quinta-feira, 29 de outubro de 2020

A MEDICINA SECRETA.

 


                                                

 

                                                 

       Aquele que inicia o estudo do ocultismo adentra nos domínios da espiritualidade; perscruta as energias sutis e toma consciência de que estas são o sustentáculo de toda matéria densa. As coisas visíveis estão alicerçadas nas invisíveis. Aquele, pois, que possui o controle das energias sutis, certamente terá o domínio de toda natureza densa, assim como o entendimento dos fenômenos físicos.

        O adepto dos arcanos da espiritualidade atua, primeiramente, nos corpos sutis, justamente onde se iniciam as enfermidades, penetrando na causa, para que, posteriormente,  sejam eliminadas as suas consequências no corpo físico. O grande terapeuta segue este caminho, visualizando muito além da aparente concretude material.

 

        Nos primórdios da humanidade, desde a formação dos primeiros clãs, os xamãs exerciam o papel de médico em seus círculos tribais, e esta era uma função intimamente ligada à de líderes espirituais, pois, em seus conhecimentos empíricos, concebiam as doenças como manifestação física de desordens espirituais. E não estavam errados. As doenças advém do desequilíbrio energético, iniciando-se na dimensão astral.

 

        Nas primeiras civilizações, formadas no vale do Indo e do Ganges, já era conhecido o Prâna,  associado ao ar, e, conseguintemente, à respiração. Sendo que, até os dias de hoje, a medicina tradicional hindu, enfatiza o controle do Prâna — Pranayama — tanto para a manutenção da saúde física, quanto na recuperação, sem jamais dissociar-se dos objetivos espirituais desta prática respiratória.

 

        Embora desconhecidos pela maioria das pessoas, os elementos, associados nos vértices do Pentagrama, traduzem a chave de toda terapêutica essencial. No elemento ar, conforme referência anterior, está a energia prânica. O hábito de manter sempre uma respiração profunda, associada aos exercícios respiratórios diversos, confere uma perfeita saúde ao indivíduo. E, assim como frisei em textos anteriores, a cada duas horas, temos uma das narinas mais livre que a outra; o exercício do Pranayama acelera esta disposição na alternância da respiração em cada uma das narinas, acelerando o trabalho dos Nadis na energização dos Chakras.

 

        Na terra está a força da energia telúrica, é onde está a fonte do nosso equilíbrio e a sustentação mais densa. A alimentação correta é aquela que se faz utilizando os alimentos que brotam diretamente da terra. As plantas servem tanto para a nutrição quanto para a obtenção dos fármacos. Pisar na terra descalço é também uma terapia, através da qual se descarregam as energias mais densas do corpo da pessoa.

        O fogo é o princípio de toda a vida. A luz é a primeira etapa do sequenciamento vital. Moderadamente os banhos de sol são essenciais na prevenção de diversas enfermidades, promovendo o bem-estar físico e psíquico da pessoa. O calor atua como verdadeiro antídoto às "doenças frias", é restaurador e regenerador do organismo.

        A água é o solvente universal. Literalmente "lava" o organismo, carregando toda toxina internamente presente no físico, se estabelecendo como o melhor remédio para a manutenção das funções renais. Na terapêutica tradicional é a base para todos os tipos de chás como também nos diversos tipos de banhos medicinais.

        No ápice do Pentagrama está o vértice que simboliza o Espírito. A espiritualidade, em sua ação terapêutica, se inicia nos bons pensamentos condicionados através da meditação. O domínio sobre esta energia mental é essencial para o controle volitivo das idéias, possibilitando a harmonia e a paz interior, tão necessárias diante das adversidades do mundo. Somos aquilo que pensamos. Tudo se inicia no pensamento. A mente sã se reflete não só no próprio organismo, mas em toda sua adjacência. Um terapeuta,  dotado de pleno domínio de seus pensamentos, irradia o bem estar àqueles que dele se aproximam. A paz de Espírito é contagiante, fundamental para os caminhos da cura e da restauração.

 

 

 


              ORIGEM DAS DOENÇAS.

 

        Doenças são sempre consequências. Iniciam-se através da desarmonia energética nos campos sutis. Tais energias são suscetíveis ao nosso quadro emocional, pensamentos, sentimentos. O corpo astral pode absorver energias nocivas, venenos energéticos que degradam sua constituição "kamásica", e seus reflexos atingem o corpo físico através do Duplo Etérico, o mediador plástico entre esses dois corpos. Essas energias indesejáveis poderão advir através de inúmeros fatores extrínsecos, porém, estes fatores somente terão afluência ao campo energético do corpo astral se o acesso estiver propício; se a "porta de entrada" for acessível à sua penetração e consequente permanência. Esta propensão à acessibilidade às energias desestabilizadoras está relacionada a um desequilíbrio pré-existente, não deixando de ser, logicamente, efeitos kármicos advindos do Corpo Causal.

        É essencial o conhecimento da Anatomia Oculta no estudo da terapêutica secreta, portanto, vamos fazer uma pequena revisão no que vem a ser o Corpo Causal.

        O Corpo Causal dispõe-se como a "parte divina" de nosso ser, a mônada reencarnante, em contra posição com nosso corpo físico, duplo etérico, astral e corpo mental concreto ou inferior. É formado pelo corpo mental superior ou abstrato (Manas Superior), búdico e átmico; que formam a tríade superior — Esta disposição, como podemos ver, é sétupla.

        Esta tríade superior recebe o nome de "Causal" devido ser ela a "causa" da formação dos outros quatro veículos inferiores. É a permanência do Corpo Causal que determina a sucessão das existências, pois este é o qual permanece entre uma reencarnação e outra, e nele estão resguardadas todas as sementes kármicas resultantes de nossas ações passadas. Desta forma, as perspectivas, ideias e anseios, ligados à materialidade e ao próprio ego, estão vinculando o Ser à existência terrena, gerando o Karma. Seus propósitos engendrarão as futuras condições na encarnação seguinte, determinando as condições que se darão nos renascimentos subsequentes. Todas as condições físicas, mentais e emocionais de uma encarnação presente são a somatória, ou o sequenciamento das condições elaboradas nas vidas pretéritas.

        Como vimos, as condições intrínsecas propensas ao surgimento dos ataques de energias negativas, estão dispostas no Corpo Causal, que se projeta a partir de nossas vidas anteriores amalgamadas de imperfeições.

Tais energias nocivas têm, dessa maneira, acesso à nossa intimidade através de nossa "permissão", em consonância com o conjunto de erros inumeráveis desta e de outras vidas.

 

 

 


          DETERMINAÇÃO DAS DOENÇAS.

 

        Certamente o conhecimento das doenças é de vital importância na terapêutica, pois, através deste, poderemos estabelecer a propedêutica essencial para se chegar ao diagnóstico, e a partir dele o plano de tratamento.

        Conhecendo o dia e o mês do nascimento, poderemos ver a influência planetária do indivíduo, assim como a influência planetária no dia em que os primeiros sinais da enfermidade foram pressentidos pelo paciente.

 

        Tabela da Influência Planetária nos dias do ano:

 

         Janeiro:

         01 a 10 Saturno e capricórnio.

        11 a 20 Saturno e capricórnio

        21 a 31 Saturno e aquário.

 

        Fevereiro:

        01 a 09 Saturno e aquário

        10 a 18 Saturno e aquário

        19 a 28 ou 29 Júpiter e peixes

 

         Março:

        01 a 10 Júpiter e peixes

        11 a 20 Júpiter e peixes

        21 a 31 Marte e áries

 

        Abril:

        01 a 10 Marte e áries

        11 a 20 Marte e áries

        21 a 30 Vênus e touro

 

        Maio:

        01 a 10 Vênus e touro

        11 a 20 Vênus e touro

        21 a 31 Mercúrio e gêmeos

 

        Junho:

        01 a 10 Mercúrio e gêmeos

        11 a 20 Mercúrio e gêmeos

        22 a 02/07 Lua e câncer

 

        Julho:

        03 a 12 Lua e câncer

        11 a 20 Lua e câncer

       23 a 02/08 Sol e leão

 

        Agosto:

        03 a 13 Sol e leão

        14 a 23 Sol e leão

        24 a 02/09 Mercúrio e virgem

 

        Setembro:

        03 a 13 Mercúrio e virgem

      14 a 23 Mercúrio e virgem

      24 a 03/10 Vênus e libra

 

        Outubro:

        04 a 13 Vênus e libra

        14 a 23 Vênus e libra

        24 a 02/11 Marte escorpião

 

        Novembro:

        03 a 12 Marte e escorpião

        13 a 22 Marte e escorpião

        23 a 02/12 Júpiter e sagitário

        13 a 22 Júpiter e sagitário

        23 a 31 Saturno e capricórnio.

 

        Após a determinação da influência planetária evidente, verifica-se os órgãos acometidos pela enfermidade e suas relações com os signos e planetas.

        Segue-se:

 

        Áries: governa a cabeça.

 

        Touro: governa a garganta e pescoço.

 

        Gêmeos: governa pulmões, braços, mãos e dedos.

 

        Câncer: governa estômago e seios.

 

        Leão: governa o coração e porção superior da coluna vertebral.

 

        Virgem: governa os intestinos e sistema nervoso.

 

        Libra: governa os rins e porção inferior da coluna vertebral.

 

        Escorpião: governa o ânus e sistema reprodutor.

 

        Sagitário: governa o fígado e coxas.

 

        Capricórnio: governa os joelhos e estrutura óssea.

 

        Aquário: governa as pernas (abaixo dos joelhos), calcanhares e sistema circulatório.

 

        Peixes: governa o pé e a glândula pineal.

 

        A partir deste quadro poderemos entender os problemas e as tendências.

        Os planetas também governam certas partes do corpo, como veremos a seguir:

 

        Sol: domina o coração, coluna, diafragma, timo e veias.

         Lua: domina o estômago, sistema linfático, sistemas de secreção (suor, saliva, lágrimas) e sistema nervoso simpático.

        Mercúrio: domina as mãos, braços, pulmões, órgãos sensoriais e glândula tireoide.

        Vênus: domina a garganta, pescoço, rins, pés e seios.

        Marte: domina os órgãos sexuais, glândulas suprarrenais e glóbulos vermelhos.

        Júpiter: domina o fígado, a vesícula, lobo posterior da pituitária e coxas.

        Saturno: domina o baço, sistema esquelético, pele , parte inferior da perna a partir dos joelhos, tornozelo e lobo inferior da glândula pituitária.

 

 

 

 


        A partir dos dados assomados nestas indicações pode-se obter os indícios do diagnóstico que, no entanto, precisará de mais informações complementares.

        Veremos agora as relações do rosto com o restante do organismo. Para estabelecer esta relação deverá dividir o rosto em três segmentos:  Do topo da cabeça até o limite inferior dos olhos; do limite inferior dos olhos até a base do nariz; da base do nariz até o queixo.

        A seção inferior, que vai abaixo da asa do nariz, abrange as regiões da maçã do rosto (zigomática), a boca e o queixo; e indica as enfermidades que têm suas manifestações físicas, ou seja, se este segmento estiver em desarmonia com as demais seções superiores, poderemos concluir que a moléstia é de ordem física. Observando a língua, poderemos observar se está esbranquiçada, sugerindo a presença de distúrbios gástricos ou intestinais. Se estampar cor amarelada atenta para problemas de fígado ou vesícula. A língua pálida é indicativa de anemia. A língua com fissuras dorsais indica a probabilidade de candidíase em associação direta à baixa de resistência, podendo indicar também severa carência nutricional. Lábios arroxeados indicam cardiopatias, amarelados, doenças hepáticas.

        A porção média da face compreende o arco zigomático (as maçãs do rosto) e o nariz, neste segmento poderemos detectar as doenças de manifestação astral propriamente dito, ou aquelas que se refletem no corpo físico a partir das manifestações astrais. As maçãs do rosto e a parte superior das bochechas externam o funcionamento dos pulmões e brônquios. Excesso de espinhas nesta região pode ser o indício de problemas respiratórios. Vermelhidão nesta área de expandindo por todo o rosto pode ser o indicativo de problemas cardíacos, assim como estados febris. Na parte inferior da bochecha, excesso de espinhas é o indicativo de propensão às formações de lesões cariosas nos elementos dentais.

         Esta parte da face expressa perturbações no centro vital e motor do organismo, algumas características que se pronunciam nítida e visivelmente, são indicadores destas desordens.

        A porção superior da face, via de regra, expõe o estado mental do indivíduo. O estado de demência se expressa através do olhar "esbugalhado", fixo, denotando agressividade, com movimentação irregular das pálpebras, sem piscar, ou piscando demasiadamente. Acima frisei "via de regra" justamente porque os olhos não exprimem apenas anormalidades no campo mental. Podem também explicitar problemas físicos, pois os olhos, cuja esclera apresenta icterícia (tonalidade amarela), é um forte indicativo de problema hepático. Os olhos nos falam de anemia, através da palidez sob a pálpebra, também se estiverem vermelhos podem ser sugestivos de hipertensão arterial ou infecções.

        A proeminência da fronte reflete um elevado potencial de inteligência no indivíduo, e, conforme esta se inclina para trás, poderá ser um indicador de menor capacidade cognitiva. O idiotismo é expresso por uma forte inclinação posterior da fronte.

        Nas radiografias cefalométricas é possível mensurar perfeitamente esta inclinação, a partir de uma reta sobre a borda do osso frontal.

 

        Nos casos de explícitas alterações no quadro psíquico, poderemos facilmente pressentir a forte presença de forças astrais exacerbando ainda mais o alterado aspecto comportamento do indivíduo. E este sentirá sua vitalidade drenada através do Chakra Manipura. Nesses casos a intervenção deverá ser executada no campo da Teurgia, tratamento espiritual com base nas canalizações energéticas.

        Seguindo o mesmo contexto, é preciso frisar a existência de distúrbios advindos conjuntamente de herança genética e influências astrais, como nos casos do "distúrbio da mente dividida". Pois, além dos problemas da mente, propriamente dita, ocorre o agravamento pelas influências espirituais. Neste caso específico, há o total rompimento da "Tela Búdica" (muito conhecida pelos estudantes do esoterismo), a malha magnética que se situa entre o corpo astral e o duplo etérico, que se configura como um filtro de energias entre o plano astral e o plano físico. Esta, uma vez rompida, favorece o pleno intercâmbio de energias entre os dois planos. Por esta razão, pessoas portadoras destes distúrbios, ouvem vozes e veem seres, adentrando em um panorama muito mais sombrio no qual seus pensamentos se distorcem progressivamente, mergulhando-nos em um mundo alheio à realidade aparente. É importante salientar que este quadro não é exclusivo de portadores de doenças cerebrais crônicas. Há um segundo caso de  pessoas que fazem uso da mediunidade sem uma base moral e sem a experiência de um preparo prévio, acaba perdendo o controle, tornando-se uma "porta aberta" entre os dois mundos, rompendo a Tela Búdica, e, progressivamente levado à loucura, que pode se manifestar sob inúmeros aspectos.

        No primeiro caso o tratamento, além do convencional, deverá ser feito dentro do âmbito espiritual, incluindo as magnetizações, para o fechamento desta malha magnética, além do expurgo das entidades astrais aderidas ao duplo etérico da pessoa. Este trabalho conjunto rapidamente melhora o estado comportamental da pessoa, a qual deverá sempre se resguardar dessas influências, pois o portador deste problema é como o médium despreparado do segundo caso.

 

 

 

 


        Doenças e suas correspondências planetárias:

 

        Sol: espasmos, arritmias, estenose mitral, depressão, obstruções, inflamações, hipertensão, febres e hemorragias.

 

        Mercúrio: tensão emocional, resfriados, bronquites, afecções pulmonares, problemas respiratórios, tuberculose, sinusites, diarreias, insônias e inquietações.

 

        Lua: Distúrbios endócrinos, desordens no sistema reprodutor, psicoses, retenção de líquidos, epilepsia, dispepsia e obesidade.

 

        Vênus: doenças de pele, lúpus, doença venérea, diabete, gota e distúrbios no pâncreas.

 

        Marte: acidentes, infecções, abcessos, febres eruptivas, hemorroidas, sangramentos, fístulas, úlcera estomacal, angina de peito, lesões na coluna, ciático, reumatismo e fraturas.

 

        Júpiter: impurezas no sangue, adiposidades, problemas circulatórios, apoplexia, problemas de útero e prostáticos, hipertrofia de fígado e coração, obesidade visceral.

 

        Saturno: calcificações, lepra, surdez, sinusite, saturnismo, osteomielite, tuberculose vertebral, cálculos renais, cáries, esquizofrenia, impotência, tumores mórbidos, angústias, retardamento metabólico e nevralgias.

 

        Seria impossível catalogar todas as doenças e agrupá-las a cada planeta de sua correspondência, mas segundo velhos terapeutas deveremos seguir as características de cada enquadramento. Por exemplo: ruptura de vasos; se observarmos, em Marte, há "sangramento", desta forma saberemos que sua correspondência é Marte.

 

 

 

 


          OS QUATRO TIPOS DE TEMPERAMENTOS HUMANOS.

 

        Hipócrates, considerado o Pai da Medicina, há cerca de 400 anos A.C., definiu os quatro tipos de temperamentos de humor: o sanguíneo, o fleumático, o colérico e o melancólico. (Baseado na teoria de Hipócrates, Galeno desenvolveu sua célebre monografia "De Temperamentis").

 

        1. O Sanguíneo é o indivíduo expansivo, que interage e se expressa de maneira espontânea. Assim como possui pontos positivos, a saber, o entusiasmo, a facilidade de adaptação e comunicação, possui também seus pontos negativos, como a desatenção, a impulsividade e o imediatismo.

        É atlético e vigoroso. Seu humor predominante é o sangue e seu elemento é o ar — quente e úmido.

        O sanguíneo, também conhecido como Ativo, apresenta predisposições para toda espécie de congestão, seja ela hepática, sanguínea, cerebral ou pulmonar.

 

        2. O Fleumático é o dócil, pacífico, idealista, absorto em suas introspecções. São aqueles que prezam o silêncio e sabem, naturalmente, manter o autocontrole através de sua inata ponderação. Desta forma, seus pontos positivos são o equilíbrio, o comedimento, em oposição aos seus pontos negativos, os quais vêm ser o fato da peculiar indecisão, a morosidade, e, acima de tudo, conservadores, sempre insensíveis às novas ideias e contrários às mudanças. São, pois,  cronicamente cansados e lentos. Possuem excesso de fleuma.

        São também conhecidos pela designação de "instintivos", geralmente com tendências à obesidade, ao acúmulo de gordura, e, consequentemente, passivos dos males que advém desta predisposição. Seu elemento é a água — fria e úmida.

 

        3. O Colérico é aquele com ar de dominador, ávido e explosivo. Possuem muita energia, e a partir desta característica, são estrategistas e determinados. Seu ponto forte reside justamente nesta determinação, na capacidade de exercer liderança e assumir riscos. Seu ponto fraco vem ser um dos piores defeitos do gênero humano, que é o excesso de egocentrismo. São intolerantes, impacientes e agressivos. Seu elemento é o fogo — quente e seco.

        São facilmente irritáveis. Têm a predominância da bile amarela, por isso são também cognominados como Biliosos. Possuem a circulação rápida, e suas mais frequentes enfermidades advém desta rapidez circulatória, como a hipertensão arterial e predisposições para acidentes vasculares cerebrais, assim como problemas cardiovasculares. Possuem também problemas de ordem digestiva.

 

        4. O Melancólico é aquele tipicamente eivado de retração. Por isso é, via de regra, triste e solitário. Sua sensibilidade é francamente notável. Possuem dificuldade de exteriorizarem seus sentimentos, devido à típica introversão.

        Seu ponto forte, logicamente, é a sensibilidade, por esta razão possuem aptidão para as artes e a dedicação em suas tarefas rotineiras. São extremamente leais aos seus princípios e às pessoas de sua adjacência. Seus pontos negativos são o pessimismo e sua retração, causa de seu isolamento, fazendo com que sejam reclusos em seu mundo interior. Possuem maior tendência a problemas depressivos que todos os demais. Têm excesso de bile negra. Seu elemento é a terra — fria e seca.

 

        É certo afirmar que a grande maioria das pessoas não pertence totalmente a nenhum destes temperamentos, mas são uma mistura entre os tais, com a predominância de algum destes quatro elementos da classificação. Sem contar que existem pessoas portadoras de certos transtornos, cujo temperamento predominante cede bruscamente à presença de outro temperamento, as vezes diametralmente oposto àquele preponderante, externando o quadro patológico da bipolaridade.

        Cada elemento predominante indica um determinado tipo de metabolismo. Cada temperamento possui suas necessidades peculiares e seus meios de adquirir o domínio próprio.

        O excesso do elemento fogo indica a propensão  para doenças agudas, as febres elevadas e também os acidentes.

        O excesso de água leva à tendência da formação de edemas, inchaços, problemas de fadiga e formação de muco.

        O excesso do elemento ar indica problemas de origem nervosa e respiratórios.

        O excesso do elemento terra predispõe a formação de problemas crônicos assim como os degenerativos.

        Por estas predisposições eminentes terapeutas consideravam os próprios temperamentos como "doenças". O que, na verdade, seriam predisposições às enfermidades. O ideal seria o equilíbrio asseverando as qualidades existentes em cada um deles.

        O equilíbrio é o propósito essencial das leis universais. O homem perfeitamente equilibrado é possuidor das qualidades presentes nestes quatro temperamentos, isento, porém, dos defeitos inerentes a cada um deles — aqui está o propósito do dinamismo evolutivo.

        A divisão quaternária dos temperamentos é a mais simples e mais prática forma de análise, pois faz correspondência com os quatro elementos assim como também o quaternário presente nos signos do zodíaco.

 

 

 

 

 


 

 

               AS PLANTAS E SUAS CORRESPONDÊNCIAS PLANETÁRIAS.

 

        Plantas de Lua:

        Possuem aspecto bizarro; insípidas (quando produzem frutos) e inodoras. Geralmente higrófilas, isto é, nascem próximas às águas. Possuem folhas avantajadas, leitosas e abundantes; suas flores possuem matizes claras.

 

        Principais plantas lunares: abobrinha, alface, agrião, aveia, bananeira, beldroega, couve, chapéu de couro, dente de leão, heléboro branco, jasmim, lentilha branca, lírio branco, lunária, maracujá, margarida, melancia, mastruz, nenúfar, pepino, rosa branca, tília, trevo, violeta amarela.

 

        Utilizadas no tratamento das doenças causadas  pela Lua, Saturno e Vênus.

 

        Plantas de Mercúrio:

        Possuem sabor adstringente, sem frutos visíveis, folhas pequenas e de múltiplas cores, de odor penetrante. São plantas sinuosas e ondulantes, de tamanho médio.

 

        As principais plantas de Mercúrio são: aipo, alcaçuz, amoreira, aveleira, avenca, cenoura, chicória, coralina, endro, erva-gato, escabiosa, funcho, hera, junquilho, pé de lebre, salsaparrilha, valeriana e vime.

 

        As plantas de Mercúrio são utilizadas para tratamento das doenças relativas a mercúrio e Júpiter.

 

        Plantas de Vênus:

        São pequenas as plantas governadas pelo planeta Vênus. As folhas são geralmente grandes e de tonalidade rósea, de aroma agradável. Os frutos costumam ser doces e repletos de sementes. As plantas de Vênus, como característica essencial, são afrodisíacas.

 

        As plantas governadas pelo planeta Vênus são: acelga, álamo, arenária rubra, athanásia, azevinho, ameixeira, bardana, borragem, castanheira, centeio, consolda real, dedaleira, favas, genciana, gerânio, groselha, hortelã, jacinto, malva, malvisco, mil-folhas, morango, mirto, narciso, pereira, poejo, primavera, sabugueiro, saponária, sarça, tomilho, trigo, tussilagem, verbena, violeta, visco de carvalho, zimbro.

 

        Estas plantas são utilizadas contra as enfermidades correspondentes a Vênus e Marte.

 

        Plantas do Sol:

 

        As plantas do Sol possuem aroma agradável, suas flores tendem ao amarelo e seus ramos voltam-se para o Sol em suas posição no período das manhãs. Tais plantas, em alguns exemplares, trazem a figura do Sol em suas flores.

 

        As plantas do Sol são: açafrão, alcaravia, alecrim, amendoeira, angélica, arnica, arruda, artemísia, camomila, canela, calidônia, capim cidreira, cevada, erva cidreira, erva de São João, freixo, laranjeira, loureiro, nogueira, oliveira, rinchão, rosmaninho, sândalo vermelho, sene, tanchagem, tormentila e videira.

 

        As Plantas de Marte:

        São nitidamente eivadas de acidez, com sabor do amargo ao picante. São de tamanho tendendo ao pequeno, geralmente repleta de espinhos, com flores pequena e vermelhas. Muitas destas plantas são venenosas.

 

        São elas: alcachofra, alho porró, aloés (babosa), beladona, briônia, buxo, cardo-bento, cebola, cebolinha, coentro, garança, imperatória, losna, lúpulo, madressilva, manjericão, mostarda, urtiga, persicária, rábano, rabão, ruibarbo, tabaco, tojo, verônica, vulnerária.

 

        São utilizadas no tratamento das enfermidades geradas por Marte, Vênus e Saturno.

 

        Plantas de Júpiter:

        Assim como o próprio planeta, as plantas de Júpiter tendem a ser grandes, com folhas de aparência agradável em tonalidades que variam do branco ao amarelo claro. Os frutos são saborosos e geralmente abundantes, em correspondência com este planeta benéfico, costumam ser doces em sua grande maioria.

 

        Principais plantas de Júpiter: agrimônia, aspargo, bálsamo, betônica, borragem, buglossa, carvalho, cocheleária, colchico, dente de leão, erva-doce, figueira, goivo, heléboro branco, hissopo, labaça, limoeiro, linho, marmeleiro, mirra, olmo, orelha de burro, pontetilha, pulmonária, quinquefólio, romeiro, rosa vermelha, saião, salva oficial, sempre-noiva, uva espim, verbasco branco, zaragatoa.

 

        São aplicadas no combate às enfermidades de Júpiter e também da Lua e de Mercúrio.

 

        Plantas de Saturno:

        São geralmente avantajadas e de aspecto sombrio. Suas flores possuem matizes escuros, são amargos e com odor contagiante.

 

        As plantas de Saturno são: abrunheiro, acônito, acelga vermelha, amaranto, amor-perfeito, bistorta, bolsa de pastor, cardo silvestre, chapéu de bispo, cânhamo, cavalinha, centáurea, centeio, cevada, cicuta, cominho, choupo, cipreste escolopendra, estramônio, faia, feto macho, fumária, heléboro negro, hieráceo (também conhecida como alface brava), íris fétida, jácea, junco, linária, rosa-solis, salsa, samambaia, selo de Salomão, serpentária, serpentina, sorveira, tamarineira, úsnea.

 

        Utilizadas contra as doenças saturninas, solares e de Vênus.

 

 

 

 


        INFLUÊNCIA PLANETÁRIA.

 

        Todos os planetas exercem suas influências sobre o reino vegetal, e imprime nele sua característica particular e essencial. O Sol exerce muito mais acentuada influência sobre as plantas e a Lua em segundo lugar. O zodíaco é dividido em quatro partes, cada uma delas com três signos e estes com seus elementos correspondentes.

        A influência dos planetas sobre as plantas se dá da seguinte forma:

        — Raiz sofre a influência de Saturno.

        — Tronco sofre a influência de Marte.

        — Folhas sofrem a influência da Lua.

        — Flores sofrem a influência de Vênus.

        — Frutos sofrem a Influência de Júpiter.

        — Sementes sofrem a influência de Mercúrio.

        O Sol, como mencionado anteriormente, exerce influência sobre todas as partes das plantas, pois é a própria fonte de luz e vida.

        A Lua, apesar de exercer exclusiva influência sobre as folhas das plantas, conforme vai passando pelos caminhos do zodíaco, irradia seu magnetismo ao solo, atingindo as partes do vegetal, como descrito abaixo:

        — Exerce sua força sobre as raízes quando passa pelos signos da terra.

        — Exerce sua força sobre as folhas e sobre o caule quando passa pelos signos da água.

        — Exerce sua força sobre as flores quando passa pelos signos do ar.

        — Exerce sua força sobre os frutos e sementes quando passa pelos signos do fogo.

        As fases da Lua influem nos aspectos vitais das plantas, infundindo a sua luminosidade na terra, evidenciando a dinâmica da germinação das sementes. Assim os vegetais que recebem mais intensa luminosidade da lua, na fase inicial de sua vida, brotam mais rapidamente.

        Vejamos:

        — Lua Nova: Excelente para a poda, para a colheita das raízes e tubérculos melhores, assim como o preparo da terra para o plantio.

        — Lua Crescente: Ótimo para a semear, para a colheita dos frutos e outras partes comestíveis da planta, como as folhas, flores e caule.

        — Lua Cheia: Não é propícia para a poda, pois os ramos crescerão mais rapidamente. Nesta lua não se deve exercer trabalho algum nas plantas.

        —Lua Minguante: Boa para a colheita e o armazenamento de grãos.

 

 

 

 

          O CÁLCULO DAS HORAS PLANETÁRIAS.

 

        A planta de cada planeta deverá ser colhida, preferencialmente, no dia do planeta de sua correspondência, assim como também na hora deste planeta. Se, porém, a contingência determinar que não seja possível esperar pelo dia da semana de seu planeta correspondente, deverá se fazer na hora desta correspondência, pois isto irá conferir muito maior potencialização nos efeitos desejáveis desta planta. Nada é por acaso. Todas as coisas possuem uma razão de ser determinada pelo universo e seu encadeamento.

        — Os dias de cada planeta:

        Domingo é presidido pelo Sol.

        Segunda feira é presidida pela Lua.

        Terça feira é presidida pelo planeta Marte.

        Quarta feira é presidida por Mercúrio.

        Quinta feira é presidida por Júpiter.

        Sexta feira é presidida por Vênus.

        Sábado é presidido por Saturno.

 


        Para calcular a hora planetária do dia deveremos saber a hora na qual o Sol nasce, e também a hora na qual ele se põe.

        Desse a hora que o Sol nasce até o momento do seu ocaso, somaremos os seus minutos e dividiremos esse número por 12. Teremos, dessa forma, os minutos de cada hora, e definiremos o planeta de cada hora, cuja hora inicial caberá ao planeta regente deste dia.

        Vejamos um exemplo:

        Em um dia de domingo, cujo regente é o Sol, o seu despontar foi às 06:00 horas e seu ocaso às 20:00 horas. Teremos um total de 14 horas, que multiplicado por 60, dará um total de 840 minutos; estes divididos por 12, teremos cada hora  valendo 70 minutos. A primeira hora será o Sol, conforme citado anteriormente, e seguirá uma sequência, chamada de Sequência Caldéia, como se segue:

        1. Sol – 2. Vênus – 3. Mercúrio – 4. Lua – 5. Saturno – 6. Júpiter — 7. Marte.

        Para calcular as horas noturnas deve subtrair os 70 minutos da hora diurna de 120 minutos, que correspondem a duas horas comuns, que conforme o exemplo anterior, será de 50 minutos cada hora noturna, assim distribuiremos na sequência de 12.

        Voltemos ao exemplo;

        1. Sol 2. Vênus 3. Mercúrio 4. Lua 5. Saturno 6. Júpiter 7. Marte 8. Sol 9. Vênus 10.    Mercúrio 11. Lua 12. Saturno.

        Terminadas as horas do dia inicia-se as horas da noite seguindo a sequência;

        1. Júpiter 2. Marte 3. Sol 4. Vênus 5. Mercúrio 6. Lua 7. Saturno 8. Júpiter 9. Marte 10. Sol 11. Vênus 12. Mercúrio.

 

 

 

 


          A TERAPÊUTICA.

 

          A ciência que divide a terapêutica oculta é normalmente subdividida em três partes: Aquela que é dirigida ao corpo físico, a medicina do astral e a medicina psíquica.

        Sabemos que todas as doenças se originam nos planos sutis, porém suas Manifestações surgirão em um destes três aspectos.

 

        1. A Medicina do Físico.

 

        A alopatia é a medicina dos contrários, dada pela ação das substâncias materiais em doses elevadas. Os hermetistas, em sua terapêutica, preconizam a fitoterapia com plantas colhidas em horas e dias escolhidos de acordo com cada uma das influências planetárias, as quais poderão ser empregadas nas seguintes formas: 

        *chás.  

        *ingestão, que poderá ser na forma natural, sucos, saladas, sopas, xaropes.

        *Tinturas.

        *Pós.

        *Banhos.

        *Cataplasmas. (Pomadas)

        *Gargarejos.

        *Inalações.

        *Lavagens.

        *Unguentos.

        *Azeites.

 

 

 


        Os Chás:

        1. Tisana — Após ferver a água, introduza a erva. Tampa o canecão e deixa ferver por mais alguns minutos. Desliga o fogo e deixa repousar até que possa ser tomado. Coa e estará pronto para consumir. Na forma de tisana, alguns autores preconizam para ervas inteiras, com folhas, talos e raízes.

 

        2. Infusão: Ferve a água e despeja sobre as ervas em uma vasilha, deixa tampado por um período aproximado de 20 minutos. Em infusão o ideal é com folhas ou talos/raízes picados.

 

        3. Decocção: Com plantas em uma vasilha, coloca-se água fria por cima e coloca no cozimento de 15 a 30 minutos. Vegetais mais duros e firmes serão 30 minutos. Desliga o fogo e tampa por metade do tempo do cozimento. A decocção é ideal para cascas e talos.

 

        4. Maceração: Deixam-se os vegetais em água fria de 12 a 24 horas. Partes mais dura deverão ficar 24 horas. Neste modo de preparo são mais bem preservados os sais e as vitaminas essenciais da erva. Por isso considerado o mais vantajoso. O único inconveniente é o tempo excessivo.

 

        Cataplasmas:

        Podem ser feitos na forma de ervas frescas sobre o local, diretamente na lesão. Também poderão ser feitos com ervas secas em saquinhos, frios ou quentes colocados sobre as partes doloridas. Poderão também ser feitos na forma de pastas, com plantas socadas em pilão; podendo ser colocada diretamente ou entre dois pedaços de pano permeáveis. No caso de ervas secas, poderão ser umedecidas em água quente. No caso de compressas faz-se o chá em dose forte, no qual mergulha o pano, torce este e aplica sobre o local desejado.

 

        Gargarejos: Deve ser feito, preferencialmente na forma de decocção.

 

        Inalações: Em uma vasilha a ferver, após levantar a fumaça, aspirar através de um funil de cartolina. O importante é manter resguardo de 12 horas após efetuar este procedimento.

 

        Lavagens: Coa-se muito bem o chá e introduz nas partes com o irrigador.

 

        Unguentos: Trituram-se as ervas dentro de um pilão. O suco obtido deve ser misturado com gordura de coco ou manteiga. Pode aquecer no fogo para melhor fluidificar.

 

 

 


        A Tintura:

 

        É um extrato no qual são extraídos os princípios ativos da planta através do álcool. O álcool pode ser na forma de álcool de cereais, ou demais bebidas alcoólicas cujo teor é elevado, como a cachaça e a tequila, desse que sejam incolores, pois os componentes, que tornam o teor amarelado, poderão interferir no resultado final do trabalho.

        Poderão ser utilizadas ervas frescas ou secas. As secas como são desidratadas, possuem seus componentes em muito maior concentração, por isso utiliza-se apenas 10% de proporção para 1 litro de álcool, ou seja, 100 g para 1 litro de álcool, diferentemente das plantas frescas que, proporcionalmente serão de 25% ou 250 g para 1 litro de álcool.

        Em um recipiente de vidro é colocada a erva e sobre esta o álcool, cobrindo-a totalmente, devendo chegar o nível à boca do frasco, evitando que permaneça ar dentro da mistura. Deverá ser bem vedado o recipiente e guardado em local escuro por cerca de 20 dias, em meio aos quais o frasco deverá ser fortemente agitado duas vezes ao dia. No final do processo, o álcool deverá absorver a cor da planta. Terminado este período, a tintura deverá ser guardada em um recipiente cor de âmbar.

        Tinturas são extratos de elevada concentração, por isso deverão ser bem diluídos para sua utilização, de acordo com cada caso específico, normalmente 5 ml por um copo d'água, tanto para ingestão, quanto para aplicação.

 

        2. A Medicina do Astral.

 

        As doenças, cujas manifestações se dão no corpo astral, são apercebidas fisicamente através da escassez de vitalidade, sobretudo com aparente distúrbio de ordem nervosa.

        É preciso frisar que, apesar das doenças terem origem astral, elas tendem a manifestar no corpo físico. Há manifestações físicas sempre a partir do plano astral, assim como as manifestações astrais propriamente ditas, e estas, ainda que sejam manifestadas neste plano mais sutil, também têm reflexos no corpo físico. Através de um minucioso estudo dos sinais, o terapeuta irá constatar se a doença é uma manifestação física, ou um reflexo físico de uma manifestação astral.  (Há também as doenças de origem no Plano Mental — O Manas, que veremos mais adiante).

        Nas enfermidades de manifestações astrais o tratamento o tratamento dá através da ministração de substâncias energéticas, carregadas por uma diminuta quantidade de matéria física, com a ação terapêutica dos "semelhantes" — "similia similibus curantur": os semelhantes curam-se pelos semelhantes, a Lei da Similitude — o princípio da medicina homeopática, ideal na aplicação sobre o mundo energético. Pois, tais medicamentos são carregados da própria força astral, além dos limites subatômicos. Como já frisamos anteriormente, as manifestações físicas das doenças têm sua origem no astral, e por esta razão, os princípios homeopáticos poderão também ser utilizados no tratamento das manifestações físicas, atuando diretamente nos campos energéticos — astral.

        Nas quantidades insignificantes de matéria, carregadas de intensa energia, está a eficiência do tratamento no órgão astral, pois esta energia restaura o equilíbrio energético dinamizando o fluxo das correntes astrais, suprimindo todos os bloqueios.

        A medicação homeopática é obtida através de substâncias, em sua maioria, extraídas do reino vegetal. Tais substâncias sofrem um processo de manipulação e diluição para que se chegue às pequenas doses do princípio ativo.

        A partir de sua manifestação no mundo energético, as doenças astrais podem irradiar para o campo energético mental do ser humano, ocorrendo a manifestação no plano mental. A Medicina Secreta trabalha a anatomia oculta, isto é, os campos além do físico, onde a medicina tradicional trabalha exclusivamente.

        A anatomia oculta é sétupla, definindo os sete corpos ou os sete veículos de expressão do Jivatman, e estes veículos derivam do aspecto trino: corpo astral, físico e Espírito — o enxofre, o sal e o mercúrio, da alquimia espiritual.

 

        4. A Medicina Psíquica:

 

        O Manas é o ente psíquico. Na Anatomia Oculta há o Manas Inferior, ou Corpo Mental Concreto, e o Manas Superior, ou Corpo Mental Abstrato. Ambos são os corpos mentais.

        Fazendo uma rápida revisão da Anatomia Oculta, temos:

        1. Corpo físico denso.

        2. Duplo etérico, onde se localizam os sete Chakras: Muladhara, Swadhistana, Manipura, Anahata, Vishuda, Ajnã e Sahashara. (No corpo astral também há os mesmos Chakras, porém de energia astral).

        3. Corpo Astral.

        4. Corpo Mental Concreto, ou Manas Inferior.

        5. Corpo Mental Abstrato, ou Manas Superior.

        6. Búdico.

        7. Átmico.

        Na divisão trina, teremos o Corpo, formado pelo corpo físico e duplo etérico; a chamada Alma, formada pelo Corpo Astral e Manas Inferior; e o Espírito, formado pelo Manas Superior, Búdico e Átmico. O Corpo Causal é o Espírito nesta tríade superior.

        O Manas Inferior, pois, é a mente que está sujeira a distúrbios no campo das ideias. E a terapêutica deve consistir no direcionamento de energias, correspondentes a este plano, para efetivar a harmonização dos fluxos energéticos necessários ao restabelecimento da normalidade. Assim, temos três maneiras de restabelecer o equilíbrio da mente, a primeira delas consiste na "sugestão", assim como o "magnetismo" e o "hipnotismo".

         a) Sugestões: É a prática de sugestionar o paciente com ideias positivas contrárias às quais se fizeram geradoras dos distúrbios. Tais ideias positivas, através da ação no subconsciente, promovem uma restruturação da harmonia, minimizando, e até mesmo, eliminando o desequilíbrio presente na pessoa.

        As doenças psíquicas são condições de anormalidade mental que interferem também na capacidade cognitiva, que pode ocasionar reações no sistema imunológico, levando o acometimento patológico de outras áreas do organismo, produzindo a adição de inúmeras comorbidades. Isto sem contar o severo comprometimento da vida social do indivíduo, prejudicando também sua vida profissional. As anormalidades mais comuns são os transtornos de bipolaridade, transtornos obsessivos da compulsão, distúrbios da ansiedade, esquizofrenia, somatizações, e mais uma gama enorme de outros transtornos exacerbados também pelo ritmo frenético da vida moderna. As exacerbações, entretanto, costumam fugir do âmbito físico de manifestação; uma simples condição de irritabilidade constante, acaba gerando o que denominamos no esoterismo como "larvas astrais" e também as "forma-pensamento", que são formas astrais criadas através da própria vitalidade do indivíduo, engendradas, muitas vezes, a partir de uma ideia fixa. Estas "entidades artificiais" se acoplam no corpo astral da pessoa, fazendo com que esta se distancie cada vez mais da realidade, culminando em muitos casos com a demência. Tanto as larvas astrais quanto às formas-pensamento também são produzidas pela Goétia, para que sejam fixadas em uma "pessoa alvo", levando esta também à loucura. Existe, portanto, distúrbios comportamentais advindos de trabalhos espirituais da negatividade.

 

        b) O Magnetismo: também chamado de terapia magnética, ou magneto terapia. É o processo através do qual se utiliza dos fluídos energéticos inerentes ao próprio homem, restituindo o fluído vital no organismo afetado. Aflui, portanto, as energias para a regeneração dos padrões energéticos do indivíduo.

 

        c) A Hipnose:

        É o tratamento por indução que envolve vários processos pelos quais uma pessoa, dotada de grande poder volitivo, exerce influência sobre a outra, e esta, por sua vez, entra em um estado semelhante ao de êxtase, e, justamente em tal situação, o terapeuta entra em íntimo contato com seu subconsciente, fazendo com que possam ser quebrados padrões nocivos e limitadores que afetam seu aspecto cognitivo, melhorando, por conseguinte, seu comportamento, normalizando a concatenação e o fluir das idéias.

 

 

 

 


        A Medicina Hermética.

 

        É a sintetização de todas as três terapias anteriores.

        Conforme os ensinamentos de Paracelso, as causas externas que podem produzir o surgimento das moléstias são cinco. Contudo, conforme menções anteriores, todas as doenças se iniciam no plano energético. (não apenas doenças, mas todas as coisas visíveis têm origem nos planos invisíveis, até mesmo uma obra de construção, que, antes de ser disposta na planta, já existia na mente do seu construtor). Todas as manifestações físicas possuem princípios energéticos que precedem sua formação. Tais princípios atuam sobre as energias sutis, as quais uma vez desestabilizadas induzem o surgimento das manifestações físicas.

        1. Princípio Astral: São as influências existentes neste plano sutil de existência.

        2. Princípio Venenoso: Todas as influências externas contrárias à normalidade da constituição etérea do indivíduo.

        3. Princípio Natural: É o princípio que é atrelado à genética do indivíduo em seu encadeamento hereditário.

        4. Princípio Espiritual: É aquele onde se estabelece uma enfermidade através da negatividade dos pensamentos e ideias. Iniciam-se com as doenças psíquicas.

        5. Princípio Divino: Talvez este título não seja bem adequado, porém foi estabelecido pelo grande alquimista há muitos séculos. Compreende as reações às ações efetuadas pelo indivíduo na "Roda do Samsara", no ciclo de suas encarnações, induzindo a formação das enfermidades kármicas.

        Todas estas cinco causas promovem a manifestação das doenças, as quais, como referimos, têm a sua origem na desarmonia energética, dentro do contexto da alquimia, poderemos dizer que surgem a partir do desequilíbrio dos três princípios fundamentais: mercúrio, enxofre e sal, respectivamente, Espírito, alma e corpo. Quando os dois princípios opostos se confluem, o mercúrio e o enxofre, teremos o corpo como resultante, que é o sal, este que neutraliza ambos os princípios para sua manifestação no mundo material. O enxofre é o fogo primordial, o mercúrio o úmido primordial, cada ser une em si estes três princípios.

 

        1. O Princípio Astral:

 

        Traduz-se nas influências planetárias, que atuam diretamente sobre o organismo humano, ou indiretamente através do efeito das condições ambientais produzidas pela sua influência.

 

        3. Princípio Venenoso:

 

        Na verdade, a condição que torna algo venenoso é a incompatibilidade com a sua própria ação. As doenças provenientes desta incompatibilidade obedecem a este princípio.

 

        3. Princípio Natural:

 

        Todas as particularidades, herdadas de nossos ancestrais, exercem domínio sobre nossa mente inferior. Algumas destas particularidades advêm da desarmonia característica da família, do povo e, até mesmo, da raça do indivíduo; daí as propensões para as doenças hereditárias, sejam familiares ou peculiares a determinados povos ou etnias.

 

        4. Princípio Espiritual:

 

        Este princípio se estabelece no caráter volitivo, isto é, na vontade, no pensamento, advindo da imaginação, da memória, do desejo e de toda negatividade estabelecida no poder criativo inerente ao homem. Assim como existe a criatividade e a imaginação para o bem, existe também para o mal. O poder volitivo, quando envolto em positividade, produz a saúde e a cura; quando envolta em negatividade engendra todos os tipos de malefícios.

        Através da imaginação também se produz a cura. Pois a hipnose e a sugestão atuam diretamente na capacidade imaginativa do indivíduo, fazendo com que os comandos penetre nesta área derivando seus efeitos positivos.

 

        Paracelso preconizou, para as cinco causas, cinco formas de tratamento, resultando  as cinco classes de médicos descritas por ele:

        1. Naturalistas: são aqueles que se utilizam de remédios físicos, sejam eles na forma de drogas, substâncias minerais, vegetais, animais... São os alopatas.

        3. Especifistas: Aqueles que especificam um determinado remédio para uma também determinada enfermidade. Os médicos deste grupo curam as enfermidades pelas forças específicas dos medicamentos correspondentes. Os médicos observando empiricamente os efeitos, de uma dada medicação, no tratamento de um tipo de moléstia, consideram este como específico para a determinada enfermidade. São os homeopatas.

 

        3. Caracteristas:

        Aqueles que se utilizam de métodos pelos quais as forças mentais atuam sobre a imaginação e a percepção do doente. São os magnetizadores e os hipnotizadores.

 

        4. Espiritualistas:

        São aqueles que têm o poder da espiritualidade, que se servem da essência vital das substâncias, sejam elas vegetais ou minerais na forma de metais, entre outras. Empregam o poder volitivo e seu aspecto mágico, assim como suas correspondências astrais.

 

        5. Fidelistas:

        A esta categoria pertencem os teurgos, que, através do ancoramento da fé, canalizam as forças superiores da natureza direcionando-as para seus fins específicos.

 

        Dentro destas cinco classes o terapeuta poderá definir claramente os aspectos e a natureza das enfermidades, constatando a sua origem e estabelecendo os processos que irão possibilitar a cura. As doenças devem ser tratadas à partir de sua origem e não apenas controlando sua manifestação, pois nesta reside a consequência e o objetivo essencial é eliminar a causa.

        O médico naturalista deverá compreender a fundo a natureza essencial dos quatro elementos, assim como a interação que deve se processar de forma harmônica entre eles. Deverá compreender também a quintessência, o Éter, síntese das formas, a "insubstancial substância" que permeia toda natureza visível e invisível. Compreendendo o “espaço-ressonância”, obterá o “cálice sagrado da física”, com o qual visualizará a matriz da natureza sensível, permitindo a realização da harmonia energética. No elemento terra buscará a essência viva das substâncias sólidas presentes nos quatro reinos. No elemento água todas as benesses da hidroterapia e da fluidificação. No elemento ar as fórmulas dos exercícios respiratórios assim como os aspectos climáticos propícios à pluralidade das situações. No elemento fogo o calor, a luz e a terapêutica das cores.

        Os especifistas focam a dinâmica da fisiologia específica de cada fármaco em sua peculiaridade. Devem ser dotados da sapiência fundamental das leis da combinação química na constituição dos seres vivos e suas disposições, causas e consequências. A causa é o ponto essencial da escolha do medicamento, como a própria caracterização diz: "específico", na sua relação causa/efeito, para a configuração do processo curativo.

 

        Os especifistas deverão ter também, como profícuo e indispensável auxiliar, o conhecimento dos Tattwas, que são as cinco modificações do Grande Alento, as vibrações do éter. Pois são eles a alma dos elementos e a causa em si destes elementos. Através de suas cores e sua dinâmica, o terapeuta poderá estabelecer o preciso diagnóstico assim como o agente específico que estabelecerá a cura.

        Os caracteristas trabalham o efeito sugestivo sobre as impressões do paciente, e todas as quebras de padrões nocivos do subconsciente, através das técnicas de hipnose, imprimindo-lhes na consciência novas perspectivas que possibilitarão o retorno da normalidade.

        Os espiritualistas acionam as correspondências astrais através dos sistemas mágicos. Muitos adentram na perspectiva dos elementais buscando aquisição e domínio do poder dos elementos, assim como todas as demais possibilidades que se integram neste contexto metafísico, libertando os enfermos do aprisionamento espiritual através da ação das próprias entidades espirituais. As curas extraordinárias de inúmeras doenças foram realizadas, através deste sistema, pelo grande ocultista, Mestre Paracelso, que se notabilizou através da história por suas obras imortais como "Occulta Philosophis" e "Liber Paramirium".

       Os fidelistas atuam através da Magia Teúrgica (de Teo: Deus; de Erg: Trabalho; portanto Trabalho Divino), que se constitui  na invocação das sublimes forças dos planos superiores, sua canalização energética e seu direcionamento, para neutralizar as energias nocivas e restabelecer a harmonia intrínseca do ser. Este é o único método que permite a atuação à distância, pois para plano superior, de onde se faz a "captação" energética, não possui relevância nem o tempo nem o espaço.

 

 

 


          A METALOTERAPIA DE PARACELSO.

 

         Mestre Paracelso já sabia de antemão que muitas pessoas iriam zombar desta prática terapêutica, e fez questão de escrever sobre isto, afirmando que taxariam de superstição, de idolatria e, até mesmo de prática diabólica. Nada disso o abalou.

        Os metais devidamente preparados agem pela eletricidade e pelo magnetismo, induzindo uma transformação molecular que se propaga em todo organismo, restabelecendo o equilíbrio energético do organismo restaurando, dessa forma, a saúde. Exercem, dessa maneira, ação sobre a estrutura orgânica em contato externo assim como empregados internamente.

        Os metais poderão ser de uso interno, na forma pura, em uma ínfima quantidade de pó, ou em preparação com uma base fitoterápica. Externamente poderão ser colocados em contato com o corpo, na forma de correntes, anéis e pulseiras, afixado com fitas adesivas, ou como antigamente, amarrado com lenços.

        Hipócrates já utilizava o cobre para contusões, feridas, amigdalites. O cobre também era utilizado contra cólera, maturação de abcessos, infarto – estimulando o sistema cárdio vascular, febres, fraturas, hematomas, tumores, contusões, osteoporose, hérnia, etc... Promove também a coragem nos pacientes acometidos por pânico. O chumbo sobre tumores, inchaços e nos locais com ocorrências de sintomatologia fortemente dolorosa. Sais de ouro para a lepra, tuberculose e doenças venéreas. Pulseira de cobre para convulsões, histerias, neurastenias e nervosismos em geral. A prata possui grande propriedade sedativa, e é também desinfetante, revigorante, excelente contra as infecções; eficaz nas doenças cardíacas, hipertensão arterial, diabetes, normalização da atividade intestinal, pleurisia. Promove a calma em pacientes vítimas de ansiedade. A água de prata era utilizada no tratamento de gastrites e também na epilepsia.

        O ouro era utilizado para reumatismo, Parkinson, intoxicações, hemorragias, câncer, sinusites, pneumonia, verrugas, otites, cistos ovarianos. O contato com o ouro promove a alegria e o vigor em pessoas deprimidas.

O ferro é eficaz contra cólicas, problemas urinários, meningite, anemias, cistos, problemas circulatórios, escrofulose, insônia. Promove o dinamismo em pessoas apáticas.

 

        Para inúmeras espécies de enfermidades Paracelso utilizava os metais na confecção de "selos", os quais continham sigilos, símbolos e inscrições, fabricados a partir de fundições com metais em suas horas planetárias específicas. As combinações de metais diferentes nas fundições também possuíam específica hora planetária para sua confecção, assim como as gravações. A posição dos astros, com os planetas em suas casas específicas, as fases da lua, eram observadas em muitas ocasiões no preparo de alguns metais, assim como a proporção de cada metal em cada combinação.

 

 

 

 


            O GRANDE LIVRO DA NATUREZA.

 

        Como já citei em inúmeros textos, há na natureza a mão divina, expressando-se em todas as coisas, com seus padrões, suas proporções e formas pré-estabelecidas. Toda natureza se renova em ciclos. Os elementos se dinamizam através das cíclicas alternâncias que se equacionam sob a dinâmica cósmica do contínuo "vir a ser". Existem os ciclos do oxigênio, do carbono, do nitrogênio e de todos os elementos que se agregam, se encadeiam se interagem... E retornam à sua origem primordial. Há o ciclo da vida como a conhecemos, dos nascimentos, crescimentos e a aparente morte, para tornar a renascer, crescer e viver sob os padrões cíclicos do universo, onde a mecânica celeste se desenvolve em ciclos, se expandindo entre Manvântaras e Pralayas.

        Em uma simples erva, colhida no campo, há toda a simplicidade de uma vida em sua fragilíssima labilidade, assim como os padrões presentes em toda natureza, onde estão contidos todos os segredos do universo.

        Analisando uma pequena parte adentraremos nos códigos intrínsecos que nos revela o Todo. Pois assim como a parte está contida no todo, o todo também é manifesto na parte. Tudo está relacionado, tudo se integra. Através de uma única célula epitelial, é possível analisar seus cromossomos, traçar a sequência de seu DNA e decifrar todo um organismo de onde esta célula procede.

        Assim como desvendamos o organismo através de uma única célula, uma simples ortografia poderá dizer muito sobre o indivíduo que traçou sua escrita. As expressões falam, a postura fala, o silêncio fala. Em um diálogo podemos desvendar as características inerentes de uma pessoa, tanto pelo que esta pessoa disse quanto pelo que ela deixou de dizer. Os olhares costumam falar quando os lábios silenciam. É preciso "as vozes" que interpenetram os gestos, estados e contextos. Aquilo que não é aparente poderá refletir aquilo existe como potencial. O terapeuta, que compreende a linguagem silenciosa das coisas, compreende onde está a harmonia e onde reside a dissonância, e, neste padrão dissonante, identificará os fatores desconexos, assim como os mecanismos necessários para restaurar a harmonização.

        (...) “o alquimista árabe Alipili diz o seguinte: Advirto-te, sejas tu quem fores e que tentes sondar as partes mais arcanas da Natureza: se não encontrares dentro de ti o que buscas, tampouco o encontrarás fora de ti. (...) Ó Homem conhece-te a ti mesmo; em ti está oculto o Tesouro dos Tesouros". (Isis sem Véu, volume quatro; Helena Petrovna Blavatsky).

        Conhecendo nossa essência poderemos conhecer a essência da própria natureza, e adentrar nas inescrutáveis maravilhas da vida universal. "Dê-me uma alavanca e um ponto de apoio e levantarei o mundo" — Disse o sábio Arquimedes. É preciso o conhecimento e a ação para alavancar nossos propósitos e propagar aquilo que desejamos como bom, útil e agradável.

        Disse Mestre Paracelso: "A fim de alcançar o verdadeiro significado da alquimia e da astrologia, é necessário ter uma clara concepção da íntima relação e identidade do microcosmo com o macrocosmo, e da sua interação. Todas as forças do universo estão presentes no homem e no seu corpo; todos os órgãos humanos nada mais são do que produtos e representantes dos poderes da Natureza".

        Dentro de nós estão guardados todos os segredos. Dentro de nós estão contidas todas as respostas. Dentro de nós está latente todo o Poder.

 

        Paz e Luz.

 


quarta-feira, 30 de setembro de 2020

OS BODDHISATTVAS

 


                   OS BODDHYSATTVAS.

 

         É certo que viemos das energias primordiais e a ela retornaremos. Poderei até dizer: saímos de Deus e a Ele retornaremos. A nomenclatura sempre será uma imperfeita tradução daquilo que pensamos; as letras são grosseiras formas de se expressar, ou materializar o pensamento, o qual não é senão uma das energias mais sutis que nos acompanha, a todo o momento, emitindo e captando, cuja abstração, muitas vezes, a nomenclatura deixa muito a desejar. Utilizamos nomes para que possamos elaborar, de maneira didática, muitos conceitos, cuja abstração necessita de uma ancoragem literária. Por esta razão, é importante frisar e fixar ideias, as quais são muito mais superiores do que letras e nomes.

        No início do parágrafo anterior citei a queda e o retorno. E poderíamos dizer que, a partir do "mergulho" na densificação da matéria, iniciamos um processo evolutivo. E tal evolução é confirmada pela ciência, não apenas quando o hominídeo começou a andar de forma ereta, mas desde que se formaram os primeiros rudimentos daquilo que a própria ciência chama de "vida". O homem comum tem sua evolução espiritual, que segue o princípio do "retorno", atrelada à disposição evolutiva do encadeamento natural. Porém tal disposição, como atestam unanimemente os maiores expoentes do evolucionismo, se faz através dos milhões, senão bilhões de anos, morosamente, limitada por inúmeros ciclos cósmicos, onde as "ondas de vida" sofrem suas transformações. "A natureza não dá saltos", já disseram e continuam dizendo os grandes pensadores, porém, o ritmo ascensional do espírito humano pode saltar sobre a morosa jornada evolutiva, superando a natureza da materialidade, galgando a patamares além da perspectiva natural do mundo, impulsionada pela espiritualidade que transcende todo aspecto da concretude material. Este salto, além da perspectiva mundana, é o caminho da iluminação, que se dá a partir do momento no qual o ser descobre que sua natureza é espiritual, e começa a se libertar do jugo das sensações puramente físicas, e vivencia este momento de despertar. Seu veículo passa ser o espírito, não mais a "mente".

 

       Encontrei no livro Isis sem Véu, volume quarto, uma citação que Blavatsky faz de uma antiga obra: "Mais valioso que a soberania da Terra, do que a glória do céu, que o domínio dos mundos é o prêmio de quem dá o primeiro passo na senda da santidade". Este primeiro passo é o "momento do despertar". É em cima desta "senda da santidade" que damos início daquilo que a "nomenclatura", ainda que antiga, nomeia os seres que trilham tal senda: os Boddhisattvas.

       Segundo a escola budista Mahayana (do sânscrito, "maha": grande, "Yana": veículo— o Grande Veículo) tal nomenclatura provém da linguagem sânscrita, na qual "boddhy", significa iluminando (boddhay: iluminação); e "sattva", que significa ser. Boddhisattva, portanto, significa "ser iluminado". É um ser que está no caminho da buddhaidade, para se tornar um Buddha, mas adia sua iluminação final para servir à humanidade, dentro do mais amplo espírito de compaixão a todos os seres.

        Dois pontos são essenciais de serem registradas: a primeira é a de que Buddha não é o nome de alguém, como tanto se confundem com Sidarta Gautama, popularmente conhecido por Buddha. Sidarta, que nasceu na Índia, meio milênio antes de Cristo, é um Buddha, porque atingiu o estado de iluminação suprema, assim como muitos outros Buddhas, anteriores a ele, e muitos que virão em sua sequência. Buddha é, portanto um estado, ou o título que se dá ao estado de consciência mais sublime, mais elevado.  O segundo ponto é um pequeno comentário, para que  seres como nós, não caiamos jamais na arrogância de sentirmos donos, ou mandatários de alguma verdade. Pois é simplesmente infindável a lista de seres evoluídos, Boddysattvas ou não, que morreram nas mãos de néscios seres humanos, que não compreenderam os ensinamentos destes mestres, e simplesmente os martirizaram por seus conceitos serem antagonistas às suas "verdades". Disse certa vez um velho mestre: "Se algum dia estiver em dúvida sobre dois conceitos, observe qual destes tenta impor com mais vigor a sua tese, certamente este será o mais errôneo".

        Vejamos agora a diferença de alguns conceitos baseados na nomenclatura.

 

 


DIFERENÇA ENTRE BUDDHA E BODDHYSATTVAS.

 

        Buddha, conforme citação anterior, é um ser que atingiu a iluminação suprema, e seu significado literal vem ser "desperto". Pois atinge o despertar para a existência real, que é a amplitude, ou melhor, o clímax da plena sabedoria e compaixão. Buddha é o estado daquele que atingiu o supremo, completo, perfeito e máximo estado de iluminação. É o ser que retornou ao lar sagrado da eterna bem aventurança.

        Diferente de um Buddha, o Boddysattva está no caminho de despertar, um estágio altamente evoluído, mas que ainda não atingiu a Buddhaidade. É um ser, próximo à suprema iluminação, que tem o desejo essencial de auxiliar todos os seres nesse propósito, para extinguir-lhes o sofrimento na Roda do Samsara, o ciclo das reencarnações. Deste modo, um Boddhysattva está próximo ao despertar supremo, cujo grau não aspira apenas para si, mas para todos os seres.

 


 AS ASPIRAÇÕES BÁSICAS DO BODDHYSATTVA.

 

        As aspirações básicas do Boddhysattva são chamadas no budismo Mahayana de "Os Quatro Votos Universais".

São eles:

        1. Os seres sencientes são inumeráveis, faço votos de guiá-los à libertação.

        2. As aflições mentais são infinitas, faço voto de extingui-las por completo.

        3. Os métodos do Dharma são ilimitados, faço voto de estudá-los e aprendê-los.

        4. O caminho de Buddha é insuperável, faço voto de trilhá-lo até a realização.

 

 


                    OS CAMINHOS.

 

        É importante citar que os ensinamentos do Buddha Sidarta Gautama, fizeram dois caminhos principais, a fim de que se possa trabalhar o potencial existente no homem e na natureza essencial da vida, o Caminho Maior, ou o Grande Veículo, e o Caminho Menor, ou Pequeno Veículo.

        O Caminho Menor, Hinayana, cujos seguidores na iluminação  se denomina Shravakas, "aqueles que acatam o ensinamento". Consideram a felicidade do mundo como superficial e ilusória, e encontram sua força na meditação. Possuem como meta essencial se tornar um Arhat, aquele que atinge a iluminação, e o pleno despertar na suprema paz.

        O Caminho Maior, o Mahayana, ou Grande Veículo, cujos seguidores no caminho da iluminação vêm ser os Boddhysattvas, foco deste texto, difere do Hinayana precisamente neste aspecto. Diferentes dos Shravakas, os Boddhysattvas seguem o caminho para tornarem-se Buddha, porém não se retiram para a paz interior, antes se envolvem com o mundo, antes de sua iluminação suprema, auxiliando a humanidade mesmo nos mais baixos planos de vibração. Tanto os Boddhysattvas quanto os Shravakas estão em um patamar de evolução indescritivelmente superior ao homem comum. Ambos estão próximos ao Nirvana, cujo significado é "sofrimento transcendido".

        Existe também o Budismo Vajrayana, que possui o significado de Veículo de Diamante que é o budismo tântrico, profundamente esotérico. É considerado como uma extensão do próprio Mahayana, ou um de seus caminhos, pois alguns autores o consideram como um caminho e não propriamente uma escola diferente.

        Outra escola do budismo, carregada de importância, vem ser o Theravada. É a mais antiga escola budista, cuja significação literal é "Ensino dos Sábios", e, em tais ensinos enfatizam a focalização, nos quais suas experiências estão profundamente alicerçadas. Muitas pessoas confundem Theravada com o Hinayana, o que vem ser um grande erro advindo do desconhecimento da essência fundamental de ambas as escolas.

        Para adentrar detalhadamente nos conceitos do budismo e do próprio estado de Buddha seriam necessário inúmeros textos suplementares, sem contar que existe uma vasta literatura, tão vasta quanto à complexidade filosófica deste tema cuja abrangência pressupõe diferentes níveis de interpretação e entendimento.

 

 

 


           O SENTIDO DE BODDHYSATTVA.

 

        Vamos agora adentrar no verdadeiro sentido daquilo que vem a ser um Boddhysattva e seu relacionamento com a intimidade do ser humano. Podemos observar que a noção filosófica da existência dos Boddhysattvas vem ser, justamente, de um ser que ainda não atingiu a plena perfeição, ou seja, não atingiu o estado de Buddha. Está, no entanto, no caminho ascendente a esta libertação, e, seu inquebrantável desejo é estender este propósito libertador a todos os seres. Segundo nossa interpretação, o Boddysattva está além do ser humano comum e aquém do estado de iluminação presente em um Buddha. Configura-se, portanto, no estabelecimento de uma "ponte" que liga o homem à perfeição, esta que, sabidamente, está muito acima da esfera energética correlacionada aos padrões humanos que conhecermos.

        A maioria das religiões necessita estabelecer esta ponte, acima do gênero humano, abaixo de uma perfeição divina. Que surge como  "rosto humano de Deus", mais acessível, cônscio da natureza terrena, que ensina, protege e auxilia o homem o verdadeiro caminho à divindade, aparentemente distante das imperfeições presentes no mundo físico. No próprio Cristianismo, Jesus faz esta "ponte", esta ligação, como uma expressão divina presente na humanidade — o Varão Perfeito — como se pode ver na Epístola de Paulo aos Colossenses, capítulo 1, versículo 28: "A quem anunciamos, admoestando a todo homem, e ensinando em toda sabedoria; para que apresentemos todo homem perfeito em Jesus Cristo”.

        Boddhisattvas então se estabelecem, também, como figuras arquetípicas, que, além de se constituírem seres em muito maior adiantamento que os humanos, incorporam as características e virtudes presentes na concepção humana de santidade, se caracterizando como fontes simbólicas de inspiração, assim como auxiliares invisíveis na dificultosa peregrinação humanas nos mundos inferiores. Desta forma, conceberam-se vários Boddhysattvas, cada qual dentro de seu padrão arquetípico, incorporando virtudes diametralmente opostas à corruptibilidade, advinda da insensatez humana. Possuem, consequentemente, os atributos essenciais para que o homem se direcione, dentro dos sagrados propósitos do caminho do retorno, rumo à libertação.

        Existe um símbolo no oriente representado pelo empilhamento de pedras, uma a uma, sobreposta sobre a outra, este proclama a estabilidade, sempre presente na mente de um Boddhysattva. Tal estabilidade é um atributo muito distante dos padrões humanos. Porém, este símbolo se traduz numa forte ancoragem psíquico espiritual, capaz de elevar os humanos além de sua natureza densa. Este símbolo, assim como muitas personificações, que veremos a seguir possuem a arquetípica imagem que o ser humano necessita, impulsionadoras da tomada do caminho espiritual.

 

 

                 


 

                 O QUE SÃO AVATÂRAS.

 

        Pensei ser bom incluir neste texto um assunto muito importante no meio esotérico, muito falado na teosofia e em inúmeras escolas iniciáticas. Muitos já ouviram falar dos avatâras, muitos são os que utilizam o termo "avatares" e muitíssimos são aqueles que desconhecem o que realmente são.

        Avatâra é uma palavra sânscrita, e tem como significado "a descida de Deus". É um termo utilizado no hinduísmo, onde muitas vezes o avatâra é reverenciado como uma divindade.

        Fora do hinduísmo este termo é utilizado para fazer menção às encarnações de diferentes divindades, ou mesmo de seres altamente evoluídos que vêm à Terra instruir a humanidade.

        É a forma encarnada de um ser superior, a manifestação física de uma divindade ou um ser altamente iluminado.

        Podemos dizer, com relação ao próprio hinduísmo, e dentro de suas crenças que Krishna é o avatâra de Vishnu. Onde Krishna se faz a encarnação da pessoa divina de Vishnu. É, portanto,o nome terreno do ser encarnado.

 

 

 


                            OS BHUMI.

 

        Segundo o budismo Mahayana, existem dez Bhumis, que são os dez estágios no caminho do despertar, ou as dez etapas do caminho da iluminação. Cada um desses estágios se revela como um degrau de realização, e, assim como uma escada, composta por dez níveis, cada um destes é a base para o próximo em seu sentido ascensional, elevando-se, gradualmente. O avanço a níveis mais elevados se dá através da sabedoria, portanto, cada degrau vem ser um passo fundamental tanto na evolução quanto no poder que se estabelece em cada um deles nesta senda de iluminação. A "escada" seria o caminho do Boddhysattva que iniciou deu caminho rumo à plenitude, e cada Bhumi seria o nível de elevação na senda. Outro nome destes níveis é Vihara, palavra sânscrita cujo significado é "mosteiro", a morada que se faz em cada um destes estágios. Os bhumis são descritos na "Sutra das Dez Etapas", antiga escritura do Budismo Mahayana.

 

        1°. Estágio: Chamado "Pramudita", que na linguagem sânscrita significa "Muito Alegre", pois o Boddysattva se encontra em estado de júbilo por ser agraciado com a superação dos "três impedimentos", os quais são os desejos mundanos; o obstáculo do Karma e o chamado "obstáculo da retribuição", que é a submissão às autoridades mundanas. Neste primeiro estágio o Boddhysattva alcança a espontânea e suprema generosidade, possuindo também o elevadíssimo poder do controle das vibrações de luz. Ele se regozija com o recebimento de um parcial aspecto da verdade, mesmo sabendo que é parcial, diferentemente dos seres humanos espiritualmente arrasados que, quando aceitam algo como "verdade", fazem desta uma verdade total em sua visão embaçada da realidade, atacando, como "mentira", todas as ideias e conceitos conflitantes com sua errônea concepção de verdade absoluta.

 

        2°. Estágio: Seu nome, em sânscrito, é "Vimala", que significa "sem máscara". Pois, de maneira natural, se afloram as mais plenas ações, engendradas na virtude, do corpo, da mente e da expressão, fazendo com que a ética moral se torne perfeita em seu maior estado de sublimação. Ele se torna o "Senhor das Preciosidades", auxiliando os seres no elevado caminho da libertação.

 

        3°. Estágio: Chamado "Prabhakari", "brilhante" em sânscrito. Nasce a luz pacificadora da sabedoria, a qual irradia a todas as direções. São aniquilados o desejo e o ódio, e, consequentemente, atinge a paciência suprema, assim como a plena visão dos mundos e os diferentes planos de vibração e existência.

 

        4°. Estágio: Seu nome em sânscrito é "Archisthamani", e significa "Radiante". A luz da sabedoria faz com que reconheça a irreal condição de "Maya" (ilusão das coisas transitórias), o ilusório mundo da impermanência, tornando-se, à partir deste grau, o cultivador das ações que buscam propagar a luz. O fogo da suprema sabedoria incinera as mundanas considerações.

 

        5°. Estágio: Em sânscrito denomina-se "Sudurjaya", cujo significado vem ser "difícil de superar". Nesta fase, ou etapa, reconhece, assimila e vivencia a essência das nobres verdades. Supera todas as dúvidas, e, da mesma maneira, as aflições, a ilusão e todas as formas de ignorância.

 

        6°. Estágio: Vem ser o "Abhimukhi", que significa "aproximação" ou "manifesto". Aproxima-se ou manifesta as qualidades de um Buddha, pelo sábio e diferenciador discernimento, assim como também pelo mergulho na quietude glorificadora, a quietude do espírito que pacifica toda essência interior suplantando o orgulho e toda pretensão advinda dos desejos. A sabedoria se manifesta, como uma rajada de luz, eliminando todas as sombras presentes no ego.

 

        7°. Estágio: É o "Duramgama", que significa "afastado". Adentra no perfeito equilíbrio, e com ele, perfaz a direta realização das verdades eternas, suplantando os vínculos com a essência egoica.

 

        8°. Estágio: Tem por designação sânscrita a palavra "Achala", que vem ser "Vigoroso". Habita firmemente a verdade do Caminho do Meio, tornando-se inabalável. Jaz na impassibilidade, acima de todos os enunciados, pois já vivencia a essência cósmica consubstanciada na verdade. É o grau elucidação.

 

        9°. Estágio: "Sadhuma", cujo significado é "Perfeita Inteligência", sendo a completa realização individual. Torna-se o conhecedor de todos os pensamentos.

 

        10°. Estágio: O décimo estágio é chamado "Dharma-Megho", "Nuvem do Dharma". Consagrado com as "excelentes chuvas das luzes". Possui a infinita e eterna sabedoria.

 

 

 


                      OS MAHASATTVAS

 

        A palavra Mahasattva provém do sânscrito; "maha" grande; "sattva" ser. Literalmente, traduziríamos como "grande ser". Seria correta a designação como "um grande ser iluminado”, e vem ser bodhisattva que atingiu pelo menos o sétimo dos dez bhumis.

        Geralmente personificar figuras arquetípicas que salientam virtudes que o ser humano deseja alcançar, assim como poderes dos quais os seres humanos necessitam para resguardar seus caminhos trilhados entre suas próprias imperfeições.

 

        1. Manjusri. Literalmente manjusri significa "suave glória", na linguagem sânscrita. Vem ser o mais antigo dos Boddhysattvas. Traz em si a figura arquetípica da sabedoria transcendente. Esclarece os pontos mais difíceis dos ensinamentos. É o Boddysattva da sabedoria, mas traz em si a força que esta sabedoria representa. É representado, portando,  com uma espada em suas mãos, a "Vajra", que simboliza a ação penetrante do poder da sabedoria, que atravessa e liberta os seres da ignorância e de "Maya", as ilusões que entorpecem o entendimento.

 

        2. Samantabhadra: Do sânscrito: o “digno universal". ("Samanta", algo universal; "bhadra", algo bom). Está associado à prática da meditação. Percorre o mundo em todas as direções predispondo a harmonia interior, essencial àqueles que iniciam e trilham a senda meditativa.

        É o patrono da Sutra do Lótus,  é um dos sutras da escola Mahayana mais conhecido e que também exerce maior influência nos estudantes. Neste Sutra, segundo muitos autores, contém os ensinamentos finais de Gautama Buddha, com os ensinamentos necessários para a plena iluminação.

        Samantahadra é também conhecido por ter feito os "dez grandes votos", que enlaçam a perspectiva e o propósito de todo Boddhysattva.

 

        3. Mahasthamaprapta: Do sânscrito "maha" significa grande; "sthama" significa poder e "prapta" aquele que traz. É, portanto aquele que traz a grande força. Traz em si a imagem arquetípica que configura a força de superação, a vontade que determina e o dinamismo que inaugura a vitória. Em suas representações traz a flor do lótus em suas mãos, a qual é um símbolo da emancipação, a flor que supera o lodo exalando a beleza contrastante.

 

        4. Akasagarbha: Seu significado, do sânscrito, vem ser: "gharba", tesouro; "Akasa", espaço ilimitado, portanto, "tesouro do espaço ilimitado". Pois sua sabedoria é considerada ilimitada como o próprio espaço. Está associado ao grande elemento "Akasha", de cuja sutileza se engendram a concretude dos mundos. Configura-se, portanto, com a figura arquetípica diretamente relacionada ao Akasha, a qual se constitui como a essência, e todo seu adjacente poder transformador.

 

        5. Kṣitigarbha: É o Boddysattva dos Grandes Votos. "Ksiti", na linguagem sânscrita, significa Terra, "garbha" significa Ventre. Seria "aquele que abriga a Terra", ou não literalmente, "tesouro da terra". É aquele que fez os inabaláveis votos de suporte e acolhimento de todos os seres, votos estes sólidos e extensos como a própria terra. Gautama Buddha descreve na Sutra sobre os votos originais do Boddhysattva Kstigarbha que este, em muitas vidas, atuou como filho ou filha buscando o direcionamento de seus pais no caminho sagrado da iluminação, por esta razão, se apresenta como uma figura arquetípica do amor filial, no respeito, no zelo e no mais pleno espírito da gratidão. Suas representações comuns aparecem como um monge em cuja cabeça há uma espécie de auréola, carregando um bastão, para escancarar as entradas dos mundos inferiores, e uma pedra cintilante para trazer a luz nos sombrios caminhos da insensatez.

 

        6. Sarvanivarana - Vishikambhin: Ele é o removedor dos obstáculos para garantir as práticas meditativas

        Sua figura arquetípica, contudo, carrega em si a virtude de aplainar os caminhos, removendo todos os obstáculos que as sugestões contrárias podem interpor na senda da iluminação.

        Suas representações se configuram como um monge com uma pele de tigre em volta da cintura e uma guirlanda na cabeça.

 

 


        7. Avalokitesvara: Literalmente, do sânscrito, vem ser "aquele que ouve os clamores do mundo". É o Boddysattva que corporifica a compaixão, o amor e a benignidade. Alguns autores denominam-no simplesmente como Buddhas da Compaixão.

        O Sutra do Lótus (Saddharma Pundarika Sutra), que é o ápice da literatura budista, faz a ele referência como capaz de assumir os mais diferentes aspectos, os quais são possíveis de se constatar através das representações que se faz do Avalokitesvara nas diferentes culturas do continente asiático, que vão desde as formas que se expressam com a ostentação de grande poder às mais humildes e simples configurações, sejam humanas ou não humanas, masculinas ou femininas, que buscam encaminhar todos os seres nos caminhos da iluminação. Diz-se que o Avalokitesvara é um antigo Buddha, das eras pretéritas, que, após a sua plena realização, se manifesta como um Boddhysattva, renunciando ao Nirvana para auxiliar a humanidade.

        Conforme mencionado acima, o Avalokitesvara assume diferentes formas em diferentes culturas, entre as quais os gêneros, masculino e feminino. Entre as figuras femininas a mais conhecida vem ser Kuan Yin, que em chinês significa "observa os clamores do mundo". Também conhecida como a Deusa da Misericórdia, Kuan Yin é o modelo arquetípico da compaixão, da misericórdia e do amparo. Amplamente conhecida na Ásia, a partir do século vinte tornou-se conhecida no ocidente, e seu modelo de mãe acolhedora despertou nos países ocidentais elevado sentimento de veneração.

        Muitos são aqueles que se concentram no nome e na figura dos Boddhysattvas para com que seja estabelecida a conexão com os aspectos transcendentes que emanam de sua configuração.

 

 


        8. Boddhisattva Maitreya:

 É o Buddha do futuro. Virá quando o mundo, em sua maioria, tiver olvidado o verdadeiro sentido do Dharma, "o caminho correto", a senda da perfeição. Segundo as escrituras, reiniciará o atual ciclo iniciado por Sidarta Gautama Buddha. Seu nome provém da raiz sânscrita "Maitri" que significa "o amoroso". Existem inúmeros cálculos sobre a data da chegada de Maitreya, desde cálculos de que já tenha chegado até um futuro de milhares de anos. É, no entanto, uma incógnita a o período de seu advento. É também muito provável que possa adentrar em nosso meio com a chegada da Nova Era de Aquário.  Por esta razão, muitos fazem a este a referência como “O Buddha da Era de Aquário”.

 

 


          Há uma história que, alegoricamente, enuncia a natureza essencial de um Boddhysattva.

        Dois homens, extremamente sedentos, atravessavam uma terra de acentuada aridez, e, após uma longa e extenuante caminhada, deram por encontrar, atrás de uma inóspita colina, uma fonte de água límpida. Após saciarem a sede, seus olhos como que se abriram, e notaram que a fonte fluía para uma grota, formando um pequeno riacho que se avolumava mais e mais conforme descia às terras baixas. Subindo em uma elevação, notaram que o riacho, gradualmente, era cercado por terrenos cada vez mais férteis, até  engrossar o arvoredo, como um paraíso que, lentamente, se formava substituindo o panorama desértico.

        Um deles diz assim: "Meu Irmão, sigamos o rio. Chegaremos às planícies férteis e colheremos os frutos das incontáveis árvores que vemos mais adiante!"

        Ao qual o outro replicou: "Eu votarei atrás dos nossos outros irmãos que estão ainda perdidos no deserto, para que, assim como nós, sorvam desta água cristalina, e possam retornar à vida".

"Está bem, meu irmão, sua intenção é sublime, e faço dela um aprendizado em minha alma. Porém segurei o caminho do rio, e poderei ajudar a todos quando reencontrarmos”. — Disse o outro.

        Terminadas suas palavras desceu o rio. O outro, porem, retornou à sequidão fazendo, a cada quilômetro, marcos de pedra para resguardar os caminhos da salvação. Este último é um Boddhysattva.

         Sempre necessitamos daqueles que conhecem os caminhos das fontes, e deveremos ter a humildade de aceitar suas instruções, da mesma maneira que este possui a humildade de retornar a atenção àqueles que vagam sem rumo nos desertos da existência.

        Mais sagrado que uma fonte nas paragens inóspita é aquele que retorna para indicar seu caminho. Abençoado é aquele que aprende. Abençoado é aquele que ensina. Tudo tem uma finalidade, nada é por acaso, só nos completamos plenamente quando vivenciamos a perfeita unidade. Esta é a plenitude do Amor. Todos somos Um.

 

       Namastê