efetuar a Grande Obra, e transmutar seu próprio ser na sagrada alquimia
que sintetiza a grande realização.
É essencial
acrescentar aqui um comentário cuja essência dificilmente é mencionada pelos
autores esotéricos. Muitos recursos de ancoramento são necessários nos sistemas
mágicos que envolvem a invocação de entidades espirituais diversas. —
Detalharei os rituais de invocação nos parágrafos mais adiante. — Pois a grande
maioria das entidades, sejam espíritos humanos desencarnados ou não, respeitam,
quase que de maneira servil, certos procedimentos, como a ação das pontas
metálicas, os pantáculos, imprecações,
círculos mágicos traçados, entre outros artefatos e práticas. Há, contudo,
aquelas entidades, especialmente as "não humanas" que simplesmente
ignoram tais recursos, e estas apenas são dominadas pelo grande poder da
aplicação volitiva humana dinamizada.
Observemos nos
evangelhos que todos os exorcismos e banimentos dispensaram qualquer prática
ritualística, pois estavam "ancorados" justamente na Fé, o grande
poder de dinamização.
6. O VERDADEIRO PRINCÍPIO MÁGICO.
Todas as
classificações de sistemas mágicos, que normalmente são mencionados, inclusive
nas obras clássicas esotéricas, não fazem a distinção fundamental entre a
Magia, segundo a definição citada pelo Mestre Papus, no início do texto, e a
magia que recorre à invocação, sobre a qual citei alguns parágrafos atrás.
O Velho Mestre
Gérard simplesmente fez a definição do verdadeiro princípio da Alta Magia, que
é a atuação direta de um magista sem com que se recorra a entidades espirituais
diversas para que imprimam sua vontade sobre as forças vivas da natureza, algo
que deveria ser feito pelo mago. Neste caso o "magista" estará
atuando muito mais como um "médium" do que como um autêntico Mago.
Há, portanto,
de acordo com a atuação direta ou indireta do "magista", duas
classificações distintas: 1- O Mago, ou um conjunto de magos que aplicam sua
vontade diretamente dinamizada sobre as forças latentes da natureza. 2- O
"Mago" que recorre as entidades espirituais para que estas atuem sobre
tais forças.
—Mas, e este
Mago que recorre às entidades espirituais, se tiverem realmente domínio sobre
estas serão muito poderosos? — Poderão indagar.
Certamente que
sim, se tiverem o total domínio, pois, do contrário, será um escravo destes
seres espirituais. Mas, mesmo aqueles que possuem o completo domínio, terão que
pagar sempre um preço, cedo ou tardiamente. As entidades de luz orientam os
Magos para que estes realmente sejam Magos, atuando apenas como um veículo de
canalização. As entidades invocadas para
exercer atuação no lugar de um Mago, via de regra, são extremamente
perigosas, pois são os Antigos Kama-Rajas, não evoluídos, também conhecidos por
Daemons, ou ainda seres muito piores, remanescentes da antiga cadeia lunar.
(Assunto visto no texto Rondas Cósmicas e Cadeias Planetárias). Estes são
amplamente utilizados e invocados na Goétia. (Magia Negra).
Um exemplo,
segundo muitos autores versados na Alta Magia, é o de Salomão, Rei de Israel.
Segundo estes autores, o rei era um grande mestre cabalista, de elevadíssima
sabedoria, porém, o contato com inúmeros magos egípcios, fenícios e caldeus, o
fez adentrar nos domínios da magia, e invocou os setenta e dois espíritos da
Goétia. Sobre eles Salomão tinha amplo domínio, em toda sua vida. Nunca Israel
viveu tão esplendorosamente quanto nos dias de seu reinado. Porém, seu reino
não foi confirmado nas gerações procedentes. Seu filho Roboão teve o reino
divido, ficando com apenas duas tribos remanescentes das doze: a tribo de Judá
e Benjamin. As restantes ficaram sob o reinado do grande inimigo de Salomão, Jeroboão,
o qual fez guerra à Judá todos os dias de seu domínio.
Sempre há um
preço para aqueles que deixam de recorrer ao poder intrínseco da centelha
divina e recorrem aos espíritos. "O verdadeiro dom de um Mago está no
Espírito e não nós espíritos" — Já dizia um antigo hermetista.
—Mas como
iniciar a dinamização da vontade humana para que possa ser aplicada de maneira
eficaz sobre as forças vivas e sutis da natureza?
Os grandes
mestres brâmanes chamam este poder de Kriyashakti, terminologia sânscrita
proveniente das palavras "Kriya", que significa esforço; e da palavra
"Shakti", que se traduz em poder divino. Sobre a qual está exposto a
seguir.
7. A PLASMAÇÃO NA LUZ ASTRAL.
“Os antigos afirmavam
que qualquer ideia será manifestada exteriormente se nossa atenção estiver
profundamente concentrada nela. Do mesmo modo uma vontade intensa será seguida
do resultado desejado". (Helena Petrovna Blavatsky).
Toda e qualquer ideia é passível de
manifestação futura, podendo elas ser
benéficas ou maléficas.
Tanto a insegurança
quanto o medo, poderá se realizar no plano físico aquilo que seu pensamento
deixou impresso no plano astral. O
tempo de sua realização será diretamente proporcional à intensidade de seu pensamento. A vontade é
o direcionamento daquilo que se deseja que se realize.
Vejamos um
exemplo do poder que existe naquilo que se acredita.
Um
hipnotizador, durante uma demonstração, exerceu sua sugestão sobre uma pessoa
passível de ser hipnotizada, e deu-lhe uma cebola como se fosse uma maçã, a
qual foi deliciosamente degustada pela pessoa mesmerisada.
Já diziam os
velhos sábios para que vigiássemos os nossos pensamentos porque deles são
plasmadas nossas ideias, e estas se tornarão nossa realidade e nosso próprio
destino.
Na própria
formação do universo a matéria foi formada através da densificação das
energias, plasmadas através das mais remotas sutilezas e ganhando forma
gradualmente, até atingir seu esboço astral e consequentemente a concretização
física.
Tudo se iniciou
no pensamento. O pensamento divino. E tudo pode ser iniciado no nosso próprio
pensamento, pois somos também o resultado do pensamento divino, e temos a
própria divindade intrínseca.
Quando fechamos
nossos olhos abrimos a "Tela Mental", onde nossos pensamentos começam
a ganhar formas visíveis. Aqui está um exercício utilizado nas antigas e
secretas escolas iniciáticas: Fixa-se o pensamento na estrela de cinco pontas,
do Pentagrama, aos poucos começa a imprimir na Tela Mental esta estrela, com o
vértice para cima. Aos poucos ela se torna visível e vai adquirindo cores,
cintilações conforme nosso próprio desejo. Este é o antigo exercício da
plasmação. Da mesma forma que é a nossa Tela Mental, é também a luz astral, e
nela que deveremos atuar para acompanhar a formação astral daquilo que
desejamos.
Vamos um pouco
mais adiantei. Imaginemos uma circunstância que desejamos, seja o crescimento
de uma planta, a realização de um desejo, qualquer obra, cura de uma
determinada doença. Para a determinada circunstância que desejamos deveremos
criar uma figura em nosso pensamento, que simbolize este desejo o qual queremos
que seja realizado. À semelhança da estrela do pentagrama mentalizamos esta
figura e concentramos toda nossa vontade nesta figura. Estaremos criando sua
imagem astral, e, fechando os olhos veremos este símbolo ganhando forma, cada
vez mais. O tempo para que nosso propósito se realize dependerá do esforço e da
fé que temos em sua realização, e poderemos dispor das ancoragens necessárias
para o avivamento deste rudimento de fé, como as orações, os mantras nos quais
depositamos nossas convicções. Tudo irá ganhando forma, poderemos fazer todos
ancoramentos que potencializa nosso subconsciente. Uma vez impressa no Astral,
tornará uma realidade física, cuja cronologia dependerá exclusivamente de nós,
de nossa própria potencialidade, encurtando à medida que meditarmos neste
grande milagre da transformação.
O perfeito
domínio deste poder vem ser o grande segredo dos verdadeiros Magos. Contudo
para que seja alcançado este perfeito domínio poderá demandar tempo, décadas ou
vidas. Os magistas iniciantes poderão potencializar este poder no
"agrupamento". Várias mentes sintonizadas em uma mesma meta
específica fará com que ocorra uma convergência destas forças, e a canalização
terá a amplitude necessária para as mais incríveis realizações. É o que
chamamos de Egrégora, muito comum nos rituais Teúrgicos que dinamizam e
amplificam o poder volitivo individual. A dinamização, a aplicação, a
canalização, o direcionamento, e, portanto, o domínio destas forças vivas da natureza,
é a Alta Magia a qual é acessível a todos aqueles que perseveram na busca da
sabedoria.
Paz e luz.